15 de fevereiro de 2016

Qual pais tem o maior número de ateus?



É a Suécia. Lá, 85% da população não tem nenhuma crença ou não acredita em Deus.



Esse foi o resultado da pesquisa Ateísmo: Taxas e Padrões Contemporâneos, do sociólogo norte-americano Phil Zuckerman. Segundo ele, os suecos aprendem sobre cada uma das religiões na escola e são livres para escolher seguir ou não uma delas. E isso se repete na maioria dos países com alto índice de ateísmo. Vale lembrar que o estudo engloba ateus, agnósticos e não-crentes em Deus e o ranking é baseado na porcentagem populacional de cada país.

Enquanto os ateus negam a existência de Deus, os agnósticos garantem não ser possível provar a existência divina.

Crer ou não crer? - Os números da religião e do ateísmo no mundo

Suécia: 85%
População: 8,9 milhões
Ateus: 7,6 milhões

Vietnã: 81%
População: 82,6 milhões
Ateus: 66,9 milhões
O budismo e o taoísmo, religiões comuns por lá, são vistos como uma tradição, e não crença.

Dinamarca: 80%
População: 5,4 milhões
Ateus: 4,3 milhões
Um levantamento da ONU aponta que países com boa taxa de alfabetização tendem a ser mais descrentes.

Noruega: 72%
População:4,5 milhões
Ateus: 3,2 milhões

Japão: 65%
População: 127 milhões
Ateus:82 milhões

Em 2008, o pesquisador britânico Richard Lynn concluiu que países com alto QI são mais ateus. É o caso da população japonesa, que mantém a média 105 - uma das mais altas já registradas.

República Tcheca: 61%
População: 10 milhões
Ateus: 6,2 milhões

Finlândia: 60%
População: 5,2 milhões
Ateus: 3,1 milhões

França: 54%
População: 60,4 milhões
Ateus: 32,6 milhões

Coreia do Sul: 52%
População: 48,5 milhões
Ateus: 25,2 milhões

Crenças no mundo

Cristianismo: 33,3% ou 2 bilhões de pessoas (católicos: 16,8%; protestantes: 6%; ortodoxos: 4%; anglicanos: 1,2%)
Outras: 23%
Islamismo: 22,4% ou 1,2 bilhão de pessoas
Hinduísmo: 13,7% ou 900 milhões de pessoas
Budismo: 7,1%
Sikhismo: 0,3%
Judaísmo: 0,2%

Ateísmo por idade

18 e 34 anos - 54%
35 e 49 anos - 24%
50 a 64 anos - 15%
65 anos - 7%

Países com maior número de ateus
181,8 milhões de chineses são ateus - A China ocupa o 36º lugar no ranking de países com mais percentual de ateus (14%). Em números absolutos, porém, é onde vivem mais pessoas sem crença.
Japão: 82 milhões.
Rússia: 69 milhões.
Vietnã: 66 milhões.
Alemanha: 40 milhões.
França: 32 milhões.
Eua: 26,8 milhões.
Inglaterra: 26,5 milhões.
Coreia do Sul: 25 milhões.

Os mais fiéis - Países cuja maioria da população tem alguma crença:

Itália: 90% (53 milhões)
Filipinas: 80% (75 milhões)
México: 76% (96 milhões)
Brasil: 73% (137 milhões)

Ateísmo por sexo

Homens: 56%
Mulheres: 44%

Ateus no mundo - 749,2 milhões (11% da população mundial)

Na ciência - 50% dos cientistas têm alguma religiosidade. Entre eles, 36% acreditam em Deus. Ateus: 10%. Cristãos: 2%.

Por que gosto de História em 1 minuto, por Leandro Karnal


Imagem capturada do vídeo no youtube.

O historiador e professor de História da América na Universidade de Campinas (Unicamp),  Leandro Karnal expõe em um minuto e seis segundo o porquê de gostar da disciplina de História.

