Gabarito oficial do Enem 2017 é divulgado pelo Inep


Foi divulgado nesta terça-feira, 14, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) o gabarito oficial do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Para conferir as respostas basta acessar o sitio do Ministério da Educação (MEC) na internet. Conforme informações do próprio órgão, o Boletim de Desempenho deverá ser disponibilizado aos participantes em 19 de janeiro de 2018.

Clique aqui e confira o Gabarito.


(Foto: Divulgação).

Escola Sem Mordaça divulga Carta Aberta aos Cidadãos de Nova Olinda


O coletivo "Escola Sem Mordaça - Nova Olinda (CE)", resolveu seguir o dito popular que diz “várias cabeças pensam melhor do que uma” e ao juntar as ideias redigiram uma Carta Aberta aos Cidadãos de Nova Olinda. 

O teor da carta que foi divulgada no facebook na manhã desta segunda-feira, 13, pelos universitários Márcio dos Santos, Matheus Santos e Luan Moura versa sobre o estapafúrdio Projeto de Lei do Vereador Adriano Dantas (PSB) que proíbe a discussão de gênero e sexualidade na rede pública de ensino desta municipalidade sob a denominação de “Ideologia de Gênero”.

Segundo o coletivo, há uma onda de cunho conservador que está tomando conta do cariri cearense, seguindo um movimento de proporção nacional. “Os responsáveis por essa onda estão distorcendo o debate acerca dos estudos sobre gênero e sexualidade. Ao invés de informar e esclarecer a população, utilizam a desinformação para construir um discurso populista, muitas vezes impregnado de fundamentos e apelos religiosos. Alguns dos responsáveis pela desinformação utilizam a posição de visibilidade social que possuem para influenciar e impor seus discursos”, diz introdutoriamente a carta que além de ter a típica manifestação de repúdio ao projeto, elucida pontos equivocados no documento do edil psbista.

Confira íntegra da Carta encaminhada à redação do Blog Negro Nicolau:

Uma onda conservadora está se instaurando na região do Cariri cearense, acompanhando um movimento de proporção nacional, que visa calar os debates sobre pluralidade, diversidade e respeito. Os responsáveis por essa onda estão distorcendo o debate acerca dos estudos sobre gênero e sexualidade. Ao invés de informar e esclarecer a população, utilizam a desinformação para construir um discurso populista, muitas vezes impregnado de fundamentos e apelos religiosos. Alguns dos responsáveis pela desinformação utilizam a posição de visibilidade social que possuem para influenciar e impor seus discursos.

De maneira imediata, projetos são criados sem a participação efetiva da população. Decisões de tal natureza mostram que as políticas públicas são feitas para pequenos grupos e distanciadas da grande maioria da população. Foi justamente isso que aconteceu no município de Nova Olinda: o Projeto de Lei proposto pelo Poder Legislativo, que trata da proibição da chamada "ideologia de gênero” no ensino municipal, só ganhou repercussão pelo fato de ter sido vazado. Apesar de reconhecer que o projeto ainda iria ser apresentado, não podemos negar que a divulgação de propostas é insuficiente e alcança apenas um pequeno número de pessoas.

Além de manifestar nossa rejeição ao Projeto de Lei 16/2017, esclarecemos algumas ideias equivocadas que estão sendo disseminadas:

       Esse projeto de lei não contribui em nada com a educação, apenas promove retrocessos. “Ideologia de gênero” é uma expressão utilizada pelos que querem impedir que a discussão sobre gênero e respeito às diversidades seja feita nas escolas. O objetivo é confundir as pessoas. Não existe em nenhum momento a intenção doutrinar a sexualidade de crianças e adolescentes, muito menos de induzir a uma sexualização precoce. Não é possível mudar a orientação sexual de ninguém e a proposta não é essa. O objetivo é promover uma educação que rompa com toda forma de preconceito e violência, levando em consideração a idade e etapas de desenvolvimento das crianças e adolescentes. Discutir gênero nas escolas é combater todas as formas de discriminação, como o machismo, racismo, sexismo, misoginia, homofobia e transfobia. A censura contribui para o agravamento dos problemas de convivência no ambiente escolar e consequentemente para uma sociedade intolerante, preconceituosa e violenta.

