CNBB se posiciona 'contra as armas do ódio e o discurso radical'


"Tem um candidato que não possui postura respeitosa, sem diálogo e com tom ameaçador", alerta bispo.
(Foto: José Cruz/Agência Brasil).

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nota sobre o segundo turno das eleições de 2018 nesta quarta-feira (24). Sem citá-lo no texto, os bispos se mantém contrários à postura do candidato do PSL, Jair Bolsonaro, pedindo ao eleitor que recuse o "clima de violência, estimulado por notícias falsas, discursos e posturas radicais, que colocam em risco as bases democráticas da sociedade brasileira".

Em entrevista à jornalista Marilu Cabañas, da Rádio Brasil Atual, nesta quinta (25), Dom Reginaldo Andrietta, bispo da Diocese de Jales, reforçou a orientação, se posicionando contra um candidato radical e que faz apologia à tortura. De acordo com ele, a igreja é contra as "extrapolações" e a "manipulação do eleitor"

"Nesse sentido, a CNBB se pronuncia a favor da paz social e do Estado democrático. As pessoas que querem o cargo no Executivo devem ser respeitosas, mas tem um candidato que não possui essa postura, sem diálogo e com um tom ameaçador", afirma ele.

O bispo lembra que, durante a ditadura civil-militar no Brasil, as igrejas eram "discretas" e seus seguidores temerosos. "Não se podia criticar o que acontecia, então esse não era o tipo de sociedade que devemos viver", explica.

Dom Reginaldo acrescenta que a igreja deve ser contra todo o sistema de dominação e autoritarismo. "Toda tendência militarista está associada a um sistema de dominação econômica. Os sinais dados por este determinado candidato são nesse sentido, de ditadura. Isso significa que um vai ter medo do outro, falta de confiança e divisão social. Precisamos criar condições para a paz", finaliza. (Com informações da RBA).

Em Crato, mesa debate os desafios do Ensino de História no Brasil na atualidade


Mesa de Debates Sobre os Desafios do Ensino de História na Atualidade no auditório do Geopark Araripe, em Crato.
(Foto: Enzzo Lima).

Com a participação dos professores André Veloso, Valdênia de Araujo, Lucivânia da Silva e Nicolau Neto e sob a mediação da professora da URCA, Telvira, o auditório do Geopark Araripe sediou na noite da última segunda-feira, 22, uma mesa de debate acerca do Ensino de História.

Os professores focaram suas falas sobre os desafios do ensino de História no Brasil. Para André Veloso, da Escola Wilson Gonçalves, o maior obstáculo dos docentes da área de ciências humanas, principalmente da disciplina de História, é discutir junto ao corpo discente os caminhos e as lutas travadas para a construção do regime democrático de direito diante da onda conservadora e retrógrada pelo qual passa o pais. Veloz ainda fez um relato da trajetória pela qual passou a história enquanto disciplina até a forma que se encontra hoje, como formadora de pensamento crítico e reflexivo.

Lucivânia, vinculada a Escola José Alves de Figueiredo, fez uma exposição relacionada a dados que presencia em sala de aula. “Nunca tive que estudar tanto para dar aula”, frisou ao comentar que tem que lhe dar com pensamentos e questionamentos de estudantes que ousam afirmar que no Brasil nunca houve ditadura civil-miliar. Outros ainda possuem argumentos considerados machistas. “Certa vez estava falando sobre a revolução industrial e frisávamos as dificuldades que as mulheres tinham nas fábricas e que hoje, apesar da lei proibir salários diferenciados para homens e mulheres que exerçam as mesmas funções, na prática não é o que ocorre. As mulheres continuam ganhando menos que homens”, pontuou. “Mas houve um estudante que afirmou que isso nunca existiu e chegou a um ponto de que destacou que tem mulheres que merecem mesmo morrer, pois são provocativas”. Segundo ela, os tempos são difíceis. “Parte de nossos alunos estão deixando de se formarem nas salas de aula para adquirirem dados disponíveis em redes sociais, como WhatsApp e vídeos no Youtube". Essas informações, segunda ela, vem de pessoas sem nenhuma formação na área educacional.

