Instalação do Demutran em Nova Olinda repercute e gera debates entre internautas


A instalação e os serviços prestados, mesmo que de forma incipiente de Agentes do Departamento Municipal de Trânsito (Demutran), em Nova Olinda, está rendendo bons debates. Tanto nas ruas e demais espaços físicos quanto nas redes sociais.

No ambiente virtual, principalmente via facebook (Grupo “Nova Olinda-CE”), as discussões vêm sendo proporcionadas através de textos do Blog Negro Nicolau. No último sábado, 24, ao dar publicidade aos questionamentos do jovem universitário Márcio dos Santos contrários a utilidade deste órgão em uma cidade pequena, vários navegantes se sentiram encorajados a também emitirem posicionamentos acerca do tema.

As ideias defendidas pelo estudante de design de produto da Universidade Federal do Cariri (UFCA), Márcio dos Santos (saiba mais sobre elas aqui) encontrou consolo em várias outras pessoas que se sentiram representadas, mas também foram rebatidas por outras.

Concordo com Márcio”, disse Océlia Sousa. Edjane Messias reconhece as diversas opiniões, porém faz uma ressalva. “Mas acredito que nossa cidade deveria dar prioridade à Saúde e Educação”, realçou. Ao endossar o coro dos que se posicionam contrário a medida, Francisco Sousa destaca que o Demutram já está iniciando de forma errada e explica. “As ruas não é asfaltada, não tem placa de sinalização. E tem mais tem muitas coisas ainda para fazer”.

Mas há aqueles e aquelas que acreditam que o Demutran se faz necessário em Nova Olinda. “Já estava em tempo” pontuou a Agente Comunitária de Saúde, Maria Fenelon Pereira. Já Lucia Cristina Cordeiro enfatizou a individualidade exacerbada das pessoas para defender seu posicionamento, como abaixo descrito:

O povo de Nova Olinda não quer benefícios para a cidade e sim em particulat para cada um. Vejamos o que aconteceu com o brinquedo praça dentro de seis dias foi totalmente destruído ficando sem condições para a inauguração. A população de Nova Olinda precisa de instrução em todos segmentos: trânsito, sustentabilidade; escolaridade; saúde etc”.

Lúcia cita que o trabalho desenvolvido pelos (as) Agentes do Demutran já está surtindo efeitos positivos. “Vejamos o quanto melhorou e povo está se educando com um única passagem para pedestre em frente a EE Ana Ferreira do Nascimento. O condutor de carro ou moto já aprendeu a respeitar o pedestre que ali precisar atravessar”, mencionou.

As opiniões não ficaram restritas apenas a moradores de Nova Olinda. Ao comentar o mesmo artigo supracitado e publicado na rede social deste professor e blogueiro, o policial militar Cícero Arlindo, que reside em Araripe, com um tom de ironia realçou “Estamos no Brasil. É mais bonito empinar moto e encarecer o sus e o seguro obrigatório. Quantos aos menos afortunados usa-se o bom senso, se não for "bonequeiro".”.

Praticamente no mesmo tom, Iva Pessoa, ora morando em São Paulo, escreveu:

Eu,li mas nao acredito que um comentário desses teve várias "curtidas",então a preservação da vida Nao é importante?Os governantes tem que ver todas as áreas do município e com essa iniciativa vai ajudar a diminuir os acidentes e por consequência os hospitais terão condições de dar um melhor atendimento aos que la vão e Nao são vítimas de acidentes de trânsito. Nao acham??Ano passado estive ai no Ceará, e capacete é usado protegendo o cotovelo,três pessoas em uma moto é a coisa mais normal do mundo pelo que vi. Um absurdo! !”

Até o fechamento desta matéria nenhum (a) representante da Administração Municipal havia se manifestado sobre a repercussão que houve com a instalação do Demutran.

Vale destacar que todos os comentários descritos aqui foram extraídos tal qual foram escritos.

Imagem capturada de comentários na postagem intitulada "Moradores contestam utilidade do Demutran
em Nova Olinda", do Blog Negro Nicolau.




