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XVIII Festival Junino de Altaneira já tem data definida


Integrantes do Arraiá do Ribuliço durante ensaio no Ginásio Poliesportivo. (Foto: Reprodução/Facebook).


A 18ª edição do Festival Junino de Altaneira já está com data definida. A informação foi divulgada no programa radiofônico do governo municipal “Nas Mãos do Povo” realizado na tarde do último sábado, 26, e veiculado na Rádio Comunitária Altaneira FM.

Segundo o prefeito Dariomar Rodrigues (PT) que esteve participando do programa comandado pelo animador Carlos Erivelton, do município de Nova Olinda, junto ao Secretário Municipal de Saúde Luan Kaio, o festival se realizará entre os dias 22 e 24 de junho. O gestor afirmou que o festival “é um patrimônio do povo de Altaneira” e fez questão de parabenizar os integrantes do Arraiá do Ribuliço, quadrilha que representará o município nos festivais.

Dariomar lembrou que em virtude da crise financeira os envolvidos no Arraia estão realizando festas para arrecadar recursos como a que vai ocorrer no próximo sábado, 02, para a escolha da “Garota Junina”. “Quem puder participar dessa festa para ajudar o Arraiá do Ribuliço arrecadar para que o governo invista menos os recursos do município porque esse ano e a gente não se cansa de dizer estamos em crise. Não é vergonhoso. O que tem que ser pedido..... vamos economizar. Fazer mais com menos recurso. Isso é que temos que fazer para dar o direito a essas crianças de divertirem”.

Ainda sobre o Arraiá do Ribuliço, Dariomar convidou a população para assistir os ensaios e principalmente a apresentação da quadrilha municipal.

O programa do governo municipal ocorre todos os sábado de 13h00 às 14h00 em espaço cedido pela Rádio Comunitária Altaneira FM.



Em nota, prefeitura de Altaneira nega unificação da Secretaria de Cultura à Secretaria de Educação


Prefeitura lança nota negando "agregação" de Secretaria de Cultura 
à Secretaria de Educação".

A prefeitura de Altaneira divulgou na tarde deste sábado, 05, em sua fanpage na rede social facebook, nota negando a agregação da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Turismo à Secretaria Municipal de Educação.

Sem mencionar os Blogs locais que noticiaram o fato na última quinta-feira, 03, a nota clássica as informações como “falsas”, uma vez que “para esse acontecimento seria necessário uma alteração na Lei da Estrutura Administrativa autorizando a unificação das referidas secretarias”. O que “na verdade ocorreu”, continua, foi “apenas a nomeação da Secretária de Educação Leocadia Soares, para responder sobre a referida pasta, em substituição ao ex secretário Antônio de Kaci”.

A nota - sem assinatura de ninguém ligado ao governo -, diz que lamenta “pela incoerência nas divulgações maliciosas desses blogs que mesmo tendo conhecimento dos fatos, uma vez que, foi divulgado o ato através do Portal do Município e da Página: Prefeitura Municipal de Altaneira no Facebook, com muita clareza, mesmo assim, divulgaram as informações distorcidas da realidade” e diz também que “o ato oficial do governo através da Portaria N.197/2018, assinada pelo Prefeito Dariomar, consta da nomeação da Secretária Leocadia para exercer o cargo interinamente e cumulativamente, sem direito a acréscimo na sua remuneração”.

Segundo o Advogado e Administrador do Blog de Altaneira (BA), Raimundo Soares Filho, que anunciou o fato com o título em seu Blog “Depois de quase 20 anos Prefeito de Altaneira volta a “agregar” Cultura e Educação”, a informação divulgada pela página “não vale”, pois não há assinatura. Em comentário no grupo de WhatsApp do Blog Negro Nicolau (BNN), o blogueiro rechaçou a nota. “Querem tapar o sol com a peneira. Até o espaço físico é o mesmo”, concluiu.

Registre-se que o Blog Negro Nicolau (BNN) também escreveu acerca do ato em matéria com o título “Prefeito de Altaneira unifica Secretaria de Educação e Secretaria de Cultura”.

O que na prática ocorreu

Se oficialmente para a unificação ou agregação da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Turismo à Secretaria Municipal de Educação necessita-se de uma alteração na Lei da Estrutura Administrativa, na prática o fato já ocorreu.

A Cultura ficará subordinada à Educação, pois o prédio é o mesmo e a pessoa que vai exercer a função de secretária já exerce a titularidade da Educação, mesmo sem nenhum acréscimo à sua remuneração. O que fica nítido, outrossim, é que a Cultura passa agora a ser “um puxadinho ou o quintal da Educação”.

O que poderia ser feito aqui, já que há negativa da não unificação das pastas, era o próprio Antonio de Kaci continuar exercendo as funções de Secretário e nomear outra pessoa para Controlador Geral do Município. Ou até mesmo o próprio Secretário de Cultura exercer essa função cumulativamente com a de Controlador Geral.

