PSOL enfrentará temas polêmicos na campanha eleitoral


O PSOL promoveu na noite desta terça (18), na Câmara, em Brasília, o primeiro de uma série de doze seminários em que irá debater os pressupostos para a construção do programa de governo que o pré-candidato à presidência, senador Randolfe Rodrigues, submeterá ao país. Dentre as propostas apresentadas nesta primeira rodada, estão iniciativas ousadas e polêmicas, fundamentadas na luta histórica da esquerda, que cumprem o propósito de diferenciá-lo tanto da oposição de direita quanto do governo do PT. 

Senador Randolfe Rodrigues, pré-candidato pelo PSOL
a Presidência da República. 
A legalização da maconha e a união civil entre pessoas do mesmo sexo foram alguns dos pontos defendidos pelo próprio Randolfe. “O amor será instituído como lei universal”, afirmou, ao assegurar que, ao contrário da do PT, sua candidatura não terá medo que enfrentar a polêmica que temas como esses ainda suscitam no país. “As outras três candidaturas que estão colocadas representam mais do mesmo. Representam a continuidade do Brasil dos últimos 50 anos, desde o golpe militar”, avaliou.

Dialogando com as reivindicações dos movimentos que ocupam as ruas desde junho de 2013, o candidato também apresentou temas como a discussão sobre a tarifa zero no transporte coletivo, a desmilitarização da PM e a não criminalização da pobreza, dos movimentos sociais e dos partidos de esquerda que contestem a ordem vigente. A democratização da mídia, porém, foi apontada como tema central da sua plataforma de governo, conforme defesa também de outros militantes que participaram dos debates.

A pré-candidata à vice-presidenta, Luciana Genro, defendeu a pauta como questão decisiva não só para o PSOL, como para o Brasil. Segundo ela, tanto em Porto Alegre quanto no Rio de Janeiro e outras cidades, está em curso um processo arbitrário de criminalização dos manifestantes do PSOL e do PSTU, iniciado pela polícia, mas que encontrou nos meios de comunicação, em especial na Rede Globo, seu principal defensor. “A Rede Globo é o maior partido da classe dominante”, denunciou.

Luciana Genro criticou o complô armado pela mídia para culpar o partido pelas ações dos grupos black blocs. Segundo ela, os black blocs prejudicam a estratégia do partido de promover grandes mobilizações de massa, porque ajudam a mídia a difundir o medo na população, que deixa de participar dos protestos. Mas frisou que esse medo se deve muito mais à violência policial usada para reprimir os black blocs que, na sua avaliação, é muito maior do que a deles próprios.

O deputado Chico Alencar propôs que o programa questione os fundamentos econômicos transformados em dogmas por governos a serviço do mercado, enfrente a concentração da propriedade privada e altere o posicionamento do país como mercado primário exportador. Alencar sugeriu, ainda, que a proposta de governo do PSOL ajude a romper com as heranças do patriarcalismo e da escravidão, que ainda sobrevivem e se traduzem em machismo, homofobia e racismo. Ele também defendeu uma proposta urgente e radical de democratização da mídia. “O escândalo maior é a oligarquização dos meios de comunicação de massa”.

Democratização da mídia

Convidada a aprofundar a discussão sobre a democratização da mídia, a jornalista Bia Barbosa, do Coletivo Intervozes, contextualizou a interdição deste debate pelo governo Dilma, após alguns poucos avanços obtidos durante o governo Lula, como a realização da 1ª Conferência Nacional de Comunicação, que resultou na elaboração de uma proposta de marco regulador da comunicação, que não foi levada adiante.

Segundo a representante do grupo que pesquisa o tema há dez anos, é  possível um governo avançar na democratização da mídia mesmo que não haja uma correlação de forças favorável no congresso. Para a jornalista, questões como as renovações de concessões de rádio e TV são prerrogativas exclusivas do executivo. Portanto, mesmo sem o apoio do legislativo, um governo comprometido com a causa pode responsabilizar e não renovar concessões de emissoras que violem as regras previstas na constituição.

Outras medidas apontadas como possíveis para serem enfrentadas pelo executivo são a definição de critérios para a distribuição da publicidade oficial que permitam a diversidade na mídia, a universalização do acesso à banda larga, o fortalecimento da comunicação pública, a não criminalização das rádios comunitárias e regulação da publicidade.

