IV Simpósio Internacional sobre o Padre Cícero: URCA e Diocese do Crato fortalecem parceria



Reitora da URCA, integrante da comissão, pesquisadores
e o bispo Dom Fernando reunidos para fortalecer parcerias
na realização do IV Simpósio Internacional sobre Pe. Cícero
A Universidade Regional do Cariri (URCA) realiza de 19 a 24 de maio de 2014, o IV Simpósio Internacional sobre o Padre Cícero, com o tema “E... onde está ele?”. Lançado oficialmente pela Instituição, a Comissão formada por pesquisadores tem buscado o fortalecimento, por meio de parcerias. 

A Reitora da URCA, Professora Otonite Cortez, a Pró-Reitora de Extensão, Sandra Nancy Freire, integrante da Comissão, além das pesquisadoras Paula Cordeiro, Fátima Pinho e Maria do Carmo Pagan Forti, estiveram reunidas com o bispo da Diocese do Crato, Dom Fernando Panico, para tratar sobre aspectos importantes relacionados ao evento e firmar parceria com a Diocese na realização do simpósio.

Durante a reunião, no Gabinete da Reitora, na Universidade, o bispo destacou a importância do evento, principalmente pelo seu contexto acadêmico, nos estudos relacionados ao Padre Cícero. Ele disse que a instituição tem o seu apoio nessa parceria. 

Para o bispo, a iniciativa de celebrar o IV Simpósio Internacional sobre o fenômeno Padre Cícero é um grande benefício para a realidade acadêmica e um conhecimento mais aprofundado da situação do Padre Cícero hoje. “Onde ele está? A indagação, a inquietação, que levam à reflexão, podem não trazer respostas, mas, sim, pistas para encaminhar soluções futuras e melhor entender essa realidade do Padre Cícero, na atualidade”, diz ele.

Dom Fernando destaca o contexto em que esse evento será realizado, dentro do centenário de morte da beata Maria de Araújo, os 100 anos da Sedição de Juazeiro e da Diocese de Crato, além dos 80 anos de morte do Padre Cícero. “Então, são diversos acontecimentos celebrativos que enaltecem a realização e dão vulto próprio a esse simpósio”, diz ele.

O bispo agradeceu à Reitora da URCA pela participação que a Diocese manterá na realização do Simpósio. Ele acredita que a parceria acontecerá principalmente na fase preparatória do evento. “A Diocese não vai se omitir em colaborar na indagação dos fatos, documentos e também na reflexão, do ponto de vista que nos é próprio, de entidade religiosa”, explica.

O tema “E... onde está ele?” será o eixo norteador das discussões, dentro da necessidade de pensar também em termos nacionais e globais , à luz da presença e das diversas interpretações do e sobre o Padre Cícero, e não apenas Juazeiro ou a Região do Cariri. Pretende-se ampliar os debates realizados pelos outros Simpósios.


Via URCA

Plebiscito: Dilma é derrotada, as vozes do povo são descartadas



A proposta de um plebiscito este ano foi substituída pela
proposta de criação de um grupo de trabalho para debater
o tema, com a possibilidade de ser promovido posteriormente
um referendo
A madrugada de 13 de dezembro de 2007 proporcionou uma das maiores derrotas políticas do governo Lula. Depois de uma exaustiva e dura sessão, o Senado acabou com a cobrança da CPMF, o tributo insonegável que financiava a Saúde, o combate à pobreza e a Previdência Social. Tempos depois, quando tocava no assunto, o ex-presidente dizia que o fim do imposto não tinha barateado nenhum produto e ainda prejudicava o atendimento da população na Saúde. Ou seja, usava o revés contra os que lhe haviam derrotado, tentando jogar a oposição contra o eleitorado.

Formalizada pelos deputados na terça-feira 9, a recusa do Congresso em aprovar a realização de um plebiscito que ouça as pessoas e leve a uma nova lei eleitoral já no ano que vem abre a mesma oportunidade à presidenta Dilma Rousseff. O apoio ao plebiscito e à reforma política é amplo. Segundo a pesquisa Datafolha que, em meio aos protestos, detectou um tombo de 27 pontos percentuais na popularidade do governo, 68% diziam apoiar o plebiscito. E 73% dos entrevistados se declararam favoráveis a discutir uma reforma política – reforma que nasceria com o plebiscito.

