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Depois de RJ e SP, luta por Diretas Já chega a Salvador e Porta Alegre



Depois de grandes atos no Rio de Janeiro e em São Paulo, o movimento por eleições diretas ganhou outras capitais neste domingo. Em Salvador, uma multidão de mais de 50 mil pessoas tomou o Farol da Barra (foto), um dos mais belos cartões-postais da capital baiana no final da tarde, ao som se artistas como Daniela Mercury e Margareth Menezes.

Do 247 - Em Porto Alegre, o ato aconteceu no Parque da Redenção, também com grande participação de artistas. Lá puxaram o coro nomes como Bagre e Ernesto Fagundes, Hique Gomez, Antônio Villeroy, Negras em Canto, Bebeto Alves, Nani Medeiros e Raul Elwanger.

Presidente da 'Frente Suprapartidária pelas Diretas Já', o senador João Capiberibe (PSB), do Amapá, disse que os atos vão continuar em todo o País, até Temer ser cassado ou renunciar.

"A ideia é isso: juntar, unir, ampliar os movimentos sociais, as centrais sindicais, o movimento da sociedade civil, artistas, personalidades, políticos, governadores, senadores, deputados, vereadores e representantes da comunidade diante do povo. É uma grande corrente pelas Diretas".

Farol da Barra em Salvador reuniu mais de 50 mil pessoas. Foto: 247.

PEC das Eleições Diretas é aprovada na Comissão de Justiça do Senado



A Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou por unanimidade nesta quarta-feira (31) a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estabelece eleições diretas se a Presidência da República ficar vaga nos três primeiros anos do mandato.

Do G1 - A CCJ é responsável por analisar se os projetos apresentados no Senado ferem algum princípio da Constituição.

Com a aprovação da PEC pelos senadores do colegiado, o texto será enviado ao plenário do Senado. A inclusão da proposta na pauta depende de decisão do presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE). Se os senadores aprovarem o texto em plenário, a PEC seguirá para a Câmara.

Atualmente, a legislação prevê que, na hipótese de presidente e vice deixarem o comando do país nos últimos dois anos do mandato, deve ser realizada eleição indireta, em até 30 dias, pelo Congresso Nacional.

A PEC, apresentada pelo senador Reguffe (sem partido-DF) em 2016, altera o artigo que trata da vacância da Presidência.

O texto aprovado nesta terça pela CCJ prevê que, na ausência definitiva do presidente e do vice, o Congresso elege indiretamente o chefe do Executivo federal se a vacância ocorrer no último dos quatro anos de mandato.

Caso a PEC seja aprovada neste ano, uma eventual saída do presidente Michel Temer ainda em 2017 levaria a uma eleição direta, já que o mandato do peemedebista se encerra em 31 de dezembro de 2018. Desde o impeachment de Dilma Rousseff, o Brasil não tem um vice-presidente.

Ato no Rio reuniu cerca de 100 mil pessoas no último domingo pedindo Diretas Já.

Os truques dos jornais na cobertura das Diretas Já


Com a exceção do vetusto, encarquilhado e, cá entre nós, já meio esclerosado Estado de São Paulo, os outros dois maiores jornais do País registraram, sim, a noite histórica de ontem na Praia de Copacabana. Mas do jeito deles, lógico.

Do Portal Fórum - O Globo deu na capa a foto fechada de Caetano Veloso e Milton Nascimento, no palco, sem povo nem menção às Diretas Já no título em que, simplesmente, “MPB pede renúncia”. O título, aliás, saiu bem pequeno na primeira página, ao lado da foto dos dois artistas e embaixo do que realmente interessa para o jornal, exposto na manchete: “Crise faz governo traçar plano B para reforma”.

A Folha de São Paulo, ao contrário do concorrente carioca, deu a foto de Copacabana no alto de sua capa. Curiosamente, no entanto, a Folha não optou por nenhuma imagem como a que ilustra esse texto, do auge manifestação.

Um mar de gente calculado em mais de 100 mil pessoas se reuniu no fim da tarde, início da noite, para o show de Caetano, Milton e cia. A Folha, porém, escolheu uma foto tirada bem mais cedo na Praia, por Pablo Jacob (Globo), quando havia ainda espaços vazios à frente do palco e a concentração de bandeiras e balões vermelhos da CUT.

