MEC divulga prazos para inscrições no Sisu, Prouni e Fies em 2023

 

Sisu vai ser de 28 de fevereiro a 3 de março / Foto: MEC.

O Ministério da Educação (MEC) tornou público os calendários para as inscrições nos primeiros processos seletivos de 2023 do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), do Programa Universidade para Todos (Prouni) e do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). 

A pasta também informou que os três editais, que detalharão o cronograma completo e as regras de cada um, serão publicados em janeiro.

Já o resultado da edição deste ano do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que interfere nos processos seletivos, será divulgado em fevereiro. Os estudantes poderão ter acesso às suas notas pela internet.

As inscrições para o Sisu, dedicado a selecionar estudantes para universidades e instituições públicas de ensino superior em todo o país, serão realizadas entre 28 de fevereiro e 3 de março. A classificação se dá com base no desempenho do Enem de 2022. O resultado final será divulgado em 7 de março.

No caso do Prouni, por meio do qual são ofertadas bolsas de estudo para alunos de baixa renda estudarem em universidades particulares, as inscrições se iniciam em 7 de março e se encerram em 10 de março. São válidas para o processo seletivo as notas do Enem de 2022 e de 2021. O resultado da primeira chamada será divulgado em 14 de março e da segunda chamada no dia 28 de março.

Já o Fies estará com inscrições abertas entre 14 e 17 de março. Trata-se de um fundo voltado para o financiamento integral ou parcial das mensalidades do curso de escolha do beneficiado. Dessa forma, o aluno pode arcar com custos de forma reduzida ou apenas após completar sua formação. Podem participar do processo seletivo os estudantes que realizaram alguma edição do Enem realizada desde 2010. O resultado da chamada única será conhecido em 21 de março.

Todos os processos de inscrição ocorrem exclusivamente pela internet. Ainda não há informações relacionadas ao quantitativo de vagas de cada processo seletivo. O MEC informou que elas serão divulgadas em datas próximas à abertura das inscrições.
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Com informações da Agência Brasil e Notícia Preta.

Desenhando na palma da mão

 

(Alexandre Lucas |Foto | Reprodução)

Por Alexandre Lucas, Colunista 

Pedalava nos pensamentos procurando encontrar um travesseiro. Era um desses dias, em que se olha para o horizonte e parece que ele tem cebolas: os olhos se enchem de lágrimas como se fossem adubar a esperança. Ainda é cedo, é preciso esperar a noite, pedalar mais um pouco, o corpo sua, talvez transpire poesia.  

A mala foi desarrumada na tentativa de arrumar a vida. Ainda é cedo, é preciso esperar a noite. Na mala encontrei algumas fotos, tinha sorrisos, mas estava triste. A pulseira de couro estava ali, foi de um período em que sonhava conhecer o Brasil vendendo artesanato ao lado da pessoa amada: adolescente não tem chão. Encontrei as roupas que não uso há anos, presentes para serem esquecidos, mas não temos amnésia para as histórias dolorosas da vida.  

O horizonte parece que tem cebola mesmo. Brinco com os dedos aumentando os cachos, talvez seja para rebobinar imagens que nunca existiram e fabricar sonhos. Parece uma calmaria em procissão, mas lembro que no tumulto não se tem procissão. Ainda é cedo, é preciso esperar a noite.    

Confiança é algo difícil, após vários bombardeios, talvez seja preciso fechar a janela e colocar a roseira como um despertador. É possível sentir o perfume da rosa e transgredir momentos. Ainda é cedo, é preciso esperar a noite.  

A noite vem com timidez e as dúvidas do dia seguinte. Chegou a hora de sentar à mesa, pedir alguns cafés, observar o baralho de palavras, os ventos que passam e os pássaros que insistem em cantar para lua. Perceber a noite vestida de mistério, afrouxar a leveza. Desenhar na palma da mão, isso mesmo, na palma da alma, para que o simples tenha a grandeza da magia. É possível fazer algo diferente.    

