18 de junho de 2013

Manifestantes serão enjaulados no discurso dos donos da Grande Imprensa?

 
 
Por Lincoln Secco*
O Brasil mudou. Excetuadas as passeatas festivas ou marchas evangélicas, desde a Campanha pelo impeachment em 1992 não havia manifestações de rua com tantas pessoas simultaneamente em várias cidades do país. É verdade que as atuais não se comparam em número, finalidade e abrangência com as Diretas Já, que ainda continuam sendo o maior movimento de massas da história do Brasil (embora ainda não saibamos a amplitude que os protestos atuais poderão tomar). Mas elas são o quarto movimento de politização em massa dos últimos trinta anos.

No primeiro deles, as greves do ABC em 1978-1980 permitiram a criação do novo sindicalismo, do MST, do PT e da CUT. O PT questionou a estrutura tradicional dos partidos comunistas e foi em seus primeiros anos uma verdadeira federação de núcleos e movimentos com grande autonomia em seu interior. As greves foram derrotadas, mas o PT sobreviveu e cresceu.

O segundo momento foi uma Revolução Democrática que pôs fim ao Governo Militar. O processo começou pela campanha das diretas, mas foi filtrado pela lógica eleitoral que deu ao PMDB um papel proeminente na vida política. A última tentativa de se opor àquela reação conservadora do PMDB foi a campanha da Frente Brasil Popular em 1989. O saldo organizativo foi a constituição do PT como alternativa eleitoral radical de poder.

O terceiro momento (o Impeachment) devolveu à UNE seu papel de liderança dos movimentos estudantis, mas as lideranças se contentaram com a simples troca do presidente Collor pelo seu vice Itamar Franco, o que acabaria permitindo ao seu Ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso se tornar depois presidente.

Vimos que nos três momentos houve saldos de organização, mas logo encapsulados pelas forças conservadoras. Durante a década neoliberal dos anos noventa houve um esvaziamento das ruas e o declínio da militância partidária, como se pode constatar pela História do PT. Ainda assim, aquele partido manteve o controle das principais organizações sindicais e movimentos sociais surgidos nos anos 1980.

Quando o PT foi jogado no canto do ringue durante os escândalos de 2005 a Direita midiática esperava manifestações populares que nunca aconteceram. Lula governou oito anos sem enfrentar uma situação como a atual.

Mas agora a política mudou. Fatores internacionais (crise de 2008, Primavera Árabe, movimento dos indignados), aliados a transformações tecnológicas que permitem a ação em rede e a comunicação em tempo real por telefones móveis também respondem pelas mudanças. Mas nada disso aconteceria se o PT houvesse mantido sua hegemonia nos protestos de rua como acontecia antes.

Burocratizado, governista, ele não demonstrou capacidade de se inovar e voltar às ruas. Mantém uma estrutura invejável, um líder carismático e o sólido controle de sindicatos e movimentos sociais, mas não são estes que convocam as manifestações. E por mais que tentem, seus concorrentes de extrema esquerda também não controlam nada.

Na Cidade de São Paulo a tomada espontânea das ruas em diferentes pontos da cidade não se compara a nada antes ocorrido. As pessoas simplesmente se apropriaram do que deveria ser delas: o leito carroçável, o direito de se manifestar e de andar à noite com os amigos em segurança. Afinal, não há melhor segurança do que multidões nos espaços púbicos. O que elas fizeram ainda não tem caráter de permanência, mas decerto a tarifa zero permitiria um pouco de trabalho, diversão e arte todos os dias. A forma fez-me lembrar a virada cultural paulistana. Só que agora se trata de uma virada política.

A história nos ensina que cada movimento destes politiza de uma só vez milhares de pessoas. Elas não aprendem com teorias, mas com ações. Só que depois as teorizações, o aprendizado em coletivos permanentes é que consolida o movimento. Daí a pergunta essencial que não se põe agora, mas se colocará num futuro próximo: qual o saldo organizativo destas manifestações?

Se elas terão influência eleitoral futura é o que menos importa. A Direita Midiática já começou vasta operação para se apossar do movimento de massas. Mas ela não terá sucesso porque nada tem a oferecer. As pessoas sabem que ela não apóia nenhuma das reivindicações do Movimento Passe Livre. Mas a vigilância do MPL deve ser redobrada e ele não pode permitir que a massificação dos atos seja submergida na oposição oficial partidária.

