A Alegoria Da Caverna De Platão retratada em 10 filmes



O Mito, ou Alegoria (como preferir), da Caverna, é um tema proposto pelo filósofo grego Platão. Esse mito – presente no livro A República – consiste em mostrar a escuridão que nos aprisiona e a possibilidade de nos libertar da mesma. Como o próprio nome sugere, a questão da caverna pode, ou não, ser literal. Ou seja, um exemplo mais óbvio (e geral) seria uma pessoa nascer dentro de uma caverna isolada e nunca ter acesso ao exterior dela. Quais seriam os pensamentos desse ser? Quais seriam as dúvidas? Os anseios?

Publicado originalmente no Portal Raízes

No interior da caverna permanecem seres humanos, que nasceram e cresceram ali. Ficam de costas para a entrada, acorrentados, sem poder mover-se, forçados a olhar somente a parede do fundo da caverna, sem poder ver uns aos outros ou a si próprios. Atrás dos prisioneiros há uma fogueira, separada deles por uma parede baixa, por detrás da qual passam pessoas carregando objetos que representam “homens e outras coisas viventes”. As pessoas caminham por detrás da parede de modo que os seus corpos não projetam sombras, mas sim os objetos que carregam. Os prisioneiros não podem ver o que se passa atrás deles, e veem apenas as sombras que são projetadas na parede em frente a eles. Pelas paredes da caverna também ecoam os sons que vêm de fora, de modo que os prisioneiros, associando-os, com certa razão, às sombras, pensam ser eles as falas das mesmas. Desse modo, os prisioneiros julgam que essas sombras sejam a realidade.

A intenção do livro A República é mostrar a linguagem e educação na formação de um “Estado Ideal”. Ao analisar os filmes abaixo, cada um deles possui alguma herança deixada por Platão, concorda?

O Anjo Exterminador (1962) | Luis Buñuel

Depois de uma festa, os convidados simplesmente não conseguem deixar o local, sem que haja uma explicação racional para isso. Conforme o tempo passa, as máscaras dos antes bem relacionados começam a cair e revelar suas verdadeiras e mais profundas facetas.



O Show de Truman (1998) | Peter Weir

Truman Burbank é uma pessoa normal como todas as outras. Porém, faz parte de um reality show, ou seja, desde que nasceu vive em uma cidade completamente projetada para ele, onde seus movimentos são monitorados 24 horas por dia e transmitidos para todo o mundo.



Amnésia (2000) | Christopher Nolan

Rapaz que teve mulher brutalmente assassinada parte em busca de seu criminoso. Só que ele tem um problema: após o ocorrido, ele não consegue se lembrar por muito tempo de situações recentes, o que o deixa a mercê de anotações e na confiança das pessoas. Primeiro trabalho de grande expressão de Christopher Nolan, contado de uma forma bastante interessante, de trás para a frente, utilizando na construção do filme o modo como o personagem pensa.



O Labirinto do Fauno (2006) | Guillermo del Toro

Espanha, 1944. Oficialmente, a Guerra Civil já terminou, mas um grupo de rebeldes ainda luta nas montanhas ao norte de Navarra. Ofelia, de dez anos, muda-se para a região com sua mãe, Carmen. Lá, as espera seu novo padrasto, um oficial fascista que luta para exterminar os guerrilheiros da localidade. Solitária, a menina logo descobre a amizade de Mercedes, jovem cozinheira da casa que serve de contato secreto dos rebeldes. Além disso, em seus passeios pelo jardim da imensa mansão em que moram, Ofelia descobre um labirinto e todo um mundo de fantasias se abre, trazendo consequências para todos à sua volta. Participou da competição do Festival de Cannes de 2006.


Matrix (1999) | Irmãs Wachowski

Ficção Científica de ação que reinventou vários conceitos no gênero no final dos anos 90. Fala sobre o domínio das máquinas sobre os homens. Um grupo liderado por Morpheus está atrás do “One” – o escolhido – que, diz a profecia, libertará a raça humana dessas máquinas.


eXistenZ (1999) | David Cronenberg

Uma renomada designer de jogos de realidade virtual, criadora de um novo jogo interativo chamado eXistenZ, é vítima de uma intensa perseguição por fanáticos religiosos que querem assassiná-la. Em fuga, é forçada a se esconder com um guarda de segurança novato, decidido a protegê-la. Porém, durante a perseguição os dois experimentam um mundo onde os limites entre a fantasia e a realidade não existem e nada é o que parece ser.



