O legado de um ativista pelos direitos civis dos negros; Luther King faria 90 anos nesta terça-feira


Martin Luther King (1929-1968) em seu discurso na Marcha de Washington por Empregos e Liberdade, em 28 de agosto de 1963. (Foto: Arquivo O POVO Doc).

Michael King talvez não traga a lembrança de um importante ícone na luta racial. Mas "I have a dream" (Eu tenho um sonho), certamente, são palavras que eternizaram na memória da humanidade a existência e essência de um ativista político norte-americano. Martin Luther King Jr. (1929-1968), nascido em Atlanta, cidade mais populosa e capital da Geórgia, faria 90 anos nesta terça-feira, 15. Em quatro de abril do ano passado, completou 50 anos de seu assassinato.

Com um legado singular e de forte resistência na luta pelos direitos civis de pessoas negras nos Estados Unidos da América (EUA), King Jr. é filho de Alberta Williams King e do pastor batista Martin Luther King (1899-1984). Formou-se no curso de Teologia, na Universidade de Boston, em 1951. Atuou como pastor, seguindo a religião dos pais, cristãos protestantes.

Notícia veiculada no Jornal O POVO
em 15 de janeiro de 1964.
(Foto: Arquivo O POVO Doc)
Durante a década de 50, foi instrumento de consciência e enfrentamento contra a segregação racial e social nos EUA. Seu legado é célebre. Fazia uso de métodos pacíficos, pois tinha no líder indiano Mahatma Gandhi (1869-1948) e na teoria da desobediência civil de Henry David Thoreau (1817-1862) fontes de inspiração. Foi ele quem recebeu o Prêmio Nobel da Paz, pela luta contra a desigualdade racial, em 14 de outubro de 1964.

Estopim

Na cidade de Montgomery, capital do estado do Alabama. Na volta do trabalho para casa, 1º de dezembro de 1955 marcou o episódio em que a costureira e ativista negra Rosa Parks (1913-2005) foi presa e multada por ocupar um assento reservado para pessoas brancas dentro do ônibus. Ela se recusou a ceder a cadeira. Na época, os negros só podiam ocupar os últimos lugares, de acordo com determinação da lei. O protesto de Parks, apesar de silencioso, foi disseminado rapidamente. Já que o Conselho Político Feminino organizou um movimento contra os ônibus urbanos.

Foi, então, o estopim para o engajamento e a liderança de Martin Luther King Jr. no movimento antirracista e reivindicação pelos direitos civis das pessoas negras. Quando apoiou a ação, milhares de negros passaram a caminhar quilômetros a caminho do trabalho, causando prejuízos às empresas de transporte.

O ato durou 382 dias, tendo fim no dia 13 de dezembro de 1956. Foi quando a Suprema Corte norte-americana aboliu a separação racial nos ônibus de Montgomery. No dia 21 de dezembro de 1956, Martin Luther King e Glenn E. Smiley (1910-1993), também líder de direitos civis branco, entraram e ocuparam juntos a primeira fileira do ônibus.

Em 1957, fundou a Conferência da Liderança Cristã do Sul e Luther King foi o primeiro presidente. Por intermédio, organizou campanhas pelos direitos civis dos negros. Em 1960, conquistou o acesso de pessoas negras em locais do cotidiano, como bibliotecas, lanchonetes e parques públicos.

"I have a dream"

"I have a dream". Eu tenho um sonho de que meus quatro filhos um dia viverão em uma nação onde não serão julgados pela cor de sua pele, e sim por seu caráter”, é uma de suas frases mais lembradas. Em 28 de agosto de 1963, 250 mil pessoas ouviram seu discurso da Marcha de Washington por Empregos e Liberdade, eternizando até hoje a força da trajetória do ativista na humanidade.

Seu último discurso foi “I've been to the mountaintop” (Eu estive no topo da montanha) na noite do dia três de abril de 1968, na sede mundial da Igreja de Deus em Cristo, na cidade de Memphis. A mensagem foi um apelo à união entre os ativistas negros e à não-violência nos protestos.

Em 1983, a lei, introduzida pelo deputado democrata John Conyers, em prol do Martin Luther King Day (MLK Day) - Dia de Martin Luther King, foi sancionada pelo então presidente Ronald Reagan (1911-2004). A data tornou-se feriado nacional nos Estados Unidos em 1986 e é comemorado toda segunda semana de janeiro por mais de 50 estados norte-americanos.

