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No dia Mundia da Liberdade da Imprensa, comemorado nesta sexta (3)diversas entidade divulgaram relatórios que denunciam a falta de pluralidade na mídia |
Nesta
sexta-feira, 03, comemorou-se o Dia Mundial da Liberdade da Imprensa e, na
oportunidade, diversas entidades de defesa dos jornalistas divulgaram
relatórios que denunciam o assassinato impune de vários profissionais da
imprensa pelo mundo. O Brasil foi um dos destaques, não só pela violência, mas
também pela falta de pluralidade na mídia.
O
Brasil caiu uma posição no ranking de Impunidade do Comitê de Proteção aos
Jornalistas (CPJ) e entrou para o grupo dos dez países mais perigosos para
jornalistas. O cálculo leva em consideração o número de casos de morte de
jornalistas por conta da profissão que não foram solucionados entre 1º de
janeiro de 2003 e 31 de dezembro de 2012 e o total da população.
O
país chegou a sair da lista da CPJ em 2010, mas voltou após o crescente número
de assassinatos de jornalistas e blogueiros no interior do país sem registro de
nenhuma nova condenação desde então.O país ocupa agora a 10ª posição no índice,
uma piora em relação ao ano passado, quando ocupava a 11ª posição.
De acordo com a consultora da Abraji, Veridiana Sedeh, o envolvimento de autoridades nos assassinatos agrava a situação."Policiais e membros do poder judiciário, especialmente em cidades pequenas, são altamente vulneráveis à pressão de poderosos grupos locais", disse. "Há ainda casos em que as próprias autoridades policiais cometem os crimes e, posteriormente, dificultam a investigação."
É
o caso das execuções dos jornalistas Rodrigo Neto e Walgney Carvalho no Vale do
Aço, ocorridas em março e abril deste ano. Os dois foram assassinados em
circunstâncias semelhantes após uma série de ameaças sofridas por Neto, que era
repórter policial na Rádio Vanguarda. Até o momento, cinco policiais, quatro
civis e um militar, foram presos provisoriamente em meio as investigações.
Atualmente o país conta com nove casos não solucionados, de acordo com o CPJ. Quatro jornalistas foram assassinados em 2012, o maior número de casos anual visto em uma década. Três das quatro vítimas trabalhavam em publicações digitais. Entre elas, está o editor Mario Randolfo Marques Lopes, que havia coberto incisivamente casos de corrupção no Rio de Janeiro e a má conduta policial.
A
questão da liberdade de imprensa no Brasil também preocupa as entidades. A ONU
lançou no Brasil um site sobre a segurança de jornalistas, que reúne
informações de diversas ONGs. De acordo com a organização, o país é marcado por
diversos desequilíbrios, que ressalta que as mídias regionais são ainda muito
dependentes do poder político em nível estadual. A campanha para as eleições
municipais exacerbou a situação, segundo o documento.
Mais
informações em Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo - Abraji
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