Nilo Peçanha: a história do primeiro presidente negro do Brasil

 

(FOTO | Reprodução).

Nascido em 1867 em Campo do Goytacazes, no Rio de Janeiro, Nilo Procópio Peçanha foi presidente do Brasil por 17 meses e é considerado o patrono da educação profissional e tecnológica do Brasil.

Membro de uma família de origem pobre, Nilo é filho de Joaquina Anália de Sá Freire, que pertencia a uma família de agricultores envolvidos com o cenário político da região. O pai, Sebastião de Sousa Peçanha, vendeu o sítio para comprar uma padaria e sustentar os sete filhos.

Nilo Peçanha frequentou escolas públicas quando criança, mais tarde, mudou-se para São Paulo para estudar na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, região central da capital paulista, mas se formou no Recife.

Em dezembro de 1895, casou-se com Ana Castro Belisário de Sousa. Anita, como ficou conhecida, diferente de Nilo, era descendente de famílias aristocráticas e ricas de Campos dos Goytacazes, além de neta do Visconde de Santa Rita e bisneta do Barão de Muriaé e do primeiro Barão de Santa Rita. O casamento foi um “escândalo social”, já que o noivo era um homem pobre. O relacionamento durou até o fim da vida de Nilo.

Carreira política

A vida política do então futuro presidente teve início no Rio de Janeiro, onde foi eleito em 1890 para a Assembleia Nacional Constituinte. Após a virada do milênio, Nilo atuou como deputado federal, em 1903 foi eleito ao cargo de senador e presidente de estado durante três anos.

Em 1906, Afonso Pena se elegeu presidente da República a partir da chamada “política do café com leite” que visava a predominância do poder nacional por parte das oligarquias dos estados de São Paulo, com grande produção de café, e Minas Gerais, estado produtor de leite e maior polo eleitoral do país, o que impedia que o cargo fosse ocupado por representantes de outros estados importantes economicamente, como Pernambuco e Rio Grande do Sul.

Após a trágica morte do filho mais velho, Pena adoeceu e faleceu de pneumonia em 14 de julho de 1909 e Nilo Peçanha, que era o seu vice, aos 41 anos, o mais jovem até então e o segundo da história, assumiu e se torna o sétimo homem a ocupar o cargo de presidente do Brasil.

Em seu primeiro discurso no novo cargo, Peçanha disse que governaria com a paz e o amor como base.

Durante seu governo, criou o Ministério da Agricultura, Comércio e Indústria e o Serviço de Proteção ao Índio, órgão antecessor da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI).

Em setembro de 1909, três meses depois de assumir o cargo, inaugurou as primeiras 19 escolas de aprendizes — hoje conhecidas como Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica — que capacitava jovens para o mercado de trabalho.

Ao fim do seu mandato presidencial, que durou pouco mais de um ano, retornou ao Senado em 1912 e, dois anos depois, novamente elegeu-se presidente do Estado do Rio de Janeiro e renunciou em 1917 para assumir o Ministério das Relações Exteriores durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918).

Em 1918, mais uma vez elegeu-se senador federal. Três anos depois, em 1921, foi candidato a presidente da República pelo Movimento Reação Republicana, que tinha como objetivo contrapor o liberalismo político à política das oligarquias estaduais.

Embora fosse apoiado por políticos pernambucanos, baianos, gaúchos e fluminenses, e boa parte dos militares, Artur Bernardes derrotou Peçanha nas eleições de 1º de março de 1922.

Afastado da vida política, Nilo Peçanha faleceu em 1924, aos 56 anos, no Rio de Janeiro. Após sua morte, seguidores do ex-presidente passaram a ser chamados de “Niilistas”. As cidades de Nilópolis, Rio de Janeiro e Nilo Peçanha, na Bahia, foram nomeadas em sua homenagem.

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Com informações do Alma Preta.

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