Leonardo Boff pede ação do exército contra entreguismo de Michel Temer


O teólogo, escritor e ex-professor da Uerj Leonardo Boff pediu uma intervenção urgente do Exército, não contra os pobres das favelas do Rio de Janeiro, mas contra as ações de Michel Temer de entrega do patrimônio nacional.

Em sua página no Twitter, Boff criticou a venda da Embraer à norte-americana Boeing , que terá 51% da nova empresa. Temer exigiu que a Boieng só tivesse 51% – exatamente o controle de mais uma empresa brasileira desnacionalizada.

"Temer está vendendo bens fundamentais da nação: Embraer, Eletrobras,está negociando com a Nestlé a venda do Aquifero Gurani ,que garantirá para o pais, por muitos anos, água potável. Isso não pode passar em branco. O Chefe Supremo do Exército que zela pelo país, deve fazer alguma coisa", escreveu Boff, referindo-se ao general Eduardo Villas Bôas, comandante do Exército.

Villas Bôas já descartou em várias declarações uma intervenção na presidência da República. Em artigo sobre a intervenção militar no Rio de Janeiro na revista Veja desta semana, ele defende ser "fundamental" ao sucesso da empreitada que o interventor nomeado, general Walter Braga Netto, "disponha de todos os meios necessários.


"É importante que medidas legais, em caráter excepcional, sejam estabelecidas para que os militares possam atuar com maior efetividade e obtenham os resultados almejados pela sociedade, sempre respeitando as garantias constitucionais", afirma Eduardo Villas Bôas. (Com informações do Brasil 247).

(Foto: Reprodução/ Brasil 247).

Ministro Barroso, do STF, condena política de drogas e defende legalização


O ministro do STF diz que a política de drogas tem que quebrar o poder do tráfico, que advém da ilegalidade. E que uma das perversidades do sistema brasileiro  é proteger delinquentes ricos e penalizar jovens pobres.
(Foto: Tomaz Silva/ABR).
Boa parte da sociedade brasileira tem duas aflições: violência e corrupção. No entanto, mais da metade dos internos do sistema prisional brasileiro não estão presos nem por uma coisa, nem por outra, mas pelo porte de pequena quantidade de drogas. Dos jovens encarcerados por tráfico, 74% são primários, com bons antecedentes. E o que acontece? Preso por volta dos 18, 20 anos, esse jovem com bons antecedentes pode se tornar perigoso a partir do dia em que entra na prisão, quando passa a dever para a facção do seu bairro, da qual a sua família vira refém. Quando sair da prisão, anos depois, vai estar bem pior. A vaga que ele ocupou na penitenciária custou R$ 40 mil reais para ser criada. E custa mais de R$ 2 mil por mês para ser mantida. No dia seguinte à sua detenção, o jovem já foi substituído pelo tráfico, já que há um exército de garotos igualmente pobres para entrar no seu lugar. A insanidade dessa política fica evidente. A vida desse rapaz foi destruída, o que custou dinheiro da sociedade. Uma política impensada e sem sentido.

A constatação da dura realidade do jovem pobre do Rio de Janeiro, estado que há uma semana está sob intervenção federal decretada por Michel Temer, é do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso. Em palestra nesta sexta-feira (23), em seminário na Defensoria Pública da União no Rio de Janeiro para o lançamento da pesquisa Tráfico e Sentenças Judiciais – Uma Análise das Justificativas na Aplicação de Lei de Drogas no Rio de Janeiro, que pode ser acessada aqui, o magistrado foi duro e condenou a atual política de drogas, que segundo ele faz do Estado um parceiro do tráfico, que encarcera e destrói a vida e as perspectivas da juventude pobre como um todo.
Para assistir à íntegra da palestra do ministro, clique aqui.

Barroso criticou duramente as "injustiças e perversidades" da atual legislação brasileira, feita “para pegar menino pobre, com 100 gramas de maconha”, mas que protege “delinquentes ricos”.

O sistema punitivo brasileiro é para pegar a clientela dos senhores", disse, dirigindo-se à plateia formada principalmente por defensores públicos. "Essa é a dura e triste realidade. É muito mais comum e mais fácil prender um menino com 100 gramas de maconha, ou 2 de cocaína, do que prender alguém que desvie R$ 10, 20 milhões. O sistema é concebido para não alcançar essas pessoas. A classe dominante nacional concebeu um sistema punitivo que a imuniza. Basta comparar o tratamento que se dá ao furto e à sonegação".