O PT também se vê pela primeira vez em sua história confrontado por um movimento de massas. Por mais que militantes petistas e até políticos estabelecidos apóiem, ainda que tarde, as manifestações, é inegável que em São Paulo o aumento de tarifas de transporte determinado por administração do partido foi o estopim do movimento. O PT não é mais o dono das ruas, mas ninguém é.

Os partidos de ultra-esquerda cometeram o erro de nascer cedo demais como rachas internos e sem o batismo que só agora as ruas poderiam ter-lhe oferecido. O perigo é uma manifestação como a atual ter sua voz (como já acontece) ser canalizada pela mídia conservadora que rapidamente percebeu que podia virar o jogo para não perder mercado.

Que os partidos continuam importantes na rotina eleitoral e que haja diferenças entre PT e PSDB pode não ser a crença de vários partidos de esquerda, mas é a de milhões de beneficiários das políticas sociais, do aumento do emprego e do salário mínimo que o PT implantou no Brasil.

O PT é melhor do que o PSDB evidentemente. Só que este partido não pode contar mais com apoio militante que não seja profissionalizado. Suas políticas sociais já dormem sob um cobertor curto que ao se puxar para cobrir a cabeça, os pés ficam de fora. É que quando as pessoas conquistam direitos, elas querem mais. Se a ousadia (ou mesmo o cálculo eleitoral que, afinal de contas, tem sido a única coisa de interesse para seus dirigentes) fizesse o PT defender a tarifa zero, ele criaria o seu segundo bolsa família no Brasil.

Mas o futuro dessa geração nova que vai às ruas diz respeito a outra coisa. Se os partidos saberão interpretar o seu desejo é problema deles. O que o Movimento do Passe Livre apontou é uma questão maior: poderá a autonomia das ruas se expressar em novas formas de organização ou será enjaulada no discurso dos donos da Grande Imprensa?



17 de junho de 2013

Restringir o poder de investigação do MP: a PEC do enforcamento

 
 
Neste mês de junho, começa a ser definido o futuro da Proposta de Emenda Constitucional (PEC 37/2001) que dá exclusividade às polícias judiciárias – federal e estaduais – para apurar, em procedimento preliminar, a autoria e a materialidade de condutas tipificadas na legislação penal. Uma proposta da lavra de Lourival Mendes (PTdoB--MA), delegado de polícia eleito deputado federal. No caso de exclusão do Ministério Público, teremos uma segunda batalha no Supremo Tribunal Federal (STF) e sobre a inconstitucionalidade da PEC 37. Essa emenda, como alertou o respeitado jurista René Ariel Dotti, torna o Ministério Público (MP) “refém das polícias”.
Não são novas as tentativas de amordaçar e reduzir os poderes e as garantias constitucionais assegurados ao MP. Com FHC, o período foi fértil e se aproveitou dos notórios abusos dos procuradores regionais Luiz Francisco de Souza e Guilherme Schelb. No STF, e pela primeira vez, coube a Nelson Jobim levantar a tese da exclusividade policial nas investigações de infrações penais e, assim, entendeu este ministro ilegítimas as investigações criminais realizadas por representantes do MP. Até agora temos apenas manifestações das supremas Turmas julgadoras, com divergências. No entanto, a maioria aponta para a legitimidade da investigação pelo MP. O destaque que sufraga a inconstitucionalidade da apuração ministerial está no voto da ministra Cármen Lúcia.
Nos anos 1940 e na elaboração do Código de Processo Penal, a dis­cussão centrou-se na adoção, na futura lei processual penal, do modelo europeu do “juizado de instrução” (cabe ao juiz investigar os ilícitos penais) ou do princípio da separação da atividade administrativa de polícia da jurisdicional. Na Europa, evoluiu-se e a atividade investigatória é atribuição da magistratura do Ministério Público. Mais ainda, nos 196 Estados Nacionais do planeta apenas nas ditaduras e em raros países da África proíbe-se o Ministério Público de investigar criminalmente.
A PEC 37 viola o nosso sistema constitucional acusatório. O ponto fulcral decorre do fato de o Ministério Público ser o titular exclusivo da ação penal pública e a Polícia Judiciária (apesar do nome, seus agentes subordinam-se à autoridade do Poder Executivo) exercer, no sistema constitucional, função auxiliar. Ora, o órgão incumbido constitucionalmente de acusar pessoas, e que também pode emitir juízo para concluir pelo arquivamento de procedimentos apuratórios (incluído o inquérito policial), está legitimado, pelo sistema constitucional e pela lógica, a investigar os fatos ilícitos tentados ou consumados.
O referido sistema estabelece uma relação de coordenação entre as atividades dos agentes da Polícia Judiciária e os órgãos do Ministério Público. E os representantes ministeriais atuam, na ação penal pública, em nome e em substituição aos membros da sociedade civil. Por isso gozam das mesmas prerrogativas de independência conferidas aos membros do Poder Judiciário.
Com efeito, a Polícia Judiciária, por meio de peça chamada, desde o Decreto nº 4.824, de 1871, de inquérito policial, pode e deve, na sua função auxiliar, apurar as infrações penais e contravencionais. Isso, no entanto, não impede que o Ministério Público também realize investigações que entender relevantes. E entre procuradores, promotores de Justiça, delegados e magistrados, como ensinou o saudoso administrativista francês Gastón Jesse, não existe relação de subordinação. Em conclusão, o nosso sistema constitucional ficará subvertido, caso seja dada exclusividade apuratória às polícias judiciárias: uma “reserva de mercado” às polícias subordinadas ao Poder Executivo federal e estaduais.
No mundo ocidental, ficou célebre a exitosa Operação Mãos Limpas, que consistiu em uma investigação realizada pelo MP de Milão e a revelar a existência de corrupção na política partidária italiana. Indicado pelo Partido Socialista, o parlamentar Mario Chiesa, administrador do complexo lombardo Pio Albergo Trivulzio, fazia caixa 2 (tangenti), sem esquecer de encher o próprio bolso.
 