Em 2016, um dos primeiros atos do Temer quando tomou a presidência da república por meio do golpe jurídico-parlamentar-midiático foi a extinção do Ministério da Cultura (MinC). No entanto, a população reagiu e chegou a se manifestar publicamente contra o ato. Em maio do mesmo ano, cerca de 18 capitais registraram protestos contra fim da pasta, inclusive Brasília com a participação de artistas e produtores culturais. A pressão dos movimentos fez com que o presidente ilegítimo recriasse o MinC.



Com 76% de negros, a novela ‘Segundo Sol’ da rede globo retratará uma Bahia Branca


Beto Falcão (Emílio Dantas) e Luiza (Giovanna Antonelli) foram o casal de protagonistas  de 'Segundo Sol'.
(Foto: Divulgação/ Globo/ Reprodução/ Huffpost Brasil).

Nova trama de João Emanuel Carneiro tem recebido críticas após divulgação das primeiras chamadas. Estreia está prevista para o dia 14 de maio.

A próxima novela de João Emanuel Carneiro, Segundo Sol, se passa na Bahia, mas não há atores negros em seu núcleo principal. Pelo contrário, os protagonistas são os atores Emílio Dantas, Vladimir Brichta, Giovanna Antonelli e Adriana Esteves.

Para além dos protagonistas, não há representatividade negra proporcional à quantidade de atores.

Dos 26 nomes que participam do folhetim, apenas três são negros. Desses, somente o ator Fabrício Boliveira aparece nas chamadas divulgadas pela emissora (veja uma delas no player abaixo).

                

Como você leu acima, a nova trama de João Emanuel Carneiro, responsável por sucessos como Avenida Brasil e A Regra do Jogo, se passa na Bahia onde, segundo dados do IBGE divulgados em 2013, 76% dos habitantes se declaram pretos ou pardos.

Nesse mesmo levantamento de 2013, a Bahia foi o estado brasileiro que registrou o maior índice de cidadãos que se declaram pretos: 17, 1%.

No passado, a escalação de elenco majoritariamente branco numa trama ambientada em região de expressiva população negra negra poderia passar despercebida, mas não em tempos de redes sociais.

Nos últimos dias, Segundo Sol virou alvo de críticas de espectadores e ativistas.

No sábado (28), às críticas negativas ganharam ainda mais repercussão após a atriz Samara Felippo compartilhar um texto da dramaturga Maria Shu, que é negra.


Em breves linhas, Maria questiona a inexistência de atores negros não apenas em Segundo Sol como também em outras produções ambientadas em regiões com expressiva população negra.




No Facebook, a página Trick Tudo criou um álbum de fotos intitulado "Eu poderia estar na novela Segundo Sol", que reúne fotos de 53 artistas negros que já trabalharam em novelas da Globo, incluindo Aílton Graça, Sérgio Malheiros, Marcelllo Mello, Telma Souza, Camila Pitanga e Milton Gonçalves.




A publicação soma mais de 19 mil compartilhamentos.

Jornalista que cobre televisão há mais de 25 anos, Cristina Padiglione publicou em seu site neste domingo um artigo intitulado Até quando a TV vai reservar aos negros uma espécie de cota? no qual endossa as críticas que têm circulado nas redes e questiona a prática da emissora carioca.

"Para cada Lázaro Ramos, a TV investe em 30 Rafael Vitti. Assim como um jovem negro inexperiente, os exemplares de brancos revelados a cada temporada de Malhação nem sempre vêm prontos, mas muitos são merecedores de novas oportunidades na TV e de algum investimento da indústria, o que se dá em proporção bem menor nas peles mais escuras. Por quê?"

O HuffPost Brasil entrou em contato com a Globo para saber o posicionamento da emissora diante da enxurrada de críticas relacionadas à escalação do elenco de Segundo Sol.

Em nota enviada pela área Comunicação, a Globo afirma que "não pauta as escalações de suas obras por cor de pele". No texto, a emissora também afirma que está e acompanhando os comentários e que "reflexões sobre diversidade na sociedade" devem ser abordadas na trama.

Leia a nota na íntegra:

"Os critérios de escalação de uma novela são técnicos e artísticos. A Globo não pauta as escalações de suas obras por cor de pele, mas pela adequação ao perfil do personagem, talento e disponibilidade do elenco. E acredita que esta é a forma mais correta de fazer isso. Uma história como a de Segundo Sol, também pelo fato de se passar na Bahia, nos traz muitas oportunidades e, sem dúvida, reflexões sobre diversidade na sociedade, que serão abordadas ao longo da novela, que está estruturada em duas fases. As manifestações críticas que vimos até agora estão baseadas sobretudo na divulgação da primeira fase da novela, que se concentra na trama que vai desencadear as demais. Estamos atentos, ouvindo e acompanhando esses comentários, seguros de que ainda temos muita história pela frente!" (Com informações do HuffPost Brasil).

Professor de Santana do Cariri é empossado na Academia de Letras do Brasil/Araripe-CE



O plenário da Câmara Municipal de Santana do Cariri foi palco na manhã deste sábado, 28, da cerimônia de posse do professor e escritor Raimundo Sandro Cidrão.