Para ele a História “mostra a desnaturalização de todas as coisas que antes nós considerávamos naturais”.  Karnal que é autor da Contexto conta que a História “mostra a liberdade que os homens tem para construir e destruir todas as instituições”. "Eu amo a história porque eu quero ser livre e a história é a base dessa liberdade", pontua ele.

O historiador que é conhecido por suas palestras e crítico das doutrinações religiosas foi também curador de várias exposições, dentre elas  “A Escrita da Memória”, no estado de São Paulo.

Confira o vídeo abaixo


           

Por que correr faz bem para o coração?



O coração é um órgão muscular e, por isso, o treinamento físico intenso e regular pode alterar suas características, como estrutura, tamanho e ritmo. Praticantes de exercícios aeróbicos, como a corrida, desenvolvem maiores cavidades cardíacas (átrios e ventrículos), responsáveis pela circulação sanguínea, gerando uma espécie de hipertro­fia.

Este blogueiro em alguns momentos antes das tradicionais corridas de fim de tarde. Capa/Informações em Foco.
Um maratonista, que “exercita” o órgão por mais tempo, tem maior e­ficiência no bombeamento sanguíneo, sendo capaz de bombear mais sangue a cada batimento. Isso explica por que atletas apresentam diminuição dos batimentos quando estão em repouso. Mas esse ganho de e­ficiência e hipertrofia por conta do exercício não é uma descoberta recente. No século XIX, pesquisadores notaram que o coração de animais selvagens era maior que os de animais domésticos, por conta da maior frequência de atividade. Além disso, a avaliação de esquiadores cross country olímpicos da época revelou que estes apresentavam corações maiores que os da população em geral. A constatação de que a prática regular de exercício físico intenso, e por longo período, deixa o coração maior, gerou a necessidade de a comunidade médica diferenciar o chamado “coração de atleta” de um coração doente – dilatado por enfermidades, o que leva à insu­ficiência cardíaca. Essa diferença entre um órgão saudável ou não pode ser detectada por meio de exames como eletrocardiograma de repouso, radiografia do tórax, ecocardiograma e eletrocardiograma de esforço.

- A atividade física intensa e constante hipertrofi­a o coração. Como consequência, o órgão precisa de menos batimentos por minuto (menor frequência cardíaca) para bombear o sangue de que o corpo necessita, por conta das suas contrações mais e­ficientes.

- A corrida de longa distância estimula adaptações cardiovasculares benignas. Além de mudanças veri­ficadas em exames, como hipertro­fia ventricular esquerda, alteração de condução atrioventricular e repolarização ventricular precoce (alterações normais em atletas), os corredores possuem FC de repouso reduzida, que pode ser moderada (entre 40 e 50 bpm) ou severa (menor que 40 bpm). Vale ressaltar que a redução da FC de repouso, mesmo que abaixo de 40 bpm, não é, por si só, prejudicial à saúde do corredor.

- As quatro câmaras que formam o coração (átrios e ventrículos) são contraídas para impulsionar o sangue oxigenado dos pulmões para o corpo. Em corredores mais experientes e bem treinados, sobretudo maratonistas, essas câmaras são maiores e mais e­ficientes.

- A e­ficiência cardíaca adquirida com o exercício faz com que o coração seja capaz de ejetar maior quantidade de sangue. Um corredor de elite chega a bombear 115 ml de sangue com uma frequência cardíaca de 45 bpm. Um atleta amador, 86 ml com FC de 60 bpm e um sedentário, perto de 65 ml com uma FC de 80 bpm.

Exames vitais

Todo corredor deve fazer uma consulta clínica. As avaliações cardiológicas podem detectar doenças preexistentes e até então desconhecidas pelo corredor. As informações clínicas são fundamentais, porque, apesar do baixo risco cardíaco em atletas (um para cada 300 mil/ano), o desconhecimento de uma doença cardiovascular eleva em cem vezes a chance de algum problema.