Valdênia de Araujo, da Escola Wilson Gonçalves, destacou aspectos externos que acabam influenciando negativamente no processo de ensino-aprendizagem. Questões como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e a Reforma do Ensino Médio foram relatadas por ela. “Enquanto estiverem produzindo livros na região sudeste, as outras regiões não serão contempladas da forma que realmente necessita ser”, destacou.

Universitários/as da URCA durante mesa de debates
sobre os desafios do ensino de História.
(Foto: Enzzo Lima).
O professor, membro da Academia de Letras do Brasil/Seccional Araripe e ativista dos direitos civis e humanos das populações negras pelo Grunec, Nicolau Neto, enveredou, inicialmente, pelos deveres de todos os docentes, com destaque para os de História. Entre eles, Nicolau citou perceber o (a) estudante como sujeito histórico, pois isso contribui de forma decisiva para a construção da identidade; partir do cotidiano dos estudantes para poder dialogar sobre os conteúdos programáticos, uma vez que as realidades trazidas pelos alunos não podem e nem devem ser descartadas, mas aproveitadas; colaborar com a formação do pensamento crítico e reflexivo; educar para a cidadania e educar para a politização. “Tendo esse pensamento em mente e o executando diariamente em sala de aula, fica mais fácil vencer os desafios do ensino-aprendizagem”, disse.

O professor trouxe para o debate a constituição da História enquanto disciplina que se consolidou a partir do século XVIII e no século seguinte passou a sofrer influência do Positivismo e do Marxismo.  Para Nicolau, nesse contexto o ensino de História no Brasil foi colocado, durante grande parte do período republicano, sob uma perspectiva puramente narrativa ao apresentar personalidade (políticas ou ligados a ela), fatos pontuais, heróis ( e não heroínas), características políticas e econômicas de uma determinada sociedade que ia de acordo com o modelo político e público de educação.

Ele ressaltou que durante o século XX e com o advento do século XXI haverá uma série de avanços significativos que colocam o professor, a professora em situações cada vez mais desafiadoras, tais como professor(a) pesquisador; ampliação e difusão do material didático relacionado a História disponível; variedade de publicações, sejam elas impressas ou digitais em formatos de textos, vídeos e imagens ao alcance dos estudantes a qualquer momento. Diante disso, ele indagou: qual o papel do professor, da professora? Como fazer os estudantes a se interessarem por sua aula? Sem ter a intenção de deixar o caso por encerrado, mas tão somente apontar caminhos, Nicolau citou que é necessário romper com o currículo europeizante ainda reinante, fazer valer em sala as leis 10.639/2003 e 11.645/2018 que versam sobre a obrigatoriedade do ensino da História e Cultura Africana e Afro-brasileira e História e Cultura Indígena, respectivamente. Por fim, mas não menos importante, ele tocou na necessidade da Formação Continuada para professores/as, da participação efetiva do corpo docente nas escolhas dos livros didáticos e, principalmente, que cada professor e professora possa estar cotidianamente conectado com os fatos do presente correlacionando com os conteúdos ministrados em sala de aula. “As escolas e as salas de aulas não podem e nem devem ser um mundo à parte”, frisou. Em um mundo onde as “desinformações advindas de redes sociais valem mais que fatos históricos comprovados e discutidos por professores em sala de aula, nós precisamos estar cada vez mais vigilantes e nos tornarmos além de professores pesquisadores, nos tornarmos de igual modo, professores ativistas e disputarmos narrativas”, concluiu.

A mesa foi uma organização do Núcleo de Apoio Pedagógico e Pesquisa em Ensino de História (Nuapeh), vinculado a Universidade Regional do Cariri (URCA), tendo como público universitários/as da própria instituição.

Fiz uma opção: derrotar Jair Bolsonaro', diz Haddad em Ato da Virada


Estimativa de 70 mil pessoas na Lapa pela Democracia.