O evento que contou com a participação de todos os acadêmicos e acadêmicas que compõem a Academia de Letras do Brasil/Seccional Regional Araripe, de professores/as, representantes do poder legislativo local, radialistas e jornalistas do cariri, além do presidente da seccional Araripe, o poeta Adriano de Sousa, oficializou o assento de Sandro Cidrão na Cadeira nº 12.

Professor Sandro por ocasião de sua posse na Academia de
Letras. (Foto: Professora Lucélia Muniz).
No seu discurso, o recém empossado contou porque escolheu Generosa Amélia da Cruz como sua Matrona. Segundo ele, já há pesquisas em andamento acerca da homenageada e que muitos dos documentos, “alguns inéditos” (disse), foram conseguidos na Câmara. Para ele, dentre as principais características de Dona Generosa como passou a figurar no imaginário dos que a conhecia, estava a solidariedade, a coragem e devoção.

De acordo com Sandro, um dos maiores desafios enfrentados por Generossa foi quando seu esposo e tio o coronel Felinto da Cruz Neves morreu. Felinto tinha sido eleito prefeito de Santana do Cariri em 1936 e foi “traiçoeiramente assassinado” por seus adversários políticos. No discurso, o escritor mencionou ainda que Generosa assumiu a responsabilidade para si e passou a administrar o município (na época não havia vice) tendo que “dar continuidade ao trabalho de seu esposo”. O fato permitiu que ela entrasse para os anais da política figurando como a primeira prefeita do município e a segunda do Brasil.

A Matrona também dedicou parte de sua vida a educação e aos ensinamentos ligados a religiosidade utilizando, conforme pontuou o escritor, sua própria casa para ensaios da coroação, lapinha e das festas da padroeira.

Já velha e adoentada, “com sapiência e justiça, em seu testamento, deixou o Casarão para a Diocese de Crato, para fins religiosos e culturais. A Diocese, alegando não ter recursos para sua manutenção, o devolveu à família “Cruz”.  Como expressava esse documento, nesse caso ficaria o imóvel, que outrora foi lar, templo, escola e fortaleza, como um bem perpétuo para os familiares, que fosse passado de geração para geração. Dona Generosa veio a falecer, lúcida e serenamente no dia 18 de agosto de 1961, com 89 anos. Seu corpo encontra-se sepulto no Cemitério São Miguel em solo santanense, no jazigo da família", disse ele.

Por fim, Sandro dedicou alguns minutos do tempo para falar do orgulho que tem em fazer parte da Academia e afirmou que só a educação aliada à cultura é o caminho plausível para transformação da sociedade e a construção de um pais melhor.

Professor Nicolau Neto em discurso durante o ato de posse do escritor Raimundo Sandro Cidrão na Academia de Letras. (Foto: Professora Lucélia Muniz).

Ainda discursaram o presidente da Academia de Letras do Brasil/Seccional Araripe-CE, Adriano de Sousa, que fez um apanhado do histórico de contribuição em várias áreas do conhecimento do professor Sandro, o presidente do legislativo municipal, o vereador Arclébio Dias e este blogueiro, professor e ativista dos direitos civis e humanos das populações negras. No ensejo, falei sobre a importância que a Academia tem para a educação e a cultura e que é necessário que seus acadêmicos e acadêmicas realizem um trabalho sistemático e contínuo de pesquisa principalmente sobre a história e a cultura do cariri e que o material construído possa servir de apoio pedagógico às escolas, carentes de conhecimentos científicos nessa área.




Um dos maiores fracassos do cristianismo foi ter transformado o sujeito histórico Jesus em um mito, diz professor Tolovi



O Blog Negro Nicolau (BNN) reproduziu na manhã desta terça-feira, 03/04, artigo do frade italiano Alberto Maggi, um dos os maiores biblistas vivos acerca da morte de Jesus Cristo, símbolo da religiosidade cristã.

No texto que teve a tradução do biblista brasileiro padre Francisco Cornélio, Maggi demole duas ideias que estão na base do cristianismo falsificado que os integristas sustentam há séculos, a saber: I - Jesus teria sido morto “pelos nossos pecados” e II - essa seria “a vontade de Deus” e tendo por base essas possibilidades que, para a grande maioria dos fieis passou a ter status de dogmas, o frade italiano propõe, ao analisar o próprio texto bíblico que não morreu pelos “nossos pecados” e sim por enfrentar o sistema e reitera ao argumentar “que Jesus morreu porque confrontou o Templo, um sistema de dominação e exploração dos pobres de Israel”.

Clique aqui e confira as ideias de Alberto Maggi que foi publicado em primeira mão no site Outras Palavras.

Vinicius Freire. (Foto: Nicolau Neto).
A redação do BNN entrou em contato com três especialistas no assunto – os professores Carlos Alberto Tolovi, Jair Rodrigues e Vinícius Freire – para saber suas versões sobre o posicionamento em destaque.