Rádio Livre Universitária entrevista Cícera Nunes, Thiago Florêncio, Nicolau Neto e Verônica Isidório sobre Consciência Negra

 

Thiago, Cícera, Nicolau e Verônica (da esq. para a dir e de cima para baixo). (FOTO/ Montagem/ Blog Negro Nicolau/ Reprodução/Redes Sociais).

Por Valéria Rodrigues, Colunista

A Rádio Livre Universitária é um projeto cultural que tem como principal instrumento a comunicação. É uma grande movimentação cultural desenvolvida dentro da Universidade Regional do Cariri (URCA), campus pimenta, em Crato e foi idealizada pelo professor do departamento de Ciências Sociais, o Dr. Carlos Alberto Tolovi.

Nesta sexta-feira, 25, o programa falou sobre a importância do Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado anualmente em 20 de novembro. Segundo os/as apresentadores, universitários da própria URCA, o tema é de extrema relevância, visto que a superação do racismo estrutural é um dever nosso e no mês da consciência negra é necessário fazer esse tema gerar debate e reflexão em todos os espaços, especialmente nos acadêmicos.

Eles/as destacaram que “o programa era especial, pois os/as convidados são pessoas totalmente inseridas contra o preconceito, a discriminação e principalmente contra o racismo estrutural de nossa sociedade. São sujeitos que estão falando a partir do chão de suas lutas, dos seus engajamentos”. Participaram do programa os/as professoras Cícera Nunes, Thiago Florêncio, Nicolau Neto e Verônica Isidório. Os primeiros são professores da URCA e os últimos da rede estadual de ensino do Ceará.

Os programa da Rádio Livre são semanais e estão disponíveis na plataforma Spotify, podendo ser compartilhados nas redes sociais. Segundo Tolovi, os programas temáticos estão sendo veiculados nas rádios comunitárias.

Clique aqui e confira a programa deste dia 25 de novembro.

Estátua de João Cândido, o Almirante Negro, ganha novo lugar com maior destaque no Rio

 

Prefeitura do Rio reinaugura estátua de João Cândido em destaque na Praça Marechal Âncora - Reprodução/Imagem retirada do site O Globo.


A estátua de João Cândido, que entrou para a História como o “Almirante Negro”, liderança na Revolta da Chibata, foi reposicionada nesta terça-feira na Praça Marechal Âncora, no Centro do Rio, de frente para o mar. A peça, que ficava escondida atrás da estação do VLT no final na Praça Quinze, foi restaurada pela Secretaria Municipal de Conservação para ganhar mais visibilidade e passou a ocupar um espaço 300 metros adiante de onde estava.

O secretário de Governo e Integridade Pública, Tony Chalita, afirmou que as adaptações foram feitas para dar um local de protagonismo ao monumento, que merece esse espaço.

É um compromisso dar Prefeitura do Rio fazer esta reparação, ouvir a sociedade civil e dar visibilidade a personagens tão importantes na história da cidade e do país. Fizemos as adaptações do espaço para dar um local de protagonismo para esse herói nacional que foi João Cândido – disse.

Nascido em 1880, João Cândido Felisberto era filho de escravizados que vieram para o Brasil. Quando jovem, aos 14 anos, entrou para a Marinha. O apelido de Almirante Negro veio após ter liderado o primeiro levante da Revolta da Chibata em uma das embarcações militares atracadas na Baía de Guanabara, a Minas Gerais.

A Revolta da Chibata aconteceu em novembro de 1910 e foi uma rebelião contra os maus-tratos sofridos pelos marinheiros brasileiros. O movimento queria o fim dos castigos físicos aplicados por comandantes, em sua maioria, brancos, a marujos considerados indisciplinados. As posições mais baixas da corporação eram ocupadas por negros e pobres, aqueles que sofriam os castigos.

Os manifestantes afirmavam que caso as punições físicas não chegassem ao fim, a cidade do Rio de Janeiro seria bombardeada. O governo brasileiro aceitou as condições dos marinheiros, mas após o fim da revolta começou a perseguir aqueles que manifestaram contra as medidas autoritárias dos comandantes.

