8 de maio de 2013

Geraldo Alckmim retira dos anos iniciais do ensino fundamental as disciplinas de História, Geografia e Ciências



Não há compensação de aulas no novo programa do Gover
nador Geraldo Alckmim. Governo paulista põe fim as aulas
e quer aumentar a qualidade do ensino
O governo do Estado de São Paulo retirou o ensino de História, Geografia e Ciências nos anos iniciais do Ensino Fundamental. A nova modalidade faz parte da primeira reformulação curricular que inicialmente seria aplicada nas escolas em tempo integral.

A retirada das aulas da grade curricular vale para as 297 escolas que estão no suposto programa de ensino integral implantado a partir de 2006 e exclui as 21 escolas que não migraram para o novo modelo de ensino integral – criado em 2012 para o ensino médio e estendido para o fundamental neste ano.

Mesmo permanecendo na escola por 8 horas todos os dias, os alunos dessas 297 escolas não terão aulas de Ciências Físicas e Biológicas, História e Geografia, onde até o ano passado tinham sete aulas semanais dessas matérias até o 3º ano do Ensino Fundamental. Segundo a Secretaria de Educação, os horários serão preenchidos por aulas de Língua Portuguesa e Matemática.

Os alunos do 1º e 2º, 3º ano terão 15 aulas semanais de Língua Portuguesa que corresponde a 60% da carga horária semanal, seis aulas de matemática (25%) e Educação Física e Artística ficam com 4 aulas semanais (15%).

No 3º ano a carga de Matemática sobe para 40% e cai a de Língua Portuguesa (para 35%). Só nos 4.º e 5.º anos os alunos passarão a aprender ciências, história e geografia, o equivalente a 7 aulas, ou seja, a mesma carga que se aplica hoje, num modelo em que desde o 1º ano se tem essas matérias. Portanto, existe uma diminuição do conteúdo aplicado ao longo de todo E.F. Não há compensação de aulas no novo programa do governador Geraldo Alckmin (PSDB). A Secretaria de Educação argumenta que “o objetivo é tornar o currículo mais atraente”.

A professora Maria Izabel Noronha, Bebel, presidente do Sindicato dos Professores do Estado Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP), criticou as mudanças. “Tem de haver um fortalecimento em português e matemática, mas não retirar totalmente outras disciplinas. As crianças precisam ter acesso ao conhecimento geral, senão a escola fica só para habilitar”, destacou Bebel.

Já a Secretaria estadual de Educação emitiu nota apontando que estas matérias seriam aplicadas de forma “transversal” dentro de outras matérias, ou em oficinas no decorrer do dia.

QUALIDADE DE ENSINO

Com o aumento das aulas ministradas, o governo estadual tenta melhorar os índices de avaliação dos alunos dessas escolas em seus exames. Já que provas como o Saresp (Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo) avaliam somente as disciplinas de Português e Matemática.


Há anos os índices patinam, apresentado números pífios de desempenho e demonstrando o que, na prática, se vê na maioria das escolas paulista.

No último dia oito a Secretaria de Educação divulgou os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo (Idesp) de 2012, onde nos anos finais do Ensino Fundamental (8º e 9º ano) o rendimento dos alunos regrediu de 2,57 em 2011 para 2,50. E na média geral, entre EF e Ensino Médio também houve redução do desempenho. De 2,61 em 2011 para 2,59 em 2012.

O resultado apresentado pelos alunos na prova do Saresp para avaliar o desempenho do ensino nos mostra que com 18 anos de governo tucano ainda temos 55,9% dos estudantes do 8º e 9º ano, com nível básico na aprendizagem de Língua Portuguesa, 28,5% abaixo do básico, apenas 14% em nível considerado adequado e míseros 1,6% com nível avançado.

Em Matemática os índices da Secretária de Educação do Estado são ainda piores. 53,2% dos alunos dos anos finais do EF estão no nível básico, 36,6% abaixo do básico. Menos de 10% dos alunos de toda a rede estão em nível adequado, apenas 9,1%. E só 1% de todos os alunos do 8º e 9º ano do Estado mais rico da federação são considerados nível avançado em Matemática.