Vinícius Freire, que também é líder do Ministério Nissi em Altaneira, realçou que o tema é complexo, porém concordou em partes com as colocações de Maggi. Segundo ele, “Jesus foi perseguido por combater todo um sistema que existia na época” e que o texto “não tem a intenção de negar o sacrifício de cristo, mas sim, de combater a religiosidade, sobretudo os lucros que a religião gera”. Mas o líder nissiano também não nega que Cristo tenha morrido “pelos nossos pecados”.

Negar que Jesus morreu pelos pecados é negar toda a bíblia, desde as profecias do antigo testamento, até a pregação apostólica contida no novo e também os evangelhos, uma vez que o próprio Jesus faz menção à sua morte em passagens dos mesmos, mas entendo que o texto contextualiza a perseguição farisaica contra Jesus, a partir do momento em que a pregação dEle confrontava os fariseus e toda a estrutura religiosa e até social da época”, pontuou Vinícius.

Já o professor da URCA Carlos Tolovi foi enfático. “Texto muito bem elaborado. Com o qual concordo plenamente”, disse inicialmente. E aprofundou as ideias do frade ao mencionar que “um dos maiores fracassos do cristianismo do ponto de vista de sua contribuição para a construção de um mundo mais justo e solidário foi ter transformado o sujeito histórico Jesus, um sábio revolucionário, em um mito, para dar sustentação à uma moral colonialista”.

Tolovi - que é doutor em Ciências da Religião pela PUC – SP -, explica como se deu o que ele chama de “o mito do CRISTO”:

Professor Tolovi. (Foto: Reprodução/ WhatsApp).
Aquele que foi crucificado por vontade de Deus e por necessidade dos homens e mulheres em sua busca da salvação”, realça. Ele argumenta que essa narrativa não tem fundamentação ética, mas possui sustentação moral.

Para ele, essa é “uma forma de os seres humanos se utilizarem de um evento histórico revolucionário para elaborarem uma narrativa que sustenta a submissão e legitimação de relações de dominação em nome de Deus. Com isso o cristianismo, em grande parte, passou a adorar o 'deus da moral' constituída pelos valores dos colonizadores”.

Ainda no campo da moral e da ética, o professor universitário ressaltou que “dizer que Jesus sabia que deveria morrer daquela forma por vontade de Deus é tirar do mesmo a dimensão da ética”.  Afinal, ele não teria escolha e, portanto, mérito algum”, frisou.

Para Tolovi, é preciso entender Jesus pelo lado social e como personagem histórico que não só lutou contra um sistema de opressão, mas que buscou a transformação da realidade. “Ignorar que Jesus foi assassinado em nome de um deus que legitimava um sistema de dominação é querer desvincular Jesus dos movimentos revolucionários que buscam a transformação da realidade tendo em vista uma relação de equidade”, finalizou.

Até o fechamento deste artigo o professor e psicólogo juazeirense Jair Rodrigues ainda não havia se manifestado.
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Vinícius Freire tem graduação com licenciatura plena em História pela URCA (2011), servidor público no município de Altaneira e líder do Ministério Nissi.

Carlos Alberto Tolovi Possui graduação em Filosofia pela Universidade São Francisco - USF (1991), graduação em Teologia pelo Instituto Teológico São Paulo - ITESP (1995) e mestrado em Ciências da Religião pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC (1998). Doutor em Ciências da Religião pela PUC - SP (2016). É professor de Filosofia na Universidade Regional do Cariri - URCA - CE, lotado no Departamento de Ciências Sociais. É diretor presidente da Fundação Arca e coordena o programa de extensão firmado entre a URCA e a ARCA (em Altaneira - CE). Autor do livro: "Mito, Religião e Política - Padre Cícero e Juazeiro do Norte". (Informações colhidas junto ao Lattes).


Jesus não morreu pelos “nossos pecados” e sim por enfrentar o sistema


Cruz (detalhe), Arcabas (Jean-Marie Pitot), Igreja do Espírito Santo e de S. Alessandro Mártir, Arquidiocese de Portoviejo, Equador. (Foto: Reprodução/ Outras Palavras.


Nesta Sexta-Feira da Paixão, Caminho Pra Casa publica artigo exclusivo de um dos maiores biblistas vivos, o frade italiano Alberto Maggi. A tradução é do biblista brasileiro padre Francisco Cornélio. No texto, Maggi demole duas ideias que estão na base do cristianismo falsificado que os integristas sustentam há séculos:  1) Jesus teria sido morto “pelos nossos pecados”;  2) essa seria “a  vontade de Deus”. A versão é insustentável com um exame realista e honesto dos textos bíblicos.  Os Evangelhos são claríssimos: Jesus morreu porque confrontou o Templo, um sistema de dominação e exploração dos pobres de Israel. Jesus não inaugurou o tempo da culpa, mas o da misericórdia e o da vida plena para os pobres. A íntegra do artigo a seguir.

