| Verdinha lança nova programação, amplia abrangência e se torna multiplataforma de jornalismo popular. (FOTO/ Kid Jr / SVM). |
12 de março de 2022
Sistema Verdes Mares lança 1ª rádio com transmissão em TV aberta do Brasil
Conheça a história da discriminação do cabelo crespo no Brasil
| (FOTO/ Reprodução/The J Report). |
O
cabelo crespo, característica estética encontrada em boa parte da população
negra, carrega em si alguns tabus. Em uma cultura que valoriza traços e
aspectos brancos e eurocêntricos, o preconceito contra quem não faz parte deste
grupo ainda existe no Brasil, apesar de pretos e pardos representarem a maior
parte do conjunto populacional do país.
Um
estudo publicado em 2021 na revista Social Psychological and Personality
Science mostrou que candidatas negras aos mais diversos cargos de emprego no
mundo todo – com penteados naturais ou usando tranças afro – são percebidas
como menos profissionais do que negras com cabelos alisados.
No
entanto, não é de agora que o cabelo crespo sofre com microagressões de cunho
racista, ou até mesmo é colocado em uma posição de “feio”, “sujo” e “duro”. É o que explica a socióloga Anita
Pequeno, autora do artigo “História Sociopolítica do Cabelo Crespo”.
“As mulheres negras conhecem a violência do
racismo desde muito cedo, principalmente através da maneira como a sociedade
taxa o cabelo crespo como ‘ruim’. Acredito que esse é um dos discursos racistas
mais abertamente postulados”, afirma a socióloga.
Anita
explica que, de modo geral, os primeiros esforços de transformação do corpo
negro começam na infância, com o desejo de mudar uma parte específica do corpo:
o cabelo crespo, através do alisamento capilar. No entanto, embora compartilhem
da crença na importância simbólica do cabelo, de acordo com ela, os estudiosos
das relações raciais mostram que a importância específica do cabelo para negros
e negras é irrefutável, devido ao seu legado histórico e político específico.
“No contexto das relações raciais, o cabelo
pode significar relações com a África, construções da negritude, memória da
escravidão, autoestima, rituais, estética, técnicas de cuidado apropriadas,
imagens de beleza, política, identidade e, também, a intersecção de gênero e
raça. Fora todas as tensões que existem quando ideias culturais e sociais são
transmitidas através dos corpos”, ressalta a pesquisadora.
Marca identitária
De
acordo com a professora universitária e escritora estadunidense Ingrid Banks,
na obra “Hair Matters”, nos anos 1960, debates sobre o que as práticas
com o cabelo crespo representam entre mulheres negras surgiram na academia.
Quando o Feminismo Negro chega às universidades, está fortemente associado à
necessidade de autodeterminação das mulheres negras sobre a sua própria
estética.
“A geração de feministas negras pós-movimento
Black Power construiu, em continuidade, uma nova celebração do “cabelo natural”
e da ancestralidade africana, mas com ênfase na autonomia, na irmandade e na
diversidade sexual. Esse processo desafiou as convenções de gênero em um mundo
no qual o cabelo longo é sinônimo de feminilidade”, diz Banks, em um trecho
da obra.
No
livro “400 years without a comb”, que aborda a importância dos cabelos
para a população negra, o autor Willie Morrow afirma que o pente garfo era um
artefato cultural muito valorizado na África. A escravidão, no entanto, forçou
os escravizados a abandonar essa tradição, sendo retomada mais tarde, por meio
do avanço na discussão da estética negra.
“Além de deixar o pente para trás, a
escravidão também significou a perda da liberdade, da dignidade e do
amor-próprio. Os homens negros, por exemplo, diante da nova realidade de
negação da sua humanidade e, consequentemente, da sua beleza, muitas vezes
cortavam os cabelos extremamente curtos – o que era muito perigoso devido à
exposição ao sol no trabalho escravo”, diz o livro.
“Junto com a imposição de um novo padrão
estético, os pentes africanos, ideais para o cabelo crespo, foram substituídos
por novos artefatos completamente inapropriados para o trato com aquele cabelo.
Não é à toa que, frequentemente, é dito que alisar o cabelo é mais simples e
fácil de cuidar; ora, isso é verdade, se o regime de cuidado é moldado por
assunções da branquitude”, complementa a socióloga Anita Pequeno.
Cabelo crespo no Brasil
“A negação da beleza negra é parte
estruturante do racismo, que busca desumanizar suas vítimas. O cabelo crespo
surge como uma questão desde muito cedo na vida dos negros, sobretudo, das mulheres.
