Centenário da Revolução Russa. Nove livros que falam sobre



No dia 7 de novembro, completa-se o centenário da Revolução Russa, levante popular que aconteceu contra o regime czarista em plena Primeira Guerra Mundial e que acabou por dissolvê-lo, dando origem a um regime de governo baseado em ideias socialistas.

Do Carta Educação - O tema é destaque do Seminário Internacional 1917, o Ano que Abalou o Mundo, que será realizado de 26 a 29 de setembro pela Editora Boitempo e o Sesc São Paulo. Realizado no Sesc Pinheiros, o evento reunirá mais de trinta conferencistas nacionais e estrangeiros, além de nomes das ciências humanas, que ajudarão a destrinchar a temática em cursos, palestras, debates, filmes e outros materiais.

Para ajudar nas pesquisas e no desdobramento do tema, o Carta Educação selecionou uma lista de livros que discorrem sobre a origem da Revolução Russa e suas consequências para a sociedade. Confira!

1. Rumo à Estação Finlândia (Edmund Wilson)

O livro é tido como referência, mesmo passados 20 anos da Revolução Russa. A obra apresenta um estudo crítico e histórico das teorias revolucionárias europeias que estabeleceram as bases do socialismo bolchevique. Desde a Revolução Francesa até a Russa, em 1917, Wilson procura percorrer as batalhas intelectuais de um grupo de homens – conspiradores e filósofos, utopistas e niilistas, socialistas e anarquistas -, batalhas que ajudaram a moldar a história do século XX.

2. Os dez dias que abalaram o mundo (John Reed)

A obra parte de um testemunho vivo já que Reed, o autor, conviveu e conversou com os líderes Lênin e Trotski, e acompanhou assembleias e manifestações de rua que marcariam a história da humanidade. A obra também inaugura a grande reportagem no jornalismo moderno – a Universidade de Nova York elegeu o livro como um dos dez melhores trabalhos jornalísticos do século XX.

3. Tudo que é sólido se desmancha no ar (Marshall Berman)

O livro reúne leituras de diversos autores e suas épocas e, por esta razão, apresenta-se como uma obra de investigação do espírito da sociedade e cultura dos séculos XIX e XX. Berman lida com as mais diversas áreas do saber – crítica literária, ciência econômica e política, arquitetura, urbanismo e estética.

4. O túmulo de Lênin (David Remnick)

O livro reúne muito da vivência jornalística de Remnick, que foi correspondente do Washington Post na Rússia entre 1985 e 1991. Durante os anos, assistiu à desintegração do império soviético e a sua transformação numa democracia turbulenta; visitou minas de carvão; foi a estações de trem em busca de pedintes, ladrões e viajantes; esteve nas fazendas da elite, foi à casa de dissidentes do governo e também registrou o relato de fervorosos antissemitas.

5. Doutor Jivago (Boris Pasternak)

Os originais de ‘Doutor Jivago’ contrabandeados para a Itália foram publicados pelo editor milanês Giangiacomo Feltrinelli, integrante do Partido Comunista Italiano, em 1957. ‘Doutor Jivago’ trata da impossibilidade da realização pessoal diante de um estado totalitário em formação. O conturbado amor de Lara, filha de uma costureira russa, e Jivago, tendo a Revolução Russa como um dos principais personagens.

6. A História da Revolução Russa (León Trotski)

Um dos líderes da Revolução Russa, Trotski deixa para a história o seu testemunho. Mais do que um desenrolar de fatos e datas, o livro caminha para o lugar de tese, de interpretação política e sociológica. Trotski apresenta um quadro revolucionário e a personalidade dos homens-destino da Revolução de 1917.

7. O Ano 1 da Revolução Russa (Victor Serge)

O ano I da Revolução Russa é um vibrante e engajado relato da revolução que mudou os rumos da história mundial. Os antecedentes, a luta e os conflitos revolucionários, a relação entre o Partido Bolchevique e o povo russo, a tomada de poder pelos sovietes, todos esses eventos são narrados por Serge poucos anos após terem acontecido.

8. A Vida Privada de Stálin (Lilly Marcou)

Um homem dedicado à família, mesmo com as atribulações de sua vida pública, e generoso, que gostava de ter todos perto de si em almoços na casa de campo. Essa é uma imagem que dificilmente associaríamos a Stálin, o responsável pela morte de milhões de pessoas e um dos personagens mais emblemáticos e polêmicos do século XX. A vida privada de Stálin traça um perfil revelador do homem sempre ofuscado pelo mito.

9. 1989 – O ano que mudou o mundo – A verdadeira história da queda do Muro de Berlim (Michael Meyer)

Em 9 de novembro de 1989, o Muro de Berlim foi abaixo, simbolizando o fim da era comunista. O então chefe da sucursal da Newsweek no Leste europeu assistiu a tudo de perto e entrevistou os principais atores envolvidos no cenário anterior à derrubada da Cortina de Ferro. Esse foi o ano que mudou o mundo, marcou o fim da Guerra Fria e o início de uma época de globalização e livre mercado. Mesmo naquele momento, Meyer já desconfiava de que não se via a história toda. Vinte anos depois, esse livro desconstrói os mitos que cercam o acontecimento, nos conta a verdadeira história por trás das notícias dos jornais e mostra seus efeitos nos dia de hoje. O ano de 1989 foi uma fantasia e agora vamos saber por quê.

No ano que se completa o centenário da Revolução Russa, uma lista de livros capaz de abordar sua origem, desdobramentos e consequências. Foto: Reprodução/ Carta Educação.

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