20 de março de 2015

O exercício desafiador de “dialogar”, por Carlos Alberto Tolovi


A redação do Informações em Foco recebeu via correio eletrônico na noite desta quinta-feira, 19 de março, artigo de Carlos Alberto Tolovi,  professor universitário , doutorando em ciências das religiões e idealizador do projeto ARCA, em Altaneira, abordado no seu programa “Esperança do Sertão” veiculado aos sábados na Rádio Comunitária Altaneira FM.

No artigo intitulado O exercício desafiador de “dialogar”, Tolovi afirma que a arte do diálogo só pode ocorrer se se houver o reconhecimento do outro como sujeito de alteridade e isso pressupõe perceber o próximo como sujeito de direitos e que ele é diferente, pensa diferente e tem escolha diferentes. Segundo o professor o diálogo se promove também com conflitos e que o dialogar não significa necessariamente abrir mão de sua opinião para acatar passivamente a opinião do outro.

Neste contexto, Carlos Tolovi citou o Deputado e Pastor Marco Feliciano como exemplo de que não está aberto ao diálogo, mas reforça em seu posicionamento a intolerância.

Confira o artigo apresentado no último sábado, 14 de março.

Para definir de forma bem clara sobre o que seja o diálogo, podemos começar com as seguintes perguntas:
· Dialogar é a mesma coisa que conversar? Podemos dizer que não.
· Pode haver diálogo sem nenhuma forma de linguagem? É claro que não.
· Pode haver diálogo sem nenhuma forma de comunicação? É claro que não.
· Pode haver diálogo sem entendimento da linguagem comunicada? É claro que não.
·  Mas então, se tivermos uma forma de linguagem, que possibilite a comunicação e o entendimento, já haverá diálogo? Também não...
·        
    Mas, afinal de contas, o que define o diálogo?É preciso que se tenha uma forma de linguagem, comunicação, entendimento entre duas ou mais pessoas que se respeitem, onde uma considere a outra como sujeito, com a possibilidade de terem razão. É preciso levar em conta o que o outro diz. É preciso respeitar a opinião do outro. Isso não quer dizer que pra dialogar precisamos concordar com tudo. Ao contrário. Os melhores diálogos acontecem na latência da discordância. A grande questão é que a discordância não pode eliminar o respeito pelo outro. O que mais atrapalha o diálogo não é a discordância, mas a arrogância. E é o que nós mais vemos no campo da política partidária e da religião institucional.
Então vamos lá. Vamos tentar esclarecer ainda mais essa questão.

Eu só posso dialogar com o outro a partir do momento em que eu considere o outro como sujeito de direito, dignidade e possibilidade. Isto é, quando eu levo em conta o fato de ele ser diferente, pensar diferente e escolher diferentemente. Esse é justamente o princípio do diálogo. Isso porque, não há diálogo entre iguais. As abelhas não dialogam. Elas apenas seguem um mesmo padrão de comunicação.

Levar em conta o que o outro diz e o que ele pensa é o que abre a possibilidade de dialogar. Isso não quer dizer que o conflito deva ser eliminado. O diálogo muitas vezes é conflitante. Diferentemente do que muita gente pensa. Dialogar não quer dizer abrir mão de sua opinião para acatar passivamente a opinião do outro. Para se dialogar é preciso partir do que você pensa, levar em conta o que o outro pensa, e refletir sobre o que está sendo colocado, com a possibilidade de se mudar de opinião.

Neste final de semana eu estava vendo na TV uma entrevista com o polêmico Pastor Feliciano – Deputado Federal. E ele dizia que estava completamente aberto pra dialogar a respeito dos homossexuais. Mas logo em seguida ele afirmava que nada o faria mudar de opinião. Ele defendia que os seus argumentos eram seus princípios. E aqui é que vem uma grande contradição: quem não está disposto a abrir mão de sua opinião, em nenhum momento e em nenhuma circunstância, não pode dialogar. Princípios são diferentes de normas morais. Os princípios nos servem de parâmetros para refletir e dialogar. As normas morais são constituídas de valores que não dependem mais de nós, porque pertencem à um determinado grupo social.