Gerou incômodo

Seu engajamento político provocou represálias de autoridades e grupos racistas, como o Ku Klux Klan (fundado em 24 de dezembro de 1865 nos EUA). Com ele, membros do Partido dos Panteras (Black Panther), de forte atuação entre 1966 a 1982, e o ativista negro de direitos humanos Malcolm X (1925-1965), sofreram violência. Martin Luther King, entre seus feitos, causou incômodo pelo seu ativismo.

Aos 39 anos, no dia quatro de abril de 1968, há 50 anos, foi assassinado enquanto descansava na sacada de um hotel, na cidade de Memphis. Na época, apoiava uma greve dos agentes de limpeza da região. O tiro que interrompeu sua vida, não encerrou o que de importante e necessário ele trouxe para o mundo, uma luta que não era somente dele, mas de todos os negros na humanidade. (Com pesquisa história de Fred Souza/ O POVO Dados).

PT, PSOL e PSB discutem candidatura única para a Câmara e aguardam definição do PCdoB e PDT


(Foto: Reprodução/ CartaCapital).

Os presidentes do PT, PSOL e PSB se reuniram na tarde desta segunda-feira 14, em Brasília, para discutir o lançamento de candidato único à presidência da Câmara dos Deputados. No final do ano passado, o PSOL já havia anunciado o deputado eleito Marcelo Freixo como candidato. A definição do nome comum, no entanto, ainda não foi tema da conversa.

Segundo Juliano Medeiros, dirigente nacional do PSOL, tanto Gleisi Hoffmann (PT) como Carlos Siqueira (PSB) se comprometeram a conversar com os presidentes do PCdoB e do PDT para tentar convencê-los a unirem-se à estratégia de focarem forças em um único nome, ao menos, no primeiro turno da eleição parlamentar.

Neste sábado, 12, o presidente do PDT, Carlos Lupi anunciou indicativo de que seus deputados votarão pela reeleição de Rodrigo Maia (DEM) na Casa legislativa. O dirigente, porém, não quis dar certeza da posição de sua sigla porque tem compromisso com o bloco progressista. composto justamente pelo PSB, que já disse que não se juntará a Maia, e o PCdoB, que ainda não se posicionou.

O demista até agora tem o apoio de boa parte dos deputados. Ele se aliou a bancada do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro. Ao menos sete nomes estão sendo ventilados para concorrer ao posto.

Bloco sob ameaça?

Nem mesmo começaram os trabalhos do bloco progressista, composto inicialmente pelo PSB, PDT e PCdoB, e ele já corre o risco de ruim com as decisões opostas das duas primeiras legendas.

Vamos trabalhar para que isso não ocorra. A fórmula eu não sei ainda, afirmou Lupi a CartaCapital. “A política é a arte do impossível.”

Lupi afirmou ser muito difícil mudar a posição da bancada em relação ao apoio de Maia. Segundo ele, a grande maioria dos deputados do partido querem o demista na presidência na Câmara. Ele admite que a legenda vive um dilema.

O nosso desafio é justamente esse: encontrar uma solução para esse impasse. Eu estou esperando a reunião do PCdoB para ver que caminho eles tomam e assim ter uma posição…. Não é fácil, mas vamos tentar.

Questionado se a decisão da legenda comunista seria um desempate, o dirigente do PDT afirmou que não foi estabelecido nenhum critério para decidir quem o partido irá apoiar. “Tem que dar um tempo para as coisas acontecerem.”

O PCdoB deve se reunir com sua bancada nessa terça-feira, 15. Depois disso, afirmou Lupi, os dirigentes que compõe o bloco progressista deverão se encontrar para mais uma rodada de discussão. (Com informações de CartaCapital).


Maioria dos brasileiros apoia redução da maioridade penal, diz Datafolha


Imagem ilustrativa. (Foto: Divulgação).

Uma pesquisa do instituto Datafolha divulgada nesta segunda-feira (14/01) revelou que a grande maioria dos brasileiros é favorável à redução da maioridade penal, uma das promessas de campanha do presidente Jair Bolsonaro.

Segundo o levantamento, 84% dos entrevistados se disseram a favor da redução de 18 para 16 anos, enquanto 14% são contra. As pessoas indiferentes ou que não opinaram somam 2%.