Em sua única página interna sobre o ato, o Globo estampou foto da mesma sequência do mesmo fotógrafo, só que mais fechada, com a informação na legenda de que “parte do público disputou selfies com artistas”.

E assim, unida à gélida cobertura que o ato histórico de ontem em Copacabana recebeu das emissoras de tevê, a grande mídia segue enganando os de sempre e sendo destrinchada, e rejeitada, por cada vez mais gente.

Milton Nascimento e Caetano Veloso. Foto: Mídia Ninja.

Composta para Jango e Edson Luís, Coração de Estudante volta a ser o hino das #DiretasJá. Ouça Milton


Quero falar de uma coisa / Adivinha onde ela anda / Deve estar dentro do peito / Ou caminha pelo ar.


A música Coração de Estudante, composta por Milton Nascimento e Wagner Tiso, ganhou as rádios do País em 1983. E conquistou um fã especial: Tancredo Neves, o político conterrâneo dos compositores mineiros, que dizia ser uma de suas músicas preferidas.

Imagem capturada do vídeo em que Milton Santos canta em Copacabana em ato neste domingo (28).

A canção, no entanto, foi composta originalmente por Tiso para outro líder político. Era um dos temas instrumentais do documentário Jango, do diretor Silvio Tendler, em homenagem a João Goulart, presidente deposto pelo golpe militar em 1964.

Após o filme ganhar as telas de cinema, Milton decidiu pôr a letra, fato incomum em sua carreira.

Baseou-se em Edson Luís, um dos primeiros estudantes mortos pela ditadura militar, em 1968. Os versos foram surgindo um a um, naturalmente.

Para batizar, lembrou-se de uma flor muito comum em Minas, a coração-de-estudante.

A novidade foi lançada durante as Diretas-Já, movimento cujo um dos líderes era Tancredo.

Era o momento da campanha das Diretas e ela começou a se tornar um hino da juventude”, recorda Tiso.

A volta das eleições diretas não foi aprovada, mas o político mineiro foi escolhido como o novo presidente, o primeiro civil desde 1964. Porém, morreu antes de tomar posse. Não houve matéria na tevê ou no rádio sobre Tancredo sem a canção como fundo musical, que se encerra com a mistura de tristeza e esperança que permeava o País naquele momento: Alegria e muito sonho / Espalhados no caminho / Verdes, planta e sentimento / Folhas, coração / Juventude e fé.

100 mil pessoas exigiram saída de Temer e realização de Diretas Já neste domingo (28)



Cerca de 100 mil pessoas foram à praia de Copacabana, no Rio, neste domingo (28) para participar do ato promovido por artistas e movimentos populares para exigir a saída do presidente Michel Temer e a realização de eleições diretas. A estimativa é dos organizadores. A Polícia Militar não divulgou estimativa. O ato-show, que começou por volta das 11h e foi até as 18h30, reuniu intelectuais, músicos, atores, parlamentares, e lideranças sindicais. Destaques para Caetano Veloso, Milton Nascimento, Mano Brown, Rappin'Hood, Milton Nascimento, Mart'nália, Teresa Cristina, Criolo, Cordão da Bola Preta,, Otto, Maria Gadú, BNegão, Elisa Lucinda, os atores Vagner Moura, Gregório Duvivier, Osmar Prado, Antonio Pitanga, Bemvindo Siqueira, dentre outros.

Da RBA - As apresentações musicais foram intercaladas com discursos que terminavam em coros de "Fora, Temer!" e "Diretas Já". Sem a presença ostensiva da força policial, o ato transcorreu o tempo todo de forma pacífica e nenhum incidente foi registrado.

"A gente tem hoje um presidente ilegítimo, impopular e criminoso. E esse Congresso, com maioria investigada por crime de corrupção, não tem moral para eleger um novo presidente, não pode. Só as eleições diretas vão tirar o país desse buraco em que a gente está hoje", defendeu Gregório Duvivier.

Cantora, poeta e atriz, Elisa Lucinda fez um pronunciamento em favor do amadurecimento da cidadania e da democracia brasileiras, e dos direitos dos trabalhadores. "Dirão para eu deixar de ser boba, porque desde Cabral todo mundo rouba. Eu digo que não, esse será meu Carnaval, só com o tempo a gente consegue ser ético e livre, e não admito que tentem tirar minha esperança. Não dá para mudar o começo, mas podemos mudar esse final."