Então, vamos exercitar o diálogo!

19 de março de 2015

Movimentos sociais e sindicatos promovem ato pela cassação dos direitos de transmissão da TV Globo



Movimentos pela rede estão convocando manifestações em todo o Brasil pelo fim da Rede Globo. O objetivo é pedir a cassação dos direitos de transmissão da Rede de Televisão dos Marinho.

A Rede Globo de Televisão foi fundada em 26 de abril de 1965 pelo empresário Roberto Marinho e está no ar faz 49 anos. É assistida por cerca de 150 milhões de pessoas diariamente, sejam elas no Brasil ou no exterior, por meio da TV Globo Internacional.

Movimentos de esquerda, partidos e sindicatos convocam
manifestações pelo fim da Rede Globo em todo o Brasil.
Movimentos de esquerda, páginas e partidos estão convocando uma manifestação através das Redes Sociais e sites para o dia 10/04 ás 17 horas nas sedes da Rede Globo e filiadas em todo o país.

O dia simbólico 01 de abril, dia que ocorrerá a manifestação, é conhecido pelo dia da mentira, por isso os organizadores dizem que não há dia melhor que represente a Rede Globo.

A  cassação da concessão de uma emissora é um processo simples, que pode ser feito por qualquer cidadão,instituição ou sindicato, perante a constituição

É feito e protocolado o pedido e enviado a presidente da República ou o ministério das comunicações e quem dá a palavra final é o ministro das comunicações. Os motivos devem ser descritos e claros, e a decisão não pode ser recorrida.

Por ser a maior rede de televisão do país e uma das maiores do mundo, a emissora possui uma capacidade sem paralelo de influenciar a cultura, a política e a opinião pública. Desde a sua fundação, a empresa possui um longo histórico de controvérsias em suas relações com a sociedade brasileira, que vão desde seu apoio ao regime militar até a influência em eleições presidenciais do período democrático, como em 1989.

A história nos mostra que a Rede Globo é uma inimiga da democracia, apoiando o golpe militar (cujo a mesma já admitiu essa informação), sabotou as eleições de 1989 elegendo Collor, sonegou impostos milionários em 2002 na Copa do Mundo e hoje conspira contra a democracia.

A lei é clara e mostra que a cassação já deveria ter ocorrido:

Lei número 4.117, de 27 de agosto de 1962 que instituiu o Código Brasileiro de Telecomunicações.

Art. 53 (redação dada pelo Decreto-Lei n. 236/1266) – Constitui abuso, no exercício de liberdade da radiodifusão, o emprêgo dêsse meio de comunicação para a prática de crime ou contravenção previstos na legislação em vigor no país, inclusive:

a) incitar a desobediência às leis ou decisões judiciárias;
b) (…)
c) (…)
d) fazer propaganda de guerra ou de processos de subversão da ordem política e social;
e) (…)
f) (…)
g (…)
h) (…)
i) (…)
j) veicular notícias falsas, com perigo para ordem pública, econômica e social;

Para confirmar presença no ato, clique aqui.

Leia aqui e assine o abaixo assinado pela cassação da concessão da emissora.

Marcha das Mulheres Negras 2015: Contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver



O Comitê Nacional Impulsor da Marcha de Mulheres Negras 2015, reunido em Brasília nos dias 10 e 11 de janeiro, definiu a alteração de data de realização da Marcha das Mulheres Negras 2015 contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver para 18 de novembro de 2015, na capital federal.

A mudança de data é decorrente da avaliação das organizações que integram o comitê nacional sobre:

O recrudescimento do racismo e sexismo e o avanço de forças conservadoras e neoliberais no Estado e na sociedade civil;

A composição de uma agenda contínua de enfrentamento à violência racial e patriarcal em todos os espaços que se façam necessários com respostas contundentes e sistemáticas do movimento de mulheres negras em âmbito local, regional e nacional;
Novas interlocuções políticas que demandam novas estratégias de combate ao racismo e ao sexismo.