13 de fevereiro de 2016

Do Outras Palavras: O Elogio da Intolerância


Só ela nos separa dos incapazes de sonhar e cansados de viver. Só ela gera o conflito necessário para frear nossa corrida rumo à catástrofe.
Por Nuno Ramos de Almeida | Imagem: Sebastião Salgado

Where climbing was and bright
is darkness and to fall
(now wrong’s the only right
since brave are cowards all)
E. E. Cummings

Na obra-mestra de David Fincher, The Fight Club, há uma cena-chave em que Tyler (Brad Pitt) quer acordar para a vida Jack (Edward Norton) queimando-o com ácido, enquanto lhe diz, agarrando-o: “Este é o maior momento da tua vida e tu não estás cá, vais perdê-lo.” Para Jack, a violência é divina, usando o conceito de Walter Benjamin, quando nos permite descobrir o nosso corpo e realidade pela dor, despertando-nos de um mundo anestesiado onde vivemos. Um mundo em que somos espetadores de sofá e interagimos com cliques, nos meandros de um qualquer ato de consumo.

O “projeto destruição” descrito no filme, esta irrupção aparentemente anárquica de toda a violência, permite um renascer nas ruínas da desordem. A destruição de todos os arquivos financeiros, centros de poder fáticos, seria esse novo big bang.

A história mostra-nos, desde o início dos tempos, como a violência é uma dinâmica imanente às grandes rupturas. É quase sempre pela violência que o gesto revolucionário lança as sementes de algo novo, de uma nova ordem.

A própria constituição do político como escolha e alternativa está ligada a esta definição de inimigo. Não há ato político sem esse gesto.

O mundo em que vivemos castrou-nos as escolhas, fazendo substituir a ideia de conflito pela ideia da “tolerância”.

Contra um mundo sem paixões ou compromissos, é preciso manter-se intolerante com as desigualdades, e com a capacidade de constituir um novo conflito e fabricar uma nova hegemonia, terá condições de evitar esta corrida para a catástrofe.

Há muito tempo, Friedrich Nietzsche percebeu que a civilização ocidental estava a caminhar em direção ao Último Homem, uma criatura apática sem grandes paixões nem compromissos. Incapaz de sonhar, cansado de viver, esse homem não corre riscos, procurando apenas o conforto e segurança”, escreve o filósofo Slavoj Zizek.

A “tolerância” mascara o conflito social e minimiza a luta na conquista dos próprios direitos. Se disséssemos em 1 de Dezembro de 1955 a Rosa Parks, a mulher que na cidade de Montgomery se recusou a dar o lugar do ônibus a um branco, como mandavam as regras da segregação, que ela procurava “tolerância”, ter-nos-ia mandado bugiar. O seu gesto, que lhe custou a prisão, provocando um conflito onde só havia sujeição, era a afirmação de um direito, não de tolerância. “Estou cansada de ser tratada como uma pessoa de segunda classe”, disse ela ao condutor.

Vivemos num mundo dividido em condomínios privados e subúrbios tendencialmente selvagens. São assim as grandes cidades; é assim a divisão entre um espaço organizado, envelhecido, do Primeiro Mundo, e o espaço falido e desordenado dos países educados à bomba. Nos espaços marginais contidos pela violência do Estado ou dos exércitos apenas parecem campear os bandidos e os fundamentalistas. Como se lê no “Segundo Advento” de William Butler Yeats, “aos melhores falta convicção e aos piores sobra apaixonada intensidade”.

Esta oposição entre bombardeamentos e fundamentalistas que se alimentam reciprocamente é incapaz de ultrapassar a divisão entre espaços crescentemente desiguais: de um lado, os espaços civilizados, vigiados, e por outro lado os espaços selvagens, onde sobreviverá um número crescente de humanos em condições sub-humanas. A sua dinâmica pressupõe essa divisão e justifica-se com ela.

Só uma nova violência ligada a um projeto intolerante com as desigualdades, e com a capacidade de constituir um novo conflito e fabricar uma nova hegemonia, terá condições de evitar esta corrida para a catástrofe.