Via Carta Maior

Análise da paralisação dos professores em Altaneira


O ato de se manifestar e as diversas formas de se fazê-la sempre foram um símbolo e um dos caminhos mais visíveis que qualquer classe social dispõe na luta pela garantia de melhores condições de trabalho e de salários, se configurando como uma ação inalienável. 

Grupo de professores em passeata pelas ruas de Altaneira por ocasião de um chamamento da CNTE. Foto: João Alves.
Quem não se lembra do manifesto dos pioneiros pela educação? Quem não se lembra das diversas maneiras que os grupos que tinha como bandeira de luta um país democrático nos sombrios tempos da ditadura civil-militar? Quem não se lembra (voltando mais um pouco na história do Brasil), dos tempos em que negros vindos forçados do continente africano pelos simples fato de se recusar a trabalhar no regime escravista e muitos deles usavam a fuga como resistência e de lutar pelo que não concordavam? E dos índios? Classes que ainda hoje sofre pelos resquícios deixados por sistemas autoritários e arcaicos em um travestido de democrático.

A grande questão a ser colocada é: Pelo que lutavam? Com quem lutavam? Contra quem lutavam? Que instrumentos lhe baseavam? São perguntas essenciais e que sobre hipótese nenhuma deve ser relegada. Se não há o risco de se fazer uma análise superficial, rasteira.  Ora, quando assim se coloca, é perceptível que todas essas revoltas tinha algo que as unia, mesmo ante as particularidades de cada movimento e as especificidades de cada período histórico – A luta pela coletividade.

Essa semana, sem dúvida nenhuma, o pequeno município de Altaneira foi, uma vez mais, alvo dos holofotes midiáticos, inclusive aqueles de nível regional. Um grupo de professores, atendendo a solicitação de órgãos nacional e estadual que lhes representam saiu às ruas, ocuparam os centros de poder desta municipalidade – Rádio Altaneira FM e Câmara dos Vereadores. Por dois dias (17 e 18/03), o professorado foi visto além-sala de aula. Na pauta das manifestações, melhores condições de trabalho, salário digno, etc. Isso é que deveria subsidiar o teor das discussões. Afinal de contas, religiosamente falando (linguagem que a grande maioria entende) era o que rezava o comunicado da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação – CNTE e a Associação dos Professores de Estabelecimento Oficiais do Ceará -APEOC, sindicato que representa a nível estadual essa classe docente.

Percebia-se nos semblantes e nos discursos de alguns manifestantes (aqueles mais politizados) de tentar passar a imagem e o teor ideológico de que a paralisação não era (ou ao menos não deveria ser) política-partidária. Mas que a luta era por uma causa maior que ultrapassa os muros do município. Haja vista ser a educação a mola propulsora de toda comunidades e que para tanto precisa ser tratada sem as amarras das picuinhas dos polos partidários desse município (situação e oposição). Porém, não era o que se verificava nas ações e nos discursos de outros professores (as) que ainda caminha a passos lentos para a politização que, vez por outra deixava entrever que a luta não era pela causa coletiva, mas particularizada, direcionada. Onde o polo ao que ora se encontram fala mais alto.

Outro ponto a se destacar aqui e que merece, inclusive uma atenção redobrada, é a atuação do órgão representativo da classe de professores desta localidade, o Sindicado dos Servidores Municipais de Altaneira- SINSEMA. A diretoria, ao qual respeito e que admiro (a presidenta foi minha professora) até o ponto em que suas ações enquanto entidade fere um dos princípios que deve ser um travesseiro a noite e sua vestimenta diária - a ideologia. Foi pela falta dela ou talvez mau uso que os afastou desse princípio – o Sindicato deve ser um instrumento MOBILIZADOR, INSTIGADOR da categoria e nunca simplesmente APOIADOR. 

Grupo de professores ocupam auditório da Câmara no
segundo dia de movimentação.
Ainda aqui parabenizo o grupo de professores da Escola Estadual Santa Tereza, pela bravura na defesa dos pontos elencados pela CNTE e APEOC e, claro, na unanimidade dos docentes em aderir o movimento. Quanto aos do município, a adesão não foi em massa exatamente por que falta amadurecimento dos organizadores/líderes e principalmente pela forma polarizada em que se encontra a localidade. Município dividido em oposição e situação é reflexo da fragmentação também dos professores. Talvez, se o diálogo entre as partes fossem levado sem essas amarras, o movimento ganharia outros contornos.