Dente Canino (2009) | Yorgos Lanthimos

Pai, mãe e três filhos vivem nos arredores de uma cidade. A casa é isolada por uma alta cerca que os filhos nunca puderam ultrapassar. Eles são educados, entediados e exercitados da maneira que seus pais acham correto, sem nenhuma interferência do mundo externo. Acreditam que o avião que veem passando ao longe no céu é um simples brinquedo, e zumbis são flores pequenas e amarelas. A única pessoa autorizada a entrar na casa é Christina, que trabalha no escritório do pai e visita o filho a fim de satisfazer suas necessidades sexuais. Toda a família gosta dela, em especial a filha mais velha. Um dia, Christina dá a ela uma bandana que brilha no escuro e pede uma outra coisa em troca.



Sono de Inverno (2014) | Nuri Bilge Ceylan

Aydin, ator aposentado, possui um pequeno hotel no centro da Anatólia junto de sua jovem esposa Nihal, de quem é distante emocionalmente, e de sua irmã Necla, que ainda sofre por seu divórcio recente. No inverno, a neve cobre o estepe enquanto ressentimentos são reacesos, pressionando Aydin.



O Quarto de Jack (2015) | Lenny Abrahamson

Num pequeno quarto, bastante apertado, vivem Joy Newsome e seu filho Jack, de apenas cinco anos de idade. Presos há algum tempo, ele nasceu ali e não sabe nada sobre o mundo, nem mesmo imagina que ele realmente exista, pois tudo que ele conhece é esse pequeno quarto onde cresceu.


Ex-Machina: Instinto Artificial (2015) | Alex Garland

Caleb, um jovem programador de computadores, ganha um concurso na empresa onde trabalha para passar uma semana na casa de Nathan Bateman, o brilhante e recluso presidente da companhia. Após sua chegada, Caleb percebe que foi o escolhido para participar de um teste com a última criação de Nathan: Ava, uma robô com inteligência artificial. Mas essa criatura se apresenta sofisticada e sedutora de uma forma que ninguém poderia prever, complicando a situação ao ponto que Caleb não sabe mais em quem confiar.




Corte de 20% das bolsas de iniciação científica é anunciado por governo interino


Um quinto das bolsas de iniciação científica foram cortadas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) por causa do "contexto orçamentário atual", segundo comunicado do próprio órgão.

Publicado originalmente no G1

"Considerando o contexto orçamentário atual e a indicação para 2017 de redução do orçamento do CNPq para o próximo ano, foi necessária a adequação da concessão de bolsas da Agência ao novo cenário", informou o CNPq (leia a íntegra da nota ao final da matéria) .

As bolsas de iniciação científica oferecem aos estudantes um valor mensal de R$ 400 e servem como o primeiro passo na vida acadêmica dos pesquisadores. Segundo professores, a diminuição pode prejudicar a realização de projetos.

Leia a íntegra da nota do CNPq sobre o corte nas bolsas de IC:

"Considerando o contexto orçamentário atual e a indicação para 2017 de redução do orçamento do CNPq para o próximo ano, foi necessária a adequação da concessão de bolsas da Agência ao novo cenário.

Dessa forma, o resultado do julgamento de seleção das propostas para concessão de bolsas, no âmbito dos Programas de Iniciação Científica (IC), divulgado em primeiro de agosto reflete adequação de 20% a menos em relação ao período anterior.

A aplicação dessa porcentagem foi feita a partir da distribuição inicial de cotas às instituições, definida por critérios qualitativos, estabelecidos nas respectivas Chamadas Públicas dos Programas de IC. Com base nessa primeira distribuição, realizada pelos respectivos Comitês de Julgamento, foi aplicada a adequação ao orçamento.


Havendo incremento orçamentário, bolsas adicionais poderão ser concedidas."


Joaquim Barbosa: grupo tomou poder “para se proteger e continuar saqueando


O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa voltou a criticar o processo de impeachment que afastou a presidente Dilma Rousseff, chamou partidos políticos de "facções" e afirmou, sem citar diretamente o PMDB de Michel Temer, que o grupo que tomou o poder o fez para se proteger e continuar roubando.