As manifestações recentes podem até ter alimentado a insatisfação contra o sistema político, mas o desagrado é anterior. Levantamento feito entre abril e maio pela Fundação Perseu Abramo, o órgão de formulação programática do PT, apurou que 89% dos brasileiros defendiam a reforma política. E que 75% a consideravam “muito importante”.

Segundo um interlocutor de Dilma, a presidenta considera a rejeição do Congresso ao plebiscito um erro político. Para ela, as manifestações deixaram claro que parte importante da sociedade quer mudanças já e quer ditar os rumos da reforma, daí o plebiscito. A população não estaria disposta a esperar até 2016 ou 2018 por mudanças. E não aceitaria opinar só depois, via referendo, sobre um prato pronto oferecido por quem rejeita (a classe política). O referendo é a fórmula predileta da maioria dos partidos – oposição à frente - para o caso de ocorrer alguma consulta popular sobre uma reforma política que não se sabe se será votada.

Apesar do enterro formal do plebiscito nesta terça-feira 9, em uma reunião de líderes partidários na Câmara dos Deputados, o governo e o PT dizem que não vão desistir da ideia nem da reforma política. Em último caso, a bandeira poderá render lucro político, caso leve os insatisfeitos que saíram às ruas a identificar no governo e no PT um parceiro no sentimento “mudancista”.

“Não vamos abandonar de maneira nenhuma a ideia da consulta, a ideia da participação, a ideia da reforma política, são eixos que se estruturam numa perspectiva de mudar de fato aquilo que o povo quer que se mude, que é nossa cultura política no País”, disse o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, depois de um evento público, no relato da Agência Brasil.

Na Câmara, os três partidos que ainda apoiam o plebiscito – PT, PDT e PCdoB – vão se esforçar para colher 171 assinaturas entre os deputados e tentar emplacar a proposta mesmo contra os líderes partidários, via projeto de decreto legislativo. A missão poderá ser facilitada caso seja numerosa e bem sucedida uma marcha organizada pelas centrais sindicais na quinta-feira 11. Entre as bandeiras da marcha, estão o plebiscito e a reforma política.


Texto extraído do Carta Capital com o título As derrotas do plesbiscito

Conselho Tutelar e Setas de Altaneira alertam comunidade quanto aos perigos de soltar pipas com cerol



Tão importante quanto alertar quanto aos perigos de soltar
pipas com cerol é implementar campanhas contra o trabalho
infantil
O Conselho Tutelar e a Secretaria de Assistência Social do Município de Altaneira fecharam parceria objetivando realizar campanha de conscientização aos pais e, ou responsáveis para que orientem suas crianças a não soltarem pipas confeccionadas com cerol.

Além dos tradicionais jogos de futsal no Ginásio Poliesportivo, a brincadeira de soltar de pipas tem sido um dos divertimentos das crianças, principalmente durante as festas juninas e neste período de férias, onde elas estão afastadas das escolas.  Todo via, essa brincadeira pode gerar não só divertimento, mas acidentes, tanto para seus praticantes quanto para quem trafega.

Registre-se ainda que tais acidentes, como muitos pensam, não ocorrem apenas por conta do cerol. A travessia desavisada das crianças nas ruas, que esquecem o trânsito e podem ser atropeladas, motoqueiros e ciclistas que caeam ao desviar da linha, e a pipa que muitas vezes enrosca na rede elétrica também causam diversos e graves acidentes.

Segundo informações do blog do Governo Municipal o Conselho Tutelar e a Secretaria de Assistência Social firmaram parceria com a polícia militar através da operação cerol com o intuito de alertar os pais dos menores quanto aos perigos destes soltando pipas com cerol.

Ainda de acordo informações veiculadas no portal supracitado a campanha de conscientização a ser realizada se deu em virtude de denúncias formalizadas pelos motociclistas.

Saliente-se ainda que soltar pipas com cerol ou não exige alguns cuidados, a saber:

Ø  Não soltar pipas em dias de chuva, principalmente se houver relâmpagos.

Ø  Evite brincar perto de antenas, fios telefônicos ou cabos elétricos, além disso procure locais abertos como praças e parques.

Ø  Não empine pipa em cima de lajes e telhados.