       Garantir um processo formal de educação pautado na liberdade e no respeito às diferenças, não é ser contra a participação da família nesse processo. Pelo contrário, isso também requer a valorização das experiências adquiridas no convívio familiar e comunitário. No entanto, a autonomia das escolas e dos educadores não pode ser comprometida. Também não é ser “contra a família”, mas garantir que todas as formas de constituição familiar sejam respeitadas e não somente um modelo heteronormativo.

       Apesar da legislação não privilegiar princípios religiosos, muitos defensores do projeto utilizam discursos que colocam estes princípios acima da laicidade garantida constitucionalmente. O que deve ser construído é um debate que respeite todas as crenças e religiões. Não podemos permitir que a intolerância religiosa impeça a efetivação de direitos. Temos crenças diversas e não-crenças que precisam ser respeitadas, mas que não podem bloquear processos democráticos de cunho político e social.

       A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) recomenda que se discuta gênero nas escolas, em defesa do respeito às diversidades. A Constituição Federal assegura a “liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber”. Além disso, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) visa o pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, o respeito à liberdade, apreço à tolerância e garante a gestão democrática do ensino público. Portanto, as decisões devem respeitar as determinações legais e garantir a participação de toda a sociedade, incluindo a família, os estudantes e os mais diversos tipos de educadores e pesquisadores. Também é preciso valorizar conhecimentos, experiências, saberes e fazeres do povo nas artes e na cultura. A educação não deve ser um assunto restrito, mas de interesse geral, em que todos estejam conscientes das possibilidades e potencialidades educacionais do nosso município. É essencial que o poder público crie canais de diálogo e núcleos de debate sobre a educação e promova uma gestão transparente e participativa que envolva a fiscalização de recursos.

É preciso pautar os debates naquilo que diz respeito aos problemas reais do nosso município e criar políticas públicas que os solucionem, o que requer o envolvimento da população. Precisamos exigir uma efetividade maior do Poder Legislativo diante de questões realmente primordiais. Impedir que assuntos como gênero, orientação sexual e identidade de gênero sejam abordados no ambiente escolar, é criar obstáculos para o acesso e permanência dos estudantes na escola. Mais que isso: é fechar os olhos e abrir ainda mais espaço para a violência gratuita contra as mulheres e LGBTs. Precisamos construir uma educação que valorize o respeito e que seja capaz de promover a paz social.

"Essa carta é o retrato da opinião de inúmeros novolindenses que compartilham das mesmas ideias defendidas nesse texto".

Carta assinada pelo Coletivo "Escola Sem Mordaça-Nova Olinda (CE). (Foto: Reprodução/ Facebook).



Cavalo de Troia - Mulheres fazem atos em 25 cidades contra PEC que proíbe o aborto


Mulheres foram hoje (13) às ruas em 25 cidades para protestar contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 181, apelidada por elas de Cavalo de Troia. Aprovada em comissão especial no último dia 8, com 18 votos a favor e um contra, a proposta previa, a princípio, ampliar a licença maternidade para mães de bebês prematuros.

Só que o projeto foi modificado pelo relator Jorge Tadeu Mudalen (DEM-SP), passando a definir que a vida começa na concepção – daí o apelido, referindo-se à lenda do cavalo de madeira recebido como prêmio, mas que estava carregado de soldados inimigos em seu interior.

As manifestações estão sendo organizadas pela Marcha Mundial das Mulheres, Povo Sem Medo, Frente Feminista de Esquerda e diversos outros coletivos feministas.

Em Ribeirão Preto (SP), o ato foi realizado pela manhã, na Esplanada do Theatro Pedro II. Em Salvador, teve início no começo da tarde, na Praça da Piedade.