Jesus Cristo morreu pelos nossos pecados. Essa é a resposta que normalmente se dá para aqueles que perguntam por que o Filho de Deus terminou seus dias na forma mais infame para um judeu, o patíbulo da cruz, a morte dos amaldiçoados por Deus (Gl 3,13).

Jesus morreu pelos nossos pecados. Não só pelos nossos, mas também por aqueles homens e mulheres que viveram antes dele e, portanto, não o conheceram e, enfim, por toda a humanidade vindoura. Sendo assim, é inevitável que olhando para o crucifixo, com aquele corpo que foi torturado, ferido, riscado de correntes e coágulos de sangue expostos, aqueles pregos que perfuram a carne, aqueles espinhos presos na cabeça de Jesus, qualquer um se sinta culpado … o Filho de Deus acabou no patíbulo pelos nossos pecados! Corre-se o risco de sentimentos de culpa infiltrarem-se como um tóxico nas profundezas da psiquê humana, tornando-se irreversíveis, a ponto de condicionar permanentemente a existência do indivíduo, como bem sabem psicólogos e psiquiatras, que não param de atender pessoas religiosas devastadas por medos e distúrbios.

No entanto, basta ler os Evangelhos para ver que as coisas são diferentes. Jesus foi assassinado pelos interesses da casta sacerdotal no poder, aterrorizada pelo medo de perder o domínio sobre o povo e, sobretudo, de ver desaparecer a riqueza acumulada às custas da fé das pessoas.

A morte de Jesus não se deve apenas a um problema teológico, mas econômico. O Cristo não era um perigo para a teologia (no judaísmo havia muitas correntes espirituais que competiam entre si, mas que eram toleradas pelas autoridades), mas para a economia. O crime pelo qual Jesus foi eliminado foi ter apresentado um Deus completamente diferente daquele imposto pelos líderes religiosos, um Pai que nunca pede a seus filhos, mas que sempre dá.

A próspera economia do templo de Jerusalém, que o tornava o banco mais forte em todo o Oriente Médio, era sustentada pelos impostos, ofertas e, acima de tudo, pelos rituais para obter, mediante pagamento, o perdão de Deus. Era todo um comércio de animais, de peles, de ofertas em dinheiro, frutos, grãos, tudo para a “honra de Deus” e os bolsos dos sacerdotes, nunca saturados: “cães vorazes: desconhecem a saciedade; são pastores sem entendimento; todos seguem seu próprio caminho, cada um procura vantagem própria  (Is 56, 11).

Quando os escribas, a mais alta autoridade teológica no país, considerando o ensinamento infalível da Lei, vêem Jesus perdoar os pecados a um paralítico, imediatamente sentenciam: “Este homem está blasfemando!” (Mt 9,3). E os blasfemos devem ser mortos imediatamente (Lv 24,11-14). A indignação dos escribas pode parecer uma defesa da ortodoxia, mas na verdade, visa salvaguardar a economia. Para receber o perdão dos pecados, de fato, o pecador tinha que ir ao templo e oferecer aquilo que o tarifário das culpas prescrevia, de acordo com a categoria do pecado, listando detalhadamente quantas cabras, galinhas, pombos ou outras coisas se deveria oferecer em reparação pela ofensa ao Senhor. E Jesus, pelo contrário, perdoa gratuitamente, sem convidar o perdoado a subir ao templo para levar a sua oferta.

Perdoai e sereis perdoados” (Lc 6,37) é, de fato, o chocante anúncio de Jesus: apenas duas palavras que, no entanto, ameaçaram desestabilizar toda a economia de Jerusalém. Para obter o perdão de Deus, não havia mais necessidade de ir ao templo levando ofertas, nem de submeter-se a ritos de purificação, nada disso. Não, bastava perdoar para ser imediatamente perdoado…

O alarme cresceu, os sumos sacerdotes e escribas, os fariseus e saduceus ficaram todos inquietos, sentiram o chão afundar sob seus pés, até que, em uma reunião dramática do Sinédrio, o mais alto órgão jurídico do país, o sumo sacerdote Caifás tomou a decisão. “Jesus deve ser morto”, e não apenas ele, mas também todos os discípulos porque não era perigoso apenas o Nazareno, mas a sua doutrina, e enquanto houvesse apenas um seguidor capaz de propagá-la, as autoridades não dormiriram tranquilas (“Se deixarmos ele continuar, todos acreditarão nele … “, Jo 11,48). Para convencer o Sinédrio da urgência de eliminar Jesus, Caifás não se referiu a temas teológicos, espirituais; não, o sumo sacerdote conhecia bem os seus, então brutalmente pôs em jogo o que mais estava em seu coração, o interesse: “Não compreendeis que é de vosso interesse que um só homem morra pelo povo e não pereça a nação toda?” (Jo 11,50).

Jesus não morreu pelos nossos pecados, e muito menos por ser essa a vontade de Deus, mas pela ganância da instituição religiosa, capaz de eliminar qualquer um que interfira em seus interesses, até mesmo o Filho de Deus: “Este é o herdeiro: vamos! Matemo-lo e apoderemo-nos da sua herança” (Mt 21,38). O verdadeiro inimigo de Deus não é o pecado, que o Senhor em sua misericórdia sempre consegue apagar, mas o interesse, a conveniência e a cobiça que tornam os homens completamente refratários à ação divina. (Por Alberto Maggi   | Tradução: Francisco Cornélio, no Outras Palavras).