15 de junho de 2013

Estadão e Folha incitaram violência da PM e foram atendidos



Folha e Estadão estimularam a violência da PM em editorial
Foto: ABr
Durante o quarto protesto por conta do aumento da tarifa de ônibus hoje em São Paulo, seis repórteres do grupo Folha foram alvejados à queima-roupa por um policial da Rota, na rua Augusta, em São Paulo. A bala era de borracha, mas os estilhaços feriram 6 profissionais. Dois deles, nos olhos. 

Essa foi apenas uma das dezenas de cenas de violência protagonizadas pela Polícia Militar do Estado de São Paulo nesta quinta-feira na capital paulista. As prisões, muitas com indícios de arbitrariedade, contam-se às dezenas.

Poucas horas antes, pela manhã, os dois maiores jornais do Estado chegavam às bancas e às casas dos assinantes com editoriais defendendo uma ação mais dura da PM. O Estadão incitou a violência dos policiais claramente. A Folha, por sua vez, colocou a desocupação da avenida Paulista como ponto de honra, desde o título. Ambos foram atendidos:

“Chegou a hora do basta”, O Estado de S. Paulo:

“A PM agiu com moderação, ao contrário do que disseram os manifestantes, que a acusaram de truculência para justificar os seus atos de vandalismo (…) A atitude excessivamente moderada do governador já cansava a população. Não importa se ele estava convencido de que a moderação era a atitude mais adequada, ou se, por cálculo político, evitou parecer truculento. O fato é que a população quer o fim da baderna – e isso depende do rigor das autoridades (…) De Paris, onde se encontra para defender a candidatura de São Paulo à sede da Exposição Universal de 2020, o governador disse que “é intolerável a ação de baderneiros e vândalos. Isso extrapola o direito de expressão. É absoluta violência, inaceitável”. 

Espera-se que ele passe dessas palavras aos atos e determine que a PM aja com o máximo rigor para conter a fúria dos manifestantes, antes que ela tome conta da cidade.”

“Retomar a Paulista”, Folha de S. Paulo:

“É hora de pôr um ponto final nisso. Prefeitura e Polícia Militar precisam fazer valer as restrições já existentes para protestos na avenida Paulista (…) No que toca ao vandalismo, só há um meio de combatê-lo: a força da lei”.

14 de junho de 2013

Che Guevara faria 85 anos hoje (14): Mas seu legado permanece eternizado



Ernesto Che Guevara completaria hoje (14) 85 anos
Ernesto Che Guevara se estivesse vivo, completaria 85 anos nesta sexta-feira (14). Nascido em Rosário, na Argentina, lutou em Cuba e morreu em La Higuera, na Bolívia. Em sua homenagem, Argentina e Cuba realizaram uma série de atividades. Esta semana, a Organização das Nações Unidas para a Educação e Cultura (Unesco) anunciou que estuda os manuscritos originais de Che, que poderão ser incluídos no Registro Memória do Mundo.

Após lutar pela libertação da América Latina e também em países africanos, Che se converteu em símbolo da luta contra as injustiças sociais em todo o mundo.