Um dos perseguidos foi João Cândido, que foi expulso das Forças Armadas, preso e chegou a ficar internado em um hospício. O Almirante terminou seus dias como pescador e morreu em 1969.

A homenagem emocionou o filho do Almirante Negro, Adalberto Cândido, mais conhecido como Seu Candinho, que tem 84 anos e lembrou dos tempos difíceis passados por seu pai.

A estátua ficou escondida depois que foi construído o terminal do VLT na Praça Quinze e já estava até sem a placa de identificação. Agora, está num espaço mais bem localizado. O meu pai foi muito perseguido pela Marinha e agora esse reconhecimento deixa a todos nós, da família, muito orgulhosos – comentou Cândido.

A imagem já passou por outros lugares antes de ficar sem protagonismo na atrás da estação do VLT da Praça Quinze. Até 2008, esteve no Museu da República, no Catete, também sem o destaque que merece.

Realizada pela Gerência de Monumentos e Chafarizes, da Secretaria de Conservação, a revitalização aconteceu em duas etapas. Depois de transferido para a Praça Marechal Âncora, o pedestal ganhou revestimento em granito e uma placa informativa. Além disso, a figura em bronze de tamanho natural, assinada pelo artista Valter Brito, passou por limpeza e aplicação de resina protetiva.

A iniciativa faz parte do projeto de revitalização dos monumentos da Praça Quinze, feito pela Prefeitura para celebrar o Bicentenário da Independência. Foram restauradas também as estátuas de D. João VI e General Osório, o chafariz do Mestre Valentim e o Marco à Fotografia, que estavam no local.

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Por Leonardo Nogueira, no O Globo e reproduzido no Geledés.

Idilvan Alencar participa de encontro internacional que reúne autoridades na Universidade de Oxford, na Inglaterra

 

Idilvan Alencar (PDT | Ceará). Foto | Reprodução).


Começa hoje (24) e vai até o dia 26 deste mês, o Encontro de Lideranças, realizado pela Escola de Governo Blavatnik, da Universidade de Oxford, em parceria com a Fundação Lemann, que reunirá líderes políticos, governamentais, terceiro setor e representantes da sociedade civil do Brasil e do mundo para discutir os novos desafios globais e experiências de gestão pública. O evento será sediado na Universidade de Oxford, na Inglaterra.

O deputado federal Idilvan Alencar é um dos parlamentares brasileiros convidados para o encontro. A governadora Izolda Cela, o governador eleito Elmano de Freitas e senador eleito Camilo Santana também são presenças confirmadas.

Temos demandas urgentes na educação e em diversas áreas da sociedade brasileira. Discutir gestão pública a partir de uma visão global nos ajuda a construir estratégias e políticas mais eficientes”, declara Idilvan.

Participam ainda do evento o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin, governadores de outros nove estados (PI, RJ, RS, SE, MA, PA, AL, PE, MG), o prefeito de Recife, João Campos, dentre outras lideranças políticas.

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Texto de Aglecio Dias, assessor de Idilvan Alencar e enviado a redação do Blog.

O sorriso de Neruda

 

Alexandre Lucas. (FOTO |Reprodução)

Por Alexandre Lucas, Colunista 

As palavras tropeçavam entre as tuas mãos trêmulas. O medo e o desejo disputavam espaço. Chá de erva doce, muito açúcar e quente de queimar lábios. Entre um gole e outro, redescobria teu sorriso, guardado numa caixa de mistério e de delicadeza, jogada entre as estrelas.

Conjugamos a noite inteira o verbo relembrar, o aconchego e o companheirismo iluminaram o tabuleiro que não mostraram os caminhos do presente e do futuro. Tentamos decifrar a música cantada de silêncios, ainda assim dançamos, na sintonia do que foi possível. Talvez não fosse o tempo dos furacões e das pimentas.

Mas ainda é tempo de apimentar as estradas, temperar diálogos, incentivar o verso, desvendar outros entendimentos, tocar nas nuvens e cultivar a magia da simplicidade.