Frente a esse quadro político, incorporou-se à Marcha a seguinte agenda de mobilização, nos municípios e nos estados, de Março a Novembro de 2015:

8 de Março: Dia Internacional da Mulher.
21 de Março: Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial.
27 de abril: Dia Nacional da Trabalhadora Doméstica.
13 de Maio: Dia Nacional de Denúncia contra o Racismo.
25 de Julho: Dia da Mulher Afrolatinoamericana e Afrocaribenha.
18 de Novembro: Marcha das Mulheres Negras 2015, em Brasília.]

No mesmo encontro, o Comitê Nacional assumiu o caráter executivo, sendo composto por: Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB), Associação das Pastorais Negras (APNs), Coordenação Nacional de Entidades Negras (Conen), Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (Fenatrad), Fórum Nacional de Mulheres Negras, Movimento Negro Unificado (MNU) e União de Negros pela Igualdade (Unegro).

Confira o vídeo

            

O Exemplo de político, só que não: FHC opina sobre popularidade e impeachment



Fernando Henrique Cardoso comentou nesta quarta-feira (18), em entrevista à Rádio Jovem Pan, a baixa popularidade da presidente Dilma Rousseff (PT), que alcançou seu pior patamar desde que assumiu a Presidência da República, em janeiro de 2011.

Imagem: Rodrigo Dionísio/Frame/Folhapress.
De acordo com o instituto Datafolha, a rejeição ao governo Dilma chegou a 62%. Para FHC, um índice tão elevado de reprovação é um forte empecilho para seguir governando. “Esses números expressam o descrédito do governo. A presidente Dilma tem que enfrentar a realidade, e é uma realidade de desaprovação”.

Rejeições

No passado, FHC precisou lidar com cenário semelhante. Em 1999, também no primeiro ano do seu segundo mandato, o ex-presidente tucano amargou um recorde de rejeição histórico: 65%. Na outra ponta, sua aprovação era de apenas 8%. Dilma, agora, segundo o mais recente Datafolha, tem 13% de bom/ótimo.

A reprovação ao governo FHC, à época, se deu pela desvalorização do Real, alto desemprego e crescimento da inflação. O tucano foi reeleito em 1998 após a compra de votos para aprovar a emenda da reeleição no Congresso Nacional.

Mesmo em 1999, eu nunca perdi a grande maioria do congresso. Não perdi a credibilidade. Uma coisa é a popularidade, outra coisa é credibilidade”, afirmou FHC, ao ser confrontado com os dados.

Em seus piores momentos, além de FHC, outros ex-presidentes alcançaram índices ainda mais preocupantes que o de Dilma Rousseff. Itamar Franco, em 1993, tinha 12% de aprovação na época do escândalo do Orçamento. Fernando Collor, às vésperas do impeachment, tinha apenas 9% de avaliação positiva.

O ex-presidente Lula, por sua vez, é quem herda as melhores avaliações nas medições históricas. Em seu pior momento, no auge do escândalo do mensalão, o petista teve 28% de aprovação.

Impeachment

Questionado sobre um possível impedimento do mandato da atual presidente, FHC disse que, por enquanto, não há razões para tirar Dilma do poder através de meios que não sejam democráticos, embora não tenha descartado completamente a possibilidade.
Nós temos que respeitar as instituições democráticas e a presidente Dilma foi eleita, mas ela está perdendo as condições políticas de governar […] Se aparecerem provas de que Dilma está envolvida nos crimes investigados pela Lava Jato, a lei deve ser cumprida”, disse FHC.

Corrupção

Fernando Henrique se mostrou incomodado diante das recentes declarações do atual presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que afirmou que o ex-presidente tucano ‘abriu as portas da corrupção na Petrobras’ após baixar decreto com o qual a estatal não precisava mais passar todas suas compras por licitações.


Cardoso disse não se considerar o culpado, defendeu o decreto, afirmando ser ‘inviável’ uma empresa do porte da Petrobras agir no mercado apenas com licitações e culpou o PT: “O governo do PT está aí há 12 anos, era só mudar o decreto”.