Ricos delinquentes

Conforme enfatizou, o menino pego com 100 gramas de maconha é detido antes da decisão em primeiro grau e fica preso até o fim. "E muitas vezes a sentença aplica penas alternativas. Então ele passa anos preso sem razão de ser. O sistema é incapaz de punir em tempo e na hora os ricos delinquentes. E como a vida é feita de incentivos e riscos, e há muitos incentivos para a delinquência de ricos e poucos ricos, a gente criou uma legião de ricos delinquentes, que fazem negócios desonestos com naturalidade. Esse sistema que nós criamos naturalizou coisas erradas para encobrir no andar de cima e é duríssimo com o andar de baixo. Mas dizem que o Brasil é o pais da impunidade, com tantos presos. Só que são os presos errados. Sistema manso com os ricos e duro, duríssimo, com os pobres. É preciso equalizar esse sistema, que precisa ser moderado,igualitário. No Brasil prende-se muito e prende-se mal."

Barroso lembrou que até os Estados Unidos, que lidera
a guerra às drogas, vem aos poucos descriminalizando.
(Foto: Arquivo/EBC).
O ministro, que lamentou o atraso na discussão da descriminalização do porte de drogas para consumo pessoal pelo STF, lembrou que a guerra às drogas fracassou em todo o mundo. "Os Estados Unidos, desde a década de 1970, lideraram uma guerra, com uso militar, contra as drogas em várias partes do mundo, que custaram milhões de dólares, centenas de milhares de vidas e outros tantos de prisões. Mas o consumo de drogas no mundo inteiro não parou de crescer. Estamos falando de uma guerra que foi perdida", disse.

E lembrou que ganham forças nos Estados Unidos experiências de descriminalização, como o uso da maconha para fins medicinais, e descriminalização para uso recreativo em diversos estados norte-americanos.

"E não é porque se achou que a droga é uma coisa boa, mas porque a descriminalização é a forma menos pior de enfrentar o problema que a criminalização. Mesmo no pais que liderou a guerras às drogas boa parte dos estados já descriminalizou. E do ponto de vista econômico, a única coisa que a criminalização faz é assegurar o monopólio do tráfico. Então o Estado é parceiro do tráfico ao criminalizar."

Barroso foi enfático ainda ao destacar que um "jovem da juventude dourada da zona sul do Rio" que morre de overdose de cocaína, é uma perda para a humanidade como qualquer outra vida desperdiçada. Mas que este está longe de ser o maior problema no país.

"O maior problema brasileiro em termos de drogas é o poder que o tráfico exerce sobre as comunidades carentes, é a ocupação política e econômica dos espaços pobres por esse poder paralelo, que oprime e comete uma das maiores violações dos direitos ao impedir que uma família honesta crie seus filhos dentro de uma cultura de honestidade, que são cooptados pelo tráfico. Essa juventude perde a perspectiva de uma vida digna, de um futuro, porque vive em espaços ocupados pelo tráfico. Então as políticas têm de quebrar o poder do tráfico, que advém da ilegalidade. E a luta armada contra o tráfico não venceu os criminosos", ressaltou.


Conforme defende o ministro do STF, uma política antidrogas deve quebrar o poder do tráfico e legalizar as drogas, que devem passar a ser tratadas como os cigarros, ter publicidade proibida, venda proibida a menores, pagar impostos e estar submetida à regulação estatal. (Com informações da RBA).

Moradores contestam utilidade do Demutran em Nova Olinda


Menos de vinte e quatro (24) horas depois do prefeito de Nova Olinda, Afonso Sampaio (PSD), autorizar o trabalho pelas vias públicas dos agentes do Departamento Municipal de Trânsito (Demutran), moradores já contestaram a utilidade do órgão.

Um dos mais críticos da operacionalidade dos serviços a ser prestado pelo Departamento de Trânsito no âmbito municipal foi o estudante de design de produto da Universidade Federal do Cariri (UFCA), Márcio dos Santos.

