Foi
publicada no Diário Oficial da União (DOU), do dia 3 de dezembro de 2015, a
Portaria nº 191 (http://goo.gl/I1wHPp), que certificou treze comunidades como
remanescentes de quilombo, em conformidade com a declaração de autodefinição e
o trâmite processual na Fundação Cultural Palmares (FCP). Atualmente, existem,
ao todo, 2.620 comunidades certificadas. Estas ações estão previstas no Plano
Nacional de Cultura (PNC) do Ministério da Cultura (MinC).

A
maior parte das comunidades recém-certificadas fica localizada no estado de
Minas Gerais, são elas: Marobá, no município de Almenara, Pradinho, em
Bertópolis, Mocambo, Sítio, Macaúbas Palmito e Macaúbas Bela Vista, em
Bocaiúva, Serrinha, em Frutal, e Córrego do Meio, no município de Paula
Cândido. Na Bahia, foi certificada a comunidade de Carreiros, localizada no
município de Mercês; em Rondônia, a de Santa Cruz, em Pimenteiras D´Oeste; e,
no estado de Tocantins, as comunidades de Água Branca e Matões, em Conceição de
Tocantins, e as comunidades Carrapiché, Ciriáco e Prachata, localizadas no
município de Esperantina.
A
análise das solicitações de reconhecimento de uma comunidade como remanescente
de quilombo é atribuída ao Departamento de Proteção ao Patrimônio
Afro-Brasileiro (DPA), cuja atuação compreende um conjunto de atividades
relacionadas à proteção, preservação e promoção da identidade das comunidades
remanescentes de quilombos e das comunidades religiosas de matriz africana.
Compete,
portanto, ao DPA proceder quanto ao registro das declarações de autodefinição
apresentadas por essas comunidades, expedindo a respectiva certidão. Além
disso, tem como atribuição apoiar e articular ações culturais, sociais e
econômicas com vistas à sustentabilidade desses grupos tradicionais. A proposta
é assisti-los e acompanhar ações de regularização fundiária dos já
certificados, propondo atividades que assegurem a sua assistência jurídica.
Sobre a certificação
Para
obter esta Certificação é necessário que a comunidade envie para a FCP a
Solicitação de Reconhecimento como Comunidade Remanescente de Quilombo,
juntamente com o relato histórico com fotos, reportagens e estudos que tratem
da história do grupo ou de suas manifestações culturais. Além disso, é necessário o envio da ata de
reunião ou assembleia, na qual os membros da comunidade aprovam, por maioria, o
pedido de reconhecimento. Após o recebimento da documentação pela FCP, é
encaminhada a abertura de processo para posterior análise técnica. Se a
documentação estiver correta, o próximo passo é a visita técnica de um técnico
da Fundação que fará reunião com a comunidade para sanar possíveis dúvidas,
conhecer a realidade da comunidade e elaborar relatório. Concluída essa etapa,
é encaminhada a publicação do ato de reconhecimento da comunidade como
remanescente de quilombo, no DOU. Caso a documentação não esteja completa, a
comunidade é informada quanto à pendência. (conforme Portaria nº 98, de 26 de
novembro de 2007).
A
partir da certificação como remanescente de quilombo, a comunidade pode acionar
o dispositivo constitucional (art. 68 do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias – ADCT) que lhe garante o acesso à propriedade coletiva das terras
tradicionalmente ocupadas (para conhecer o passo a passo completo, acessar:
http://goo.gl/nN821f). Ademais, a comunidade e as pessoas que a formam poderão
ter acesso a um conjunto de políticas públicas reunidas no Programa Brasil
Quilombola (acessar: http://goo.gl/GOwUou), que é coordenado pelo Ministério
das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, a exemplo do acesso
prioritário ao Minha Casa Minha Vida - Rural, com concessão de subsídios
maiores aos beneficiários, bem como ao Programa de Bolsa Permanência,
destacando-se que, quando se trata de estudantes quilombolas matriculados em
instituições federais de ensino superior, o valor da bolsa é de, pelo menos, o
dobro daquela paga aos demais estudantes de graduação.
Parceria com a Google
Um
protocolo de intensões com a Google Earth Solidário, possibilitará fazer um
levantamento socioeconômico e cultural, com informações georreferenciadas;
possibilitando uma melhor análise, afim de aplicar políticas culturais
direcionadas às comunidades tradicionais de matriz africana, com uma maior
eficiência no que diz respeito às ações de fomento às manifestações e proteção
do seu patrimônio cultural.