18 de março de 2015

Novos direitos de domésticos são aprovados com alterações pela Câmara dos Deputados




A Câmara dos Deputados votou ontem, em Brasília, a proposta que regulamenta direitos dos empregados domésticos, com alterações em relação ao relatório apresentado pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR) e aprovado pelo Senado. A principal modificação, considerada uma derrota para o Governo, foi a derrubada da previsão de que os trabalhadores domésticos só poderiam receber como seguro-desemprego um salário mínimo por três meses.

Presidente da Câmara, Eduardo Cunha, presidiu a sessão que
analisou a regulamentação dos direitos domésticos.
A proposta estabeleceu o pagamento pelo período de três a cinco meses. Como o projeto foi modificado, voltará a ser analisado pelo Senado antes de seguir para sanção da presidente Dilma Rousseff. Apesar das alterações, a expectativa é que o texto de Jucá seja restabelecido ao ser votado no Senado. Segundo o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi fechado acordo para isso.

Uma das principais vitórias do Governo foi conseguir manter a contribuição previdenciária do empregador em 12%. No Senado, a proposta havia sido aprovada com a alíquota de 8% e na votação de ontem, houve uma tentativa de restabelecer o percentual. Outra alteração providenciada pelos deputados federais foi estabelecer que o trabalhador que atue por 12 horas seguidas tendo 36 horas sucessivas para o descanso, receba em sua remuneração mensal o pagamento pelo descanso semanal remunerado e pelo repouso em feriados.

Para os vigilantes

Os deputados embutiram um destaque que foi aprovado para que a regra passe a valer também para vigilantes de instituições financeiras. Eles ainda retiraram do texto a previsão de que auditores do Ministério do Trabalho pudessem fiscalizar o cumprimento das regras do trabalho doméstico dentro das residências.

Os parlamentares mantiveram, por outro lado, a proibição de contratar um empregado doméstico para uma jornada menor do que 25 horas semanais. A regulamentação vai viabilizar alterações na relação trabalhista entre os empregadores e os empregados domésticos aprovada em abril de 2013 numa emenda constitucional que ampliou os direitos da categoria.

17 de março de 2015

Representantes da “Casa Grande Midiática” aparecem na lista do HSBC



No dia 27 de fevereiro o Notas Vermelhas perguntava: “Por que O Globo e a mídia hegemônica escondem o ‘Suiçalão’?” Agora está explicado: na lista com os nomes dos donos das contas do HSBC em Genebra (usadas para lavar dinheiro e sonegar imposto) constam barões da mídia brasileira. Mas tem muito mais caroço neste angu.


A lista com os nomes dos correntistas brasileiros do HSBC só estava em poder do grupo Folha e depois do grupo Globo, escolhidos a dedo por uma organização “independente” (ICIJ) de jornalistas investigativos. Os grupos Folha e Globo davam explicações absurdas para justificar a divulgação de apenas alguns nomes. Amaury Ribeiro Jr., autor do livro Privataria Tucana, era membro do ICIJ e também estava atrás dos nomes.

Depois de escrever uma carta esculhambando a “dona” da lista na ICIJ, e pedindo seu desligamento da organização, Amaury continuou tentando o acesso aos nomes dos correntistas brasileiros. O autor da Privataria Tucana é talvez o mais competente repórter investigativo do Brasil e a lista, tudo indica, já tem outra cópia, desta vez nas mãos certas. Antevendo o que pode acontecer se Amaury estiver de fato com a lista e, de mais a mais, sabendo também que é inevitável que cedo ou tarde a lista caia no domínio público, o grupo Folha e o grupo Globo se anteciparam e divulgaram parte da verdade, apenas como álibi. A tática é sem dúvida inteligente, mas é como a velha peneira tentando tapar o velho sol, não consegue nublar o fato de que buscaram até o último momento sufocar a verdade.
Pesos pesados da mídia na lista

Todos se lembram dos incríveis argumentos da ombudsman da Folha para justificar o vazamento seletivo de nomes da lista, como os de donos de concessões de ônibus no Rio de Janeiro, enquanto outros eram preservados. Mas agora, misteriosamente, o critério foi revisto e o site UOL (Grupo Folha), por exemplo, informa que “ao menos 22 empresários do ramo jornalístico e seus parentes, além de 7 jornalistas, estão na relação dos que mantinham contas na agência do HSBC em Genebra, na Suíça”.