A manipulação dessa parte do corpo tende a protagonizar os seus rituais de
beleza, mesmo durante a infância”, salienta Anita.
No
Brasil, o artigo História Sociopolítica do Cabelo Crespo explica que no final
do século XIX, já perto do fim da escravidão, tomava força um modelo racial de
análise em resposta à miscigenação, a qual era tida, naquele contexto, como um
grande “tumulto”.
Diante
do enfraquecimento da escravidão, que resultou em seu fim, e da necessidade de
realização de um novo projeto político para forjar uma identidade para o país,
os modelos raciais se tornaram um caminho de negação à civilização dos negros e
negras.
O
artigo ainda pontua que o mito da democracia racial, ao negar uma realidade,
criava uma dificuldade maior para o povo preto: a de ter de enfrentá-la e
superá-la. Nesse momento, segundo a socióloga e autora do artigo, era preciso “reeducar a raça”.
Ela
explica que no Brasil pós-abolição, com a voz dos negros endereçada aos negros,
a ideia era eliminar os estereótipos consagrados pelos séculos anteriores: a
preguiça, a deseducação, o “vício da
cachaça” e a hiperssexualidade da população preta. Para isso, concursos de
beleza foram promovidos por esse grupo a fim de, além de auxiliar na construção
de um conceito de beleza negra, responder à imagem da “mulata promíscua” que surgiu na escravidão .
A
pesquisadora pondera ainda que apesar de as três primeiras décadas do século XX
terem ficado marcadas pelos resquícios do período escravista, a imprensa foi
fundamental para disseminar voz e dar visibilidade e espaços de sociabilidade
aos negros.
“Tanto que o que a publicidade ‘vendia’ era
um ideal de beleza eugênico, historicamente construído e perpassado por
relações de poder. Naquele contexto de romper com os estereótipos, o alisamento
capilar também era uma maneira de ascender. Ou seja, a busca por uma inserção
social passava pela estética, ainda que isso custasse uma profunda manipulação
de seu corpo”, ressalta.
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Com informações do Alma Preta. Leia o texto completo aqui.
11 de março de 2022
Bolsonaro sanciona lei sobre retorno de gestante ao trabalho presencial
| Estudos mostram maior mortalidade por covid entre gestantes mesmo sem comordidades. (FOTO/ Agência Senado). |
O
presidente Jair Bolsonaro sancionou nesta quinta-feira (10) a Lei 14.311, que
regulamenta a volta de gestantes ao trabalho presencial durante a pandemia,
ainda em vigor. Pela nova lei, o patrão pode requerer o retorno presencial de
trabalhadoras grávidas após estas terem tomados ao menos duas doses das vacinas
CoronaVac, AstraZeneca ou Pfizer, ou a dose única da Janssen. A lei não prevê
obrigatoriedade da terceira dose ou dose de reforço.
A
sanção altera uma lei que estava em vigor desde 2021, e que garantia às
mulheres grávidas o afastamento do trabalho presencial sem prejuízo do salário.
Isso porque ficou demonstrada a alta de mortes de gestantes por covid, apesar
da ausência de comorbidades. Com a sanção presidencial, confira a seguir as
hipóteses em que o retorno ao regime presencial é obrigatório para mulheres
grávidas.
Quando o retorno da grávida ao trabalho
presencial é obrigatório?
Encerramento
do estado de emergência; após a vacinação (a partir do dia em que o Ministério
da Saúde considerar completa a imunização); se ela se recusar a se vacinar
contra o novo coronavírus, com termo de responsabilidade; se houver aborto
espontâneo com recebimento do salário-maternidade nas duas semanas de
afastamento garantidas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
O
afastamento do trabalho presencial só continua mantido para a mulher que ainda
não tenha completado o ciclo vacinal.
O empregador poderá exigir o retorno
presencial da gestante?
Sim.
Caso o empregador opte pelo retorno, a trabalhadora gestante deverá retomar o
trabalho, desde que esteja com o ciclo completo de vacinação, ou mesmo se não
quiser se vacinar, desde que assine o termo de responsabilidade.
O empregador poderá manter a trabalhadora
grávida no home office?
Sim.
O empregador poderá manter a empregada grávida em teletrabalho com a remuneração
integral, se assim desejar.
Para
os casos em que as atividades presenciais da trabalhadora não possam ser
exercidas remotamente, ainda que se altere suas funções, respeitadas suas
competências e condições pessoais, a situação deve ser considerada como
gravidez de risco até a gestante completar a imunização e poder retornar ao
trabalho presencial.
