A
senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), procuradora especial da Mulher do
Senado, pediu informações ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na última
quarta-feira, 18, sobre mulheres candidatas desde 1994. A intenção é ouvir
candidatas eleitas e derrotadas para estudar as dificuldades encontradas pelas
mulheres para ocupar cargos públicos eletivos.
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Gorete Pereira cobra empenho na formação política de mulheres/ Vanessa Grazziotin critica tradição masculina na política. |
As
mulheres compõem mais da metade do eleitorado brasileiro, mas são minoria nos
Legislativos. Em 2010, menos de 9% dos parlamentares eleitos eram mulheres. No
Senado, apenas nove das 81 vagas são preenchidas por senadoras. Segundo
levantamento feito pela ONU Mulheres e União Interparlamentar, o Brasil ocupa a
156ª posição, entre 188 países, em ranking que mede a participação feminina nos
parlamentos.
A
lei das eleições (9.504/97) prevê que pelo menos 30% das candidaturas de um
partido devem ser de mulheres. Porém, a maioria dos partidos cumpre apenas
formalmente a exigência legal, pois, na prática, são usadas “laranjas” para
cumprir a cota mínima: candidatas que não recebem recursos necessários para
suas campanhas nem apoio efetivo do partido.
No
dia 19 de março deste ano, o TSE lançou a campanha “Mulher na Política”. A campanha busca incentivar as mulheres a
participar da política do país, candidatando-se aos cargos eletivos que estarão
em disputa em outubro deste ano.
Obstáculos
Em
entrevista ao O POVO, a senadora Vanessa Grazziotin disse que os partidos
fecham as portas às mulheres devido a uma tradição masculina reinante na
política. Ela elenca como problemas à candidatura de mulheres a discriminação
sofrida por elas em casa, quando o pai ou marido não permitem suas
candidaturas; a sobrecarga de trabalho, quando necessitam cuidar da família e
da vida profissional não restando tempo para a política, e a própria
masculinização da política partidária.
Segundo
a senadora, “durante a discussão da minirreforma
eleitoral no ano passado, nós transformamos em emendas vários projetos de lei
que buscavam melhorar a presença da mulher na política. Nós da bancada feminina
separamos uns quatro ou cinco projetos e fomos negociar com os partidos. O
único contemplado foi esse que criou a campanha publicitária do TSE, que será
realizada agora em todos os anos eleitorais”.
A
deputada federal Gorete Pereira (PR), única deputada cearense na Câmara, afirma
que o problema está no financiamento de candidaturas femininas e na formação
política dos setores de mulheres dos partidos. “Segundo a lei, cinco por cento do fundo partidário deve ser gasto por
cada partido na formação política de mulheres visando estimular candidaturas
femininas. Porém, esse fundo deveria ser dirigido pelo setor de mulheres de
cada partido, que deveria ter um CNPJ específico diferente daquele do partido,
para que possuíssemos maior independência na formulação das nossas políticas”,
defende a deputada.
Via O
Povo
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