Estão na lista nomes dos proprietários do Grupo Folha (inclusive do atual presidente da Folha de S. Paulo, Luiz Frias), a família Saad – proprietária da Band e a falecida Lily Marinho, viúva de Roberto Marinho. Sabem o que alegou, na matéria do UOL, a família Frias, sobre as contas na Suíça? Pois não é que eles “informam não ter registro da referida conta bancária”? Agora, imaginem se é qualquer outro - que não seja tucano é claro - que vem com uma desculpa esfarrapada desta. A manchete irônica da Folha de S. Paulo de domingo seria: “Fulano diz que não lembra se tinha conta na Suíça”.

Os caroços do angu

Outros nomes da lista envolvem gente ligada à TV Verdes Mares, à Rede Transamérica, ao Grupo Abril (olha a Veja aí, gente) e à Jovem Pan. O nome do apresentador Carlos Massa, o Ratinho, também está lá. O membro do conselho editorial do grupo Abril (Veja) e um dos colunistas mais raivosos da direita, José Roberto Guzzo, sempre a bradar contra a “corrupção”, também consta da lista, cujo campeão é Aloysio de Andrade Faria, dono da Rede Transamérica, com US$ 120,5 milhões.

Não temos dúvidas de que tem muito mais caroço neste angu. Uma pergunta óbvia, que um jornalista investigativo realmente independente faria seria: qual a relação destas contas com o processo de privatização na era FHC? Como esta, existem ainda dezenas de outras perguntas a serem respondidas. A este respeito recomendamos a leitura de uma interessante especulação feita pelo blog Ponto e Contraponto. De qualquer maneira, com o que já se sabe espera-se para breve que o sempre atento, imparcial e destemido Ministério Público Federal tome rápidas providências. Espera-se, também para breve, uma visita do coelhinho da páscoa.

Pesquisadores acreditam ter encontrado livro que ajudou o rei inglês Henrique VIII a romper com a Igreja Católica




Quando você tem uma ideia mirabolante e quer saber se alguém já teve essa mesma ideia ou quer ver até que ponto ela é viável, o que você faz? Joga no Google, certo? Pois é. Na época do rei Henrique VIII da Inglaterra, as pessoas iam à biblioteca. “Ah, você jura”… Juro! É fácil esquecer que nem sempre a gente teve internet. Um livro era (e ainda é) uma fonte poderosa de informações, capaz de alterar a história de povos inteiros! Um exemplo é a descoberta feita na biblioteca de Lanhydrock, no Reino Unido. James Carley, professor especialista em Henrique VIII, conseguiu identificar, entre as obras que fizeram parte da grande biblioteca do rei, o livro que foi decisivo para a anulação de seu casamento com Catarina de Aragão e a ruptura da Inglaterra com a Igreja Católica na década de 1530.

Capa do livro "Work of Ninety", do frade William of  Ockham.
(Foto: divulgação/stevem Kaywood/National Trust)
O livro identificado contém um resumo das teorias do filósofo e teólogo medieval William of Ockham. Apesar de um pouco danificada, a obra sobreviveu à destruição em um incêndio que atingiu a biblioteca em 1881 e ainda tinha a folha de rosto com o número “282″, que Carley identificou como correspondente ao inventário de livros feito em 1542, cinco anos antes da morte de Henrique VIII.