Entre os que apoiam a medida, 67% defendem que ela seja aplicada para todos os tipos de crimes, enquanto 33% opinam que deveria valer apenas em determinados casos.

O percentual de apoio se manteve estável desde a última pesquisa do Datafolha sobre o tema, em novembro de 2017. O índice de apoio mais alto registrado pelo instituto foi em 2015, quando 87% dos entrevistados se disseram favoráveis à redução da maioridade penal.

Quanto à idade mínima para que uma pessoa possa ser presa por um crime, 45% afirmam que deveria ser de 16 a 17 anos, enquanto 28% sustentam que seja entre 13 e 15 anos. Outros 15% preferem que seja mantida entre 18 e 21 anos, e uma minoria de 9% defende uma idade mínima de 12 anos.

Entre os homens, apenas 11% são contrários à redução da maioridade penal, enquanto entre as mulheres o índice de rejeição é de 17%.
O Datafolha ouviu 2.077 pessoas em 130 municípios brasileiros, em 18 e 19 de dezembro de 2018. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

A redução da maioridade penal foi um dos temas defendidos por Bolsonaro durante a campanha em 2018. Após eleito, ele chegou a afirmar que a idade mínima deveria ser de 14 anos.

O atual ministro da Justiça, Sergio Moro, também demonstrou apoio à medida. Após as eleições, o ex-juiz da Operação Lava Jato disse ser “inegável” que o adolescente necessite de proteção por ser uma “pessoa em formação”, mas disse ser “razoável” a afirmação de que mesmo um adolescente de entre 16 e 18 anos já tem “compreensão de que é errado matar”.

Moro afirmou ainda que a redução da maioridade penal, por si só, “não resolve a criminalidade”, mas disse que o sistema atual é “insatisfatório” e “prevê sanções muito reduzidas” para crimes graves cometidos por menores de idade.

Uma proposta para a redução da maioridade penal já tramitou pela Câmara dos Deputados e aguarda aprovação da Comissão de Constituição, Cidadania e Justiça (CCJ) do Senado. O texto afirma que os jovens de 16 a 18 anos que cometerem homicídio doloso (com a intenção de matar), lesão corporal seguida de morte e crimes hediondos devem cumprir as mesmas penas que os maiores de 18 anos, ainda que em regime separado.

Após a aprovação na CCJ, a proposta precisará ser apreciada em dois turnos e receber o apoio de ao menos três quintos dos senadores nas duas votações. A nova composição do Congresso Nacional favorece a aprovação de projetos de interesse do novo governo em Brasília. (Com informações de CartaCapital).

A falta que a cultura faz




Os analistas políticos observam os fatos políticos tout court e têm enorme dificuldade em perceber sob os mesmos os fenômenos culturais. Como por exemplo a decisão de extinguir o Ministério da Cultura e a mesma ameaça feita a EBC pelo presidente eleito.

Talvez pelo vício de restringir a cultura às suas meras expressões artísticas, intelectuais, folclóricas ou de lazer. Ou às pautas dos suplementos de artes e espetáculos da grande mídia. Esquecendo-se de suas manifestações judiciais, morais, religiosas e ideológicas. E, no máximo, estabelecendo suas relações com a economia, irmã gêmea da política. Quando não insistem em diagnosticar e prever o desenrolar dos fatos políticos em comparação com fatos tidos como semelhantes e ocorridos em tempos passados.

Já os analistas e críticos culturais se obrigam à dura tarefa de estabelecer relações entre os mais variados campos da expressão cultural, incorporando para tal, os recursos conceituais da filosofia da arte e da cultura. Mas não têm a merecida visibilidade por parte da grande mídia dominada pelo imediatismo da cobertura política e econômica, quando não social e criminal.

É triste constatar que em termos de suplementos culturais lamentavelmente regredimos em face da importância que tiveram no passado, entre os anos 60 e 80, e a visibilidade que se prefere dar hoje em dia a meras manifestações da cultura de massa.

Para além da proposta de uma nova visão de nossa identidade, trata-se de uma estratégia de argumentação sobre a fadiga da República como nossa maior farsa “progressista”, ao mesmo tempo da descoberta desconcertante de nosso atávico conservadorismo, amor mesmo pelas nossas tradições.

Sobretudo pelo nosso gosto pelas torções, contorções e distorções barroquistas, pura cultura brasileira desastrosamente transbordada para a política, a justiça, a moral e os costumes, sem reconhecimento crítico, mas apenas tomada como nosso “jeito” (ou jeitinho?) de ser.