Aos gritos de “Ele, não!” e “Lula presente, Haddad presidente”, cerca de 70 mil pessoas estiveram nos Arcos da Lapa, zona central do Rio de Janeiro, na noite desta terça-feira (23) para o “Ato da Virada – Brasil pela Democracia”, realizado em apoio ao candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad.

O ato, que teve a participação de artistas como Chico Buarque e Caetano Veloso, foi marcado pelo repúdio às recentes declarações do candidato do PSL, Jair Bolsonaro, que ontem (22) ameaçou seus opositores com “a prisão ou o exílio” e afirmou que colocará as forças de segurança do país para “dar no lombo” dos “petralhas” e dos “bandidos do MST e do MTST”.

Haddad, que passou o dia no Rio em atividade na Favela da Maré e em reuniões com representantes das comunidades judaica, evangélica e católica, criticou as afirmações de Bolsonaro: “Ele disse que depois das eleições eu teria dois destinos: a prisão ou o exílio. Eu fiz uma opção: resolvi derrotar Jair Bolsonaro. Eu não o quero preso nem exilado. O que eu quero é que ele viva com saúde para ver os negros na universidade, as mulheres emancipadas e donas do seus destinos, as terras indígenas demarcadas, os nordestinos progredindo com água, comida, trabalho e educação”, disse.

O candidato do PT adotou um tom duro contra o adversário: “Ele disse que quer acabar com o ‘coitadismo’ de mulheres, negros, nordestinos e gays. O meu recado pra ele é: Jair, se olha no espelho, o coitado é você, que não passa de um soldadinho de araque e só fala grosso porque tem gente armada à sua volta. Você não é capaz de enfrentar um debate, não é capaz de enfrentar uma entrevista sem censurar jornalista livre”.

A atividade pública de Bolsonaro também foi criticada: “Foram sete mandatos de nada, com o dinheiro público pagando o teu salário. São 28 anos no Congresso Nacional propagando o ódio, sem apresentar uma ideia, medíocre que fosse. Não sai nada dele que não seja o pior do ser humano. Ele só sabe agredir, difamar e caluniar, e agora se sabe como: através das fake news nas redes sociais bancadas por amigos empresários que apoiam o projeto neoliberal que ele representa”.

Haddad falou também sobre a possibilidade de virar o jogo até o dia da votação e a necessidade de "dar razão às pessoas' para conquistar as pessoas. "Não estou falando dos coxinhas que sempre nos odiaram, mas das pessoas que estão revoltadas porque estão desempregadas ou deixaram a universidade", explicou. "A essas pessoas nós precisamos abraçar e sentar para conversar daqui até o domingo. Vamos dialogar, eles não são nossos inimigos. Vamos fazer um projeto fraterno e avançar do ponto de vista social. Domingo nós vamos ganhar a eleição. Estou sentido no ar uma virada. Nós começamos a crescer e ele começou a cair. Nós temos cinco dias para fazer crescer ainda mais essa onda positiva."

Frente ampla pela democracia

Representantes de todos os partidos do campo progressista usaram o microfone para confirmar o apoio a Haddad e defender a democracia contra a ameaça representada pelas propostas de Bolsonaro: “Esta eleição está ocorrendo sob fraude, crime eleitoral e mentira. Neste momento, o Brasil está correndo o sério risco de legitimar pelo voto uma ditadura no país. Corremos o risco de eleger um ditador corrupto e mentiroso. Queremos defender o direito de discordar e a democracia”, disse a deputada federal Jandira Feghali, do PCdoB.

Candidato do Psol no primeiro turno, Guilherme Boulos também mandou um recado a Bolsonaro: “Esse é um momento de luta pela democracia no nosso país. É preciso ter lado, ter coerência. Não cabe ficar em cima do muro, não cabe neutralidade porque neutralidade em um momento como esse significa cumplicidade. Há um candidato a presidente que ameaça as instituições, que ameaça seus opositores com a prisão ou o exílio, que diz que vai tratar como terroristas os movimentos sociais. O único jeito de acabar com o MTST é construir 6 milhões de casas no país”.