O presidente da CUT, Vagner Freitas, e da Frente Povo Sem Medo, Guilherme Boulos, reafirmaram a disposição para a mobilização popular pelo restabelecimento da normalidade democrática no país.

Freitas afirmou que vai chamar greve geral caso as reformas continuem tramitando no Congresso. "Não adianta o 'Fora, Temer!' e manter as reformas. Por que a Globo golpista quer derrotar o Temer? Porque eles acham que o Temer não consegue aprovar as reformas, então eles querem colocar um golpista pior para acabar com nossa aposentadoria. Deixo um comunicado a todo o povo: se as reformas continuarem, já convoco os trabalhadores e trabalhadores a fazer a maior greve geral da história do país".

"Esse grande ato-show pelas 'Diretas Já' vai além dos movimentos sociais e dos partidos de esquerda. Esse movimento representa os 85% da população brasileira que quer escolher seu presidente. A população sabe que a única saída para a crise política é chamar o povo a decidir. Hoje o grito é em Copacabana, mas esse movimento vai tomar o país nas próximas semanas", afirmou Boulos.

Parlamentares também marcaram presença no ato, incluindo o líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (SP), o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), Marcelo Freixo (Psol-RJ). "Para aqueles que falam que não existe solução jurídica para fazer diretas, eu digo que isso é falso! Na terça-feira vamos votar na Comissão de Constituição e Justiça do Senado a PEC das Diretas. E já vamos mandar um recado para aquele Congresso: nós não vamos participar de nenhuma eleição indireta! Só o povo pode dar legitimidade a um novo presidente da República!", discursou o senador Lindbergh.

"A gente está onde a gente deveria sempre estar, nas ruas. Chegou a hora de derrotar a cultura do golpe, tem de ter eleições diretas imediatamente", disse o deputado estadual Freixo.

Entre as atrações mais esperadas, Caetano Veloso e Milton Nascimento optaram por não discursar, como fizeram outros artistas. Caetano, que subiu ao trio elétrico por volta das 17h, soltou um "Fora, Temer!", antes de começar sua primeira música, Podres Poderes, que cantou acompanhado por Maria Gadú. Milton apenas cantou "Paula e Bebeto", "Coração de Estudante" e "Nos Bailes da Vida".

O ato-show foi encerrado por B-Negão que lembrou um de seus primeiros sucessos, "A verdadeira dança do patinho", com parte da letra atualizada para o cenário político brasileiro, desde a movimentação pelo impeachment de Dilma Rousseff.


Mesmo com chuva, Copacabana  recebeu grande público para o ato-show por 'Fora, Temer!' e eleições diretas para definir a sucessão. Foto: Mídia Ninja.

Governo se dissolveu: Temer e ministros estão refugiados nos palácios, dizem analistas


Depois dos protestos em Brasília nesta quarta-feira (24), o governo de Michel Temer não tem saída. Isolado, o presidente ainda se apega a tentativas desesperadas de se manter no poder. O símbolo desse desespero foi a edição, no mesmo dia do Ocupa Brasília, do decreto autorizando “o emprego das Forças Armadas para a garantia da Lei e da Ordem no Distrito Federal”. A falta de apoio foi tal que Temer recuou e, menos de 12 horas depois, revogou o decreto. A questão agora é saber o que se pode esperar para os próximos dias e qual a “porta de saída” mais provável pela qual o presidente deixará o “comando” do país.

Da RBA - “O que há fundamentalmente é um governo que se dissolveu, que perdeu o controle”, diz o jurista e professor de Direito Constitucional da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Pedro Serrano. “Trata-se de um projeto de diminuição do tamanho do Estado que não cabe no Brasil, de redução dos direitos sociais, de um poder 'desconstituinte', para usar expressão do jurista italiano Luigi Ferrajoli. Um poder que tem amesquinhado os direitos fundamentais. O país não tem como viver de forma pacífica com esse grau de agressão aos direitos dos trabalhadores, dos cidadãos em geral.”