Tenho trabalhado nos últimos anos – sobretudo a partir das megamanifestações de 2013 de uma emergente classe de cidadania política – com a hipótese de esgotamento de nosso legado cultural barroquista e com a promessa, enfim, de inauguração de uma era iluminista de nossa cultura.

Nesse sentido, tenho defendido a tese de que talvez estejamos vivendo o momento histórico de superar definitivamente a hegemonia barroquista em que estamos enredados há quatro séculos. Mas talvez não estejamos percebendo.

Todavia, todo cuidado é pouco, pois se o iluminismo europeu, impregnado de romantismo, denunciou o esquerdismo como a doença infantil do comunismo, o nosso legado barroco, manco de Renascença e Iluminismo, só agora, depois de um século de defasagem e desastroso transbordamento cultural, está a denunciar nosso esquerdismo como a doença senil do barroquismo.

Nenhum de nossos maiores ficcionistas, sábios ou profetas poderia imaginar essa verdadeira reviravolta dada por nossa cultura política nos últimos anos. Chamaria mesmo de radical torção, um verdadeiro cavalo de pau de nosso legado contorcionista.

Mesmo os grandes intérpretes do Brasil – dentre os mais de 50 que inventariei em meu novo livro – denunciaram causas e fenômenos singulares de nossas raízes históricas e culturais, como o patrimonialismo e o corporativismo, o familismo e o cunhadismo, o coronelismo e o patriarcalismo, o fisiologismo e o bacharelismo.

Mas nenhum culminou no fenômeno mais abrangente, e causa última a meu ver, de todo o complexo cultural brasileiro como o barroquismo, do qual esses outros lhe seriam meros caudatários ou mesmo de incidência setorial nos âmbitos da vida social, familiar, artística, econômica, política ou moral, com suas características mais gerais de gosto pela retórica da farsa, do paradoxal, da ironia, alegoria, paródia e hipérbole.

Para além da proposta de uma nova visão de nossa identidade, trata-se de uma estratégia de argumentação sobre a fadiga da República como nossa maior farsa progressista, ao mesmo tempo da descoberta desconcertante de nosso atávico conservadorismo, amor mesmo pelas nossas tradições, e sobretudo nosso gosto pelas torções, contorções e distorções barroquistas. Nosso libidinal gozo com o arrocho das volutas da cultura nas fartas espirais da natureza.

Aliás, neste meu novo livro, faço um vasto inventário de nossos costumes barroquistas, em todos os campos da expressão cultural nacional para além das artes e das letras barrocas, e que podem ser simbolizados pelas figuras centrais das volutas e espirais barrocas, sobretudo como figuras de representação retórica do paradoxo, da farsa, da ironia e da hipérbole.

Redobradas e desdobradas volutas como formas de se ir para a direita pelo sentido da esquerda e para a esquerda pelo sentido da direita. Torções, retorções, contorções e distorções em campos tão insuspeitos como os registros históricos, os feitos empresariais, os processos judiciais, políticos, culturais e sobretudo morais.

Somos assim mesmo, o estilo da arte barroca do século XVI, sem a mediação e temperança da boa forma e da justa medida da Renascença que lhe antecedeu, nem tampouco da prudência e do equilíbrio da cultura iluminista que lhe sucedeu, desde o século XVII e XVIII, transbordou para todo o complexo cultural brasileiro, nossa chamada mentalidade barroquista, nosso apego à uma visão de mundo moldada em torções, contorções e distorções da realidade.

Enfim, nosso espírito hiperbólico, irônico, alegórico, paradoxal, parabólico, farsesco e burlesco, com que vemos, nos inserimos e tratamos tudo em nossa volta. E reviravoltas.

Meio a nosso barroquismo moral pleno de relativismo, os recursismos de nosso Judiciário plenos de atenuantes e agravantes e a farsa, para não dizer a burla, de nossa política que quer a todos enganar por todo o tempo, eis que um capitão imbuído dos valores da ordem, da disciplina e hierarquia aprendidos no Exército, se empenha em levar ao cenário central de nosso barroquismo político, o Congresso Nacional, o bom senso e a clareza do senso comum, tal qual a fábula O rei está nu, de Hans Christian Andersen.