Para o universitário, “Nova Olinda não precisa de um Demutran”, mas “de coerência e transparência nos serviços que buscam ser aplicados”. Ao esmiuçar seus argumentos, Márcio foi taxativo ao afirmar que os serviços a serem prestados pelo órgão é cabível a “cidade grande” e que quando aplicados a uma cidade pequena as ações advindas destas serão aproveitadas “por uma pequena classe”, ao passo que os “que se encontram a margem do centro da cidade sofrerá, será marginalizado e esquecido pelos gestores públicos”.

Ainda segundo ele, o desenvolvimento do município deve passar necessariamente pela oferta “de um bom salário para esses todos” e enfatizou que existe “famílias que sobrevivem com menos da metade de um salário mínimo” e outras “que moram em áreas de risco e insalubres” e outras ainda “com crianças fora da escola”. Ele realça que todos estas pessoas estão esquecidas e indaga “e a gestão para essas pessoas, onde está”?

O universitário destaca que “os gestores deveriam buscar solucionar primeiro os pequenos problemas ou aqueles problemas mais latentes, para que depois pudessem ter argumentos para aplicar um ‘grande serviço para a cidade’”.

A nota foi compartilhada na sua rede social facebook neste sábado, 24, e recebeu dezenas de curtidas e comentários elogiosos a sua postura.

Boas palavras Márcio Dos Santos, São poucas as pessoas do nosso município que assim como você enxerga o social do município, uma cidade antes mesmo de edificações ou seja estruturas físicas é feita de pessoas e essas pessoas precisam de respeito e de pelo menos uma vida digna", disse Miguel Barros(texto retirado tal qual foi postado).

Outro internauta, Adeeh Miranda, foi além e disse “José Márcio pra vereador #2020”.

Ao justificar a operacionalidade do Demutran o prefeito Afonso afirmou ser “necessário mudar o comportamento dos condutores para reduzir os acidentes de trânsito com vítimas fatais” e que “a educação é o caminho para mudar a cultura da imprudência”.

Abaixo integra da nota de Márcio dos Santos

Aos que acreditam que o desenvolvimento de uma cidade pode ser medido por serviços e ações de cidade grande aplicados numa cidade pequena, não se enganem. Pois quando se aplicam essas ações e serviços sempre serão voltados e aproveitados por um pequena classe, e mais uma vez, aqueles que se encontram a margem do centro da cidade sofrerá, será marginalizado e esquecido pelos gestores públicos. Desenvolver uma cidade é fazer dela uma cidade igual para todos.

O desenvolvimento em uma cidade como Nova Olinda, deve ser buscado através de serviços para as populações que são marginalizadas, não significa esquecer a classe média, mas fortalecer as ações para as classes menos privilegiadas. O desenvolvimento deve ser buscado através de um bom salário para esses todos, tem famílias que sobrevivem com menos da metade de um salário mínimo; tem famílias que moram em áreas de risco e insalubres; famílias com crianças fora da escola. Todos eles esquecidos, e a gestão para essas pessoas, onde está?

Os gestores deveriam buscar solucionar primeiro os pequenos problemas ou aqueles problemas mais latentes, para que depois pudessem ter argumentos para aplicar um "grande serviço para a cidade".

Nova Olinda não precisa de um Demutran, ela precisa de coerência e transparência nos serviços que buscam ser aplicados”.

Agentes do Departamento Municipal de Trânsito (Demutran) de Nova Olinda tem serviço autorizado pelo prefeito Afonso Sampaio nesta sexta-feira, 23. (Foto: Divulgação/ Portal do Município).

“Preto não pode andar de táxi?” Judoca Rafaela Silva relata abuso policial


Judoca Rafaela Silva relata abuso de policial. (Foto: Divulgação).

Campeã mundial de judô em 2013 e medalha de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio 2016, Rafaela Silva relatou ter sido vítima de preconceito nesta quinta-feira (22), no Rio de Janeiro.

A judoca afirma que foi parada por um policial ao pedir um táxi no aeroporto. Segundo ela, o homem só entrou na viatura e foi embora depois de perguntar ao taxista se ele a havia “pegado na favela”.