Estamos num momento de transição. O mundo que vivemos não tem condições e não conseguimos ver as alternativas possíveis. Uma coisa é certa: elas não são possíveis sem uma ideia de intolerância à desigualdade e possibilidade de ação violenta. A violência é o gesto que nos permite mostrar a injustiça de uma situação.

Numa das tragédias clássicas do teatro grego, de Sófocles, Antígona opõe-se às leis da cidade que a impedem de enterrar o irmão, que combateu pelas tropas inimigas. Para ela, as leis da cidade não estão acima do dever. À medida que se desenrola a tragédia, o tirano Creonte vai tentando quebrar a jovem e obrigá-la a cumprir a sua lei, sem o conseguir. A recusa de Antígona custa-lhe a vida, mas o seu sofrimento vai derrubar a tirania, mostrando a irracionalidade de um poder repressivo que até ali estava disfarçado na vida de todos os dias. Há milhares de anos, como agora, a liberdade vale mais que os repressores de turno. Basta um gesto para o perceber.

Ao contrário dos contos de fadas ou dos filmes em que se come pipocas, nada obriga a que depois de uma tragédia haja um final feliz. Mas na nossa liberdade está inscrita a possibilidade de mudar as coisas. Por vezes, basta um gesto corajoso.


Conheça a Universidade que teve 51, 9% de alunos de escolas públicas e 21,5% de negros aprovados no Vestibular



A lista dos aprovados na primeira chamada do vestibular da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) tem 51,9% de alunos que cursaram o ensino médio em escolas públicas. Desses, 43% são pretos, pardos ou indígenas, o que representa 21,5% do total de selecionados.


O índice de alunos vindos de escola pública é o maior da história da instituição, que nunca havia superado o índice de 34% de egressos do sistema público de ensino. “São resultados muito expressivos e que vão contribuir para que muita gente tenha uma ascensão social significativa no país, uma vez que nós temos alunos do Brasil inteiro”, disse o reitor da Unicamp, José Jorge Tadeu.

Os resultados obtidos no vestibular de 2016 representam, de acordo com Tadeu, uma antecipação das metas de inclusão estabelecidas pelo conselho universitário. O objetivo da universidade era que, até 2017, 50% dos ingressantes viessem de escolas públicas, sendo que 35% desses fossem autodeclarados negros ou indígenas (17,5% do total).

O percentual de 35%  foi estipulado por ser a representatividade de pretos e pardos na população do estado de São Paulo. Segundo o Censo Escolar de 2014, dos 1,91 milhão de estudantes do ensino médio do estado de São Paulo, 85,3% cursavam em escolas públicas, sejam estaduais, municipais ou federais.

Para aumentar a presença desses grupos na composição do corpo de alunos, foi estabelecido um programa de bônus. Na primeira fase do vestibular, os candidatos que cursaram o ensino médio em escolas públicas recebem 60 pontos extras, os que forem negros e indígenas, 20 pontos  a mais. Na segunda fase, os bônus passam para 90 pontos para os estudantes de escolas públicas e mais 30 pontos para os negros e indígenas. De acordo com o reitor, para ingressar na Unicamp os candidatos precisam em média de notas que variam entre 600 e 700 pontos.

O aumento do número de estudantes negros e de escola pública ocorreu, segundo Tadeu, inclusive nos cinco cursos mais concorridos: medicina, arquitetura e urbanismo, midialogia, ciências biológicas e engenharia civil. No entanto, em arquitetura e urbanismo, o número de autodeclarados negros e indígenas ficou abaixo de 35%.

Para o reitor, a concessão de bônus tende a aumentar o número de ingressantes de escola pública justamente nos cursos mais concorridos, onde as notas dos candidatos são mais próximas e poucos pontos determinam o acesso às vagas. “Essa metodologia impacta mais significativamente os cursos de alta demanda. Os cursos de alta demanda tem um aproveitamento muito próximo dos estudantes”.