A partir das 16 horas, as manifestantes começaram a se reunir no Rio de Janeiro, em São Paulo, Curitiba, Belo Horizonte, Porto Alegre, Fortaleza, Belém, Florianópolis, Recife, Ribeirão Preto, Manaus, Brasília, Maringá, Campinas, Goiânia, Taubaté, Juiz de Fora, Uberlândia, Campo Grande, São Carlos, Maceió, Manaus e Vitória.

Hostilidade

Para a professora da Universidade de Brasília (UnB) e pesquisadora da Anis – Instituto de Bioética, Débora Diniz, a criminalização do aborto reflete uma hegemonia política de raízes religiosas muito hostil à defesa dos direitos das mulheres. "Basta ver a aprovação a PEC 181. Para os deputados, antes uma mulher vítima de estupro presa, ou no cemitério, do que em um hospital decidindo legalmente interromper a gestação fruto da violência. É uma decisão cruel para a vida das mulheres reais em nome de uma concepção religiosa de uma ideia de vida", disse.

A ameaça de retrocesso, segundo ela, é tendência mundial. "Há um fortalecimento conservador que tem conseguido atingir uma audiência ampla com um discurso acessível. O campo progressista tem falhado em fazer o mesmo."


No entanto, conforme ela lembrou, os momentos de crise são também oportunidades de reorganização para saídas criativas. "Temos no momento uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação, e já há 17 organizações com pedidos de ingresso como amicus curiae (amigas da corte) favoráveis ao pedido. Tudo ocorreu este ano. A reação à PEC também é momento de unir forças antes não mobilizadas", disse. (Com informações da RBA).

Para Débora Diniz, da UNB, há uma hegemonia política de raízes religiosas muito hostil à defesa dos direitos das mulheres.
"Antes uma mulher vítima de estupro presa ou no cemitério do que decidindo interromper a gestão fruto da violência".
(Foto: George Campos/ USP Imagens).

ENEM 2017: Gabarito oficial será divulgado na quinta-feira



O gabarito oficial do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) será divulgado na próxima quinta-feira (16) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). A correção das provas é feita usando a metodologia da Teoria de Resposta ao Item (TRI), em que o valor de cada questão varia conforme o percentual de acertos e erros dos estudantes naquele item.

Dessa forma, um item em que grande número dos candidatos acertarem será considerado fácil e, por essa razão, valerá menos pontos. Já o estudante que acertar uma questão com alto índice de erros ganhará mais pontos por aquele item.

Por isso, não é possível calcular a nota final apenas contabilizando o número de erros e acertos em cada uma das provas. Dois candidatos que acertarem o mesmo número de questões podem ter pontuações diferentes.  O estudante só tem como saber a nota final no Enem quando o resultado sair.

A correção é feita por meio de um sistema de reconhecimento no qual a Fundação Getulio Vargas e a Cesgranrio extraem os dados com as respostas das questões objetivas de cada participante, durante a etapa de digitalização. Por isso, é imprescindível que o preenchimento do cartão-resposta tenha sido realizado com caneta esferográfica de tinta preta.


O Boletim de Desempenho deverá ser disponibilizado aos participantes em 19 de janeiro de 2018. (Com informações da Agência Brasil).


Segundo professor e cientista político, ‘Cenário das eleições de 2018 será parecido com o de 1989'


A falta de capacidade dos partidos de coordenarem o jogo político tornará o cenário das eleições de 2018 igual ao de 1989, ou seja, bastante fragmentado. Essa é a avaliação do cientista político e professor da Universidade Federal do ABC (UFABC), Vitor Marchetti. "Um candidato que receba 25% ou 30% de votos pode ter muitas chances de disputar segundo turno", afirma, em entrevista aos jornalistas Marilu Cabañas e Glauco Faria à Rádio Brasil Atual, nesta sexta-feira (10).

O especialista também avaliou a disputa que acontece no PSDB. Nesta quinta-feira (9), o senador Aécio Neves (MG) destituiu o também senador Tasso Jereissati (CE) da presidência do partido. "Essas disputas no PSDB parecem uma questão de sobrevivência do partido para 2018, porque há o risco de a legenda ter iniciado todo o processo do golpe parlamentar e não conseguir capitalizar eleitoralmente isso", avalia.