Quando a amostragem se dá pelos alunos do Ensino Médio a situação é a mesma. Em Língua Portuguesa 38,8% dos estudantes estão em nível básico e 34,4% abaixo do básico. 26,3% se encontram em nível adequado e apenas 0,5% em nível avançado.
Já em matemática a situação é ainda pior do que no E.F. 55,8% dos alunos estão abaixo do básico e 39,4% em nível básico. Em nível adequado somente 4,5% dos alunos alcançaram a faixa e em nível avançado apenas 0,3%.

Com informações de Viomundo

40 anos depois, PUC – Rio debate palestras de Michel Foucalt no Brasil



Filosofo pediu "cachê mínimo" para fazer conferência no
Brasil. Arquivo - 11.05.1996
Se fosse verão, com o Píer de Ipanema fazendo as vezes de cenário, a sunga usada pelo filósofo Michel Foucault, em maio de 1973, poderia ter antecipado o estardalhaço causado, em 1980, pela tanga de crochê do ex-deputado Fernando Gabeira no Posto Nove. O francês, porém, chegou ao Rio no outono e escolheu as areias do Leme para mergulhar os pés. E, assim, passou desapercebido.

Já o ciclo de conferências que ele fez à época, na PUC-Rio, causou frisson e produziu um valioso debate em um período de silenciamento forçado pela ditadura militar. Quarenta anos depois, a universidade da Gávea promove um colóquio, nestas terça e quarta-feiras, com entrada franca, para discutir os reflexos daqueles cinco dias de troca com um dos grandes pensadores da contemporaneidade, morto em 1984, aos 57 anos, em decorrência de complicações causadas pela AIDS.

Então chefe do Departamento de Letras e Artes da PUC-Rio, o escritor Affonso Romano de Sant’Anna fez o convite ao filósofo, que o aceitou prontamente, mas lembra que, até o último momento, não se sabia se Foucault compareceria ao evento:

— O SNI (Serviço Nacional de Informações) e o Dops (Departamento de Ordem Política e Social) faziam uma certa pressão. Havia muitos boatos de que, talvez, o SNI não o deixaria falar. Vivíamos, afinal, em um regime de repressão. E o Departamento de Letras, ainda assim, estava fazendo uma revolução, pois a vinda de Foucault fazia parte de um programa muito amplo, por meio do qual a PUC virou um lugar de debate. E Foucault veio para falar sobre a verdade, uma coisa que incomodava.

Segundo o escritor, Foucault, que, em sua extensão produção teórica, tratou, por exemplo, da associação entre o poder e o saber nas relações sociais, analisando os micropoderes disciplinares exercidos instituições como prisões, hospitais, fábricas e escolas, mostrou-se muito generoso ao vir ao Brasil — país que visitou cinco vezes, entre 1965 e 1976, para ministrar cursos e palestras em universidades como a PUC-Rio e a USP, além de instituições de Salvador, Recife e Belém. Apesar de já ter publicado livros como “Doença mental e psicologia”, “As palavras e as coisas” e “A arqueologia do saber”, pediu, de acordo com Sant’Anna, um “cachê mínimo” fazer as conferências.

Foucault, então com 47 anos, só avisou que havia chegado ao Brasil dias depois, lembra Sant’Anna. Antes, foi conhecer a Lapa, onde vivia um amigo que morara na França. O bairro, na época em ritmo de decadência, era costumeiramente visitado pelo filósofo em suas vindas ao Rio. Em 1973, além da área central da cidade, ele circulou em jantares, como o promovido pelo próprio diretor do Departamento de Letras da PUC-Rio, e ficou hospedado no Hotel Sol Ipanema, estadia paga com o dinheiro arrecadado no ciclo de conferências. A cobrança de ingresso, porém, não impediu a imensa procura.