As declarações foram feitas na última terça-feira 9 a empresários durante a abertura de um evento sobre sustentabilidade em São Paulo, conforme registrou o Jornal da Gazeta. Em sua fala, ele também fez críticas à relação entre empresas e governo que se instalou há décadas no Brasil e ao sistema político atual.

"Nosso país está paralisado há mais de um ano em função de uma guerra entre facções políticas. Sabemos por alto que se trata de ambição, de ganância, de apego ao poder, tentativa de se perpetuar no poder para se proteger, mas também para continuar saqueando os recursos da nação", declarou JB.

Em maio, após a primeira votação do Senado pró-impeachment, ele já havia denunciando um "conchavo" no Congresso e defendido enfaticamente novas eleições no País, também em uma palestra. "Aquilo ali era uma pura encenação pra justificar a tomada do poder", comentou Barbosa na ocasião, sobre a votação dos senadores.

"Colocar no lugar do presidente alguém que ou perdeu a eleição presidencial para o presidente que está saindo ou alguém que sequer um dia teria o sonho de poder disputar uma eleição para presidente da República. O Brasil, anotem, vai ter que conviver por mais de dois anos com essa anomalia", disse, em referência ao PSDB e ao PMDB.


Ex-ministro do STF, Joaquim Barbosa em palestra. Foto capturada do vídeo. 



No dia do estudante, movimentos estudantis denunciam desmonte da educação pública e discutem preconceitos



"Eu to boladão, não vou deixar o Temer desmontar a Educação", foi esse o bordão em tom musical que os movimentos estudantis promoveram nesta quinta-feira (11/08), dia dedicado as comemorações aos estudantes, um cortejo pela Universidade de Brasília denunciando o desmonte da educação pública e o aprofundamento da precarização do ensino no desgoverno Temer.

Segundo a página do Midia Ninja, no facebook, o cortejo contou com os movimentos UNE, UJS, RUA, Unb Contra O Golpe, Levante Popular da Juventude, Centro Acadêmico de Direito da Unb e a Calourada de Letras, que se posicionam contra os cortes, desvinculação orçamentária obrigatória, privatização, o conservador projeto Escola Sem Partido e o desmonte na educação que é conduzido pelo então interino Ministro Mendonça Filho - que enquanto deputado, se posicionou contrário a programas como as cotas raciais, o ProUni, o FiES e o ENEM, bem como aos 50% do pré-sal e os 75% dos royalties do petróleo para a educação.

No cariri cearense, destaque para a ação do Grêmio Estudantil da Escola Estadual de Educação Profissional Wellington Belém de Figueiredo, em Nova Olinda. A estudante Kézia Adjane, presidenta do Grêmio usou seu perfil na rede social facebook para informar que desenvolveu com o coletivo “Juntos Cariri” que agrega estudantes do ensino básico e universitários, uma palestra enfocando casos de racismo, machismo, lgbtfobia, dentre outros a partir da temática “respeito também se aprende na escola”.

Nós do grêmio estudantil poderíamos ter apenas falado um "feliz dia do estudante" e deitar tudo isso de lado, mas não, falamos sobre racismo, machismo, lgbtfobia e muito mais, além de nossa função como gremistas, é nossa função como estudantes. Estamos aí para isso, incomodar os acomodados”, disse Kézia.

Movimentos Estudantis em ato contra o desmonte na educação no desgoverno de Temer. Foto: Mídia Ninja.



Aos/as estudantes, uma reflexão



Meus queridos e minhas queridas alunas ao qual tive a oportunidade de dialogar e debater em sala de aula. Aqui não é discurso vazio, pois sabem o quanto primo pela constância e não os percebo apenas em datas esporádicas, mas como sujeitos ativos e com poder de transformação todos os dias. Mas quero nesse dia dedicado exclusivamente a vocês chamá-los a refletir comigo.