Finalizando essa análise, deve-se chamar a atenção e atentar para aquelas perguntas acima (fizeram a análise?). Ante a esse cenário, pergunta-se – Quem estava à frente do movimento? Com quem estavam? Para quem lutavam? Quem instrumentos usaram? Quais discursos pregaram? Já haviam se mobilizado antes? São indagações que permite uma análise mais profunda do caso. E são essas reflexões que nos distancia de manifestações desse quilate. Entre os líderes da paralisação havia professores que corria da sala de aula. A sala para eles era uma espécie de “fogueira da inquisição” (se me permitem tal comparação, sem risco de anacronismos). Hoje a frente da paralisação batem no peite e diz ter orgulho de ser professora (a). Outros inclusive tiveram gestões inteiras para fazer valer na educação e nada fizeram. Ao contrário, a pasta foi um desastre para o (a) docente, o (a) discente e servidores. E hoje..... Ah, hoje....

Quanto ao termo “formador de opinião” muito usado na paralisação, deve-se se afirmar que merece uma ressalva. Em primeiro lugar fico feliz por ouvir da boca de professores tal afirmativa. Ao passo que me felicito, entristeço-me por não perceber nas ações em sala de aula e além-muros da escola opiniões formadas e divulgadas quanto a outras temáticas. Quem não se lembra de constantes críticas tecidas por este signatário quanto os trabalhos precários desenvolvidos pelos parlamentares de Altaneira? Quantos “formadores de opinião” opinou? Ou o que os vereadores fazem ou deixam de fazer não é de interesse da coletividade? Não merece discussão? Ou devemos cobrar somente em tempos de eleição? Quem não se lembra de críticas direcionadas a uma parlamentar por querer infringir a constituição e bater no frágil estado laico? Quanto formadores de opinião se manifestou? Ah, e quem não se recorda quando tecemos críticas à escola estadual por também bater no estado laico ao ter em todos os encerramentos de turmas dos terceiros anos as formaturas dentro de um templo religioso? E quantos se manifestaram? Algo que ocorre a um palmo do nariz. Quantos professores (as)? Quantos formadores de opinião? Quantos? Quantos?.....

Não devemos particularizar os fatos. Ser formador de opinião é opinar e se manifestar para além de nossas disciplinas e dos nossas causas específicas. Precisamos pensar no todo e não apenas algo que nos atinge diretamente. Necessitamos ter mais vozes discordantes, mais atitudes dissonantes. Mas que elas venham acompanhadas de coerência. Que essas vozes dissonantes e discordantes não venham apenas por interesses individualizados, ou por estar em um dos polos de poder (situação/oposição).

Para encerrar, fiquemos com o que disse Paulo Freire – “Ninguém caminha sem aprender a caminhar, sem aprender a fazer o caminho caminhando, refazendo e retocando o sonho pelo qual se pôs a caminhar.” E o que nos afirmou Karl Marx – “Uma ideia torna-se uma força material quando ganha as massas organizadas”. 

Jornalista Amaury Alencar visita Rádio Comunitária Altaneira FM


A Rádio Comunitária Altaneira FM recebeu na tarde desta terça-feira, 18, o jornalista, correspondente do Jornal Alerta Geral e vice-presidente da Associação Cearense de Jornalista do Interior – ACEJI, Amaury Alencar.

Na sua estada a emissora Amaury foi recepcionado pelo presidente da Associação Beneficente de Altaneira – ABA, entidade responsável pela manutenção da rádio, o professor Carlos Alberto Tolovi e por este blogueiro. A visita estava agenda para ocorrer na semana passada, mas segundo o jornalista não foi possível em virtude de viagens a outras localidades.

No estúdio, Amaury falou em entrevista cedida a Francilene Oliveira, sobre o 13° encontro de jornalistas, radialistas e blogueiros do Ceará a ser realizada no dia 29 de março no município de Tauá, região dos inhamuns.  Segundo ele, essa é uma grande oportunidade que os comunicadores que atuam em várias áreas têm de se reciclar. “Para tanto”, disse, “traremos figuram emblemáticas e de grande responsabilidade no que faz para discorrerem sobre temas que afligem essa categoria de profissionais, inclusive assuntos ligados ao direito visando contribuir no embasamento dos comunicadores”.  