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Alberto Maggi, biblista italiano, frade da Ordem dos Servos de Maria, estudou nas Pontíficias Faculdades Teológicas Marianum e Gregoriana de Roma e na Escola Bíblica e Arqueológica Francesa de Jerusalém. É autor de diversos livros, como A loucura de Deus: o Cristo de João, Nossa Senhora dos heréticos

Francisco Cornélio, sacerdote e biblista brasileiro, é professor no curso de Teologia da Faculdade Diocesana de Mossoró (RN). Fez seu bacharelado no Ateneo Pontificio Regina Apostolorum, em Roma. Atualmente, está em Roma novamente, para o doutorado no Angelicum (Pontifícia Universidade Santo Tomás de Aquino), onde fez seu mestrado

Cientistas descobrem 81 aldeias 'perdidas' que podem recontar a história da Amazônia



O desmatamento é uma ameaça à Amazônia, mas desta vez foi peça chave para uma descoberta arqueológica que pode recontar a história da maior floresta do mundo.

Graças a imagens aéreas de áreas desmatadas no Mato Grosso, um grupo de arqueólogos da Universidade de Exeter, no Reino Unido, descobriu 81 aldeias que, segundo seus cálculos, foram habitadas por entre 500 mil e 1 milhão de pessoas entre os anos de 1200 e 1450.

Um aspecto interessante da descoberta é que os assentamentos ficam distantes dos principais rios, o que contraria a tese de que as maiores populações anteriores à chegada dos europeus na América se concentravam em torno de grandes fontes de água.

Até pouco tempo atrás se estimava que, antes da colonização, viviam 8 milhões de pessoas nos 5,5 milhões de quilômetros quadrados da Amazônia.

Mas a recém-descoberta área de tribos sugere que só em 2 mil quilômetros quadrados viviam cerca de 750 mil pessoas.

"Esta é só mais uma peça no quebra-cabeças da Amazônia", disse à BBC o arqueólogo brasileiro Jonas Gregorio de Souza, coautor do estudo, publicado nesta semana na revista Nature Communications.

"Há regiões da Amazônia sobre as quais não se sabia absolutamente nada. Essas áreas desmatadas nos ajudam a entender melhor as populações que viviam aqui e como se relacionavam com a paisagem." 
Conforme o pesquisador, possivelmente esses povos combinavam agricultura em pequena escala com o manejo de árvores frutíferas, como castanheiras.

Círculos, quadrados e hexágonos

Do céu, o que chamou a atenção dos pesquisadores foram os geoglifos, que são valas cavadas na terra em formatos geométricos, como círculos, quadrados e hexágonos.

Acredita-se que estas valas eram utilizadas para demarcar as vilas fortificadas. No solo, os pesquisadores encontraram o que é conhecido como terra preta, um tipo de solo muito fértil que se forma em locais onde humanos tenham se assentado durante muito tempo.

Ao escavar, encontraram restos de cerâmica e objetos como machados fabricados com pedra talhada.

Antes, já haviam sido encontrados assentamentos similares centenas de quilômetros ao oeste destas aldeias. Alguns relatos históricos também mencionam que esta área era povoada, o que sugere que não eram povoados isolados, mas sim um corredor habitado de maneira contínua por várias culturas.

Para Souza, estes assentamentos abrem caminho para novas investigações e descobertas. "Continuar a investigar essas culturas nos permitirá aprender qual a melhor forma de garantir a convivência sustentável de grandes populações com o meio ambiente."

Souza só espera que as novas descobertas não ocorram graças ao desmatamento de amplas zonas de floresta. (Com informações da BBC Brasil).


Arqueólogos do Brasil e do Reino Unido que quase 1 milhão de pessoas habitaram áreas da Amazônia entre os anos 1200 a 1450, em áreas distantes de rios. (Foto: University of Exerter).

Encenação da Paixão de Cristo é acompanhada por centenas de altaneirenses


Naurício Sousa no papel de Jesus. (Foto: Nicolau Neto).

Depois de seis anos a peça “Paixão de Cristo” voltou a ser encenada em Altaneira. Diferentemente de 2012, o ponto máximo do teatro que conta – segundo a tradição religiosa cristã -, os últimos passos da vida de Jesus Cristo aconteceu no patamar da matriz da Igreja Católica. Centenas de pessoas acompanharam atentamente a crucificação.

Nesta edição (30/03), a grande maioria dos interpretes eram jovens que para a realização do espetáculo iniciaram um percurso que partiu às 19h50min da Capela de São José e caminhou pela rua Deputado Furtado Leite até a matriz.