Ao lembrar Marielle Franco, vereadora assassinada no Rio de Janeiro, o deputado federal eleito Marcelo Freixo, do Psol, proporcionou um dos momentos mais emocionantes da noite: “Bolsonaro, a sua capacidade de provocar medo não é e nunca será maior do que a nossa capacidade de sonhar por liberdade e democracia. É a eleição mais importante da história das nossas vidas porque precisamos derrotar um projeto fascista. Pelo terror, tiraram de nós a Marielle, que estaria aqui conosco neste momento”, disse.

O senador petista Lindbergh Farias que, segundo Bolsonaro, irá em breve para a cadeia “apodrecer” ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, também alertou para o risco que corre a democracia no país: “Está muito claro que o plano do Bolsonaro é levar o Brasil em direção a uma ditadura. Bolsonaro vem dizendo há muito tempo o que quer fazer no Brasil. O símbolo dele não é Geisel, não é Médici, é o Brilhante Ustra”, disse. Lindbergh também criticou o Supremo Tribunal Federal: “Impressiona a covardia do STF neste momento da nossa história. Nenhuma resposta à indústria de fake news que foi montada no país”.

Falando em nome do PSB, o deputado federal reeleito Alessandro Molon comparou Bolsonaro ao presidente Michel Temer, do PMDB: “Estamos aqui nesta praça porque acreditamos na força transformadora da educação. Por isso vamos votar em quem defende dar para cada criança do nosso país um livro, um lápis e uma borracha e não uma arma. Quem faz uma campanha suja não pode fazer um governo limpo. Temos que tirar o Brasil do atoleiro em que Temer, Bolsonaro e sua turma o colocaram”, disse.

Desde os anos 1970 Chico Buarque e Caetano Veloso não dividiam as mesmas paixões no mesmo palco juntos e ao vivo. (Foto: Ricardo Stuckert).

Importantes figuras da história política nacional também foram lembradas durante o ato: “Se estivesse vivo, Leonel Brizola certamente estaria neste palco. Nós trabalhistas, brizolistas, nacionalistas votaremos em Haddad no domingo”, disse Vivaldo Barbosa, fundador e militante histórico do PDT.

Representando o PV, o deputado federal Fabiano Carnevale afirmou: “Somos o partido de Chico Mendes, que também estaria aqui apresentando ao mundo a ameaça que é a candidatura do Bolsonaro que quer entregar a Amazônia e retirar o Brasil do Acordo de Paris”.

Chico e Caetano

A participação de artistas rendeu momentos emocionantes durante o ato: “Temos que apagar da mente brasileira a ideia de que o cafajeste é quem nos representa. É isso que precisamos negar dentro de nós. Precisamos encontrar meios de dizer àqueles que se deixaram hipnotizar por essa onda. Eu estou aqui por causa disso, para evitar a ‘cafajestização’ do homem brasileiro. A eleição de Fernando Haddad e Manuela D'Ávila representará a dignidade do povo brasileiro, de cada homem brasileiro”, disse Caetano Veloso.

Chico Buarque afirmou que “a eleição de Haddad é difícil”, mas disse preferir crer que ainda é possível virar o jogo: “Imagino que lá fora, muita gente – cidadãos conservadores, de direita, cristãos, os chamados coxinhas – tenham votado no candidato fascista e agora estejam vendo a onda de boçalidade que toma conta das ruas cada vez mais e que depois do primeiro turno só fez piorar e ninguém sabe onde vai parar a matança de gays, de mulheres, de trans, de estudantes, de capoeiras que ousaram dizer que votaram no PT. Nas periferias, onde afinal está o povo que mais sofre com a miséria e a violência, e votaram por mais miséria e mais violência, eles talvez na última hora virem o voto. Não queremos mais mentiras, não queremos mais força bruta. Queremos paz, queremos alegria, queremos Fernando e Manuela”. (Com informações da RBA).

No Roda Viva, Haddad diz que Bolsonaro não tem apreço à democracia e o compara a Hitler


(Foto: Reprodução/Revista Fórum).