— Muita gente compareceu. Tanta que nem cabia no auditório. Havia uma excitação muito grande. Ele veio falar sobre asilo, sobre o lugar do louco, num regime ditatorial, dentro de uma universidade católica. Naquele momento, o Departamento de Letras era muito interdisciplinar e tinha como política discutir a cultura brasileira, não apenas a literatura — recorda Sant’Anna, contando que a plateia assumiu uma atitude de certa referência diante do pensador francês, classificado como um “hábil conferencista”.

O mesmo não pode ser dito sobre o debate promovido ao fim do ciclo de conferências, organizado por Sant’Anna e aberto apenas para convidados. O evento reuniu gente como os psicanalistas Hélio Pellegrino — com quem ele travou um embate sobre a questão do Édipo — e Samuel Chaim Katz, o filósofo Roberto Machado e o crítico literário Luiz Costa Lima. Todo o material foi gravado e virou o livro “A verdade e as formas jurídicas”, cujos direitos autorais foram cedidos por Foucault à PUC-Rio. A obra, inúmeras vezes editada, ganha amanhã mais uma reedição.

Hoje responsável pelo Departamento de Letras da PUC-Rio, o professor Karl Eri Scholhammer observa que o colóquio de hoje e amanhã objetiva discutir o impacto causado pela visita de Foucault, que foi além dos muros da instituição e reverberou em inúmeras áreas do conhecimento além da Filosofia, como o Direito, a Educação, a Arquitetura e a Psicologia. Por isso, os participantes do evento são de áreas igualmente múltiplas. Entre eles, figuram Sant’Anna, Erik, os filósofos Mathieu Potte-Bonneville (Colégio International de Filosofia) e Peter Pál Pelbart (PUC-SP), o doutor em Comunicação Paulo Vaz (UFRJ), a socióloga Vera Malaguti (Uerj) e a doutora em Educação Rita Cesar (UFPR).

—Vamos dar um relato de como tem sido a presença dos estudos de Foucault dentro de várias disciplinas nas últimas quatro décadas. Para nós, é muito importante comemorar uma iniciativa da PCU-Rio, que, em plena ditatura militar, foi, de certa maneira, audaz – diz Erik, destacando que o pensamento do francês, nascido em 1926, está no currículos básicos de quase todas as disciplinas de Ciências Sociais e Humanas.

Para a área de educação, avalia Erik, o filósofo francês trouxe uma contribuição particularmente importante, ao pensar sobre as condições e possibilidades da produção de conhecimento:

— Ele questiona como o saber é produzido discursivamente e quais são os condicionantes históricos, sociais e políticos para que alguma coisa seja conhecida. A educação aproveita, em primeira instância, a contribuição de Foucault na medida em que ela se conscientiza do seu próprio papel de produtora do conhecimento passado aos alunos.

As palestras proferidas no colóquio de logo mais serão disponibilizadas, posteriormente, no portal da PUC-Rio. O evento começa às 9h, no auditório do Departamento de Direito, no Edifício Amizade, Ala Frings, 6º andar.

Com informações do O Globo




7 de maio de 2013

Mais de 590 mil cearenses devem declarar Imposto de Renda até dia 15



O valor mínimo da multa devida é de R$165,74
Quem se atrasou e acabou perdendo o prazo para declarar o Imposto de Renda, ainda pode enviar as informações à Receita Federal. No entanto, desde o dia dois deste mês, o órgão federal disponibilizou um novo programa para envio que inclui o pagamento de uma multa. A expectativa é de que mais de 590 mil constribuintes cearenses declarem até o dia 15 deste mês.

De acordo com Osvaldo Carvalho, assessor da Receita Federal no Ceará, 582.462 declarações foram entregues no prazo, até dia 30 de abril. Até a última segunda-feira, 6, o número subiu para 586.583 e se aproximou ainda mais da previsão inicial de 590 mil. "Até o dia 15 deste mês, vamos ultrapassar a previsão inicial", explicou. No País, foram 26.241.591 declarações no prazo e 26.034.621 até a segunda-feira, 6.