Durante
esse período, ela deve receber o salário-maternidade desde o início do
afastamento até 120 dias após o parto ou, se a empresa fizer parte do programa
Empresa Cidadã de extensão da licença, por 180 dias. Entretanto, não poderá
haver pagamento retroativo à data de publicação da lei.
O que acontece com a gestante que optar
por não se vacinar?
De
acordo com a lei, não se vacinar é uma “expressão do direito fundamental da
liberdade de autodeterminação individual” da gestante. Ou, seja, é opção da
trabalhadora.
Mas,
caso decida por não se imunizar, a gestante deve assinar um termo de
responsabilidade e livre consentimento para o exercício do trabalho presencial.
As empresas podem demitir as gestantes
que não se vacinarem?
De
acordo com entendimento do Tribunal Superior do Trabalho (TST), a trabalhadora
– ou trabalhador – que não tomar a vacina pode comprometer o bem coletivo e ser
demitido, inclusive com justa causa, salvo peculiaridades de cada caso e em
situações de restrições médicas que contraindiquem a vacina.
Sobre
a mesma lei, Bolsonaro vetou a previsão de pagamento de salário-maternidade às
gestantes que não completaram a imunização e que não podem realizar trabalho
remoto. E também vetou o pagamento do benefício para mulheres que tiveram a
gravidez interrompida. Nesse caso, a lei previa pagamento do benefício desde o
início do afastamento até 120 dias após o parto ou período maior, nos casos de
prorrogação.
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10 de março de 2022
Projeto Político-Pedagógico das Escolas Quilombolas do Ceará
| Projeto Político-Pedagógico das Escolas Quilombolas do Ceará. (FOTO/ Seduc - CE). |
A
Secretaria da Educação do Estado (Seduc) lançou, no último dia 24 de fevereiro,
o documento Projeto Político-Pedagógico das escolas quilombolas do Ceará. A
iniciativa é da Coordenadoria da Diversidade e Inclusão Educacional (Codin) e
visa contribuir para o enriquecimento das discussões sobre essa temática no
interior de cada unidade de ensino.
A
cerimônia de apresentação e divulgação do documento contou com a presença de
secretários municipais de Educação, técnicos e lideranças do Movimento
Quilombola do Ceará. No dia 25, às 9h, a Seduc promoveu o
Encontro Formativo virtual para Técnicos das Secretarias Municipais de Educação
(SMEs) e das Coordenadorias Regionais de Desenvolvimento da Educação (Credes)
dos 24 municípios com escolas localizadas em territórios quilombolas.
O
documento integra o conjunto de ações da Seduc em atendimento à Resolução
CNE/CEB nº 8/2012 e às reivindicações do Movimento Quilombola do Ceará.
Organização
Como
resposta às demandas apresentadas pelo Movimento Quilombola, a Seduc publicou
um chamamento público, selecionou e contratou consultoria especializada na área
de Educação Escolar Quilombola para subsidiar a elaboração do documento. A
construção do material primou por respeitar a participação das comunidades e
escolas quilombolas, legitimando os ideais e as práticas construídas por seus
diversos sujeitos. Assim, foram realizados encontros regionais com participação
ampla e colaboração daqueles que pensam o projeto de sociedade e de escola dos
quilombos do Ceará.
Os
encontros resultaram na construção de um documento de referência para as
comunidades, escolas, SMEs, Credes e Seduc. O documento apresenta mais do que
orientações para a elaboração dos PPPs, trazendo também inspirações para pensar
a escola e a educação quilombola como um todo, permeada pelo conceito de
Pedagogia de Quilombo e seus Eixos, cunhados nas discussões desenvolvidas nos
encontros.
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Com informações do Portal da Seduc - CE. Clique aqui e confira o documento.
9 de março de 2022
Osso de ancestral de dinossauro mais antigo da América do Sul é encontrado no RS
| Representação artística dos ancestrais dos dinossauros no Triássico Médio no Rio Grande do Sul - Divulgação/Caetano Soares. |
Paleontólogos
da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) estudaram o fêmur do antecessor
do mais antigo dinossauro da América do Sul, encontrado em um sítio fossilífero
de 237 milhões de anos, situado no município de Dona Francisca, no Rio Grande
do Sul.
O
osso, descrito em uma pesquisa publicada no periódico científico Gondwana
Research, possui 11 centímetros de comprimento e indica que o animal pode ter
feito parte do grupo Dinosauromorpha, que inclui dinossauros e seus ancestrais
próximos.