As interpretações dos atores e atrizes esbanjaram talento na arte de improvisar e interpretar, o que causou  forte emoção do público que acompanhava atentamente cada cena desenvolvida nas cinco estações. “Não precisa bater tão forte assim”, dizia uma mulher. “Ele apanhou tanto e ainda tem pessoas que não respeita o dia dele”, argumentou outra.

O som não ajudou muito para quem de longe tentava ouvir. Nem mesmo o discurso reflexivo e que conclamava a união do poder público e da sociedade civil para mudar a realidade da juventude por meio da arte e do teatro, de Raimundo Sandro Cidrão, professor e membro da Sociedade Teatral Santanense, responsável diretamente pelo empréstimo dos figurinos ao grupo altaneirense, foi ouvido com a intensidade que se deveria ouvir.

Mas quem conseguia se aproximar se encantava com tamanha desenvoltura e talento daqueles que mesmo com todas as dificuldades, conseguiram fazer o que se propuseram a realizar. O poder através da arte, do teatro e da cultura conseguiu se sobrepor ao revés. O mais incisivo na peça era o jovem João Paulo, um dos coordenadores do grupo e que interpretou um soldado romano responsável por torturar Jesus antes de coloca-lo na cruz. “Vamos, tu não diz que é rei”, gritava enquanto o açoitava.

O papel de Jesus foi dado ao estudante do ensino médio integrado a educação profissional, Naurício Sousa. O momento da crucificação, um dos mais esperados, causou silêncio na plateia. “Você não tem temor a deus? Nosso sofrimento é justo, mas ele não fez nada de mal. Lembre-se de mim Jesus, quando o senhor estiver no paraíso”, falou um dos “ladrões”. “Eu te prometo que hoje mesmo estarás no paraíso comigo”, respondeu Naurício (o intérprete de Jesus). “Vejam! Ele fala com os ladrões”, disse João Paulo (soldado).

Durante a encenação era visível à angústia da plateia que não conseguia ouvir as palavras ditas. Segundo o professor Sandro Cidrão em conversas com este blogueiro, o que pode ser feito nas próximas edições para sanar este problema é gravar as falas e os personagens apenas dublarem. "Em Santana do Cariri quando começamos também era nesse formato, depois modificamos".“Isso será bom não só para o público, mas principalmente para os protagonistas do momento que se desgastarão menos”, pontuou.

Atuação também de destaque foi a de Sávio Marinho que representou dois papeis, o de Pôncio Pilatos – governador da província romana da Judeia e o responsável, conforme tradição religiosa cristã, pela condenação de Jesus e o do anjo anunciador.

Mais de duzentas pessoas prestigiaram a exibição do teatro que contou com cerca de cinquenta integrantes.


Clique aqui e confira outras fotos da Peça.

Escritora Conceição Evaristo vence o Prêmio Bravo



Aconteceu na última terça-feira (27), na Casa de Francisca (Rua Quintino Bocaiúva, 22 – São Paulo / SP), a segunda edição do Prêmio Bravo!. A partir de uma seleção feita por mais de 100 especialistas, foram escolhidos os vencedores em 10 categorias que incluem dança, música, cinema, artes, teatro e literatura.

Em seu discurso, Helena Bagnoli, idealizadora do prêmio junto com Guilherme Werneck, lembrou que pela primeira vez a edição do prêmio não contou com patrocínio. A cerimônia, apresentada pela cantora Karol Conka, premiou a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), na categoria Melhor Evento de Cultura.

A obra Como se fosse a casa (Relicário), de Ana Martins Marques e Eduardo Jorge, levou o prêmio na categoria Melhor Livro; e o vencedor na categoria Melhor Programação Cultural foi o Serviço Social do Comércio  - Sesc SP. Já a categoria Destaque 2017, única votada pelo público, elegeu a escritora Conceição Evaristo, que em seu discurso frisou o quão significativo é para ela e para todas as mulheres negras, suas premiações estarem ligadas à militância e à arte literária. A premiação completa está disponível no canal da Revista Bravo!. (Com informações da Publishnews).

Conceição Evaristo vence Prêmio Bravo. (Foto: Divulgação).


Professor de Santana do Cariri conclama união do poder público e sociedade civil para mudar realidade de juventude



O professor Raimundo Sandro Cidrão promoveu discurso reflexivo na abertura do espetáculo teatral “O Calvário de Jesus”, encenado há duas décadas pela  Sociedade Teatral Santanense.

Sandro Cidrão chamou a atenção para a triste realidade de Santana do Cariri em que adolescentes estão perdendo a vida “de forma banal e precoce”. Ele fez menção aos casos mais recentes. “Estamos perdendo nossa juventude para esta triste estatística dos acidentes fatais com motos, envolvimento com drogas e suicídios”, disse.

Sandro Cidrão. (Foto: Reprodução/ Facebook).
Por isso”, realçou, “nós que formamos esta instituição cultural estamos lançando agora - abrindo a Semana Santa que se aproxima, - a Campanha TODOS PELA VIDA, UNIDOS PELA ARTE (assim mesmo em caixa alta) para que nossas crianças, adolescentes e jovens descubram o sentido sagrado da vida através da Cultura, seja ela teatral, musical, poética, artesanal, esportiva ou outra qualquer”. Mas ele foi elucidativo ao argumentar que se faz necessário outras iniciativas que permitam à comunidade oportunidade de acesso a bens culturais como forma de reverter a situação ora mencionada.