Carvalho disse ainda que em geral as pessoas que estão obrigadas, entregam no prazo. No entanto, há ainda os que querem declarar para comprovar renda, como os autônomos.

Restituição

Os contribuintes que têm imposto a receber serão restituídos a partir do dia 17 de junho. Os sete lotes serão liberados ao começo do mês e os recursos serão depositados na conta informada na declaração.

Multa e retificação

A multa devida para quem declarar em atraso é de 1% ao mês ou fração calculada sobre o imposto devido até no máximo 20% do imposto devido. O valor mínimo é de R$ 165,74.

Quem transferiu as informações em tempo hábil, mas pretende alterá-las, pode enviar uma retificadora. A nova declaração pode ser entregue até 5 anos depois do prazo desde que o contribuinte não tenha sido notificado pela Receita Federal. Caso seja chamado a comparecer no órgão federal, terá que comprovar o que informou.

Com informações do O Povo

Professora e Antropóloga Luitgarde proferirá Palestra na URCA



A professora e antropóloga Luitgarde proferirá palestra nesta
terça-feira, 07, no salão de atos da URCA
A professora e antropóloga alagoana Luitgarde Oliveira Cavalcanti Barros proferira palestra nesta terça-feira, 07, na Universidade Regional do Cariri – URCA.

Na oportunidade, Luitgarde irá discorrer sobre pesquisa acadêmica, tendo como referência a sua própria trajetória como pesquisadora. 

A palestra faz parte da solenidade de outorga de Título Doutor Honoris Causa a ela e ao ex-reitor Plácido Cidade Nuvens, nesta quarta-feira, 08.
O evento está previsto para ter início às 19h00 no salão de atos da referida instituição de ensino superior, no campus do Pimenta.


Texto da redação do INFORMAÇÕES EM FOCO


6 de maio de 2013

Luitgarde receberá Título na URCA



A Dr. Luitgarde reberá título na Universidade Re
gional do Cariri - URCA
A antropóloga alagoana Luitgarde Oliveira Cavalcanti Barros, nascida em 22 de dezembro de 1941, faz parte da geração de estudantes universitários formados em plena Ditadura Civil-Militar.

Em um ambiente político e social de efervescência os estudos eram vistos por muitos alunos como parte da militância política. Luitgarde não fugiu à “regra” e, se dedicou aos estudos do universo social e cultural do sertão nordestino, remontando suas origens, além de buscar compreender os movimentos insurgentes dos sertanejos.

Durante sua vida acadêmica, em especial o mestrado foi dedicado ao catolicismo popular nordestino.  Tendo concluído esta etapa de estudo no ano de 1980, pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), sob a orientação do Prof. Dr. Cândido Procópio Ferreira de Camargo.  Foi ainda durante o mestrado que a antropóloga se debruçou sobre a religiosidade do sertanejo tendo como referência a devoção ao Pe. Cícero.  Tendo como título da sua dissertação A Terra da Mãe de Deus: Um Estudo do Movimento Religioso de Juazeiro do Norte, a sua publicação, com o mesmo tema foi editada no ano de 1988 pela editora Francisco Alves em coedição com o Instituto Nacional do Livro.

Luitgarde retomou as atividades acadêmicas em 1990 e continuou se deleitando no mundo dos sertanejos. No Doutorado, seu objeto de estudo foi o cangaceirismo e teve como orientador a Profª. Drª. Josildeth Gomes Consorte.  Luitgarde O. C. Barros defendeu a tese em 1997, pela PUC-SP. Destaque-se ainda que  a tese recebeu o título de A Derradeira Gesta: Lampião e Nazarenos Guerreando no Sertão e foi publicada em 2000, pela editora Mauad em coedição com a FAPERJ.

Por essas análises e dedicação ao universo do sertanejo, a Dr. Luitgarde receberá no próximo dia 08, no salão de atos da Universidade Regional do Cariri – URCA , o título de Doutor Honoris Causa.  O evento está previsto para acontecer a partir das 19h00 e será presidido pela Reitora dessa Instituição de Ensino Superior, a professora Antonia Otonite de Oliveira Cortez.