Ø  Sob hipótese alguma utilize linha metálica, como fio de cobre de bobinas ou cerol, resultante da mistura de cola com caco de vidro).

Ø  Não faça pipas com papel laminado. O risco de choque elétrico é grande.

Ø  Atenção especial com os motociclistas e ciclistas — a linha pode ser perigosa para eles. Fique atento para que a linha não entre na frente deles.

Ø  O Uso de “ANTENAS ANTILINHAS” é muito importante para os motociclistas


Tão importante quanto essa campanha chamativa que objetiva alertar quanto aos perigos de soltar pipas com cerol é implementar campanhas objetivando conscientizar as famílias dos menores quanto aos problemas ocasionados pelo trabalho infantil nos diversos espaços, a saber: nos mercantis, farmácias, na agricultura, etc. Palestras e oficinas já seria um bom começo. A comunidade precisa se envolver nessa causa, assim como os espaços de poder constituídos também necessitam debater esse problema crônico. 

Democracia Midiática: Globo detém, sozinha, 35% de verba publicitária



Não se pode falar em democracia midiática se um dos requisi
tos que propicia isso é monopolizado
O dia 11, próxima quinta-feira, entrará para a história como um dos atos mais emblemáticos no Brasil. Na oportunidade, os trabalhadores irão para as ruas em todo o país e movimentos sociais vão realizar um ato contra o monopólio da Rede Globo em cinco estados. São Paulo, Rio de Janeiro, Pará, Rio Grande do Sul e Sergipe se mobilizarão a favor da democratização dos meios de comunicação.

Cerca de 70% das verbas publicitárias repassadas aos principais veículos de comunicação durante os 18 meses do governo Dilma, a Rede Globo, sozinha, arrematou 35% destes recursos. Além disso, a empresa de comunicação detém poder de veto na definição dos canais da NET e da SKY, que possuem 80% do mercado midiático nacional.

Vale registrar que esse domínio e monopólio midiático travestido de Rede Globo não são de agora, mas faz-se necessário cobrar iniciativas urgentes para a tão sonhada democratização midiática.

Mesmo disposto a ouvir as vozes roucas do povo nas ruas, fato notoriamente percebido pelos pactos propostos pela presidenta Dilma, algo louvável, embora haja resistência da classe política partidária conservadora, o mesmo não se pode dizer de boas intenções e, ou de preocupações do palácio do planalto quando o assunto em pauta é a sadia crítica ao monopólio da comunicação. Afinal, nenhuma resposta foi dada pelo governo federal, uma vez que os cinco pactos lançados, no dia 24 de junho, como equilíbrio fiscal, mobilidade urbana, saúde, educação e reforma política, esta última enterrada via plebiscito pelos conservadores de plantão, em nada interferem na concentração que marca o sistema midiático brasileiro.

Outro exemplo claro disso foi o anúncio de outras medidas, no dia 1º de julho, onde a presidenta, tão logo se reuniu com a equipe ministerial, se recusou a discorrer sobre o assunto que mexe com os grandes setores empresariais de comunicação.

A democratização da mídia é assunto pra já e precisa ser discutido de forma clara e com a participação da sociedade civil em todos os espaços sociais deste país.  Não se pode falar em sociedade democrática se um dos requisitos que propicia isso é monopolizado.


Texto da Redação do INFORMAÇÕES EM FOCO

"Estamos propondo um pacto pela saúde pública do país”, diz Dilma

 
 
Dilma Rousseff lançou na segunda-feira (08) o Programa Mais Médico Para o Brasil
Em seu pronunciamento, Dilma disse que dedicará o melhor de seus esforços para que os brasileiros tenham uma saúde de qualidade. Segundo ela, o objetivo do pacto não é apenas trazer médico do exterior, mas levar mais saúde para o interior do Brasil e para a periferia das grandes cidades. “Esse pacto não só visa trazer médicos, mas sim, levar mais saúde para o interior do Brasil, levar mais saúde para o interior das grandes cidades brasileiras, para onde se localiza a maior desigualdade”, ressaltou Dilma.