Fernando Haddad, candidato do PT à presidência da República, Fernando Haddad, durante sua participação no programa “Roda Viva”, da TV Cultura, aproveitou para criticar seu oponente Jair Bolsonaro (PSL).

Ao abordar o discurso de ódio, característico do candidato militar, Haddad questionou aos entrevistadores: “Os sociais democratas alemães erraram ao alertar sobre os riscos da chegada de Hitler ao poder? Estamos em uma campanha eleitoral e nosso dever é alertar”, afirmou, em referência ao militar.

Quando o tema passou a ser economia, o petista, indagado sobre a venda de empresas públicas, em caso de sua vitória, ele afirmou: “Não está em meu radar a privatização de nenhuma estatal. Algumas podem ser enxugadas ou podem sofrer algum outro tipo de arranjo”.

Também disse que ligou para Tasso Jereissati, um dos caciques do PSDB para confirmar que tinha ouvido sobre o mea-culpa do tucano. “Telefonei e ele ratificou. Disse que a Dilma (Rousseff) havia cometido erros, mas que eles também, porque aprovaram as pautas-bombas do Eduardo Cunha”. (Com informações da Revista Fórum).

Bolsonaro ameaça quem discordar com prisão ou exílio: 'serão banidos'


Mensagem de Bolsonaro com ameaças contra adversários foi transmitidas por apoiadores na Avenida Paulista.
(Foto: Bruno Rocha/FotoArena/FolhaPress).

O candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL) ameaçou neste domingo (21) opositores com prisão ou exílio. Em vídeo transmitido a apoiadores que se concentravam na Avenida Paulista, em São Paulo, o militar prometeu uma "faxina" e disse que a "petralhada", termo pejorativo com que identifica todos que discordam de seus posicionamentos "não terão mais vez". Ele também atacou movimentos sociais e ONGs, e disse que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai "apodrecer na cadeia". Bolsonaro também ameaçou com prisão o seu adversário no segundo turno das eleições 2018, Fernando Haddad (PT).

"A faxina agora será muito mais ampla. Essa turma, se quiser ficar aqui, vai ter que se colocar sob a lei de todos nós. Ou vão pra fora ou vão para a cadeia. Esses marginais vermelhos serão banidos de nossa pátria", ameaçou Bolsonaro, que mais uma vez combinou um suposto discurso patriótico com exaltação violenta contra adversários políticos. "Essa pátria é nossa. Não é dessa gangue que tem uma bandeira vermelha".

O candidato, acusado de se beneficiar de um esquema criminoso e milionário de caixa 2 bancado com dinheiro ilegal por uma rede de empresários, também bradou contra a corrupção, ameaçando Lula, Haddad, e também o senador Lindbergh Farias (PT-RJ). "Você vai apodrecer na cadeia. E brevemente você terá Lindbergh Farias (senador do PT) para jogar dominó no xadrez. Aguarde, o Haddad vai chegar aí também. Mas não será para visitá-lo, não, será para ficar alguns anos ao teu lado."

"Petralhada, vai tudo vocês para a ponta da praia. Vocês não terão mais vez em nossa pátria", afirmou o candidato em mais uma declaração dada para causar intimidação. "Não terão mais ONGs para saciar a fome de mortadela de vocês."

Ele também prometeu tratar como atos terroristas ações do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) e do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) . "Vocês, petralhada, verão uma Polícia Civil e Militar com retaguarda jurídica para fazer valer a lei no lombo de vocês", ameaçou. "Bandidos do MST, bandidos do MTST, as ações de vocês serão tipificadas como terrorismo. Vocês não levarão mais o terror ao campo ou às cidades."

A fala de Bolsonaro repercutiu nas redes sociais. Guilherme Boulos, candidato à Presidência pelo Psol no primeiro turno, diz que não se amedronta com a declaração. "Típico de uma mente autoritária e ditatorial, de quem acha que é dono do país. Seguimos na resistência democrática. #EleNão", tuitou.