Na altura do campeonato, chegando no Rio de Janeiro, tive que passar vergonha e descobrir que preto não pode andar de táxi agora. Passaram 4 policiais dentro do carro e ficaram encarando o táxi que eu estava dentro”, começou a relatar em um vídeo publicado no Instagram.

Eu continuei mexendo no celular, fingi que não era nem comigo. Daqui a pouco eles ligam a sirene e mandam o taxista encostar. Levaram o taxista pra um lado, e o outro rapaz bateu com a arma na janela e me chamou do outro lado. Isso com a avenida Brasil inteira olhando, achando que a polícia tinha capturado um bandido”, prosseguiu.

O cara olha pra minha cara e pergunta: ‘trabalha com o quê?’. Falei que não trabalho, sou atleta. ‘Tu é aquela da olimpíada, né? Mora onde?’ Jacarepaguá, estou tentando chegar em casa. O taxista disse que me pegou no aeroporto”, disse Rafaela.

O policial falou: ‘ah tá, pode ir lá então, achei que tu tinha pego na favela (sic)’. Agora preto nem de táxi pode andar que deve estar assaltando, roubando””, concluiu a judoca. (Com informações do EsporteUol).


A indígena Sonia Guajajara pode ser a vice de Guilherme Boulos


Guilherme Boulos, o principal líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), já admitiu que estão bem avançadas as negociações para que ele aceite ser o candidato do PSOL à presidência da República este ano. As conversas avançaram tanto que há semanas um nome vem se fortalecendo dentro do partido para assumir como vice de sua chapa: a líder indígena Sonia Guajajara. As informações são de Anna Virginia Balloussier, da Folha de S.Paulo.

Tudo caminha para Sonia ser a vice”, diz o deputado Marcelo Freixo, um dos entusiastas na sigla da composição que vem sendo tratada, no campo progressista, como uma esquerda “puro sangue”. Ter uma mulher indígena ao lado do líder de um dos maiores movimentos sociais do país foi um dos fatores que animaram também o casal Caetano Veloso e Paula Lavigne, que tem cumprido papel informal de apoiadores de candidaturas esquerdistas – como as de Boulos (presidência) e Freixo (Congresso).

Caetano usou a dupla como sinônimo de coisa boa ao escrever no coletivo jornalístico Mídia Ninja sobre o som do Baiana System, banda que viu no Carnaval de Salvador. “É como se Boulos tivesse sido eleito presidente e Sonia Guajajara vice – e seu mandato estivesse dando certo”.

Ao contrário do coordenador do MTST, ainda sem partido, Sonia, 43, já é do PSOL. Filiou-se em 2011, após deixar o PT, decepcionada com “aquelas alianças lá com a Roseana”. Referia-se ao apoio prometido pelo PT nacional à então governadora do Maranhão, primogênita de José Sarney, dez anos atrás.

É do Estado que vem a tribo de Sonia, os guajajaras. Ela saiu de lá pela primeira vez aos 15 anos, para fazer ensino médio num colégio interno agrícola em Minas, com suporte da Funai -hoje é pós-graduada em Educação pela Universidade Federal do Maranhão e coordena a Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil).

A ideia inicial, conta Sonia, era se candidatar ao Congresso, que não tem um parlamentar indígena desde o cacique xavante Mario Juruna. Em dezembro, a candidatura teve um “upgrade”: ela lançou uma carta se apresentando como postulante à presidência, endossada pelo Setorial Nacional Ecossocialista do PSOL. Nela, pleiteia espaço para “os povos originários”: “Ocupamos as redes sociais, mas nem por isso deixamos de sofrer racismo, ver nossas lideranças sendo assassinadas, a juventude sem perspectivas, os direitos sendo retirados, os territórios invadidos ou sendo entregues ao agronegócio”.

A iniciativa “realmente fez com que o partido e o próprio Boulos se interessassem”. Daí a ideia de uma chapa conjunta, ainda na “fase de diálogo”, segundo ambos. Em março, o líder do MTST deve cravar se é ou não presidenciável.

Há anos Sonia frequenta o noticiário como porta-voz da causa indígena – que, para ela, nem mesmo o PSOL dá a merecida atenção. “Embora seja o partido que mais defende as minorias, ainda precisa se aprofundar bastante. Em todos os debates, a questão [dos povos originários] é superficial”.

