Para
Vagner Freitas, presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e
um dos líderes da Frente Brasil Popular, o ato de hoje na Avenida Paulista é
fechado em três temas: “É o Fora Temer e
esse desgoverno ilegítimo; nenhum direito a menos, porque o que se apresenta é
a retirada de direitos dos trabalhadores e sociais e da democracia; e o povo
quer lutar. Consideramos esse governo ilegítimo e seria importante, para voltar
à normalidade democrática, que a população pudesse ser atendida em uma votação
direta para legitimar o governo”, disse.
Freitas
disse não esperar por confrontos no protesto de hoje. “Da nossa parte, não. Mas não tenho dúvida nenhuma de que a imprensa
deve denunciar ao mundo a escalada de violência que vive o Brasil. É lamentável
que uma menina perca a visão, não sei se perdeu, espero que não, mas essa
possibilidade dela perder a visão, e a polícia não fazer nada e o secretário
não dar uma reclamação sobre isso."
Segundo
o presidente da CUT, os manifestantes decidiram fazer uma caminhada – e não
ficar parados na Avenida Paulista, para indicar que “estão em movimento”. “Movimento é movimento. Queremos demonstrar
que estamos em luta e na rua e não vamos ficar parados”.
Polêmica
O
protesto deste domingo começou com uma polêmica. Na última quinta-feira (1),
após uma sequência de protestos violentos diários na cidade de São Paulo (em
todos eles, com forte repressão policial), a Secretaria de Segurança Pública de
São Paulo disse que o protesto deste domingo estaria proibido. O protesto havia
sido convocado pela internet pelos movimentos Frente Brasil Popular e Frente
Povo Sem Medo, para o horário das 14h, em frente à sede da Fiesp. Mais de 30
mil pessoas confirmaram presença ao ato nas redes sociais.
Uma
das razões para a proibição do protesto foi a de que este poderia prejudicar a
passagem da Tocha Paralímpica, no mesmo local, segundo a Secretaria de
Segurança Pública. Outro motivo foi o fato de que os organizadores não tinham
avisado o órgão sobre o ato. Em nota, a secretaria ressaltou que, conforme
determina a Constituição, é obrigatória a comunicação de hora, local e trajeto
em que se realizarão os atos públicos.
"Para que sejam preservados os direitos das
pessoas que não participam das manifestações e garantida a ordem pública, será
evitado o fechamento das vias importantes da cidade. A SSP informa ainda que
até o momento não recebeu qualquer comunicado oficial de movimentos organizados
dando ciência da realização de manifestações públicas nos próximos dias”,
diz a nota nota.
Na
sexta-feira (2), a secretaria divulgou nova nota, informando que, em reunião
com organizadores e o prefeito Fernando Haddad, o protesto seria liberado, sob
a condição de ser adiado para mais tarde, às 16h30, para prejudicar a passagem
da Tocha Paralímpica, entre as 13h20 e 14h10. “A Secretaria de Segurança Pública, após entendimentos com a Prefeitura
de São Paulo e os organizadores da manifestação convocada para este domingo
(4), informa que será permitida a concentração de manifestantes na Avenida
Paulista a partir 16h30. A SSP esclarece que, no horário acordado, o evento de
passagem da tocha paralímpica, cerimônia oficial da Rio 2016, já terá sido
encerrado”, dizia a nota da secretaria enviada à imprensa na sexta-feira
(2).
“Em primeiro lugar, não entendemos que caiba
à Secretaria de Segurança ou à Polícia "permitir" ou não uma
manifestação popular. A Constituição nos assegura este direito. De toda forma,
não é de nosso interesse prejudicar a passagem da tocha. Por essa razão,
buscamos a informação exata do horário de passagem da tocha na Avenida Paulista,
que será das 13:00 as 14:10”, escreveu o MTST, que compõe a Frente Povo Sem
Medo, em nota enviada à imprensa na última sexta-feira.
“Não pretendemos qualquer conflito e
esperamos que a PM tenha o equilíbrio necessário para lidar com o evento,
garantindo a liberdade de manifestação. Reiteramos que não iremos impedir nem
prejudicar a passagem da tocha paraolimpica. Ainda buscando uma solução que não
seja o enfrentamento com a PM estamos alterando a concentração para a frente do
Masp”, acrescentou o movimento.
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Passeata caminha em direção à Consolação para depois seguir pra o Largo da Batata. |