A escola é o espaço onde os estudantes passam a conviver com outros sujeitos que, assim como eles, possuem necessidades e desejos. Essas na grande maioria das vezes são conflitantes, o que requer da instituição de ensino principalmente daqueles que estão em contato direto com eles a capacidade de educar para os valores. Deve, portanto, suscitar neles/as o prazer pelo respeito ao outro; a alegria em ser solidário/a; Devem ainda incitá-los a sempre amar, independentemente dos outros possuírem ou não crenças religiosas, pertencerem ou não ao mesmo grupo político, independentemente de raça/etnia, torcerem ou não pelo mesmo clube, terem ou não a mesma orientação sexual, dentre outras... Afinal, como afirmava Rubem Alves “os educadores, antes de serem especialistas em ferramentas do saber, deveriam ser especialistas em amor: intérpretes de sonhos." É necessário saber interpretar o que querem os estudantes, se não a educação se torna o mais do mesmo.

Os estudantes precisam ter seus direitos garantidos. Não apenas de acesso à escola, mas de permanecer nela. E quando falo em permanência, não é só de uma boa estrutura, mas de ações e projetos que possam fazer com que eles/as se sintam bem no ambiente escolar, se sintam protegidos. Alunos necessitam muito mais do que simplesmente um conglomerado de matérias. O estudo precisa ser prazeroso, não uma obrigação. A escola não deve ser um refúgio simplesmente do trabalho infantil (mas também); não deve ser tão somente um esconderijo do mundo das drogas (mas também). Tão pouco deve ser visto com uma gaiola, mas asas, me reportando mais uma vez ao Rubem Alves.

Nesse sentido, a escola precisa estar conectada com o que ocorre lá fora. Não pode o mundo está em ebulição, com riscos sérios de se voltar a tempos passados onde não se tinha liberdade e fingir que está tudo bem, fazendo com que o aluno também acredite nisso. Não, não pode. Embora aconteça. Não que a educação seja a salvadora do mundo, mas Paulo Freire dizia "se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”. O calar do professor diante das injustiças, pode acarretar sérios danos ao aluno que vai apenas passar pela educação achando que tudo que ocorre é natural e que não pode ser mudado. Freire em suas sábias palavras chamava a atenção “não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão”.

Portanto, meus queridos alunos e queridas alunas, que vocês possam usar esse dia como mais um para cobrar uma educação libertadora, cidadã e politizada, que os ensine a pensar e não a obedecer. Afinal de contas, a maior alegria de um professor e de uma professora é poder perceber em vocês verdadeiros agentes de transformação da realidade.

Um forte e fraterno abraço!!!

Registro fotográfico dos alunos do curso técnico em Redes de Computadores (3º A) em homenagem a este signatário. Foto: Jenfte Alencar.



Governo prevê cortar até 45% das verbas para as universidades


O governo federal prevê cortar até 45% dos recursos previstos para investimentos nas universidades federais em 2017, na comparação com o orçamento deste ano. Já o montante estimado para custeio deve ter queda de cerca de 18%. Segundo cálculos de gestores, serão cerca de R$ 350 milhões a menos em investimentos para as 63 federais - na comparação com os R$ 900 milhões previstos para o setor neste ano. As instituições já vivem grave crise financeira, com redução de programas, contratos e até dificuldades para pagar contas.

Publicado originalmente no Diário de Pernambuco

A previsão de recursos para 2017 foi publicada nesta semana no Sistema Integrado de Monitoramento, Execução e Controle, portal do Ministério da Educação (MEC) que trata do orçamento. Os valores - que ainda podem passar por revisão - devem ser incorporados ao Projeto de Lei Orçamentária Anual, que o Executivo enviará ao Congresso Nacional até o fim de agosto.

Procurado, o MEC não detalha as cifras específicas de custeio e investimento. A pasta argumenta que a previsão atual é realista, "diferente de anos anteriores, em que o orçamento passou por contingenciamentos". "Se esse corte for aprovado, teremos de reduzir muitos programas", diz Ângela Paiva, presidente da Andifes, a associação nacional dos dirigentes das federais. Segundo ela, reitora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), é "injustificável" a redução. "Mesmo se o orçamento fosse igual ao de 2016, demandas importantes já ficariam descobertas."

As federais vivem cortes de verbas desde o fim de 2014 e sofrem com a inflação elevada - 8,7% nos últimos 12 meses, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

O avanço das cotas nas federais - neste ano, as instituições devem distribuir 50% das vagas entre alunos pobres, pretos e pardos - trouxe público mais diverso ao ensino superior público. Com isso, cresceu a pressão por verbas de assistência estudantil "Temos grande demanda por restaurantes e bolsas", afirma o pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), Rodrigo Bianchi.