Só não ouviram os que não quiseram ouvir a voz do capitão que representava a indignação de milhões de cidadãos desde as megamanifestações de 2013 em repúdio aos desmantelos e esbulhos de nossa cínica classe política.

A partir daí, tem sido definitivo o exercício de outro valor muito caro aos militares, a humildade de reconhecer seus próprios limites e se cercar dos melhores de cada área em que terão de atuar.

Assim, o capitão está a convocar os melhores da alta cultura brasileira para pôr em prática políticas públicas plenas de razoabilidade e efetividade, o que pode resultar numa oportunidade histórica de passarmos para uma era iluminista de afirmação do bom senso e do senso de proporção, de desapego, enfim, pelo adjetivismo, ornamentalismo e as desmesuras da vã retórica barroquista.

Para além de um novo governo, o que vemos no Brasil é um grande embate entre duas grandes tradições culturais do Ocidente, o iluminismo e o barroquismo em que temos vivido imersos todos esses séculos, por não conseguirmos reunir verdadeiras elites para empreender, enfim, a mudança do paradigma cultural da vã retórica populista para a ordem da razão no trato da coisa pública.

Nesse sentido, é um equívoco extinguir o equipamento público de maior garantia de transformação cultural contra a hegemonia da revolução cultural na área da mídia privada que teve vigência nos últimos governos petistas.

Para além do desaparelhamento esquerdista nas áreas da educação, da Justiça e das artes, se faz urgente não apenas um Ministério da Cultura, mas sobretudo uma rede de televisão pública. Assim como uma campanha pelo senso comum do cidadão comum.

Aliás, uma única rede pública não pesa no orçamento se for gerida harmônica e independentemente pelos três poderes da República, extinguindo-se esta jabuticaba barroquista de três redes para cada um dos três poderes chamarem de sua, e apenas fazerem propaganda corporativa de seus feitos, uma prova de quão desarmônicos e dependentes são de suas desmesuras.

Sobretudo uma única rede pública, como a BBC, mantida pela assinatura de seus usuários voluntários, os cidadãos, e os compulsórios, com parte ínfima do orçamento publicitário astronômico que empresas e autarquias federais destinam às redes privadas de conteúdo duvidoso.

Manter uma única rede de televisão pública até mesmo como reguladora da pluralidade cultural, ideológica e doutrinária e na conservação de nossas tradições e costumes, que deveria haver na mídia privada, mas não há, é uma oportunidade única de garantir a restauração dos valores morais da tradição ocidental judaico-cristã anunciada pelos ministérios da Educação e Relações Exteriores, uma vez que é a cultura a determinante estratégica do próprio sucesso das políticas econômicas e sociais a serem implementadas. (Por Jorge Maranhão, no Congresso em Foco).


Câmara de Altaneira recebe comunicação de afastamento da vereadora Alice Gonçalves



O portal oficial da Câmara de Altaneira deu publicidade na manhã desta sexta-feira, 11, a comunicação de afastamento da vereadora Alice Gonçalves (PRP).

Alice comunica seu afastamento da câmara de Altaneira.
(Foto: Divulgação).
Alice foi nomeada pelo prefeito Dariomar Rodrigues (PT) para assumir a Secretaria de Cultura, Esporte e Turismo que vinha sendo ocupada interinamente pela secretária de educação, Leocádia Rodrigues.

No documento, consta ainda que Alice exercerá a função que lhe foi incumbida pela portaria 001/2019, porém optará por perceber a remuneração de vereadora, conforme prevê o artigo 42, da Lei Orgânica Municipal.

A presidência da casa destacou que tão logo termine o recesso parlamentar fará a convocação do suplente.

Com a confirmação do afastamento de Alice, deve assumir sua cadeira Genival Ponciano, derrotado nas eleições de 2016.


II Copa da Associação Esportiva Altaneirense tem início neste sábado (12)


Campo da Associação Esportiva Altaneirense - AEA. (Foto: Humberto Batista).

Oito equipes darão a largada rumo ao título da II Copa da Associação Esportiva Altaneirense (AEA) neste sábado, 12.

De acordo com o regulamento publicado no Blog “Esporte É Vida”, cada equipe disputará três jogos, se classificando quatro que somarem mais pontos para as semifinais.

Ainda em conformidade com o documento, estava previsto para arrecadar R$ 2.400,00 em contribuições, sendo os troféus e medalhas como patrocínio do governo municipal. Deste montante, uma parte será retirado para premiar o campeão e o vice.