O ex-reitor da URCA receberá o título de Dortor Honoris
Causa
Além da alagoana, também será outorgado com o título o professor doutor Plácido Cidade Núvens. Este já foi reitor da referida Universidade em consulta realizada em 2007, ano inclusive em que o editor deste blog ingressou no curso de licenciatura em História. Exerceu ainda a função de vice-reitor no período de 1996 a 2003.

Plácido possui seu doutorado em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Santo Tomás de Aquino - Roma, com Mestrado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Gregoriana - Roma e Especialista em Língua Portuguesa pela Universidade de Lisboa. 

Inclui-se ainda no currículo ter exercido a função de diretor e coordenador da Rede de Sustentação Científica do Museu de Paleontologia da URCA, além de ter sido prefeito do município de Santana do Cariri entre 1983 e 1989, período entre o fim do regime militar e a proclamação da república.


Texto da redação do INFORMAÇÕES EM FOCO

5 de maio de 2013

Arqueólogos encontram urna funerária indígena



Mais um conjunto funerário indígena foi encontrado no Bairro da Chácara dos Euclides, em Conceição dos Ouros, no sul de Minas. Um conjunto, que parece ainda intacto é considerado uma espécie de “tesouro” para arqueólogos que estudam o modo de vida destes nossos ancestrais. Pelos estudos já feitos até agora, aquela região abrigou índios desde pelo menos 700 anos atrás, o que para a vasta dimensão histórica é algo até que recente. Assim como mostraram outros artefatos e urnas funerárias já encontradas na região, esse novo conjunto funerário parece estar enterrado a pouco mais de um metro do chão e foi localizado quando funcionários da prefeitura faziam uma escavação para a ligação de uma rede de esgotos.

A localização desse conjunto funerário, no entanto, não indica que o local seria usado como uma espécie de cemitério dos índios. De acordo com o arqueólogo Paulo Araújo de Almeida, que vem pesquisando os vestígios dos índios que habitavam naquela região, “cemitério” é uma coisa da civilização ocidental. “Os índios tinham a maneira deles de lidar com a morte, rituais muito diferentes dos nossos e também outros costumes. Estudos arqueológicos e relatos históricos evidenciam que eles sepultavam seus mortos, primeiro em algum lugar que poderia ser embaixo de uma árvore ou até mesmo dentro das suas próprias habitações. Só depois de algum tempo retiravam os ossos para fazer um sepultamento ritual chamado pelos arqueólogos de secundário”. O tamanho, formato e material ósseo encontrado nas urnas que já foram resgatadas na cidade, evidencia que o achado se trata de um novo sepultamento no mesmo padrão.

No momento a cidade aguarda a visita de arqueólogos da Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha, já designados pelo IPHAN para o resgate desse novo achado pré-histórico de grande valor para a pesquisa. A responsável pelo Departamento de Cultura da cidade de Conceição dos Ouros, Elaine Carvalho, garante que o local onde a urna foi encontrada está isolado e preservado à espera dos arqueólogos. Após pesquisa na universidade, os componentes desse novo conjunto funerário passarão a integrar o acervo já existente no museu local, que inclusive possui materiais líticos (de pedra), como machadinhas e virotes encontrados por moradores e doados ao museu.

IMPORTÂNCIA

A cidade já possui o Museu Arqueológico, Histórico, Cultural e Ambiental, MAHCA. “O plano da atual gestão municipal é ampliar e melhor organizar o Museu, para proteger seu rico acervo e prestar informações adequadas ao público visitante”, diz Paulo. Ele ressalta a importância do Museu, não só para o município, mas para todo o Estado e o país. “A história insiste em nos identificar como descendentes de europeus, mas na verdade temos um legado indígena muito grande que está presente nas nossas tradições, como na língua, na culinária e nos costumes”. É importante que a população da cidade, se perceba e se reconheça como descendente dos índios. Esta é uma forma de se respeitar o valor deste legado e um caminho para construirmos a nossa própria identidade”, diz…