Diante da violenta crise econômica com quase 15 milhões de desempregados, não satisfeito, o governo e sua base no Congresso Nacional continuam “produzindo leis que reduzem cada vez mais os direitos de milhões de pessoas”, diz Serrano. “Isso é uma incitação à violência.”

O economista e professor João Sicsú, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), aponta o simbolismo do decreto que colocou Brasília virtualmente sob estado de sítio por algumas poucas horas. “Foi revogado porque tudo o que o governo Temer faz é rejeitado por todos. Essa medida foi rejeitada pelas Forças Armadas, pelo STF, pelo Senado, pela sociedade, pelo governador do Distrito Federal. Temer e seus comparsas não sabem para onde correr, nem ele, nem o Padilha (ministro-chefe da Casa Civil) etc. Estão refugiados dentro do Palácio do Planalto e do Palácio do Jaburu.”

A cientista política Maria do Socorro Sousa Braga, da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), avalia: “Vivemos a expressão da situação a que o Brasil chegou. A classe política está encurralada”.

Temer ainda é “apoiado por uma minoria resistente”, diz Sicsú, cuja expectativa é de que nos próximos dias o país encontre uma saída para a crise política permanente desde o golpe que derrubou Dilma Rousseff. “Espero que a saída seja apontada pelas ruas e mobilizações da sociedade, e portanto seja feita pela maioria, que rejeita profundamente esse governo e seu projeto de reformas trabalhista e previdenciária, e não uma saída por cima, dirigida pela Globo, com os bancos, as multinacionais e suas marionetes, PSDB, PMDB e penduricalhos menores”, avalia Sicsú. Em sua opinião, as "Diretas Já" seriam a única solução a contemplar de fato a voz das ruas.

O que pode acontecer nos próximos dias ou horas não é possível prever, dada a imprevisibilidade no país. Especulações e informações supostamente de bastidores alimentam as manchetes e em seguida são ultrapassadas por novos fatos.

Nesta quinta, por exemplo, o deputado Carlos Zarattini (SP) e a senadora Gleisi Hoffmann (PR), líderes do PT na Câmara e no Senado, respectivamente, negaram, pelas redes sociais, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteja conversando com os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e José Sarney na tentativa de encontrar eventuais saídas para a crise e a substituição de Temer. A informação foi divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo.

Jobim?

Segundo reportagem da revista Piauí, Nelson Jobim, ex-ministro de Fernando Henrique Cardoso e de Lula, frequentemente citado como um dos favoritos a substituir Temer se a solução se der via eleição indireta, teria negado a possibilidade de assumir a tarefa. As justificativas seriam duas, e pouco convincentes: resistência da mulher e eventuais problemas que essa “missão” poderiam causar ao banco no qual Jobim é um dos sócios, o BTG Pactual.

Mas não deixa de ser significativo que a negativa de Jobim teria se dado num almoço em São Paulo com cinco dezenas de membros do mercado financeiro, justamente no dia do Ocupa Brasília.

Se o fim do governo Temer é um fato, não se pode prever se sua saída acontecerá com a cassação no Tribunal Superior Eleitoral, provavelmente no dia 6, ou se ele vai renunciar após um suposto acordo que estaria sendo costurado nos bastidores. “Do ponto de vista político, está resolvido, esse governo não vai continuar. O que não está resolvido é a transição: se será pelo Congresso Nacional comandado pela Globo, ou se será pela vontade das ruas”, diz Sicsú.

Seja como for, Pedro Serrano não vê uma solução para a crise num horizonte próximo. Autor do livro Autoritarismo e golpes na América Latina (editora Alameda Casa Editorial), produto de uma tese de pós-doutorado que apresentou em Lisboa, ele acredita que a crise iniciada com o impeachment inconstitucional de Dilma Rousseff, na realidade, ainda vai se aprofundar. “O que temos é cada vez mais poderes selvagens no Brasil, para usar outra expressão de Farrajoli. É uma ferida institucional difícil de curar. Um projeto de redução de direitos, num momento de crise econômica muito violenta e acusações de corrupção que estarrecem a sociedade. Esse conjunto de fatores está dissolvendo as relações regulares de poder”, avalia.