Ao destacar que em menos de dois meses deste ano houve a morte de cinco adolescentes vítimas de acidentes com moto e suicídio, somente em Santana do Cariri, inclusive um aluno da Escola Hermano Chaves Franck (da qual ele é diretor), no sítio Pedra Branca, Sandro foi taxativo ao conclamar a união do poder público e da sociedade civil no sentido de realizar ações concretas que possa mudar essa “dura e triste estatística”.

Que futuro teremos sem a força da juventude? Quem irá nos suceder? Quantos pais vão sofrer ainda a pungente dor da perda precoce de seus filhos? Quantos garotos e garotas ainda vão ter que chorar a perda de seus amigos mais próximos, diante do interrogativo “por quê?”, indagou o professor.

Segundo o professor “O CALVÁRIO DE JESUS”, peça teatral escrita e dirigida por ele, é encenada por pessoas de própria comunidade e o roteiro enfatiza a vida e a morte de JESUS CRISTO.

Abaixo integra da nota que foi publicada em sua conta no facebook:

ABERTURA DO ESPETÁCULO TEATRAL “O CALVÁRIO DE JESUS” EDIÇÃO 2018 – CAMPANHA “TODOS PELA VIDA, UNIDOS PELA ARTE” – SOCIEDADE TEATRAL SANTANENSE.

Sejam todos bem-vindos e bem- vindas ao espetáculo “O CALVÁRIO DE JESUS”, encenado há exatos 20 anos pela Sociedade Teatral Santanense; pioneiramente uma encenação ao ar livre, aqui em nosso torrão natal Santana do Cariri.

Antes, porém de iniciarmos, gostaria de fazer algumas colocações acerca dos nossos adolescentes e jovens, que com tristeza, estão desaparecendo do nosso convívio cada vez mais, e de forma banal e precoce. Constatamos que a cada dia o protagonismo juvenil está desaparecendo. Estamos perdendo nossa juventude para esta triste estatística dos acidentes fatais com motos, envolvimento com drogas e suicídios.

Por isso, nós que formamos esta instituição cultural estamos lançando agora - abrindo a Semana Santa que se aproxima, - a Campanha “TODOS PELA VIDA, UNIDOS PELA ARTE”; para que nossas crianças, adolescentes e jovens descubram o sentido sagrado da vida através da Cultura, seja ela teatral, musical, poética, artesanal, esportiva ou outra qualquer. Para que eles possam expressar seus sentimentos e suas vocações através da Arte, elevando sua autoestima, merecedores de todos os encômios e não de epitáfios; sendo aplaudidos de pé. Precisamos de iniciativas que propiciem à nossa comunidade, oportunidade de acesso a bens culturais para reverter essa situação. Cada um querendo, todos podem.

Aqui conclamo toda comunidade santanense: Poder Público constituído, igrejas, famílias, sociedade civil como um todo, para que nos unamos, reflitamos e façamos alguma ação concreta; uma corrente para mudar essa dura e triste estatística. Neste início de ano, em menos de dois meses, perdemos cinco adolescentes vítimas de acidentes com motos e suicídio, somente em nosso município em Santana do Cariri. Destes, um aluno de nossa escola da Pedra Branca, de apenas 14 anos.

Que futuro teremos sem a força da juventude? Quem irá nos suceder? Quantos pais vão sofrer ainda a pungente dor da perda precoce de seus filhos? Quantos garotos e garotas ainda vão ter que chorar a perda de seus amigos mais próximos, diante do interrogativo “por quê?”

Que as lágrimas derramadas por Nossa Senhora, no encontro com seu filho Jesus, no Calvário, sirvam de lenitivo para aplacar a dor infinda de cada uma dessas mães que perderam seus filhos.

Neste momento, aproveito também para agradecer a todos que colaboraram para que este trabalho fosse feito mais uma vez, direta ou indiretamente, com especialidade aos que assinaram o “livro de ouro”, criado para este fim. A todo o elenco e ao corpo técnico, minha família e meus amigos, meu abraço de gratidão e admiração.

Com vocês “O CALVÁRIO DE JESUS”, peça teatral escrita e dirigida por mim, e encenada por pessoas de nossa comunidade, com muito carinho, especialmente para cada um de vocês aqui presentes. O roteiro enfatiza a vida e a morte de JESUS CRISTO, um homem, cuja história de amor e fé, revolucionou toda a humanidade.

Com muito silêncio e atenção, vejamos a mensagem evangelizadora presente nas entrelinhas do texto escrito com muito amor para esse público maravilhoso aqui presente.

E VIVA O TEATRO!

RAIMUNDO SANDRO CIDRÃO - Diretor

Santana do Cariri, 24 de março de 2018”.