No Rock in Rio 2017, ela subiu no palco a convite de Alicia Keys. Discursou ao som de “Kill Your Mama” (mate sua mamãe), música em que a cantora americana critica a humanidade, que “brinca de Deus” ao devastar a natureza.

No Carnaval do mesmo ano, Sonia posou com a atriz Leticia Sabatela, as duas com pinturas indígenas no rosto, após participarem do desfile da escola de samba Imperatriz Leopoldinense -ela não “vê como afronta, apropriação cultural” quando brancos adotam seus códigos culturais em fantasia, desde que não haja “deboche, caricatura”.

Sonia é fluente nos signos da esquerda brasileira. Para ela, Michel Temer é “golpista”, respaldar a candidatura de Lula é “defender a democracia” etc. Unir-se a personalidades como Caetano e Paula Lavigne, diz, é uma forma de “dar visibilidade” a um assunto que costuma ser escanteado pela opinião pública. “A [cantora] Maria Gadú foi no Maranhão conhecer [uma aldeia], apoiar de alguma forma. Essa articulação com artistas é uma forma de sensibilizar, não ficar só nas redes sociais”. (Com informações da Revista Fórum).


 
"Ocupamos as redes sociais, mas nem por isso deixamos de sofrer racismo, ver nossas lideranças sendo assassinadas, a juventude sem perspectiva, os direitos sendo retirados", afirma Sonia Guajajara. (Foto: YouTube).

Blogosfera de Altaneira: um ambiente masculinizado


O campo das ideias e da tomada de posição através da blogosfera ou incitada por ela é bem recente em Altaneira. Antes, discussões sobre esportes, política e religião - curiosamente aqueles ao qual se ouve a mais tola das informações – que não se discute, pois cada um/a tem o/a seu/sua, era motivo de calorosos debates nas ruas, nas praças, no ginásio poliesportivo e em casa e nas calçadas.

Eu mesmo ficava até altas horas no banco da praça do poliesportivo resenhando o jogo com a galera, mas não só. Falávamos também sobre os temas quentes de alcance nacional, estadual e municipal. É bem verdade que esses espaços elencados nunca deixaram de ser referência para debates. Os de idade mais avançada ainda resistem bravamente ao poder avassalador das redes sociais. Uns porque não curtem, outros porque mesmo aderindo a ela ainda preferem o olho no olho.

Confesso que a relação pessoal ao invés da virtual é a minha preferida, mas me rendi (com os devidos cuidados e receios) desde 2011 ao poder das redes sociais e mais especificamente a divulgação de conteúdos e de temas geradores por meio dela que escrevo ou simplesmente extraio de sites e outros diários eletrônicos confiáveis para o meu blog. Assim como eu, vários outros assim o fazem. Devo dizer que não fui o pioneiro.

O primeiro blog lançado e curiosamente com a terminologia “Altaneira” no nome foi o do advogado Raimundo Soares Filho, em 21 de fevereiro de 2010. Pouco mais de um ano e dois meses depois, lancei o “Altaneira Infoco”. Com o passar dos meses percebi que o nome não me agradava, passando a denominação de “Informações em Foco" e há quase dois anos todos podem ter acesso ao conteúdo compartilhado pelo Blog Negro Nicolau. A ideia de mudar o nome se deu em face de poder, através deste veículo de comunicação contribuir a partir das minhas ações de sentimento de pertencimento, para que outras pessoas se sintam representadas e empoderad@s por negr@s e negros e possam ainda se sentirem como tal, lutando para superar e eliminar um dos maiores canceres do Brasil – o preconceito e o racismo.

A blogosfera de Altaneira é uma das mais atuantes da região do cariri e não seria nenhuma ousadia dizer do Estado. Todos os dias cidadãos e cidadãs altaneirenses, residentes aqui ou não, podem ter acessos aos mais diversos temas, dos mais simples aos mais complexos e com uma didática capaz de atender a todas as idades.