Já temos alguns cabelos brancos e marcas na face, vidas postas no mundo, alguns livros a mais e calos na paciência. Hoje não matarei os teus sorrisos, porque estou lendo Neruda e refazendo os caminhos que nos fizeram.

Pedagogo e artista/educador

Tornar-se negro é libertador

 

A jornalista Ana Cristina Rosa - Keiny Andrade/Folhapress.

Sempre me surpreendo quando uma pessoa negra afirma que nunca sofreu preconceito ou discriminação racial no Brasil. Não foi diferente quando soube do relato de uma mulher preta —a primeira a ocupar um alto posto numa instituição hierarquizada e historicamente comandada por homens brancos— que disse nunca ter enfrentado barreiras de raça ou de gênero para chegar aonde está.

Gostaria de poder acreditar. Mas, por mais que me esforce para respeitar a perspectiva do outro, esse me parece um feito impossível.

Especialmente diante das fartas e escandalosas evidências de racismo estrutural, institucional e sistêmico cada vez mais corriqueiras no nosso cotidiano.

Salvo algum caso absolutamente excepcional de “vida isolada e protegida” (que desconheço), não há homem ou mulher preto ou pardo que chegue à vida adulta incólume aos efeitos nocivos e degradantes do racismo no Brasil.

Por isso é preciso reconhecer e prezar o simbolismo e a força embutidos na presença de todo e cada negro que ascende social e culturalmente. Tratam-se de referências, exemplos de pertencimento, provas vivas de que temos o direito e a capacidade de ser e estar onde quisermos. Sobretudo numa sociedade machista e que se organizou a partir de uma lógica baseada num conceito de hierarquia racial que deprecia o que está distante do eurocentrismo e nega oportunidades diariamente à maioria da população, que é preta e parda.

Na obra “Tornar-se Negro”, a psiquiatra e psicanalista Neusa Santos Souza aponta o quanto é emocionalmente doloroso ser negro em uma sociedade de hegemonia branca. A ponto de alguns introjetarem o “padrão branco” como único caminho de mobilidade, adotando estratégias para ascensão cujo preço é a negação e o apagamento da própria identidade.

Neste novembro de 2022, mês da consciência negra, convido todos à reflexão sobre o que é ser negro no Brasil contemporâneo. Reconhecer-se negro é libertador.

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Por Ana Cristina Rosa, na Folha de São Paulo e reproduzido no Geledés.

Altaneira é o 1° município do Ceará a ter lei que institui feriado no Dia da Consciência Negra

 

(FOTO | Reprodução).

Por Nicolau Neto, editor

Circulou na edição do dia 17/11 de 2021, do Diário Oficial dos Municípios do Ceará, e sancionada pelo prefeito de Altaneira, Dariomar Rodrigues (PT), a Lei nº 819 que institui feriado em 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra.

O texto foi apresentado pelo vereador e presidente da Câmara, Deza Soares (PT) e é fruto do Plano Municipal de Combate ao Racismo e de Promoção da Equidade apresentado pelo professor e fundador deste Blog, Nicolau Neto, junto aos poderes executivo e legislativo no mês de maio do mesmo ano.

Pela legislação que entrou em vigor naquele ano, em um sábado, a data deve ser usada “principalmente pelos setores públicos do município para a realização de atividades de reflexão e conscientização, inclusive, eventos culturais e outros, relacionados ao fortalecimento e consolidação da edificação de uma sociedade mais justa e racialmente equitativa.”

O texto representa um marco histórico na legislação municipal e corrobora para contribuir na reflexão e tomada de atitudes que reconheçam e valorizem a população negra que representa mais de 56% do Brasil como contribuidoras para a formação do país, mas principalmente como produtoras de conhecimentos, de saberes em todas as áreas e que isso seja discutido nas escolas.

A legislação que entra em vigor é mais que oportuna também porque fará com as pessoas comecem a se perguntar o porquê do feriado.

Altaneira se torna o primeiro município do Ceará a ter uma legislação nesse sentido, além de ser ainda o primeiro a contar com um Plano Municipal de Combate ao Racismo e de Promoção da Equidade.