A cidade de Conceição dos Ouros ostentou durante todo o século passado a fama de “capital nacional do polvilho”, cuja matéria-prima é a mandioca, a partir da qual se faz o famoso pão de queijo, sendo que até hoje grandes áreas no município são cultivadas com mandioca. Para o arqueólogo, o uso da mandioca é um traço nítido da herança cultural indígena que antecedeu a ocupação pelo homem branco. Os materiais arqueológicos encontrados, segundo Araújo, revelam uma identidade ao que se denominou “Tradição Tupi-guarani”, mas não há como saber exatamente qual grupo indígena ocupou a região, pela falta de documentos escritos.

No período em que nasceu a cidade de Conceição dos Ouros (século XIX), a política do Império era: “interiorizar a civilização e civilizar as populações indígenas”, o que era justamente uma forma de acabar com a presença marcante dos costumes indígenas. “Eles queriam se livrar de vez com a resistência dos que teimavam em não seguir os novos padrões de trabalho impostos pelas fazendas cafeeiras que precisavam ser produtivas”. Os índios se opunham ao trabalho escravo exaustivo como queriam os senhores das fazendas.

A CIDADE

A localização privilegiada entre dois rios, com fartura de peixes e boa terra para plantio, teria sido o atrativo para que os índios se estabelecessem na área. Mais tarde o local receberia várias denominações, em razão do ouro de aluvião encontrado por ali, como: Barra de Ouros, Nossa Senhora da Conceição das Cachoeiras, Nossa Senhora da Conceição dos Ouros e Conceição dos Ouros, como hoje é conhecido o município. Próximo ao Ribeirão de Ouros e ao Rio Sapucaí-mirim, seria fundado o povoado em 1854. Hoje, a simpática cidadezinha de dez mil habitantes, a 450 quilômetros de Belo Horizonte, mantém os ares calmos em meio à paisagem bucólica e o orgulho de ter sítios arqueológicos em seu mapa geográfico.



4 de maio de 2013

Falta de pluralidade na mídia e violência contra jornalistas são revelados em relatórios



No dia Mundia da Liberdade da Imprensa,
comemorado nesta sexta (3)diversas
entidade divulgaram relatórios
que denunciam a falta de
pluralidade na mídia
Nesta sexta-feira, 03, comemorou-se o Dia Mundial da Liberdade da Imprensa e, na oportunidade, diversas entidades de defesa dos jornalistas divulgaram relatórios que denunciam o assassinato impune de vários profissionais da imprensa pelo mundo. O Brasil foi um dos destaques, não só pela violência, mas também pela falta de pluralidade na mídia.

O Brasil caiu uma posição no ranking de Impunidade do Comitê de Proteção aos Jornalistas (CPJ) e entrou para o grupo dos dez países mais perigosos para jornalistas. O cálculo leva em consideração o número de casos de morte de jornalistas por conta da profissão que não foram solucionados entre 1º de janeiro de 2003 e 31 de dezembro de 2012 e o total da população.

O país chegou a sair da lista da CPJ em 2010, mas voltou após o crescente número de assassinatos de jornalistas e blogueiros no interior do país sem registro de nenhuma nova condenação desde então.O país ocupa agora a 10ª posição no índice, uma piora em relação ao ano passado, quando ocupava a 11ª posição.

De acordo com a consultora da Abraji, Veridiana Sedeh, o envolvimento de autoridades nos assassinatos agrava a situação."Policiais e membros do poder judiciário, especialmente em cidades pequenas, são altamente vulneráveis à pressão de poderosos grupos locais", disse. "Há ainda casos em que as próprias autoridades policiais cometem os crimes e, posteriormente, dificultam a investigação."

É o caso das execuções dos jornalistas Rodrigo Neto e Walgney Carvalho no Vale do Aço, ocorridas em março e abril deste ano. Os dois foram assassinados em circunstâncias semelhantes após uma série de ameaças sofridas por Neto, que era repórter policial na Rádio Vanguarda. Até o momento, cinco policiais, quatro civis e um militar, foram presos provisoriamente em meio as investigações.