12 de fevereiro de 2016

Política e a Desigualdade, por Leandro Karnal*


Um dos campos onde a inteligência nacional mais desabou foi o debate político. Em clima de Fla-Flu é difícil formular ideias. Queria fazer uma reflexão básica sem coloração partidária.


Premissa inicial: somos uma sociedade marcada pela desigualdade de renda, de educação e de acesso a serviços como saúde. A desigualdade é um fato objetivo, logo, não cabe discussão. Não interessa aqui se há sociedades mais ou menos desiguais, pensarei apenas a nossa, a sociedade brasileira.

Diante da desigualdade, existem duas (entre centenas) de atitudes básicas. Destacarei apenas estas duas (há mais sim)

01) A desigualdade é provocada pelas diferentes energias aplicadas ao trabalho, pelo empreendedorismo de cada um, pela capacidade de crescer quanto à renda e quanto ao conhecimento. Logo, a desigualdade registra pessoas mais ou menos aptas e é, de certa forma, a recompensa pela inteligência, pelo trabalho, pela estratégia e pelo esforço. A desigualdade será resolvida pela energia das próprias pessoas quando estas pararem de esperar coisas, pararem com sua dependência do Estado e começarem a produzir e trabalhar mais. A ambição individual e o trabalho são a chave. Esta seria, grosso modo, a postura liberal (com muitas variações ) e a defesa Adam Smith do trabalho.

02) A desigualdade é dada estruturalmente pelo capitalismo e suas formas de dominação. Ela não é um acidente e nem pode ser eliminada porque o capitalismo precisa de massas desiguais. Mesmo que alguns cresçam, a grande maioria nunca poderá sair de onde está, porque há demanda de mão de obra barata e de controle político. A saída é quebrar o sistema por uma ação organizada contendo em maior ou menor grau a noção de revolução. Esta seria a postura, em geral, do pensamento de Marx e de muitos grupos marxistas.

A partir destes dois pólos generalizantes (com muitas diferenças, eu sei) as pessoas se posicionam sobre bolsa família, cotas raciais, reforma agrária , incentivos fiscais para áreas pobres etc. A noção básica é: quem é o responsável pela desigualdade e quem pode resolvê-la? Os exemplos históricos e dados levantados pelos debatedores não são a base para sua posição política. São, em geral, a posteriori, ou seja, cada grupo seleciona da história e de outros países o que acha relevante para embasar sua posição. A posição é anterior aos fatos, quase sempre. Voltaremos a este fato.

Texto publicado em sua página no Facebook

11 de fevereiro de 2016

Mães que amamentam em público. O que a Lei tem a dizer?


Por Thiago Pacheco*, no Jusbrasil

Escrevo este artigo para falar de um fato demasiado antigo, mas como ainda vejo e ouço certo fervor por uma situação equivocada sinto que uma discussão faz-se necessária, para que surjam alguns esclarecimentos.

Passei a acompanhar com mais atenção o constante repúdio manifestado em posts e comentários nas redes sociais decorrente de uma aprovação de suposta (ratifico, suposta) lei que proibiria a amamentação em ambientes públicos.

Essa aprovação não existiu porque tal regulamento não existe! O que de fato aconteceu foi a sanção de uma lei pelo prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), que prevê multa de R$500,00 para estabelecimentos que proíbam amamentação em público, após um episódio no Sesc Belenzinho, em 2013, onde um funcionário repreendia uma mãe que alimentava seu bebê.

Vale ressaltar mais uma vez que trata-se de uma lei municipal, válida no município de São Paulo. Existe norma semelhante no Rio, com uma multa mais salgada - R$2.000,00.

Foto: Reprodução/Facebook.
A imagem acima fora utilizada nos posts que trazem de forma errônea essa suposta aprovação, mas ela é datada de outubro de 2013, tirada durante um evento organizado por uma Universidade de Medicina russa, criado para incentivar a amamentação materna.