Até
então, materiais desse tipo não haviam sido encontrados em rochas mais antigas
do que as que guardaram registros dos primeiros dinossauros. A Argentina, por
exemplo, preserva alguns de seus precursores em pedras de 236 milhões de anos.
Com
o recém-descoberto registro, é possível estimar que os ancestrais dos
dinossauros habitaram o continente sul-americano cerca de 1 milhão de anos
antes do que se pensava, como reportou a revista Galileu.
“Embora tivéssemos registros dos mais antigos
dinossauros no Brasil, ainda não tínhamos registros desses precursores em
rochas tão antigas”, explicou o paleontólogo Rodrigo Temp Müller, do Centro
de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia da UFSM, responsável pela
análise em conjunto com Maurício Silva Garcia, estudante de mestrado do
Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Animal, à publicação.
Mesmo tratando-se de um elemento isolado, o novo exemplar serve para mostrar que esse grupo de animais existiu aqui antes do que imaginávamos e também nos estimula a buscar por exemplares mais completos, acrescentou.
No
estudo, os pesquisadores sugeriram que as criaturas seriam pequenas, com cerca
de 1 metro de comprimento, assim como indicou a análise do fêmur para o tamanho
do esqueleto. A partir disso, é possível entender que os animais tiveram que
enfrentar adversidades para crescer e dominarem ecossistemas nos períodos
consequentes.
“No momento em que esses precursores dos
dinossauros surgiram, as faunas estavam dominadas por parentes distantes dos
mamíferos e também por animais relacionados com a linhagem dos crocodilos”,
destacou Müller. “É possível que a forma
de locomoção (bípede) e algum fator fisiológico tenham tido um papel
fundamental no sucesso posterior do grupo”.
__________
Com informações do Aventuras na História.
8 de março de 2022
No campo e na cidade, mulheres se unem contra o machismo e a fome; veja como foi o 8 de março
| Em Feira de Santana (BA), marcha reuniu movimentos populares que seguiram para ocupar a Câmara de Vereadores - @levantepopular. |
Mulheres
de mais 40 cidades, em todas as regiões do Brasil, marcharam nesta terça-feira
(8), Dia Internacional da Mulher. O lema “Pela Vida das Mulheres, Bolsonaro
nunca mais! Por um Brasil sem machismo, sem racismo e sem fome!” deu o tom dos
protestos, que não ficaram apenas no discurso.
Além
de ocuparem ruas dos centros urbanos, mulheres integrantes de organizações
populares articularam a pauta feminista com ações políticas concretas no campo,
fortalecendo a luta em favor da terra, da agricultura familiar e contra a
violência de gênero.
Casas de acolhimento são inauguradas
Pela
manhã em Recife (PE), o Movimento de Mulheres Olga Benário (MMOB) ocupou um
imóvel abandonado para a criação de uma Casa de Referência para mulheres
vítimas de violência. Batizado de Centro de Referência Soledad Barrett, o local
já está de portas abertas para receber mulheres que rompem com o ciclo da violência
e precisam de abrigo.
O
MMOB inaugurou, também, a Casa de Referência da Mulher Almerinda Gama no centro
do Rio de Janeiro (RJ). A iniciativa surge da primeira ocupação organizada pelo
Movimento de Mulheres Olga Benário no estado. O imóvel estava vazio havia mais
de oito anos, sem cumprir função social, segundo o movimento.
"Com
esta ação, o Movimento Olga Benário chama atenção para os números alarmantes de
violência de gênero, que apesar de subnotificados já se mostram muito
superiores à capacidade de atendimento das ferramentas oferecidas pelo Estado”,
disse o movimento em nota.
Câmara e Secretaria estadual ocupadas
Em
Porto Alegre (RS), mais de 200 agricultoras ocuparam, na manhã desta terça-feira
(8), o pátio da Secretaria Estadual de Agricultura em Porto Alegre. Elas cobram
ações do governo do estado para amenizar os impactos da estiagem no Rio Grande
do Sul. Já ocorreram conversas com representantes do governo estadual, mas
pouco foi feito até aqui, assinalam as mulheres.
“As
nossas famílias ainda estão sofrendo com a estiagem. Por isso estamos aqui
novamente. Nós precisamos de ajuda urgente, diante de tantos prejuízos causados
pela seca”, diz Silvia Reis Marques, produtora e dirigente estadual do
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra no Rio Grande do Sul (MST-RS).
