Prestes
a completar 80 anos, Renato Aragão reclama da perseguição ao humor
politicamente incorreto, visto hoje como preconceituoso. O humorista, que
aniversaria na próxima terça (13) e também comemora 55 anos do personagem Didi
em 2015, relembra que na época de Os Trapalhões (1966-1995), negros e gays
sabiam que as piadas eram apenas de brincadeira. “Naquela época, essas classes dos feios, dos negros e dos homossexuais,
elas não se ofendiam. Elas sabiam que não era para atingir, para sacanear”,
desabafa.
“Na
época, a gente fazia como uma brincadeira. Era uma brincadeira de circo entre
eu e o Mussum (1941-1994). Como se fôssemos duas crianças em casa brincando. A
intenção não era ofender ninguém. Hoje, todas as classes sociais ganharam a sua
área, a sua praia, e a gente tem que respeitar muito isso”, disse o
humorista à revista Playboy de janeiro, que chegou às bancas na terça (6).
De
contrato renovado com a Globo até 2017, Renato Aragão se incomoda quando ouve
críticas contra a emissora, principalmente ao programa beneficente Criança
Esperança, do qual é padrinho. Mesmo sem programa fixo, o humorista revela que
não tolera quando falam mal da rede.
“O programa explode e é: ‘Ah, por que a
Globo, em vez de fazer aquele programa, não doa o dinheiro para o povo?’ É
cruel isso. Me incomoda muito quando falam da Globo. Eu não admito que falem
mal da Globo”, confessa o humorista.
Renato
Aragão diz não se incomodar com as críticas ao trabalho dele como Trapalhão.
Para o humorista, muitas pessoas detonavam os filmes de Didi, Dedé Santana,
Mussum e Zacarias (1934-1990) sem ao menos ver o conteúdo.
“Eu nunca liguei para isso, nem vou ligar.
Tinha gente que criticava meus filmes sem assistir! Foi comprovado isso. Mas,
quanto mais eles me malhavam, mas crescia o bolo, mais dava bilheteria. Os
pseudocineastas ficavam umas araras porque os filmes deles não encostavam.
Chegava um nordestino com um rolo compressor e passava por cima”,
comemorou.