Leia a entrevista completa clicando aqui

Marchetti: 'jogo está pulverizado. Terá muita novidades de nomes que não esperávamos, mas vão aparecer'.
(Foto: Juca Varella/ Agência Brasil)

New York Times faz matéria sobre caso de racismo de Waack e cita Fórum


O jornal americano The New York Times fez matéria nesta sexta-feira (10), sobre o caso do jornalista William Waack, cujo vídeo gravado fazendo comentários racistas vazou nesta semana, provocando a demissão do jornalista.

A matéria do NYT, com o título “‘It’s a Black Thing’: Offensive Quip Becomes a Rallying Cry in Brazil” (‘É coisa de Preto’: Expressão Ofensiva se Torna um Grito de União no Brasil) traz foto e link do Canal Fórum no YouTube, da Revista Fórum, que foi uma das primeiras (senão a primeira) a dar o assunto que, logo após, explodiu nas redes.

No texto, o jornal afirma que “os brasileiros negros se reapropriaram da expressão insultante ‘É coisa de Preto’, dita por um proeminente âncora de TV, para chamar a atenção para as contribuições de brasileiros de ascendência africana e também para o persistente impacto da descriminação racial no Brasil”.

A matéria descreve o caso em detalhes e diz que, logo após o vídeo começar a circular nas redes, ocorreu uma reação rápida e indignada. “Na quarta-feira a expressão ‘É Coisa de Preto’ foi parar nos trend topics do Twitter no Brasil”.

O texto lembra também que “o Brasil foi o último país das Américas a abolir a escravidão, em 1888. Durante três séculos, cerca de quatro milhões de africanos foram levados para lá e forçados a trabalhar em campos, minas e casas particulares. Hoje, pouco mais de 50% dos brasileiros se identificam como negros ou biraciais, e muitos brasileiros dizem que há uma harmonia racial no Brasil que não existe nos Estados Unidos”.

O NYT lembra, no entanto que “os números apontam para uma realidade diferente: o Brasil é um país onde a expectativa de vida dos homens negros é consideravelmente menor do que para os brancos e onde as pessoas de ascendência africana ganham 36% menos do que os brasileiros não negros”. (Com informações do Portal Fórum).

(Reprodução/ Portal Fórum).

Câmara paga aposentadoria de Geddel e Henrique Alves, que estão presos


A Câmara dos Deputados desembolsa mensalmente R$ 62.114,26 para o pagamento da aposentadoria de dois ex-deputados federais presos.

Os ex-ministros do governo Temer Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) recebem, respectivamente, R$ 41.760 e R$ 20.354,26 mil pelos benefícios.

A informação foi obtida pela Coluna do Estadão por meio da Lei de Acesso à Informação.


Geddel está preso na Papuda, em Brasília, desde 8 de setembro. Já Henrique Alves está na Academia da Polícia Militar do Rio Grande do Norte. (Com informações do 247).


Nova Olinda –CE: “Sobre o PL 16/2017: o direito que acham que tem?”, por Francisco Pedro*


Primeiramente, gostaria de parabenizar a todos que estiveram presente na sessão na Câmara de Vereadores de Nova Olinda e manifestaram-se contrários a tal proposição. Que bom ter visto colegas assistentes sociais, empenhados na “eliminação de todas as formas de preconceito, incentivando o respeito à diversidade, à participação de grupos socialmente discriminados e à discussão das diferenças”, conforme preceitua o Código de Ética da categoria.

No vídeo (clique aqui e confira), destaco um trecho da falar do vereador Adriano, quando o mesmo afirma que apresentou o projeto e agora - os contrários à proposição - corressem atrás do direito que eles acham que tem. A fala é icônica, por demonstrar o quanto o Direito vem sendo substituído por juízos morais. Lênio Streck, constitucionalista brasileiro, afirma que “A democracia dos séculos XX e XXI apenas se consolidou porque o Direito foi um instrumento fundamental para filtrar a política e os juízos morais. E não o contrário. Quer dizer, se é a moral que filtra o Direito, então não há mais Direito”.