Os manuscritos originais escritos pelo jovem Che estão entre os candidatos à inscrição na Memória do Mundo, registo que o Comitê Consultivo do programa da Unesco vai estudar na próxima semana, conforme comunicado da organização.

Memória do mundo

A memória do mundo é um programa internacional, cujo Comitê Consultivo se reunirá entre 18 e 21 de junho em Gwangju (Coreia do Sul), para estudar os 84 pedidos de registo apresentados por 54 países e uma organização internacional.

Esses aplicativos incluem a coleção de manuscritos originais de Ernesto Che Guevara, os arquivos da Universidade de Toronto relativos à descoberta da insulina (Canadá) e a coleção de manuscritos do Alcorão, da biblioteca nacional do Egito.


Criado em 1997, a Memória do Mundo visa proteger o patrimônio documental da humanidade. Atualmente 245 bens, que vão desde os discos originais da música de Carlos Gardel até listas de ouro dos exames imperiais da dinastia Qing Dynasty são protegidos pelo organismo.


Quem são os reais vândalos do novo milênio?



Manifestante ocupam ruas de São Paulo para
protestar contra o aumento das passagens de
ônibus
Vou adotar para efeito de contexto, o conceito de História aos moldes do Marxismo para me referir a um dos assuntos mais propagados dos últimos dois dias, a saber, o aumento das tarifas de ônibus em São Paulo. Nesse sentido, entendo a história como um processo de luta de classes, uma história que só se faz através do antagonismo de duas forças em conflito, ou não.  

Ao buscarmos subsídios na própria historia, logo se percebe que esse conceito se fez presente em muitos casos. Em Roma, por exemplo, os detentores do poder se valiam de vários artifícios para combater seus inimigos que os chamavam de vândalos.  No século V esse mesmo povo Vândalo, de origem germânica, por duas vezes invadiu e saqueou o poderoso e até então intocável Império Romano.  Essa derrota humilhante não ficaria impune, afinal, se tratava de Roma. Desta feita, o imperador Justiniano I declara guerra aos Vândalos e escala para comandar o exército, de quinze mil homens, o general Belisário. Passados pouco mais de dois anos de grandes conflitos, o Reino Vândalo, situado no norte da África foi totalmente destruído e os romanos ocupam as principais cidades deste reino, no norte da África.

Chamo a atenção, então, para a sentido empregado a palavra e conduta dos Vândalos que, nesse caso supracitado, não se diferencia das ações de outros povos antigos, sejam cristãos ou não, inclusive dos próprios romanos. Afinal de contas, na antiguidade, os conflitos ocorriam para conquistar território e escravos. Quanto maior o império, maior a demanda de escravos para defesa e sustentação do reino, e também para as constantes frentes de batalha.  Partido dessa premissa a palavra "vândalo" se configurou como sinônimo de grupos que praticava violência.

Ainda aqui, devo dizer que essa conotação ainda hoje empregada é carregada de sentidos e significados, porque os atos agressivos, as violências ocorridas no processo histórico tem sido a história contada pelos vencedores, nunca pelos que foram vencidos.  Uma história contada para servir os interesses das classes dominantes. Os livros utilizados em sala de aula está repleto dessas “historinhas”.  Por isso que é muito importante ter nas escolas um profissional formador de opinião e, não um mero reprodutor e, ou transmissor de conteúdos.

Ora, se não vejamos. Recentemente tenho acompanhado as manifestações democráticas contra o aumento da passagem, em várias capitais brasileiras. Elas se configuram como um símbolo de luta entre trabalhadores e capitalistas, ou seja, o que deixei transparecer ao iniciar essa análise, a luta de classe. È, então, a essência do fenômeno, ou parafraseando, Karl Marx, é o motor da história.

A justificativa dada pelos governantes para o aumento das passagens de ônibus não corresponde à realidade. É sabido que houve um ajuste. E de onde vem esse ajuste? O trabalhador já está cansado de saber que as estratégias para tal são as mais descabidas possíveis. Nesse caso, sai do seu bolso do trabalhador e da trabalhadora. E vai pra onde?  Sempre que há um ajuste, é dinheiro que sai do bolso do trabalhador e vai pro bolso do dono da empresa de ônibus, do capitalista. Assim, os passageiros acabam sentindo também no bolso o que significa o aumento de cada centavo na passagem.