A presidenta externou que esse pacto nacional tem três grandes desafios: Construir UPAs, postos de saúde e hospitais, reformar e ampliar os que já estão em funcionamento; Garantir que essa rede de saúde funcione, com gestão e controle (ampliando o atendimento nas consultas, nos exames, nas avaliações, com estrutura e boa gestão); Suprir a rede de profissionais, com ampliação do atendimento para todos os brasileiros (contratação).
No evento foi anunciado o investimento de R$ 7,4 bilhões já contratados para construção de 818 hospitais, 601 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs 24h) e de 15.977 unidades básicas; além do programa Mais Médicos, que garantirá a presença de médicos em regiões carentes, tais como os municípios do interior e as periferias das grandes cidades. Com as medidas anunciadas, o Brasil sairá de 374 mil para 600 mil médicos em 2026. “Vamos acelerar os investimentos em equipamentos e estruturas físicas, sempre com base na parceria entre os três níveis da federação”, lembrou.
Dilma falou sobre a ampliação de vagas em cursos de Medicina, mas lembra de que para formar um médico é necessário de 6 a 10 anos. Por isso, tomou medidas de contratação de profissionais da área, “um esforço imediato de suprir a falta de médicos”, disse. “Nunca é demais lembrar que como não se faz educação sem professores, esse programa trata de garantir médicos e estrutura”, ressaltou.

A presidenta disse que o pacto pela saúde, lançado pelo governo no fim de junho, vai ampliar a infraestrutura do setor e melhorar a formação dos médicos, mas, que até lá, os brasileiros que vivem em cidades e regiões sem atendimento não podem mais esperar. “Até que tudo isso aconteça, pergunto a vocês: quem vai atender os brasileiros que não têm acesso a médico? Estou falando do agora, dos próximos meses. Estou falando da justa e inquestionável reclamação dos brasileiros por uma saúde com mais qualidade agora".

Segundo Dilma, o povo pobre que vive nas áreas mais carentes quer um médico acessível. “E nós temos que garantir esse direito humano mais primordial – que é o direito à saúde. Mesmo que podemos oferecer uma boa remuneração, mas o profissional tem liberdade de trabalhar onde quiser. Temos que admitir, honestamente, para que todos os brasileiros tenham acesso ao médico, temos que contratar”, salientou.

“Eu convido os médicos a ouvir este chamado, como presidenta do Brasil, tenho que atender os anseios de nossa população. (...)Eu acredito no interesse dos jovens médicos brasileiros pela proposta que fizemos de trabalhar nas periferias e nas regiões mais afastadas. (…) Mas se não tivermos o número suficiente de médicos brasileiros para preencher todas as áreas que precisam, nós buscaremos médicos onde estiverem os bons médicos. Esse é o compromisso do meu governo. Essa é a nossa determinação. Nos interessa interiorizar e assegurar, em cada estado, em cada cidade, em cada residência, a garantia de um atendimento médico”, afirmou Dilma e finalizou, "este governo e esta presidenta não fogem à luta. E esta é uma boa luta!".
Via Blog do Planalto/Portal Vermelho/Agência Brasil
 

 


Dia 11: Libertar a rua do sequestro conservador



O povo foi as ruas protestar inicialmente contra o aumento
das passagens de ônibus e o movimento se espalhou pelo
pais se configurando como um dos maiores dos últimos
trinta anos
Organizações e lideranças progressistas não podem se omitir nas jornadas da próxima 5ª feira, dia 11. Para além das justas reivindicações corporativas e setoriais, cabe-lhes repor a moldura política da disputa em curso no país.

Um ciclo de crescimento se esgota; outro terá que ser construído. Vivemos um aquecimento: 2014 será o pontapé oficial. Vulgarizadores do credo neoliberal celebram: com as multidões nas ruas, é a tempestade perfeita. Em termos. Se acertam no varejo, trombam no essencial:  o que anda para frente não se confunde com o  cortejo empenhado em ir para trás.

O que as ruas reclamam não cabe no credo regressivo: reforma política, mais democracia, mais investimento público, mais planejamento urbano e mais liberdade de expressão. O fato de a revista ‘Veja' ter recorrido ao rudimentar expediente de falsear um ‘líder biônico dos protestos' diz muito da dificuldade em acomodar os anseios das multidões nos limites do ideário que vocaliza.

