Haddad e Manuela esclarecem estratégia de PT e PCdoB para eleições de outubro


Manuela e Haddad defendem suas posições como algo inédito na política nacional: 'aqui, não existe um projeto pessoal'. (Foto: Ricardo Stuckert).


O coordenador de campanha do PT para o pleito presidencial de outubro, Fernando Haddad, concedeu entrevista coletiva hoje (7) ao lado da deputada estadual Manuela D’Ávila, do PCdoB. O objetivo foi esclarecer a formação da coalizão entre os partidos em um modelo incomum, com três figuras políticas envolvidas numa chapa.

O objetivo é assegurar o direito de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter seu registro acolhido no próximo dia 15, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na ocasião, terá Haddad formalizado como vice. A coligação terá prazo até 17 de setembro, 20 dias antes do primeiro turno, para alterar o registro no TSE. Caso a disputa pela elegibilidade de Lula prossiga com boas perspectivas, Manuela substituirá Haddad na chapa.

Esse é o cenário desejado pelos partidos. Haddad chegou a dizer em entrevista mais cedo que seu desejo é ser ministro de Lula. Somente no caso de o ex-presidente vir a ser impedido, o ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro assumiria a candidatura, com Manuela de vice.

Fernando Haddad afirmou reiteradas vezes que Lula carrega condições legais para disputar o pleito e protestou contra a perseguição política contra o ex-presidente.

“É natural que, em um primeiro momento, até que se resolva toda a situação jurídica, fica o Haddad como vice e interlocutor do Lula enquanto eu faço campanha onde sempre estive: no papel de militante e lutadora social”, afirmou Manuela. Além de coordenador de programa de governo, Haddad é advogado de Lula.

Manuela e Haddad defenderam suas posições como algo inédito na política nacional. “Aqui, não existe um projeto pessoal. Existe a ideia de que precisamos resgatar o Brasil. Precisamos de todo o esforço coletivo contra o projeto que está em curso, que é repudiado pela população”, disse Haddad.

Sempre disse que adoraria ser a porta-voz do ‘dia do não fico’”, continuou Manuela. “Defendi desde o começo que a solução para o país passasse por Lula, Haddad e Ciro (Gomes do PDT) e não necessariamente por mim. O mais importante é vencer, e a ideia de que a unidade é muito importante.”

Desalojar Temer
A deputada do PCdoB também brincou dizendo que, no fim das contas, quem vai tirar o Temer do Palácio do Jaburu será ela. O emedebista, após o impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT), optou por não se mudar para o Palácio do Planalto e permanecer na residência oficial dos vice-presidentes. “Quem vai ter o prazer de tirar o Temer de lá sou eu. Então é xô, Temer, o Jaburu é nosso, de quem acredita no Brasil”, afirmou.

Ambos consideram a superação do governo Temer ponto de partida para um novo projeto de desenvolvimento do país. “Para nós, sempre foi a primeira prioridade vencer as eleições. Vivemos como o povo brasileiro, e sabemos o impacto do empobrecimento, do desemprego, do aumento da violência e do abandono das universidades. Tudo o que esse test drive de neoliberalismo, que é o governo Temer, nos fez viver”, ressaltou Manuela.

Haddad defendeu estratégias do pré-programa de seu partido para reverter o cenário de crise que vive o país. “Queremos resgatar a soberania nacional, popular. Resgatar o desenvolvimento com inclusão e denunciar o que está acontecendo com o Lula sem medo de assumir posições”, afirmou ressaltar que os programas do PT e do PCdoB apresentam “99% de pontos em comum”.

Queremos desenvolvimento. Nos mirar em experiências internacionais. Oligopólios não fazem sentido em nenhum lugar do mundo. Nem em meios de comunicação e, muito menos, no setor bancário. Sem concorrência não tem democracia econômica e sem mídia plural não tem democracia política. Queremos mais crédito e não menos. Queremos mais vezes e não menos. Vivemos uma monocultura e não da para ser assim (…) As alavancas do desenvolvimento democrático são o crédito econômico e político. Informação fidedigna e crédito barato. Assim funciona no mundo inteiro”, disse o coordenador do programa Lula. (Com informações da RBA).

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