Durante
a semana da pátria (1 a 7 de setembro), urnas estarão espalhadas pelo Brasil
coletando votos para o Plebiscito Popular por uma Assembleia Constituinte. Com
uma única pergunta, o plebiscito quer saber se a população brasileira é a favor
da convocação de uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político. Uma
constituinte, cujos representantes serão exclusivamente eleitos para este fim.
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Francilene Oliveira e o representante do Levante Popular da Juventude no Cariri durante entrega das urnas na Fundação ARCA. Foto: João Alves. |
É
por esta análise que movimentos sociais, entidades sindicais, organizações
populares, partidos políticos de esquerda, coletivos e associações
identificaram a reforma do sistema político como uma pauta organizativa desta
insatisfação popular. Reforma que se baseia em três questões fundamentais:
acabar com a influência determinante do poder econômico no processo eleitoral,
pondo fim ao financiamento empresarial das campanhas eleitorais e da atividade
política em geral; ampliar os instrumentos, mecanismos e espaços de controle
social e de participação direta da população; e garantir mecanismos de
participação de mulheres, negros/as, indígenas, jovens, LGBTs e setores
populares no sistema político.
Os
dados ajudam nesta compreensão. A cada eleição, cresce a participação
empresarial no financiamento dos candidatos e partidos. Em 2008, as empresas
“doaram” 86% dos recursos totais das campanhas. Em 2010, o montante representou
91% e, em 2012, 95%. No que diz respeito à composição, o Congresso Nacional
condensa o que há de mais conservador da política e não dá conta da diversidade
e do pluralismo da sociedade brasileira. Mais de 70% dos parlamentares federais
são ruralistas ou empresários (de diversas áreas, como saúde, educação,
comunicação, indústria, etc.). E mais: apenas 9% da Câmara dos Deputados e 12%
do Senado é ocupado por mulheres (ainda que sejam mais da metade da população
do país); somente 8,5 dos deputados federais e senadores se declaram negros;
nenhum é indígena e menos de 3% são jovens.
Mas
engana-se quem acredita que o “não me representa” tão presente nas
manifestações era direcionado exclusivamente para o sistema político. Os meios
de comunicação também foram colocados em xeque durante os protestos de junho e
julho de 2013. Após o comportamento da grande mídia diante dos atos de rua,
marcado pela manipulação das informações veiculadas, a Rede Globo tornou-se
também um alvo da insatisfação popular. Por isso, não era raro ouvir os
manifestantes gritando palavras de ordem como “a verdade é dura, a Rede Globo apoiou a Ditadura”, ou “o povo não é bobo, abaixo a Rede Globo”.
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Fundação Educativa e Cultural ARCA, em Altaneira. |
Neste
sentido, as manifestações de junho e julho de 2013 abriram uma oportunidade de
massificarmos de forma mais contundente a pauta da democratização da
comunicação, em articulação com a reforma do sistema político.
O
diálogo entre as duas pautas não encerra por aí. O oligopólio midiático é parte
do que se resume como poder econômico brasileiro. Só a família Marinho, com as
organizações Globo, somam a fortuna de US$ 28,9 bilhões, configurando-se como a
família mais rica do Brasil, segundo dados recentes da revista Forbes. A mesma
família – assim como outras famílias detentoras de concessões de rádio e
televisão – tem forte influência nas discussões e decisões do Congresso
Nacional. Congresso que, é preciso ressaltar, tem em sua composição uma
presença ativa de políticos concessionários de veículos de radiodifusão,
ferindo inclusive a Constituição Federal de 1988, que são usados para benefício
próprio, o que também contribui para gerar privilégios, desigualdades e
distorções no sistema político.
Por
esses motivos, a democratização das comunicações, especialmente a partir da
luta por um novo marco regulatório para o setor (tendo como estratégia a coleta
de assinaturas para o Projeto de Lei de Iniciativa Popular) e a reforma do
sistema político, por meio da realização de uma Constituinte Exclusiva e
Soberana, apresentam-se como duas demandas essenciais no processo de radicalização
da democracia brasileira.
A
organização do Plebiscito Popular já possui esta compreensão de que a
democratização dos meios de comunicação é pauta fundamental. A campanha Para
Expressar a Liberdade, que busca recolher mais de um milhão de assinaturas em
apoio ao Projeto de Lei da Mídia Democrática,
também faz parte da mobilização por reforma política. Nesse sentido, em
muitas urnas, também será possível manifestar apoio a esse projeto.
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Professora Laelba, alunas do Grêmio Estudantil da Escola Santa Tereza e o Representante do Levante no Cariri. |
Nós
apoiamos essas iniciativas e vamos votar sim por mudanças reais no sistema
político. Sim à democratização dos meios de comunicação. (via
Carta
Capital).
No
município de Altaneira, na região do cariri, três são os postos que estão recebendo
os cidadãos altaneirenses que almejam uma mudança no sistema político
brasileiro, a saber, Fundação Educativa e Cultural ARCA, Sindicato dos Servidores
Municipais de Altaneira – SINSEMA, além da Escola Estadual de Ensino Médio
Santa Tereza.
Aqui,
professores(as) e alunos amparados pelo Grêmio Estudantil da referida instituição
de ensino fizeram uma breve exposição da importância do plebiscito da constituinte
conforme foto publicada via rede social facebook e que ilustra esse artigo
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