Léo Rosa de Andrade, Doutor em Direito pela UFSC e Professor da UNISUL (SC), em artigo intitulado “Religiosos, ideologia de gênero, Barroso, Einstein”, publicado na Empório do Direito, destaca que os evangélicos, “Para restabelecer o que consideram a “moral” e os “bons costumes” dignos de serem restabelecidos, pregam, aconselham, imprecam, militam, protestam, censuram, processam, legislam. Diatribes fundadas na “palavra do senhor””.

Francisco Pedro. (Foto: Reprodução/ Facebook).
Assisti a sessão pela internet e fiquei envergonhado com os argumentos utilizados por aqueles que defendem o PL 16/2017, principalmente, pelo fato de relacionar a discussão da questão de gênero na escola a um ato de doutrinação dos nossos estudantes, direcionando-os a uma determinada orientação sexual. Há uma clara distorção, até porque discutir gênero não é apenas abordar o lugar reservado nesta sociedade homofóbica ao segmento LGBT, mas também discutir o papel atribuído a mulher nesta mesma sociedade. Discutir gênero e orientação sexual, “significa ajudá-los a compreender a sexualidade e protegê-los contra a discriminação e a violência". O Grupo Gay da Bahia aponta que, em 2016, ocorreu 347 assassinatos de LGBT, sem contar as agressões físicas e verbais. E essa visão conservadora de que ser LGBT é anormal, que é contra os preceitos divinos, contribuí para estes atos de violência e “apedrejamento moral”.

Numa das falas, questionou-se o porque de se fazer leis específicas para determinado segmento da população. A resposta a isso, está no mesmo fundamento que se levou a aprovar a Lei Maria de Penha. A violência contra a mulher, o feminicídio, precisavam ser combatidos. Era necessário acabar com a impunidade no cenário nacional de violência doméstica e familiar contra a mulher e o CPB, neste sentido, não era muito eficiente. A violência doméstica era invisível.

Já que o nobre vereador fundamentou o projeto buscando argumentos na legislação brasileira e, diga-se de passagem, que todos foram utilizados de forma equivocada para o teor da discussão em pauta, o Ministro Luís Roberto Barroso, do STF, quando, em junho deste ano, deferiu liminar suspendendo lei similar aprovada em Paranaguá (PR), afirmou ser inconstitucional por usurpar competência privativa da União para legislar sobre diretrizes educacionais e normas gerais de ensino e que projetos como este, que impedem o “acesso a conteúdos sobre uma dimensão fundamental da experiência humana e para a vida em sociedade”, violam o princípio constitucional da proteção integral da criança e do adolescente.

Para Barroso, "Não tratar de gênero e de orientação sexual no âmbito do ensino não suprime o gênero e a orientação sexual da experiência humana, apenas contribui para a desinformação das crianças e dos jovens a respeito de tais temas, para a perpetuação de estigmas e do sofrimento que deles decorre". E continua: “(...) Significa valer-se do aparato estatal para impedir a superação da exclusão social e, portanto, para perpetuar a discriminação"”.

Em artigo publicado na Conjur, Lênio Streck, falando sobre o Estado policial, que produz ilegalidades relativizando o Direito, afirma que “a Constituição deve constituir-a-ação”. Assim sendo, sigamos manifestando o nosso pensamento, devemos nos colocar contrários a todas as proposições que violem os direitos duramente conquistados e garantidos na Carta Magna de 88 e Tratados Internacionais, mesmo sabendo que, para os conservadores, fundamentalistas, “manter coerência no discurso de defesa da Constituição por vezes soa antipático”.

Hasta la victória, siempre! (Publicado originalmente em seu perfil no Facebook).

* Francisco Pedro é natural de Nova Olinda, Assistente Social e Coordenador do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) do município de Itapajé