Ainda de acordo com Amaury Alencar, a expectativa é que cerca de 400 comunicadores de todas as esferas participem do acontecimento.

Ficou acordado que a Rádio Altaneira FM estará participando do evento através de Francilene Oliveira, que apresenta o programa Juventude em Debate, Cláudio Gonçalves, Secretário de Atividades Sociais da ABA e por este blogueiro.



Reforma política: derradeira chance


Já me sinto insuportavelmente chato com este tema. É uma tentativa persistente de aplicar o princípio “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”. Mas a reforma política tem uma dimensão estratégica tão central, que não canso de insistir. A alienação e o descuido das lideranças políticas são quase imperdoáveis. É um pacto surdo do tipo “deixa ficar como está, pra ver como é que fica”. E a intensidade retórica é proporcional ao imobilismo prático. Todos têm plena consciência que nosso sistema político, partidário e eleitoral esgotou-se. Não cria elos com a sociedade, é caríssimo, tem seu financiamento mal resolvido, enfraquece os partidos e determina baixa qualidade no ambiente de governabilidade.

Não há sistema perfeito, a ideia de representação, por si, é uma imperfeição. Sempre impliquei com a originalidade excessiva de um sistema que só existe aqui. As democracias maduras adotam outras configurações. Boa parte dos males a que assistimos neste festival de corrupção e fisiologismo tem suas raízes nas regras do jogo e no funcionamento do sistema.

Volta e meia, o sistema político-partidário leva um susto. A última foi à decisão parcial do Supremo de proibir doações de pessoas jurídicas. A votação está quatro a zero, e o ministro Teori Zavascki pediu vistas, mas prometeu seu voto ainda para março. Se o STF mantiver a tendência, será um profundo colapso nas campanhas de 2014, já que há baixíssima tradição de doações de pessoas físicas no Brasil. No vácuo de decisões políticas adiadas, surge a judicialização.

Há 15 anos o Congresso Nacional discute a reforma política. A atual legislatura, iniciada em 2011, colocou-a como ponto prioritário. No início de 2013, ela foi praticamente sepultada. Vieram as manifestações de rua em junho. No meio de confusas respostas ao mal-estar presente na sociedade, começaram a aparecer os palpites mais estapafúrdios e inexequíveis: Constituinte exclusiva, plebiscito.

A Câmara decidiu agir. O presidente Henrique Alves nomeou um Grupo de Trabalho de 15 deputados representando os principais partidos. Longe dos holofotes, trabalhamos firme. E produzimos uma proposta de emenda à Constituição, entregue em novembro de 2013, que introduz mudanças que a um só tempo são ousadas, mas passíveis de consenso mínimo necessário.

Há, portanto, uma derradeira chance. A PEC propõe a partir de 2018: voto facultativo, cláusulas de desempenho partidário e individual, proibição das coligações proporcionais, coincidência de mandatos, mudanças no financiamento, fim da reeleição e principalmente a regionalização do voto proporcional.

A intenção do presidente da Câmara é votar até o final de abril e enviar ao Senado. O tempo urge.

Juro que não volto mais ao assunto. Pressionem seus deputados. Depois não vamos chorar o leite derramado e reclamar da judicialização da política ou da explosão nas ruas de um profundo mal-estar com as instituições gritando: “vocês não nos representam!”.


A análise é de Marcus Pestana e foi publicado no Congresso em Foco

Calangos Aventureiros de Altaneira vai a Euroville


O Grupo Calangos Aventureiros, formado inicialmente por jovens universitários nasceu com uma proposta de conhecer e traçar uma rota turística sobre os principais pontos marcantes do município de Altaneira e lhe dar maior publicidade e reconhecimento.

Banner do Grupo Calangus Aventureiros. Arte Rizoneide e produção de Gutemberg.
Eu reunião no último sábado, 15, os primeiros membros do grupo, Francisco Gutemberg Estevão, Cláudio Gonçalves, Givanildo Gonçalves e Fábio Barbosa apresentaram aos novos aspirantes uma síntese da história do Calangus.