O sistema federal de ensino superior teve forte aumento na quantidade de vagas na graduação. Em 2014, dado mais recente disponível, havia 1,180 milhão de alunos na rede. Em 2004, as instituições federais reuniam 574 mil matrículas. A restrição do dinheiro de investimento - para obras, reformas e compra de equipamentos - sinaliza dificuldades para melhorar ou expandir a infraestrutura. Na Ufop, a criação do novo curso de Medicina na cidade mineira de Ipatinga está emperrada. "Ainda não começamos a obra desse câmpus por falta de recursos", diz Bianchi.

A Universidade de Brasília (UnB) também revê seus planos. "Provavelmente vamos reduzir o ritmo das nossas obras", avalia César Tibúrcio, decano de Orçamento e Planejamento.

Ajuste fiscal

Em nota, o MEC informou que "a iniciativa se alinha ao equilíbrio fiscal para que o país saia da crise". Segundo a pasta, o orçamento de 2016 previa R$ 7,9 bilhões para as federais. É esse orçamento que os gestores levam em conta nas comparações. Mas um contingenciamento, feito ainda na gestão Dilma Rousseff, impôs redução de 31%, ou R$ 2,4 bilhões. A gestão Michel Temer disse que resgatou R$ 1,2 bilhão desse montante cortado para as universidades neste ano. Para 2017, o MEC disse que os valores previstos "serão cumpridos na totalidade". A pasta ainda reafirmou "seu compromisso com o ensino superior do país".

Imagem puramente ilustrativa/Divulgação.

Estados ficarão proibidos de realizarem concurso e dar aumento a servidores por 2 anos



Depois de muito vaivém, o governo conseguiu chegar a um acordo para votar, ainda nesta semana, na Câmara o projeto de renegociação das dívidas dos estados. Estão mantidas, segundo o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, a proibição para que os estados realizem concursos e deem reajustes a servidores nos próximos dois anos.

O Projeto de Lei Complementar (PLP) 257 também fixa um teto para o aumento de gastos dos estados. As despesas só poderão subir de acordo com a inflação do ano anterior. Essa limitação segue a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que o governo federal enviou ao Congresso e valerá para a União, quando aprovada.

Publicado originalmente no Blog do Vicente

Meirelles fez questão de afirmar que o governo não recuou nas condicionantes para garantir o alívio de R$ 50 bilhões nas dívidas dos estados. Mas, na semana passada, diante da gritaria de governadores e servidores, o Palácio do Planalto fez uma série de concessões que desfigurariam o projeto original e alimentaram as desconfianças dos investidores.

Eu gostaria de anunciar, com satisfação, que foi acordado que o parecer do relator (do PLP 257), deputado Esperidião Amin (PSC-SC) vai, não só manter integralmente todo o acordo de reestruturação da dívida, como, também, as duas contrapartidas que foram demandadas pela União e aceitas pelos estados: a limitação do crescimento das despesas dos estados à inflação medida pelo IPCA nos mesmos termos da PEC para o governo federal e a limitação, por dois anos, de aumentos salariais a funcionários estaduais e de realização de concursos”, diz.

Segundo o ministro, as medidas serão eficientes para limitar o aumento da dívida pública. “Essa é uma questão fundamental porque evita que, daqui a alguns anos, venhamos a ter um novo processo de renegociação”, afirma. Ele admite, contudo, que a renegociação das dívidas não acaba com todos os problemas dos estados, assim como a PEC do teto de gastos não esgota o ajuste fiscal da União. Por isso, o governo apresentará, proximamente, o projeto para a reforma da Previdência.

Meirelles informa ainda que o governo enviará, até o fim do ano, ao Congresso um projeto para mudanças na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O principal ponto a ser discutido será a melhora na contabilização dos gastos com pessoal. As alterações devem englobar todas as esferas de governo. O ministro disse que viu a necessidade de mandar esse projeto em separado, devido à “contaminação” do debate sobre o tema. “Quanto mais rápido tudo for aprovado, melhor para o país”, diz.

Imagem puramente ilustrativa/Divulgação.