Tem blog que fala quase que exclusivamente sobre política partidária, seja ela local ou não. Há aqueles que dedicam parte do seu tempo para escrever e compartilhar acerca da religiosidade. O Blog “Ministério Nissi”, administrado e editado pelo servidor público municipal, Vinícius Freire, é o mais forte exemplo. A variedade não para por aí. Aqueles e aquelas que curtem informações referentes aos aspectos científicos e tecnológicos não estão órfão/ã. O "Blog do Professor Paulo Robson" lhes presenteia (não com regularidade diária, mas é perfeitamente entendível). Vale destacar aqui o "Blog A Pedreira", administrado pelo hoje assessor de comunicação da Câmara, Júnior Carvalho, o "Blog do Vereador Professor Adeilton", o "Esporte é vida" que traz notícias acerca do futebol local, editado e administrado pelo presidente da Associação Esportiva Altaneirense (AEA), Humberto Batista e o "Blog Mandíbula de Altaneira" que assim como o do Paulo vez ou outra aparece com alguma informação. Este tem o professor e sindicalista José Evantuil como administrador.

Não se pode esquecer dos diários virtuais institucionais – Blog da Rádio Altaneira FM, Blog da ARCA e Blog da Acontrial e daqueles de iniciativa pessoal, mas que não possuem atualizações.

São mais de 10 portais hospedados na internet, mas o ambiente da blogosfera altaneirense é totalmente masculino. Apenas uma mulher atuou, mas por pouco tempo. Francilene Oliveira, estudante de História (URCA) checou a escrever textos e compartilhar no Blog da Acontrial, mas não mais o fez. Mas porque esta ferramenta ainda é pouco ou quase inutilizada pelas mulheres?

Em um mundo cada vez mais tecnológico e com informações ao alcance em tempo real, ter um blog ou um site se torna cada vez mais importante. Mas qual a razão dessa importância? Se limitar a uma justificativa em específico é cair em um simplismo gritante. Então, que tal criar um ou usar o que você já tem para denunciar maus-tratos a animais irracionais e a pessoas, principalmente crianças e idosos/as? Que tal usar de seu poder de argumentação e escrever sobre o poder que as ‘grandes’ mídias (controladas por poucas famílias e por setores religiosos) tem para manipular pessoas e falsear informações? Ou talvez para ser uma ativista dos direitos humanos, lutando e compartilhando conhecimento acerca das desigualdades que afetam principalmente os grupos que sempre estiveram e ainda estão à margem do poder, como mulheres, mulheres negras, negros, gays, lésbicas, trans..., etc? Já pensou nisso?

A Blogosfera pode ser um caminho para enfrentar as imundices que assola o país. Afinal, conhecimento é algo que precisa ser compartilhado. Conhecimento que não é partilhado é apenas informação acumulada e isso não serve.


Ruas centrais de Altaneira. (Imagem capturada de um vídeo no You Tube).

Demutran - Nova Olinda passa a ter serviços de trânsito


Nova Olinda, na região do cariri, passa a fazer parte da lista dos 50 municípios cearenses que tem o serviço de trânsito municipalizado. Isso porque o Departamento Municipal de Transito (Demutran) quatro agentes deste órgão já iniciaram os trabalhos pelas vias públicas nesta sexta-feira, 23.

Segundo informações colhidas junto ao portal oficial do município, o prefeito Afonso Sampaio (PSD) entregou fardamentos e autorizou a atuação diária dos agentes. A equipe conta com uma mulher.

O Demutran ainda não está fiscalizando no sentido de aplicar multas a condutores/as de veículos automotores, mas tão somente agindo junto a estes/as no sentido de conscientizá-los/as. Contudo, fixou prazo de 180 dias para que haja a regularização às normas de trânsito e 45 dias para que os veículos estejam em condições legais para trafegar.

Passado esse período, todos (as) estão passíveis de multas. O dinheiro arrecadado dessa fonte deve ser usado para a instalação de semáforos, na melhoria da sinalização e na promoção de educação no trânsito.

Desde de 1998, todos os municípios precisam contar com órgãos que possam gerir o tráfego, mas isso ainda não é uma realidade. No Ceará, apenas 29% dos municípios contam com esse tipo de serviço.

Agentes do Departamento Municipal de Trânsito (Demutran) de Nova Olinda tem serviço autorizado pelo prefeito Afonso Sampaio nesta sexta-feira, 23. (Foto: Divulgação/ Portal do Município).