Para que tal matéria entrasse em vigor seria necessário passar por aprovação pelas duas casas legislativas (Câmara Legislativa e Senado Federal) em Brasília, além de ter a sanção da Presidente. Ora, não me parece possível que a Representante maior do nosso Estado - mãe que é - sancionaria uma lei como essa. Que fique claro, ao falar da Presidente o meu interesse não é levantar discussões políticas.

Por fim, reitero que as informações divulgadas são infundadas, não tendo o mínimo embasamento legislativo.

A incoerência desse episódio torna-se ainda mais gritante quando sabe-se que os deputados cujo seriam responsáveis pela autoria da lei existem, de fato, porém são mexicanos. Isso mesmo, Oscar Garcia Barron e Rogério Castro Vazquez são políticos do México.

Além de informar, este artigo tem como função reduzir a reprodução de um conteúdo equivocado nas redes sociais. Atualmente, com a facilidade para escrever coisas infundadas e a facilidade de difusão de informações (sejam elas verdadeiras ou não), não se pode apenas “compartilhar” algo que está sendo falado, faz-se imprescindível checar a veracidade.

O mundo já tem muitos motivos para raiva e confusões, que tal espalharmos um pouco mais de amor, paz e harmonia?

*Estudante de Direito na Faculdade Católica do Tocantins - FACTO; ex-integrante do Centro Acadêmico de Direito da FACTO; e com desejo de fazer carreira na advocacia.

Livro “Povos Indígenas no Brasil Mirim” Pode entrar na grade do MEC



Por meio de uma iniciativa do Instituto Socioambiental (ISA), crianças brasileiras poderão ampliar o conhecimento sobre os povos indígenas. O livro “Povos Indígenas no Brasil Mirim” carrega esta proposta, como afirma Tatiane Klein, do ISA, para a Rádio Brasil Atual. “O principal objetivo deste livro é desconstruir uma ideia genérica de que estes povos ficaram no passado e que não existem mais no Brasil contemporâneo”, afirma.

Brasil abriga 246 povos indígenas, totalizando 900 mil pessoas que falam mais de 150 línguas.
A entidade aguarda edital do Ministério da Educação (MEC) para ampla distribuição nas escolas do país. Por enquanto, é possível encontrar exemplares da obra em escolas que demonstrarem interesse espontâneo, e também nas livrarias Cultura e da Vila, além do portal da instituição: mirim.socioambiental.org.

Atualmente, o Brasil abriga 246 povos indígenas, em um total de 900 mil pessoas que falam mais de 150 línguas. A proposta do ISA, segundo Tatiane, tenta abranger o maior número de diferenças entre os povos, também analisando as similaridades. “Temos muitos textos sobre povos que vão além da Amazônia, como na região do Xingu, também índios do Amapá e os Guarani, que vivem em uma situação de vulnerabilidade importante de se mostrar para as crianças."

A situação complicada, descrita por Tatiane, revela a importância da obra, que tenta enxergar padrões que fogem dos naturalizados sobre os povos indígenas. “Temos muitos discursos sobre a miséria dos povos indígenas e tentamos valorizar situações diferentes. Apesar de estarem ameaçados por propostas do Legislativo, que oferecem várias violações de direitos, nas aldeias, as comunidades resistem e vivem de uma forma digna e feliz, ao menos tentam”, observa.

A chave de argumentação da obra está focada na desnaturalização do olhar ao indígena, muitas vezes carregados de conceitos equivocados. “Tem até textos produzidos por crianças indígenas que ajudam a quebrar preconceitos, como de que o índio não é capaz de manejar o português, ou de que eles não possuem projetos de futuro”, diz Tatiane.

Interações entre povos e mitologias também são presentes. Algumas narrativas são apresentadas, porém, chamando atenção para o fato de que essas histórias não são a única fonte de conhecimento de mundo desses povos. “Tentamos mostrar como alguns temas estão presentes nas mitologias de alguns povos das Américas. Tem comparações com mitologias Inuítes, no Canadá, sobre a descoberta do fogo, ou mesmo a criação do sol e da lua”, diz.