Gutember argumentou que uma das principais motivações de criação da equipe foi buscar alternativas que os retirassem da rotina. Segundo ele, o nome homenageia os seres (Calangos - Cnemidophorus ocellifer) da Fauna Nordestina, que resiste as intempéries e a vida neste ambiente. “Somos seres comuns e que gostamos de aventura entre amigos, curtindo a vida seja de Bicicleta ou Moto, sair da rotina, visitar novos lugares, com um desejo em comum”, completou.

O mesmo sentimento foi compartilhado por Cláudio Gonçalves. “Queremos nos dar a oportunidade de vivenciar grandes emoções em meio a natureza, em roteiros interativos onde poderemos praticar atividades de aventura pelos lugares pouco ou nem sequer conhecidos do nosso município”, pontuou.

Vinícius Freire, Obreiro da Igreja Internacional da raça de Deus e um dos novos integrantes do Calangos sugeriu como próximo destino a Euroville, localizada no Distrito de Araporanga, município de Santana do Cariri. Com a proposta aceita, o grupo que ganhou adesão de mais três mulheres sairá a essa localidade no próximo dia 25 de março.

Confira fotos da Euroville compartilhada por Vinicius Freire em seu perfil na rede social facebook.





Michele Alves, da Altaneira FM, torna-se Coordenadora de Comunicação da ABRAÇO Ceará


Participantes durante o II Congresso da ABRAÇO Ceará. Foto: ABRAÇO-Ce

O auditório do Sesc, Unidade Centro de Fortaleza, recebeu nesta sexta-feira, 14, representantes das rádios comunitárias do Ceará, durante a realização do II Congresso Estadual da Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária no Ceará - ABRAÇO Ceará.  

José Soter, Coordenador Executivo da Abraço Nacional discorreu sobre a temática “A luta das Rádios Comunitárias”. No ensejo ele conclamou a esses veículos de comunicação a se reforçarem e se mobilizarem para o próximo evento, o Congressosse Nacional que está previsto para ocorrer em maio.

José Soter. Foto: Michele Alves.
È importante ressaltar que as rádios comunitárias surgiram entre as décadas de 1980 e 1990, do século passado com a popularização dos transmissores de rádio e desde então, uma das principais bandeiras tem sido a luta de forma massificada por uma isonomia nessa área da comunicação. A Lei 9612, criada em uma tentativa de caminhar par atender a pressão de movimentos sociais durante o governo de Fernando Henrique Cardoso não foi capaz de ir ao seu sentido real, a democratização das rádios e ao contrário do tratamento democrático reivindicado capaz de dar acesso aos meios de comunicação e voz a seguimentos marginalizados pelos veículos tradicionais, esse dispositivo só aprofundou as restrições e processos de criminalização vividos pelas rádios comunitárias desde o início.  

Samir Granja, Coordenador Geral de Radiodifusão Comunitária do Ministério das Comunicações, fez uma explanação sobre os diálogos e os entendimentos do Governo Federal para com esses veículos.

O evento tinha como finalidade ainda renovar a diretoria de sua associação e planejar as ações para o próximo triênio. A rádio Altaneira FM foi representada no encontro pelas comunicadoras Elenice Pereira e Michele Alves. Esta última, inclusive foi eleita Coordenadora de Comunicação e Marketing da ABRAÇO Ceará. 

Michele Alves ao lado dos Coordenadores da ABRAÇO.
 Quero contribuir e somar nessa luta. Fiquei muito feliz ao ser indicada para compor a nova diretoria da Abraço. Participar, contribuir e fazer parte da Abraço Ceará é um prazer, pois a abraco é uma entidade que luta por uma causa, que sempre defendi, que é as Rádios Comunitárias, disse Michele Alves ao Blog Informações em Foco.

Segundo informações da página da entidade na rede social facebook, a nova diretoria é composta ainda de Helder Gurgel, da Marazul FM que exercerá a função de Coordenador Financeiro, Giovanni Silva, da Jaguaruana FM (Coordenador Institucional), aldeci Martins da Pólo FM (Coordenador de Organização), Ana Lúcia, da Comunidade Dias Macedo (Coordenadora de Gênero), Ismar Capistrano, da Sertãonet ( Coordenador de Formação) e Agostinho Alcântara, da Pontal FM que ocupará o cargo de Coordenador Executivo.