Com a queda de Temer, acredita, o quadro não vai se amenizar tão rapidamente. “Acho que vem uma sequência autoritária, mesmo com a queda do Temer. Creio que a tendência é ampliar cada vez mais a esfera autoritária, até ela entrar em um ciclo de desestrutura. Daí, o ciclo começa a terminar. As pessoas acham que o autoritário traz a ordem, vão atrás do autoritarismo e do populismo em geral, mas na realidade isso é o caos, como a história mostra.


Movimentos Populares irão ocupar Brasília nesta quarta-feira (24)


Movimentos populares apostam que o Ocupa Brasília, série de ações que estão agendadas para quarta-feira, no Distrito Federal, será ainda mais decisivo, após as denúncias contra o presidente golpista Michel Temer, do PMDB.

Do Portal Fórum - Nesta semana, foram divulgados áudios que supõem que Temer teria dado aval aos donos da empresa JBS para silenciar o ex-deputado federal Eduardo Cunha, do PMDB.

A mobilização contra a reforma trabalhista e a reforma da Previdência, que inclui uma marcha e um ato político na capital federal, já estava agendada antes do escândalo.

Mas Josué Rocha, do MTST, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, afirma que o calendário de manifestações está mantido. Para ele, agora os atos ganham contornos pelas diretas já e contra uma saída conservadora, que seriam as eleições indiretas

A gente não pode aceitar. Por isso, a ida para Brasília, além do caráter para barrar de uma vez essas reformas, ela vai ser decisiva para exigir a saída do Temer e eleições diretas”, afirmou Rocha.

Para Ricardo Gebrim, da Consulta Popular, o Ocupa Brasília ganha muita força com a luta pelas diretas já. Ele acredita que esta é a bandeira que pode oferecer uma saída política democrática para a profunda crise política.

Dia 24 ganha uma relevância extraordinária com essa conjuntura. Ele vai ter um papel decisivo. É o momento de fortalecê-lo, massificá-lo e levar o máximo possível de ônibus de toda a parte. A expectativa da Frente Brasil Popular, que organiza o evento junto com as centrais sindicais, é reunir 100 mil pessoas em Brasília”, afirmou Gebrim.

A expectativa da Frente Brasil Popular, que organiza o evento junto com as centrais sindicais e frente Povo Sem Medo, é reunir 100 mil pessoas em Brasília.

Delegações pernambucanas, por exemplo, vão participar das manifestações. Paulo Rocha, do Sintepe, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco, afirma que as mobilizações dão continuidade à Greve Geral, realizada no dia 28 de abril.

É importante fazermos um Ocupa Brasília com a quantidade que expresse a nossa indignação e a força de luta da classe trabalhadora”, diz Rocha.


Além de Brasília, paralisações e mobilizações também são esperadas em outros estados neste domingo e também na quarta-feira.

Foto: Lula Marques/ AGPT

Pesquisa aponta que 63% querem a renúncia de Temer



Uma pesquisa do Datafolha realizada entre 7 e 8 de dezembro mostrou que a maioria da população brasileira (63%) é favorável à renúncia do presidente Michel Temer (PMDB) ainda neste ano para que haja eleição direta.


De acordo com a "Folha de S. Paulo", o levantamento apontou que 27% dos entrevistados se disseram contra a saída do atual presidente, 6% se declararam indiferentes e 3% não souberam responder.

Porém, para que tenha uma nova eleição, seria necessário que Temer deixasse o cargo até 31 de dezembro. Isso porque segundo o artigo 81 da Constituição Federal, um novo pleito direto deve ser convocado em 90 dias se os cargos de presidente e vice-presidente ficarem sem titulares.

A publicação ressalta que o Datafolha expôs resumidamente esse cenário aos entrevistados, com a seguinte pergunta: "Uma situação em que poderia haver eleição antecipada para a Presidência no Brasil seria em caso de renúncia de Michel Temer até o final deste ano. Você é a favor ou contra Michel Temer renunciar até o final do ano para a convocação de uma nova eleição direta para a Presidência da República?".

Foram ouvidas 2.828 pessoas de 16 anos ou mais e a margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

63% querem que Temer renuncie, aponta pesquisa.

Direção do Senado remove enquete apontando que 93% querem “diretas já”



Depois que o Estadão descobriu que uma pesquisa do site do Senado registrava que 93% dos 190 mil entrevistados desejavam novas eleições para presidente, já agora em outubro, junto com as eleições municipais, a direção da casa fez “sumir” a enquete.

