Em
entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite desta segunda-feira
(26), o pré-candidato do PSB à presidência, Eduardo Campos, mostrou estratégia
bem delineada para a disputa de outubro: elogiar os ex-presidentes Lula e FHC,
tentar se mostrar o propagador de uma tal nova política e vender a imagem de
administrador bem-avaliado. Provocado o tempo inteiro a falar mal de Lula pelo
âncora Augusto Nunes (que nutre uma obsessão patológica em promover ataques ao
ex-presidente), Campos fugiu do tema, Articulado e bem treinado, saiu-se bem de
questionamentos que passaram sem muita resposta: afinal, como vai fazer a tal
nova política e “jogar para a oposição” velhas raposas da política como os
senadores José Sarney e Renan Calheiros?
Eduardo Campos, pré-candidato pelo PSB. Foto: Agência Brasil. |
O
ex-governador de Pernambuco saiu-se com afirmações de efeito, peças de
marqueteiro, já repetidas à exaustão neste ano, coisas como “já estejam avisados desde já” (que
Sarney e Renan não terão cargos em um eventual governo seu), “é preciso reduzir o número de ministérios
pela metade” e “governo bem avaliado pela população conquista apoio no
Congresso” (respondendo como faria a tal “nova política” sem alianças com
Sarney e Renan).
Sobre
Lula, Eduardo Campos mostrou que tentará mostrar que a presidenta DIlma Rousseff
e o presidente de honra do PT não são “a mesma pessoa”: ”Sou candidato para ganhar a eleição. Lula não é candidato. Nossa
disputa não é com Lula, é com a presidenta Dilma”.
Com
uma bancada de entrevistadores variada – indo do conciso e bem-colocado ao
quase bajulatório -, Eduardo Campos conseguiu fugir com esperteza de questões
espinhosa, como o fato de não ter deixado a “velha política” de lado quando era
governador de Pernambuco e também posições pessoais sobre aborto, a legalização
das drogas e o casamento gay – contrário a todos.
Se
poupou Lula, não fez o mesmo com Dilma – chegando até mesmo a subir a retórica
e deixar escapar pequenas agressões -, com quem até ontem mantinha relação
próxima, de governador aliado. “Quem era
a mãe do PAC se tornou a madrinha da inflação, do baixo crescimento, do que está
acontecendo na Petrobras”.
Também
acusou a presidenta de não enfrentar a corrupção. “Não enfrentou os malfeitos. Teve oportunidade de corrigir os erros e
não fez isso. Há um desejo hoje generalizado de mudança”, disse.
Eduardo
Campos, que firmou pacto de não-agressão com o tucano Aécio Neves, negou no
Roda Viva tal acordo, e buscou parecer diferente do senador mineiro só na forma
de “fazer política”, porque o conteúdo do que defendeu (como cortar
ministérios, dar vez a um desejo genérico de mudança da população). “Eles (PSDB) vão continuar submetendo o
Brasil à divisão que o país já não suporta.”
Via
Entrefatos
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