A narrativa ortodoxa sempre desdenhou da dinâmica vigorosa embutida no degelo social registrado na última década. Ou isso, ou aquilo. Ou se reconhece os novos aceleradores sociais do desenvolvimento ou o alarde dos seus gargalos é descabido. Ambos são reais. Há um deslocamento social em marcha que se pretende barrar com a falsificação de multidões retrógradas.

No dia 11, o Brasil deve expressar sua diversidade. Mas, sobretudo, emoldura-la em uma agenda comum emancipadora. Para libertar a rua do sequestro conservador.


Via Editorial do Carta Maior

Imposto sobre grandes fortunas volta à pauta do Congresso após manifestações



A cobrança de impostos sobre grandes fortunas, prevista no artigo 153 da Constituição de 1988 e nunca regulamentada, voltará à pauta da Câmara, nos próximos dias, após a série de passeatas e manifestos nas redes sociais brasileiras, ao longo das últimas semanas. Segundo o líder do PT na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), o debate recolocado na pauta pela presidenta Dilma Rousseff, “convida o Congresso a se debruçar sobre o assunto”.

Jandira Feghali tem projeto para taxar as grandes fortunas
A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ-foto), relatora de uma das propostas que trata do assunto e tramita na Câmara desde 2011, reforçou a luta que vem fazendo ao longo dos anos pela aprovação da matéria. A Liderança do PT encaminhou a proposta para acelerar a discussão sobre a cobrança de impostos sobre as grandes fortunas no país. O líder da bancada propõe a construção de um entendimento com os partidos com representação na Câmara sobre a forma de votar a matéria.

Para Jandira, que defende a destinação dos recursos oriundos do imposto sobre grandes fortunas para a saúde, a aprovação do projeto de autoria do deputado Dr. Aluízio (PV-RJ), “significaria um aporte adicional de, pelo menos, R$ 14 bilhões para a saúde. Recursos que viriam, em grande parte, de apenas 907 contribuintes com patrimônio superior a R$150 milhões”.

A parlamentar cita artigo do economista e professor do Instituto de Economia da UFRJ, João Sicsú, que afirma que “um sistema tributário socialmente justo deve ter caráter distributivo, portanto, deve impor maior sacrifício àqueles que têm mais condições de suportá-lo e, ao mesmo tempo, estabelecer menores alíquotas, taxas e contribuições para aqueles que auferem rendas mais baixas e, em consequência, possuem menores estoques de riqueza”.

Jandira volta a citar o economista para destacar que análise da carga tributária por base de incidência revela a estrutura concentradora do sistema tributário brasileiro. Segundo dados da Receita Federal, mais que 47% da carga tributária advêm do consumo. E menos de 5% advêm de transações financeiras e da propriedade.

– Somente serão tributadas as pessoas com patrimônio líquido superior a R$4 milhões, depois de deduzidos, integral ou parcialmente, imóveis residenciais e outros bens relacionados ao trabalho, como salas, consultórios, e respectivos equipamentos. Pelos dados da receita, há apenas 56 mil pessoas habilitadas nas faixas patrimoniais acima desse piso – afirmou Jandira Feghali.

Pela proposta, são criadas nove faixas de contribuição a partir de acúmulo de patrimônio de R$4 milhões e a última faixa é acima de R$150 milhões. O projeto atinge 38 mil brasileiros e determina que os recursos sejam destinados exclusivamente para a saúde.

Novas tentativas

Em maio deste ano, a proposta foi pautada para ser votada na Comissão de Seguridade Social da Câmara, mas, na última hora, uma manobra regimental impediu a aprovação. Na ocasião, a deputada defendeu a matéria e lamentou o adiamento da votação.

– É justo que no Brasil, onde temos uma imensa desigualdade social, menos de mil pessoas possam contribuir para que milhões possam ter acesso, por exemplo, a vacinas e medicamentos – disse.

O projeto foi impedido de ser aprovado porque o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) pediu a verificação de quórum, como artifício para impedir a votação do projeto. O parecer da deputada recebeu 14 votos a favor e três contra. Na verificação de quórum eram necessários 19 votantes, mas, com a retirada de parlamentares contrários à matéria, só 17 votaram.

A criação do imposto é alvo de vários projetos de lei na Câmara. O mais antigo, de 1989, tramita há mais de 20 anos no Congresso e encontra-se pronto para a pauta do Plenário da Câmara desde dezembro de 2000.

Via Correio do Brasil