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Todo camburão tem um pouco de navio negreiro



Foto: Iara Pinheiro.
O advogado Bruno Cândido, membro da Comissão de Igualdade Racial da OAB/RJ e representante do Movimento Negro, criticou a herança escravagista no sistema penal brasileiro durante a audiência pública realizada pela Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa nesta quinta-feira (13). O tema do encontro foi a banalização das prisões provisórias e o racismo no Poder Judiciário.

"O sistema (penal) é arquitetado para exterminar o povo preto. Esta é uma extensão da escravidão. A escravidão foi abolida formalmente, mas os efeitos estão até agora. O negro é coisificado. A partir do momento que permito o ingresso (no sistema carcerário) do (ator) Vinícius Romão sem nenhuma prova, eu nego a ele a condição humana", avaliou.

Cândido falou sobre os desrespeitos cotidianos à cidadania dos negros e lamentou que, após décadas de lutas e debates, temas como estes ainda não tenham sido superados pela sociedade. Um dos problemas citados é a diferença da abordagem policial dirigida a brancos e a afrodescendentes. "Será que vou ter que andar de terno todo o dia para não ser vítima do racismo? Vou ter que sustentar uma cidadania estética? Quando eu andar de chinelo, vou ter que ficar preocupado com o policial?", declarou.

Marcelo Freixo, presidente da comissão, concordou com o advogado. "A questão racial é lamentavelmente central. O racismo é muito maior do que uma declaração racista. Ele está nas entranhas das nossas instituições. É só visitar as unidades prisionais do Rio de Janeiro", argumentou.


Via Blog do Marcelo Freixo

Cavalo não desce escada: PMDB não sai do Governo



 Cavalo não desce escada”, avisava o folclórico Ibrahim Sued, pai do colunismo social, antes de seu “ademã, que eu vou em frente”.

Muito menos o PMDB sai de Governo, a não ser que tenho outro prontinho, ali na frente, para colocar os pés.

E, claro, as mãos.

O Blocão durou apenas o tempo do blefe mal sucedido, porque a rosa de Malherbe não merece a comparação com o odor fétido que se expeliu das nossas valorosas representações parlamentares.

Diz a Folha “que dos oito partidos governistas que integravam o blocão, só restam quatro: PMDB, PR, PTB e PSC.”.

O PR já avisou que vai desembarcar na terça. O PTB, creio eu, deve sair até antes.
O Governador Sérgio Cabral, com uma carinha de falsa compunção, jura que vai apoiar Dilma e só quem aceita nota de três reais acredita na historinha que ele mandou plantar, de que a Presidenta Dilma disse que candidatura do PT no Rio é “invenção do Lula”.

Eduardo Cunha se apresentará para negociar com suas tropas reduzidas aos dissidentes de sempre no PMDB.

E nesta tropa estropiada, nem 10% se interessam pela votação do marco civil da internet. Essa causa – chamemos assim, por elegância – é do próprio Cunha.

Dependendo das articulações que passam ao largo do “Jim Jones” peemedebista, ele não leva essa.

Vai ser tratado com seco respeito, por determinação de Dilma Rousseff.

Hoje, sentido o peso, Cunha passou a manhã a xingar a imprensa no seu twitter, depois de ter chamado ontem a revista Istoé de “Quantoé”.

Agora o alvo é , além de André Singer, por seu artigo na Folha,  o colunista Lauro Jardim, da Veja (onde Reinaldo Azevedo salta em sua defesa), de quem diz servir como “jardim do Governo”.

A razão? Esta nota.

O Palácio do Planalto detectou alguns movimentos feitos por Eduardo Cunha antes de articular a convocação de dez ministros para depor na Câmara.
Cunha encontrou-se com Eduardo Campos e Aécio Neves. De acordo com as informações com as quais Dilma Rousseff trabalha, quem intermediou a conversa entre Aécio e Cunha foi Sérgio Cabral.

A propósito, o governo já definiu qual será o próximo lance de seu enfrentamento com o líder do PMDB. O alvo escolhido é Fabio Cleto, feito em 2013 vice-presidente da CEF pelas mãos de Eduardo Cunha.

Cleto é também integrante do conselho do Fundo de Investimentos do FGTS, que cuida de uma bolada de 32 bilhões de reais em investimentos, e pleiteia a presidência do órgão. Sua cabeça deve rolar até o fim de março.”

Cunha caminha para ser um destes paradoxos: vai ser engolido por sua própria goela.


Via Tijolaço