Articuladores políticos
do governo foram avisados no fim da noite desta quarta-feira (17) que vários
grupos de parlamentares que integram o núcleo duro da base aliada querem a
renúncia do presidente Michel Temer.
Do
G1 - Segundo o jornal "O Globo", o dono da JBS, Joesley Batista,
entregou gravação ao Ministério Público com uma conversa entre ele e Temer na
qual eles discutiram a compra do silêncio do deputado cassado Eduardo Cunha
(PMDB-RJ).
A
Presidência confirmou a reunião, mas negou a tentativa de impedir a delação.
Em
uma reunião com conselheiros políticos, na noite desta quarta, o presidente já
disse que não tem disposição em renunciar. Além disso, segundo auxiliares, o
presidente se defendeu e ressaltou que, em nenhum momento, falou sobre o
silêncio de Cunha.
Várias
reuniões aconteceram dentro e fora da Câmara durante a noite. Segundo relatos
feitos ao Blog por parlamentares da base, o clima é de velório.
O
Planalto foi avisado que, se Temer não der sinalização rápida de solução para a
crise política, através da renúncia, haverá forte movimento nesse sentido pelos
próprios aliados, o que deixaria a situação do presidente insustentável.
Já
há parlamentares que avaliam que, se Temer não tomar essa posição, será
atropelado e perderá qualquer tipo de influência sobre o processo de sucessão.
Na
avaliação de deputados da base, só o fato de Temer ter recebido Joesley Batista
reservadamente no Palácio do Jaburu mostra que houve movimento desesperado do
presidente, que sofria chantagem explícita de Cunha, inclusive através de perguntas
encaminhadas à Justiça Federal.
Se
Temer não optar pela saída mais rápida, a renúncia, ele poderia, dizem aliados,
sofrer um processo de impeachment ou ter o mandato cassado pelo Tribunal
Superior Eleitora, que julgará, no mês que vem, a ação que pede a cassação da
chapa Dilma-Temer.
"A renúncia do presidente passou a ser um
imperativo para não agravar ainda mais a crise. O governo Temer acabou hoje",
disse ao Blog o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira. O partido comanda
o Ministério de Minas e Energia.
O
líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), também defende a renúncia de
Temer. O partido chefia o Ministério da Educação.
E
até deputados do PPS já cobram até a saída do partido do govenro. Atualmente, o
PPS tem dois ministros : Roberto Freire (Cultura) e Raul Jungmann (Defesa).