Já a professora Silvia Ferraro, que se candidatou ao Senado também pelo Psol, disse que Bolsonaro já tá com medo da oposição, antes mesmo de vencer as eleições. "O discurso autoritário e fascista, que quer eliminar fisicamente os opositores, ameaçando, intimidando, é típico dos covardes. O Brasil é nosso país e resistiremos à todos os retrocessos", afirmou.

O deputado federal Paulo Pimenta (PT) comparou a ameaçada o candidato do PSL com ações de Hitler, na Alemanha. "O discurso de ontem é um registro histórico, semelhante ao período anterior a consolidação no nazismo. A legitimação da violência contra os judeus de hoje (a esquerda como um todo). Ninguém pode dizer que não sabe suas intenções." (Com informações da RBA).

Estudantes do Nordeste têm a melhor colocação em Olimpíada de História


Dos finalistas, 15 times receberam medalhas de ouro, 25 de prata e 35 de bronze. (Foto: Reprodução/Uol).

Mais de mil alunos e professores de escolas públicas e particulares espalhadas pelo Brasil participaram neste fim de semana da final da 8ª ONHB (Olimpíada Nacional em História do Brasil), realizada na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). A região Nordeste foi a que teve o melhor desempenho do país.

Estudantes da Bahia (6 medalhas), Ceará (19), Pernambuco (4) e Rio Grande do Norte (14) contabilizaram juntos 43 medalhas de ouro, prata e bronze – de um total de 75.

Dos finalistas, 15 times receberam medalhas de ouro, 25 de prata e 35 de bronze, de acordo com informações da organização do evento.

Ouro olímpico

Ceará foi o Estado que conseguiu o maior número de premiações: 1 ouro, 9 prata e 9 bronze, somando 19 medalhas. Os estudantes do time "Vire à Esquerda", do Colégio Cônego Francisco Pereira (Fortaleza), foram os grandes vencedores regionais com a medalha de ouro.
Os times de São Paulo ocuparam a segunda posição no ranking geral de quantidade de medalhas, com 15. Os três ouros do Estado foram para os alunos dos times "Oxe Filomena", do Colégio Poliedro (São Paulo), e "Triângulo dos Bermudas Os times de São Paulo ocuparam a segunda posição no ranking geral de quantidade de medalhas, com 15. Os três ouros do Estado foram para os alunos dos times "Oxe Filomena", do Colégio Poliedro (São Paulo), e "Triângulo dos Bermudas e "Usurpar ou ímpar? Eis a questão!", ambos do Colégio Termomecanica (São Paulo).

A terceira colocação geral ficou com os estudantes do Rio Grande do Norte, que somou 14 medalhas. Os medalhistas de ouro estudam no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Estado (campi Mossoró e Ipanguaçu) e fazem parte dos times "1822", "Azul de Metileno", "Guantánamo", "Hanna Pow Pow e os Powzinhos" e "Os Mitos". (Com informações Uol).

Confira o quadro geral por quantidade de medalhas

Ceará – 19 medalhas (1 ouro, 9 prata, 9 bronze)
São Paulo – 15 medalhas (3 ouro, 4 prata, 8 bronze)
Rio Grande do Norte – 14 medalhas (5 ouro, 4 prata, 5 bronze)
Bahia – 6 medalhas (3 ouro, 1 prata, 2 bronze)
Espírito Santo -  5 medalhas (2 pratas e 3 bronze)
Minas Gerais -  5 medalhas  (1 prata e 4 bronze)
Pernambuco – 4 medalhas (1 ouro, 1 prata, 2 bronze)
Mato Grosso – 2 medalhas (1 ouro e 1 bronze)
Pará – 1 medalha (1 bronze)
Rio de Janeiro – 2 medalhas (1 ouro, 1 prata)
Alagoas – 1 medalha (1 prata)
Roraima – 1 medalha (1 prata)


Intoleráveis só os boatos contra a Justiça eleitoral, diz Rosa Weber


Weber se cercou de Jungmann e Etchegoyen. (Foto: José Cruz/Agência Brasil).

Frustrou-se quem esperava um posicionamento mais claro e firme do Tribunal Superior Eleitoral em relação às denúncias de disseminação orquestrada de notícias falsas nas redes sociais, financiada por empresários apoiadores de Jair Bolsonaro.