Ainda
na capital gaúcha, assentadas e acampadas do MST doaram 4 toneladas de
alimentos da reforma agrária. O destino são as cozinhas comunitárias da
periferia de Porto Alegre.
A
Câmara de Vereadores de Feira de Santana (BA) também foi ocupada pela marcha
que saiu da prefeitura da cidade. A ação ocorreu durante uma sessão solene
promovida pelo Legislativo municipal. Mais cedo, o ato na cidade baiana teve
início com café da manhã feito a partir da produção das trabalhadoras rurais. A
mobilização teve a presença de movimentos sociais, partidos políticos,
trabalhadoras do campo e da cidade e estudantes.
MTST pede cassação de "Mamãe
Falei"
Mulheres
do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) realizaram uma ação em repúdio
às falas machistas de Arthur do Val, o "Mamãe Falei", sobre as
mulheres ucranianas. Em frente à sede do Podemos em São Paulo (SP), mulheres
cobraram uma posição do partido, além da cassação do mandato do deputado
estadual pela Assembleia Legislativa de São Paulo.
Em
áudios gravados pelo parlamentar em viagem à Ucrânia, Arthur do Val afirmou que
mulheres ucranianas são "fáceis, porque são pobres", entre outros
comentários misóginos e machistas.
O 8 de março no campo
Também
na Bahia, cerca de 100 mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
(MST) ocuparam a Fazenda Botafogo, área improdutiva de 313 hectares no
município de Jussari (BA), com objetivo de promover a reforma agrária. A ação
faz parte da Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra, com o lema: Terra,
trabalho, direito de existir.
Outra
propriedade improdutiva, a fazenda Frutelli, foi ocupada por 500 mulheres em
Itabela (BA). A propriedade é pertencente à empresa falida Frutelli culturas
Tropicais, que tinha como principal atividade econômica o cultivo de banana,
hoje abandonado. O ato denunciou a falta de crédito para as trabalhadoras
rurais, o feminicídio, o uso abusivo de agrotóxicos e a fome no Brasil.
Em
Estreito (MA), a manifestação foi para denunciar os impactos da Usina
Hidrelétrica do Consórcio Estreito Energia sobre famílias de pescadores. Muitas
delas ficaram sem casas após a abertura de comportas do empreendimento. Os
manifestantes reivindicam ainda uma assembleia coletiva com as famílias
afetadas, com acompanhamento e apoio do MST.
Impactos
de grandes empreendimentos também motivaram protestos no assentamento
Sabiaguaba, em Amontoada (CE). Mulheres, jovens e crianças protestaram,
sobretudo, contra prejuízos à agricultura familiar provocados pela instalação
de parques eólicos. Além do MST, participaram do ato o Movimento de Pescadores
e Pescadoras Artesanais (MPP), com o apoio do Projeto ECO Icaraí.
______________
Com informações do Brasil de Fato.
7 de março de 2022
URCA completa 35 anos de instalação
| (FOTO/ Reprodução/ URCA). |
Com
31 cursos de graduação e 13 cursos Stricto Sensu, mestrado e doutorado, a
Universidade Regional do Cariri (URCA) conta atualmente com mais de 11 mil
alunos, e já formou mais de 32 mil pessoas. A Instituição de Ensino Superior
(IES) se consolida no fortalecimento do desenvolvimento regional. Atualmente a
URCA passou a contar com mais dois cursos recém-aprovados pelo Conselho
Estadual de Educação, o de Medicina, no campus do Pimenta, em Crato, e o de
Gestão de Turismo, no campus de Barbalha. Recentemente passou pela fase de
recredenciamento por um período de mais oito anos.
Criada
pela Lei nº 11.191 de 09 de Junho de 1986, autorizada a funcionar por Decreto
Presidencial n° 94.016, de 11 de fevereiro de 1987, foi instalada em 07 de
março de 1987. Em 1º de março de 1993 ela foi transformada em fundação, com o
nome de Fundação Universidade Regional do Cariri (Lei 12.007-A).
A
URCA foi criada na gestão do Governador Gonzaga Mota, e se tornou um marco
importante para a história universitária do Cariri, “Mãe das Universidades”, na
região. O movimento pela criação da URCA foi liderado pelo Reitor Antônio
Martins Filho, Dom Vicente Matos, Bispo Diocesano, Professor José Newton Alves
de Sousa, Monsenhor Francisco Holanda Montenegro, e pelos professores Pedro
Felício Cavalcanti, Raimundo de Oliveira Borges, Luiz de Borba Maranhão e
Professora Sarah Cabral.
