Lélia Gonzalez e Carolina Maria de Jesus serão homenageadas com estátuas

 

(FOTO | Divulgação | Projeto Lélia Gonzalez Vive | Alma Preta).


Duas estátuas em homenagem as ativistas Lélia Gonzalez e Carolina Maria de Jesus, ambas naturais de Minas Gerais, serão construídas em Belo Horizonte. A iniciativa foi divulgada nas redes sociais pela deputada estadual Bella Gonçalves (PSOL) e pela presidenta do partido na capital, Jozeli Rosa.

O projeto, desenvolvido em colaboração com a jornalista Etiene Martins, visa homenagear essas importantes figuras do movimento negro. A localização das obras em homenagem às autoras ainda não está definida.

Uma cidade repleta de estátuas que têm em comum serem todas de pessoas brancas, a sua maioria absoluta de homens brancos. […] Belo Horizonte também é preta e nossa negritude pode e deve fazer parte desse enredo”, escreveu Etiene em uma publicação no Instagram.

Para Jozeli, a homenagem representa um desejo de resgatar a história e valorizar as mulheres negras, em especial, duas das maiores escritoras mineiras.

Com emenda da deputada Bella Gonçalves, que logo topou a ideia, entendendo a relevância das nossas mulheres, vamos construir coletivamente duas estátuas de mulheres negras em BH. As primeiras da história: Lélia Gonzales e Carolina Maria de Jesus. Ao contar nossas histórias e valorizar nossa cultura, resgatamos o brilho da nossa cidade!”, celebrou em nota publicada nas redes sociais.

Carolina Maria de Jesus é considerada uma das maiores escritoras brasileiras do século XX. Foi multiartista, cantora e escritora de contos, crônicas, letras de música e peças de teatro. Seu maior sucesso, “Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada” (1960), vendeu mais de três milhões de edições e foi traduzido para 16 idiomas. Agora, o clássico literário também vai virar filme.

Ícone do feminismo negro brasileiro, Lélia Gonzalez é uma figura essencial para as ciências sociais do Brasil e do mundo. Autora dos livros “Lugar de negro” (1982) e “Festas Populares no Brasil” (1987), Lélia fundou em 1978, ao lado de outros militantes, o Movimento Negro Unificado (MNU), que em seu manifesto reivindicava o fim da violência e da discriminação sofrida pelos negros e exigia políticas públicas em benefício da comunidade afro-brasileira.

Ativista, professora, filósofa e antropóloga, Gonzalez também foi pioneira ao tratar de ideias decoloniais, que questionam o pensamento intelectual eurocentrado e buscam valorizar povos africanos e latino-americanos.

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Com informações do Alma Preta.

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