Durante cerca de três horas, a ministra Rosa Weber, presidente do TSE, e as demais autoridades que participaram de uma entrevista coletiva neste domingo 21 em Brasília minimizaram os efeitos da estratégia, que levanta a suspeita de financiamento ilegal da campanha de Bolsonaro via caixa 2, mostraram-se mais preocupados em justificar a atuação do poder público e se concentraram em defender a lisura das urnas eletrônicas e da imparcialidade da Justiça.

Não houve falha alguma da Justiça eleitoral no que tange ao que se chama de Fake News”, afirmou a magistrada. Weber insistiu na tese mesmo quando confrontada com o fato de que o TSE não demonstrou o empenho prometido anteriormente no combate às mentiras.

Durante a eleição, o comitê consultivo montado pelo tribunal para este fim não se reuniu uma única vez. Muito menos as denúncias que se avolumavam foram analisadas com atenção, até a Folha de S. Paulo estampar a denúncia de que empresários gastaram até 12 milhões de reais para impulsionar notícias falsas contra o PT e o candidato do partido à presidência, Fernando Haddad.

Em defesa própria, a ministra declarou ter uma visão diferente daquela do seu antecessor no cargo, Luiz Fux. Quando ainda ocupava a presidência do TSE, Fux chegou a afirmar que a eleição poderia ser anulada caso se comprovasse sua contaminação por notícias falsas. Weber não explicou a sua posição aos jornalistas. Prometeu fazê-lo quando o processo para investigar as denúncias for analisado no TSE.

Na maior parte do tempo, Weber alegou sigilo das investigações para fugir das perguntas e garantiu que os inquéritos respeitarão o “tempo da Justiça” e o “devido processo legal”. A presidente do TSE só se mostrou contundente e preocupada com as Fake News que atingem a credibilidade da Justiça e a lisura das urnas eletrônicas, em geral e não por coincidência compartilhadas por apoiadores e pelo próprio Bolsonaro, que em mais de uma ocasião colocou em dúvida a inviolabilidade dos votos eletrônicos.

A juíza classificou de “intoleráveis” os boatos espalhados nas redes sociais que visam destruir a credibilidade dos tribunais e a organização das eleições. E prometeu as medidas cabíveis contra os autores das calúnias. A ministra tem sido alvo de ameaças. Eleitores (para variar, apoiadores de Bolsonaro) acusam a presidente do TSE de agir para interferir na "vontade das urnas".

Confiem na Justiça”, solicitou. “Ela não é nem tem um partido. As criativas teses que intentam contra a lisura do processo eleitoral não têm base empírica”.

Weber reuniu um séquito para a coletiva. Representantes do governo, do TSE e do Ministério Público compuseram a mesa. O presidente da OAB, Carlos Lamachia, representou a sociedade civil. A presidente do TSE posicionou-se estrategicamente entre o ministro Raul Jungmann, da Segurança Pública, e o general Sérgio Etchegoyen, do Gabinete de Segurança Institucional.

Coincidência ou não, Etchegoyen falou tanto quanto a ministra durante a entrevista. Enquanto a presidente do TSE escapava dos pontos centrais das perguntas sobre a denúncia da disseminação de notícias falsas contra o PT e as dúvidas sobre seus efeitos nos resultados do primeiro turno e nas tendências apontadas pelas pesquisas no segundo, o general fazia questão de atenuar os efeitos da denúncia.

O militar criticou os “arautos” do Apocalipse, sempre dispostos a apontar riscos à democracia, celebrou a capacidade de "discernimento" do eleitor, negou interferências externas nas eleições e afirmou que as notícias falsas são a mais inofensiva das intervenções que poderiam acontecer na disputa deste ano. De quebra, atuou como garoto-propaganda do WhatsApp. A rede social, disse, tem grande utilidade para a sociedade e o poder público, inclusive na segurança pública, e “não é a vilã dessa história”.