Em
15 de maio de 1985, na comemoração do Jubileu de Prata da Faculdade de
Filosofia, foi lançado oficialmente o movimento em favor da criação da URCA, em
solenidade no auditório da Rádio Educadora do Cariri. O Projeto foi aprovado
pelo então Governador Gonzaga Mota, que anunciou logo a constituição de um
grupo de trabalho, visando a criação da nova instituição de ensino superior,
que foi fundada em junho de 1986 e instalada em março de 1987. Teve como base
as faculdades de Filosofia, Ciências Econômicas e Direito do Crato e Faculdade
de Engenharia Operacional de Juazeiro do Norte.
Nascida
da mobilização da sociedade em torno de um ideal, a missão da URCA, expressa no
seu texto regimental e evidente na sua prática sedimentou-se em suas ações
destes 35 anos é: “contribuir significativamente para a transformação da
realidade regional, através de atividades de ensino, pesquisa e extensão.
A
URCA conta com os campi instalados em Crato, Juazeiro do Norte, Barbalha,
Missão Velha, Iguatu e Campos Sales, além de contar com o Museu de
Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, em Santana do Cariri, um dos mais
representativos do Brasil, com mais de 7 mil peças fósseis principalmente do
período Cretáceo, além da reserva técnica, atraindo cientistas do Brasil e
exterior, fortalecendo também o turismo científico na região. A instituição
constitui-se como agente ativo do processo de desenvolvimento das regiões do
Cariri e Centro-Sul do Ceará, sendo conhecida pelo seu caráter educacional em
diversos outros estados do país.
Nesta
expansão ao longo do tempo, houve a aprovação da candidatura do Araripe
Geoparque Mundial com sucessivas avaliações exitosas, projeto de grande ousadia
e que já faz escola no Brasil e na América Latina; de uma universidade que
antes majoritariamente formava professores, foi ampliada e incrementamos a esta
estratégica tarefa a produção do conhecimento inovador pela implantação da pós-graduação
e consolidação da pesquisa. Além disso, foi a primeira instituição do Cariri a
implantar a pós-graduação Stricto Sensu em nível de mestrado e de doutorado.
____________
Com informações do Portal da URCA.
6 de março de 2022
113 anos de Patativa do Assaré
| Patativa. (FOTO/ Fernando Travessoni). |
Por José Nicolau, editor
Há
20 anos o Brasil perdia uma de suas mentes mais brilhantes. Nascido aos 5 de
março de 1909, Antônio Gonçalves da Silva, o Patativa do Assaré, deixou um
legado inigualável no campo da cultura.
Ninguém
usou tão bem a poesia com uma linguagem simples para retratar o nordestino, o sertanejo
com seus sofrimentos, mas concomitantemente com suas lutas e resistências.
Conhecido mundialmente, Patativa teve inclusive, o poema Triste Partida,
cantado por outro ícone da cultura nordestina, o cantor pernambucano Luiz
Gonzaga, nos anos 1960.
Nascido
em Serra de Santana, no município de Assaré-Ce, Patativa teve quatro irmãos,
sendo o segundo entre eles. Filho de Maria Pereira da Silva e Pedro Gonçalves
da Silva, agricultores, ele foi também um defensor assíduo da distribuição e uso
coletivo da terra. Ele foi um dos poucos que usou sua arte para denunciar e
cobrar melhorias. Suas poesias possuem forte conotação política.
Se
estivesse vivo, o poeta estaria hoje com 113 anos. Ele morreu aos 93 anos no
dia 08 de julho de 2002 causando forte comoção popular e recebendo diversas
reverências em todos os cantos do país e internacionalmente.
Em
sua homenagem, o Blog traz abaixo a poesia intitulada “A Terra é Nossa”:
A
terra é um bem comum
Que
pertence a cada um.
Com
o seu poder além,
Deus
fez a grande Natura
Mas
não passou escritura
Da
terra para ninguém.
Se a
terra foi Deus quem fez,
Se é
obra da criação,
Deve
cada camponês
Ter
uma faixa de chão.
Quando
um agregado solta
O
seu grito de revolta,
Tem
razão de reclamar.
Não
há maior padecer
Do
que um camponês viver
Sem
terra pra trabalhar.
O
grande latifundiário,
Egoísta
e usurário,
Da
terra toda se apossa
Causando
crises fatais
Porém
nas leis naturais
Sabemos que a terra é nossa.