Publicado originalmente no Tijolaço

Aliás, pela segunda vez, já que o jornal informa que ocorreu o mesmo no dia em que foi lançada, em maio, e recebeu em poucas horas cerca de 50 mil acessos.

A nota nos jornais ontem, provocou o mesmo e apareceu, de novo, um providencial “problema técnico” impede as pessoas de se manifestarem.

A velha teoria de “tirar o sofá da sala”, como se sabe, só funciona para as aparências.


Mas não deixa de ser curioso que o Senado da República adira aos métodos do Datafolha para esconder a repulsa a Temer.




“Depois da chuva” (Filme Baiano) destaca papel da juventude anarquista nas Diretas Já




O ano de 1984 marcou a história política e social em todo o mundo. Foi quando o vírus da Aids começou a se propagar, a Guerra Fria assombrava com a ameaça de guerra nuclear e um dos momentos em que a recessão econômica atingiu muitos países, principalmente na América Latina, onde o período ganhou a alcunha de “década perdida”. No Brasil, vivia-se intensamente a campanha pelas Diretas Já, que pedia o restabelecimento das eleições diretas para a Presidência da República.

Campanha pelas eleições diretas é colocada em xeque graças
ao radicalismo de Caio e seus amigos anarquistas.
É neste ambiente que se desenrola o primeiro longa-metragem da dupla baiana Cláudio Marques e Marília Hughes, Depois da Chuva, que teve estreia nacional nesta quinta-feira (15). O filme acompanha Caio (Pedro Maia), um jovem anarquista que desperta para a política e para o amor ao mesmo tempo que a população brasileira vive a euforia do fim da ditadura e vai às ruas para gritar com a voz que ficou por tanto tempo calada.

O filme começa com uma reunião de estudantes em um colégio de classe média. Os alunos debatem a importância de fazerem, pela primeira vez, uma eleição direta para escolher seus representantes estudantis. Uns ponderam que é preciso paciência, afinal, a sociedade reconquistava naquele momento a liberdade tirada pelo regime militar; outros bradam a importância de se tomar o poder de uma vez, sem meio-termo. Caio demonstra desde as primeiras cenas sua postura questionadora e incrédula. “Tive uma ideia: votem nulo. Não me matem de tédio”, diz irritado o garoto, ao deixar a reunião.

Mesmo a ensolarada capital baiana ganha tons cinzas e pesados no longa. A campanha pelas eleições diretas, quase sempre retratada a partir da beleza do povo na rua, é colocada em xeque graças ao radicalismo de Caio e de seus amigos anarquistas, responsáveis pela rádio pirata e pelo fanzine Inimigos do Rei. Desiludido pelo contexto político, o amigo de Caio, Talis (Talis de Castro) afirma: “Não aguento mais essas pessoas. Elas fazem acreditar que podem mudar alguma coisa, dão asas para depois cortar. Essa é a queda mais perigosa”.

A frase, dita no último encontro entre Caio e Talis, demonstra bem a vibração negativa e descrente do filme, reforçada pela trilha sonora composta de punk e hardcore e regada a muita maconha. Mas a obra não é apenas política, é também um retrato da juventude, cheio de rebeldia, de questionamentos e de descobertas. Caio desperta politicamente ao mesmo tempo que conhece o amor com a colega de classe Fernanda (Sophia Corral) e vê nascer as questões e as dúvidas ligadas à transição para a vida adulta. Este é o trunfo do filme já que traz a leveza necessária para equilibrar o amargor e o pessimismo político.

O filme ganhou os prêmios de Melhor Roteiro, Trilha Sonora e Melhor Ator no Festival de Brasília. A interpretação de Pedro Maia lhe rendeu o título de mais jovem vencedor deste festival.

           

Depois da Chuva
Direção: Cláudio Marques e Marília Hughes
Roteiro: Cláudio Marques
Produção: Coisa de Cinema
Elenco: Pedro Maia, Sophia Corral, Talis Castro, Aícha Marques, Ricardo Pisani, Victor Corujeira
Distribuição: Espaço Filmes
Ano: 2013
País: Brasil
Gênero: ficção
Duração: 90 minutos