Apesar de afirmar que “o primeiro turno transcorreu em clima de normalidade”, a ministra prefere esperar o resultado das investigações da Polícia Federal, que abriu um inquérito no sábado 20 para apurar as denúncias, para formar uma opinião a respeito dos efeitos das Fake News nas eleições. Etchegoyen, ao contrário, tem uma convicção formada. Segundo ele, o esquema no WhatsApp não influiu como se imagina na decisão do eleitorado. (Com informações de CartaCapital).

Pesquisadores afirmam que crânio de Luzia foi encontrado nos escombros do Museu Nacional



Reconstituição do fóssil de Luzia feita por computador.
(Foto: Reprodução/TV Globo).
Pesquisadores informaram nesta sexta-feira (19) terem encontrado todo o crânio de Luzia, fóssil humano mais antigo do Brasil desaparecido nos escombros do Museu Nacional, destruído por um incêndio no último dia 2 de setembro.

Os técnicos anunciaram que 80% das partes localizadas já foram identificadas. No entanto, o trabalho de montagem dos fragmentos ainda não foi iniciado. Em entrevista coletiva, a direção do Museu Nacional comemorou o achado.

"O crânio foi encontrado fragmentado. Já achamos praticamente todo o crânio e 80% dos fragmentos já foram identificados e podemos aumentar esse número”, disse Alexander Kellner, diretor do museu.

A notícia do encontro do fóssil de Luzia foi antecipada pela Globonews na manhã desta sexta-feira e os detalhes foram confirmados durante a entrevista coletiva dos técnicos e da direção da instituição.

Segundo os técnicos, foram encontradas parte do frontal ( testa e nariz), parte lateral, ossos que são mais resistentes e o fragmento de um fêmur que também pertencia ao fóssil e estava guardado. Uma parte da caixa onde o crânio de Luiza estava também foi recuperada.

Estamos no momento do escoramento e já podemos recuperar algumas partes do acervo. Hoje é um dia feliz, conseguimos recuperar o crânio da Luzia, dano foi menor do que esperávamos. Os pedaços foram achados há alguns dias, eles sofreram alterações, danos, mas estamos muito otimistas com o achado e tudo que ele representa. Ele estava em um local preservado onde já ficava, que era um local estratégico. Ficava dentro de uma caixa de metal dentro de um armário”, disse Claudia Rodrigues uma das integrantes da equipe.

Quem é Luzia?

Encontrado em Minas Gerais na década de 1970, este seria o fóssil mais antigo das Américas. Este material foi o responsável por mudar a teoria da povoação do continente americano.

A busca pelo fóssil foi realizada a partir das obras emergenciais, que são realizadas há cerca de 1 mês.

Essas intervenções, que custam R$ 9 milhões, devem ser realizadas até fevereiro de 2019. Além de Luzia, outros objetos foram encontrados no local.

Doação de terreno e verbas

O Museu Nacional deverá retomar suas atividades 45 dias depois do incêndio que destruiu sua sede. A Secretaria do Patrimônio da União (SPU), do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, vai ceder uma área da União para abrigar laboratórios de pesquisa e centro de visitação para estudantes.

O Museu Nacional foi destruído por um incêndio em 2 de setembro passado. A Polícia Federal investiga o caso.

O terreno localizado em São Cristóvão, na Zona Norte da cidade, tem 49,3 mil metros quadrados e fica a cerca de um quilômetro da sede do museu. A área será dividida com o Tribunal de Justiça do RJ (TJRJ) que ficará com 10 mil metros quadrados.

Esta semana, o diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner, esteve em Brasília para um encontro com deputados federais do Rio de Janeiro. No encontro, ele pediu que fossem destinados cerca de R$ 50 milhões em emendas parlamentares para a reconstrução do prédio.

Kellner explicou que a solicitação de R$ 56 milhões são só para a fachada e que a estimativa dele para a recuperação total do museu é de R$ 300 milhões.

“Os R$ 56 milhões que pedi são apenas para recuperar a fachada, uma das principais partes históricas", disse durante a entrevista nesta sexta no Rio. (Com informações do G1).