Em
entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o governador do Maranhão, Flávio Dino
(PCdoB), foi direto ao ponto: “Se Lula
for candidato, ganha. Se a elite brasileira tivesse um pouquinho de espírito
nacional, e menos espírito de Miami, concordaria que Lula é importante para o
Brasil. [Tirá-lo] abre espaço para uma aventura que seria Bolsonaro presidente,
um suicídio nacional e coletivo.”
Sobre
a Reforma da Previdência, Flávio Dino considera que ela “vai virar um peso nas costas de quem a defender. Claro [que sou
contra], e a trabalhista é pior ainda. Esse neoliberalismo vulgar que às vezes
um Amoedo (Novo) da vida professa não tem aderência à realidade brasileira”.
Sobre
as sucessivas denúncias de corrupção, Dino disse: “É verdade que havia infelizmente corrupção na Petrobras, por exemplo,
mas quem estava ao lado? Grandes corporações privadas. Então, se fosse
extinguir o Estado porque é corrupto, ia extinguir o mercado junto”.
Com
relação à operação Lava Jato, Dino considera que ela “criou uma narrativa em que os empresários, que eram o chapeuzinho
vermelho, bonzinhos, foram extorquidos pelo lobo mau, que era o Estado. Pelo
amor de Deus! Todo mundo sabia o que estava fazendo”.
Sobre
a perseguição de Sérgio Moro a Lula ele diz: “É um escândalo, uma monstruosidade jurídica. O leitor pode dizer: é
porque ele apoia o Lula. Primeiro, o Lula nunca me apoiou aqui”.
Flávio
Dino espera que Lula o apoie em 2018: “Sou
cristão, acredito em coisas boas. Como você vai dizer que ele é dono de um
apartamento que comprovadamente está no patrimônio de um banco? Aí sim a
instrumentalização da Lava Jato atende a certos interesses que hoje não estão
claros”.
Para
ele, a volta de Roseana Sarney à política mostra “muito um saudosismo do uso da máquina administrativa. Estão com
síndrome de abstinência de recursos públicos, de luxos. O grupo empresarial
deles depende de recursos públicos, que é um sistema de comunicação [Mirante]
cujo maior anunciante era o próprio governo do Estado. Ela pagava ela mesma”.
De
acordo com Dino, o governo do Maranhão diminuiu as verbas de publicidade no
grupo dos Sarney. De 54% da verba publicitária em 2012, caiu para 19% em 2017.
Sobre
Manuela D’ávila (PCdoB), o governador diz que vota nela, se for candidata, mas
que Lula deve manter a “candidatura até o
limite. A candidatura dele é fundamental, imprescindível. Só há eleições livres
com ele sendo candidato, não há razão para não ser, a não ser um processo de
lawfare, de perseguição judicial. Pergunte a um cidadão médio: o que você acha
de Sarney ou Collor soltos e Lula preso? Metade da população tem intenção de
votar nele”. (Com informações da Revista Fórum/ Folha de S. Paulo).