Partindo dessa premissa e, ainda levando as considerações da conceituação de vândalo e da história contada para servir aos interesses da classe dominante, pode-se dizer que assim como outrora, é preciso fazer uma análise criteriosa para definir o que caracteriza os vândalos do novo milênio que, agora usa, roupagem diferenciada e se camuflam para denominar os que lutam por melhores transportes público de vândalos. Esses grupos contam com o apoio e uma imprensa fajuta que ao reproduzi-lo se torna porta-voz da ideologia dominante, denominando os milhares manifestantes que ocupam as ruas contra o aumento de vândalos, de bárbaros.

Se ações dos manifestantes em alguns momentos são vistas ou podem ser vistas como vandalismo, também o são e, de caso pensado, vândalos quem se utiliza da força militar para reprimir com veemência os trabalhadores e trabalhadores que num gesto de democracia lutam para ter seus direitos garantidos.


13 de junho de 2013

CBF divulga nota de repúdio a Neto: “Extrapolou todos os parâmetros”



Ex-jogador Neto. Foto: Manuela Scarpa
A CBF não demorou a responder o comentarista Neto pelas ofensas durante o programa “Donos da Bola”, da TV Bandeirantes. Por meio de uma nota oficial, a entidade criticou o comportamento do ex-jogador, que xingou a seleção brasileira, ao vivo, na quarta-feira.

No comunicado, a CBF afirmou entender o papel da imprensa e afirmou aceitar qualquer crítica positiva sobre o trabalho do time comandado por Luiz Felipe Scolari. No entanto, repudiou com firmeza a postura do comentarista ao dizer que Neto “extrapolou todos os parâmetros”.

“A forma grosseira e mal educada com que o ex-jogador se manifesta habitualmente, com críticas descabidas e sem sentido, dessa vez ele extrapolou todos os parâmetros do bom senso e da educação que deveriam pautar uma pessoa minimamente razoável”, diz a nota.
A entidade também definiu os comentários do ex-jogador como irresponsáveis e lembrou que não se trata de um repúdio à imprensa esportiva em geral.

“Por fim, todos da Seleção Brasileira querem deixar claro que, mesmo se vendo obrigados a registrar essa nota de repúdio, sabem também que os comentários do ex-jogador não refletem de forma alguma, e sequer fazem justiça, à opinião da maioria dos profissionais que cumprem o seu dever profissional de se expressar com a responsabilidade que o jornalismo exige”, completou.

Veja na íntegra a nota divulgada pela CBF:

“A Seleção Brasileira entende o papel da imprensa, o direito de opinião que lhe é sagrado, e sabe que são naturais as diferenças de opinião, expressas na maioria das vezes de maneira construtiva e marcadas pelo bom senso. Dessa forma, toda crítica, que traga algo a acrescentar, será bem-vinda e analisada.

Por isso mesmo, os integrantes da comissão técnica e os jogadores não podem deixar de manifestar o seu repúdio pela maneira ofensiva e desrespeitosa com que o ex-jogador Neto se referiu à Seleção Brasileira, orgulho dos torcedores brasileiros e a maior vencedora de futebol do mundo.

Mesmo não se revelando surpresa a forma grosseira e mal educada com que o ex-jogador se manifesta habitualmente, com críticas descabidas e sem sentido, dessa vez ele extrapolou todos os parâmetros do bom senso e da educação que deveriam pautar uma pessoa minimamente razoável.”

Entenda o caso entre Neto e a CBF

Durante o programa “Donos da Bola” da quarta-feira, Neto não se deu conta de que o microfone estava ligado e usou um palavrão para se referir à seleção brasileira. O palavrão escapou da boca de Neto quando o apresentador chamou o repórter da Band presente na entrevista coletiva de Fred, em Goiânia.“Vai tomar no c…, seleção. Vou falar do Palmeiras, velho”, disparou o anfitrião do “Donos da Bola“, sem saber que sua voz entrava sobre as imagens da entrevista do atacante brasileiro.


Seduc de Altaneira inicia preparativos para a Conferência Municipal de Educação



Coordenadores de programas, diretores e professores
na sede da Secretaria Municipal de Educação.
Foto: Arquivo Pessoal
Com a representação de segmentos ligados ao setor educacional, várias instituições municipais, organizações, entidades, representantes dos poderes Executivo, Legislativo, e Judiciário e de entidades da sociedade civil organizada a Secretaria de Educação de Altaneira deu os primeiros passos para a realização da Conferência Municipal de Educação – Comed 2013 ao  compor a  Comissão Organizadora deste evento. 

Além de formalizar e instalar a comissão, durante a reunião realizada no dia 07 de junho na sede da Seduc, os participantes definiram o dia 20 de junho como a data para a realização da Comed.