A obra do padre e filósofo, publicada em 1495, foi parar no meio da coleção do rei da Inglaterra porque os seus assessores estavam reunindo evidências para dar base ao divórcio de Henrique com sua esposa Catarina (que naquela época não era permitido). A intenção era que o rei pudesse casar com Ana Bolena para que ela gerasse herdeiros do sexo masculino. Ockham escreveu, em latim, sobre os limites do poder do papa e a independência da autoridade de monarcas (justamente o que Henrique VIII buscava). Diversas páginas do livro estão marcadas pelos secretários para que o rei pudesse ler, incluindo uma seção destacada cujo título pode ser traduzido como “Quando é permitido deixar de obedecer ao papa”. :O

O livro tem anotações raras feitas pelos secretários de Henrique VIII. 
(Foto: divulgação/stevem Kaywood/National Trust).
E foi isso que o monarca inglês resolveu fazer. Em 1532, ele começou a retirar seu apoio à Roma e, no ano seguinte, apesar da recusa da anulação de seu primeiro casamento, ele se uniu à Ana Bolena (que nessa época já estava com suspeitas de gravidez). Claro, a Igreja Católica não curtiu e declarou que Catarina de Aragão ainda era a rainha de direito da Inglaterra, e Henrique VIII respondeu como famoso “Ato de Supremacia”, estabelecendo a si mesmo como o chefe da Igreja Anglicana (e de quebra abocanhando todas as propriedades romanas do território inglês).

Para o pesquisador James Carley, o livro foi fundamental para a ruptura definitiva da Igreja da Inglaterra com a Igreja Católica. “O livro é importante não somente pela sua origem, mas também pelas notas inseridas nele feitas pelos secretários de Henrique VIII e sem dúvida destinadas para que ele próprio as lesse. Tais notas chamam a atenção exatamente para as questões relevantes às políticas do rei nos anos que antecederam a ruptura com Roma”, contou o especialista ao jornal The Guardian.

16 de março de 2015

Dona Angelita, Mestre da Dança do São Gonçalo, fala sobre atuação deste Grupo em Altaneira


O sítio Taboquinha, do município de Altaneira, foi palco no último sábado, 14, de uma apresentação do grupo de São Gonçalo, durante os festejos de São José.

Dona Angelita cede entrevista a Francilene Oliveira, do
Notícias em Destaque, e fala sobre a atuação do Grupo do
São Gonçalo. Foto:  Brendo Rodrigues.
Um dos símbolos de cultura viva no município e coordenadora do grupo, Dona Angelita, em entrevista a reportagem do jornal “Notícias em Destaque”, da Rádio Comunitária Altaneira FM, falou sobre a formação da equipe e sua receptividade nas comunidades por onde atua. 

Segundo informações divulgadas no blog da emissora, o São Gonçalo em Altaneira, enquanto grupo, surgiu ano passado visando a apresentação durante a Mostra Sesc  Cariri de Culturas, em Crato, por meio do ponto de Cultura Projeto Arca.

Para Dona Angelita, a equipe tem boa receptividade por onde passa. Ela destacou a união dos membros que é mesclado, adultos e jovens.  São (16) dezesseis, 12 (doze) mulheres e 04 (quatro) homens.

A Dança do São Gonçalo encontra sua origem em Portugal. No século XIII era realizada no interior das igrejas de São Gonçalo e tinha como referência o 10 de janeiro. Em Porto, por exemplo, o ato de se dançar nas ocasiões de comemoração a São Gonçalo era chamado de Festa das Regateiras, ocasião em que participavam as mulheres que queriam se casar. A dança era realizada dentro da igreja, o que nos remete à Idade Média e Moderna em Portugal. Nos dias de hoje muitas dançam com chapéus de ouro conhecido como chapel do peão.

Atualmente, no Brasil, não há dia determinado para a manifestação cultural religiosa e nem fazem mais festas, romarias para o santo. Esta manifestação pode ser encontrada em quase todas as partes desse país, com variações coreográficas bastantes diversificadas, tomando diferentes formas de execução. Segundo seus participantes, dança hoje é organizada em pagamento de promessa devida a São Gonçalo. O promesseiro é quem organiza a função, administrando todo o processo necessário à realização deste ritual. É realizada dentro de casa ou em local coberto, onde se arma um altar com a imagem deste santo e outros de devoção do promesseiro. Em frente a este altar é que se desenvolve toda a dança.