Atualmente o país conta com nove casos não solucionados, de acordo com o CPJ. Quatro jornalistas foram assassinados em 2012, o maior número de casos anual visto em uma década. Três das quatro vítimas trabalhavam em publicações digitais. Entre elas, está o editor Mario Randolfo Marques Lopes, que havia coberto incisivamente casos de corrupção no Rio de Janeiro e a má conduta policial.

A questão da liberdade de imprensa no Brasil também preocupa as entidades. A ONU lançou no Brasil um site sobre a segurança de jornalistas, que reúne informações de diversas ONGs. De acordo com a organização, o país é marcado por diversos desequilíbrios, que ressalta que as mídias regionais são ainda muito dependentes do poder político em nível estadual. A campanha para as eleições municipais exacerbou a situação, segundo o documento.

Mais informações em Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo - Abraji

3 de maio de 2013

Corpo do ex-presidente João Goulart vai ser exumado, diz Comissão da Verdade



João Goulart, o Jango, governou o Brasil de 1961 a 1964
O corpo do ex-presidente João Goulart, morto em 1976, será exumado, por decisão da Comissão Nacional da Verdade e do MPF-RS (Ministério Público Federal do Rio Grande do Sul).

A despeito da versão oficial da morte de Goulart, por ataque cardíaco durante exílio na Argentina após ser deposto pelo golpe de 1964, a família do ex-presidente acredita que ele possa ter sido envenenado. O corpo de João Goulart está enterrado no cemitério de São Borja, no Rio Grande do Sul.
A advogada criminalista Rosa Cardoso, integrante da Comissão da Verdade, disse que os "indícios concludentes" de que Goulart foi vigiado no exílio pela "Operação Condor" (uma aliança entre as ditaduras do Cone Sul nos anos 1970 para perseguir os opositores dos regimes militares da região) sugerem, também, que ele pode ter sido assassinado por ordem da ditadura brasileira. A exumação deve confirmar ou não essa premissa.
Por enquanto, Rosa evita afirmações categóricas. "Nós temos que perguntar agora se já é possível que a comissão se posicione a respeito de um assassinato", disse. Mas, "como criminalista", afirmou que tem visto casos nos quais o Judiciário se pronuncia [pela condenação de criminosos] "com uma quantidade muito menor de indícios concludentes" do que os disponíveis na apuração sobre a morte de Jango.
Ainda de acordo com a advogada, os indícios incluem os fatos narrados na representação da família Goulart, que por intermédio do Instituto Presidente João Goulart motivou o início do inquérito civil público em curso no MPF-RS desde 2007.

Com a volta do sistema presidencialista, Jango defendeu a realização de reformas
que poderiam promover a distribuição de renda por meio das chamadas Reformas
de Base, mas foi deposto pelo Golpe Militar
Ela também mencionou o documentário "Dossiê Jango" (2012), de Paulo Henrique Fontenelle, e o depoimento do ex-agente uruguaio Mário Neira Barreto, preso no Rio Grande do Sul, que confessou ter sido "cúmplice" do assassinato do ex-presidente por envenenamento, na Argentina.
Tese de envenenamento
Segundo o neto de João Goulart, Christopher, que encaminhou a petição à Comissão, reforçando o pedido e a autorização para a exumação do corpo do ex-presidente, a família está convencida de que Jango foi assassinado e recebeu garantias da Sedh (Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República) de que já há tecnologia para detectar traços do veneno mesmo décadas após a morte.
A tese é que o ex-presidente foi envenenado por um agente argentino sob ordens do ex-delegado Sérgio Fleury e com o conhecimento do ex-general Orlando Geisel.
Uma cápsula com a substância teria sido colocada entre medicamentos tomados regularmente por Jango em um hotel em Buenos Aires. Ele morreu alguns dias depois em sua fazenda em Mercedes, na província de Corrientes.
Com informações do Valor