Coordenando o encontro, o professor Elias Pereira Dantas apresentou sinteticamente o Documento-Referência da Conferência Nacional de Educação (Conae) e orientações sobre as várias etapas da conferência municipal que, antecedem as fases intermunicipais e estaduais, além da Conae, esta última marcada para fevereiro de 2014. Ele explicou que o documento também norteará os trabalhos da comissão organizadora e a realização da Conferência Municipal da Educação.

O Secretário Deza Soares ressaltou que a perspectiva do Fórum Nacional de Educação é que o Documento- Referência possa contribuir para a construção de políticas municipal e de Estado, em que, de maneira articulada, níveis, etapas e modalidades da educação, em sintonia com os marcos legais e ordenamentos jurídicos (Constituição Federal de 1988, LDB/1996, PNE, dentre outros), expressem a materialização do direito social à educação, com qualidade social para todos.

A expectativa é que a Conferência Municipal de Educação conte com a participação de 04 delegados escolhidos entre o segmento educacional, entidades da sociedade civil organizada e organizações governamentais da esfera municipal para a Conferência Estadual que ocorrerá no período de 19 a 21 de setembro de 2013.

O evento será realizado na Escola Municipal de Ensino Fundamental 18 de Dezembro com horário previsto para as 07h30 do dia 20 de junho.

Alckmim se fecha para diálogo e diz que não é possível reduzir valor das tarifas



Geraldo Alckmim não recua e diz classifica a ação como
movimento violenta. Foto: Mariane Rossi/G1
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), descartou nesta quinta-feira (13) a possibilidade de suspender o aumento das tarifas de transporte público por 45 dias, como propôs ontem o Ministério Público.

"Quanto a reduzir o valor da passagem, não há possibilidade", afirmou o governador, que foi a Santos com o secretário de Segurança Pública, Fernando Grella, inaugurar uma delegacia e anunciar investimentos em segurança na região. "O reajuste foi menor que a inflação, tanto nos trens e metrô quanto nos ônibus", disse Alckmin.
Procurada, a gestão Fernando Haddad (PT) ainda não se manifestou se aceitaria a proposta do Ministério Público.

Na quarta-feira (12), o Ministério Público de São Paulo reuniu-se com manifestantes do MPL (Movimento Passe Livre) --organizador dos protestos contra o aumento da tarifa do transporte público-- e se comprometeu a marcar uma reunião com Alckmin e com o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), para negociar uma suspensão, por 45 dias, do valor da nova tarifa de R$ 3,20. Antes do aumento, a tarifa de ônibus, metrô e trens custava R$ 3.

Integrantes do Movimento Passe Livre afirmaram que, se a reunião surtisse efeito, os protestos também seriam suspensos. Um novo protesto contra o aumento das passagens está previsto para esta quinta-feira, às 17h, em frente ao Theatro Municipal.

O governador afirmou que o reajuste concedido já é inferior à inflação e voltou a criticar as manifestações. "Esse é um movimento pequeno, mas muito violento e de conteúdo político", disse Alckmin. "Manifestação é legítima, natural. Outra coisa é fazer depredação de patrimônio público, deixar um rastro de destruição por onde passa, prejudicando o usuário do sistema", afirmou o governador.

Alckmin aprovou a participação da Polícia Federal para investigar os incidentes ocorridos em São Paulo. A mobilização de investigadores foi anunciada pelo Ministério da Justiça. "Toda colaboração é bem-vinda. 
Nosso lema é 'parceria'. Tudo que vier para ajudar é bem-vindo", disse.

Nesta quinta-feira, a capital do Estado foi transferida para Santos como parte das celebrações dos 250 anos de José Bonifácio de Andrade e Silva, um dos principais personagens da Independência do Brasil. O governador deve passar o dia na região.

CPTM

O governador comentou ainda a paralisação de três linhas da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Segundo ele, os grevistas desrespeitaram uma decisão da Justiça do Trabalho, de que o sistema deveria funcionar 100% no horário de pico. "Fizemos uma boa proposta, superior à inflação, tanto que não houve greve no metrô. Queremos resolver a situação ainda hoje, o mais rápido possível".

"Quanto a reduzir o valor da passagem, não há possibilidade", afirmou o governador, que foi a Santos (72 km de SP) com o secretário de Estado da Segurança Pública, Fernando Grella, inaugurar uma delegacia e anunciar investimentos em segurança na região.

Com informações da Folha de São Paulo/G1