A competição será realizada no campo da AEA entre 12 de janeiro e 10 de fevereiro. O regulamento diz ainda que a copa servirá para ranquear as equipes para o torneio do sítio Taboquinha. 

Duas partidas abrem a copa, a saber: Vila Rica e Maniçoba e Portuguesa e TCT. O primeiro será realizado às 14h e o segundo às 15h50.

Confira abaixo o nome dos participantes:

Caixa d`Água;
Humafe;
Juventude;
Maniçoba;
Portuguesa;
Serrano;
TCT;
Vila Rica.

‘Foi o meu pior momento como político’, diz Adeilton ao classificar fase que antecedeu denúncia contra o prefeito de Altaneira


Empossado no último dia 1º de janeiro, o vereador professor Adeilton coloca seu nome na recente história política de Altaneira. Isso porque ele foi o primeiro vereador da base oposicionista a ocupar a presidência da Câmara. Uma mudança significativa que vem sendo registrada em outros municípios, a exemplo de Santana do Cariri que fica a cerca de 30 km da “terra alencarina”.

As mudanças na presidência do legislativo podem configurar uma nova relação entre os poderes. De aproximação ou também de dificultar a aprovação de legislações.

‘Foi o meu pior momento como político’, diz Adeilton ao
classificar fase que antecedeu denúncia contra o prefeito
de Altaneira. (Foto: Júnior Carvalho).
O Blog Negro Nicolau (BNN) entrevistou o novo presidente da Câmara de Altaneira, o vereador professor Adeilton (PSD). O edil tem 38 anos e está no seu terceiro mandato. O parlamentar vai substituir Antônio Leite (PDT), que ficou à frente do Legislativo entre 2017 e 2018.

Adeilton falou sobre o processo eleitoral que culminou com sua vitória para comandar a casa para o biênio 2019 – 2020; sobre os projetos que pretende desenvolver para aproximar a comunidade do legislativo; de capacitações para vereadores e servidores; da queda do repasse do duodécimo para esse ano; de suas pretensões políticas; da relação entre os dois poderes; de sua relação com seu ex grupo político na casa e da denúncia contra o prefeito Dariomar Rodrigues (PT).

Leonardo Boff: 'Novo governo é o triunfo da ignorância e da estupidez'


Leonardo Boff diz preocupar-se com a eventualidade de um golpe militar. (Foto: REPRODUÇÃO/TVT).

Para o teólogo Leonardo Boff, o início do governo de Jair Bolsonaro mostra "todo o despreparo" do presidente eleito. "É contraditório, não sabe bem o que quer, nem sequer conhece as reais necessidades do país." Mais do que isso, ele acredita que o novo presidente, que tomou posse no dia 1° de janeiro, "é a maior desgraça que ocorreu em nossa história". Para Boff, a chegada dos atuais comandantes do país "é o triunfo da ignorância e da estupidez".

Depois de o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) divulgar, no dia 8, memorandos nos quais determinou a paralisação da reforma agrária, o presidente do órgão, Francisco Nascimento, revogou os documentos no dia seguinte, em mais um dos muitos recuos do governo em menos de 10 dias.

Uma eventual confirmação da suspensão da reforma agrária, que, de qualquer maneira, seria coerente com o ideário de Bolsonaro e seus apoiadores,  principalmente o agronegócio, é anticonstitucional, diz Boff. "A Constituição de 1988 prevê a reforma agrária. Bolsonaro não possui autonomia pessoal. Obedece ao agronegócio, à velha oligarquia que vive de privilégios. São, na verdade, os descendentes da casa-grande."

Apesar de tudo, o teólogo ainda acredita no país. "Tenho esperança de que o Brasil seja muito maior do que as pequenas cabeças dos que agora vão governar dentro de um rígido fundamentalismo de corte religioso com um projeto econômico-político ultraliberal", afirma, em entrevista respondida por e-mail à RBA.

Como o senhor avalia esse início de governo Bolsonaro?

Esse início de governo mostra todo o despreparo do presidente eleito. É contraditório, não sabe bem o que quer, nem sequer conhece as reais necessidades do país. É a maior desgraça que ocorreu em nossa história. É o triunfo da ignorância e da estupidez. Ele não está à altura da grandeza e da complexidade do Brasil.

Acredita que o governo ameaça a democracia?

Ele nunca falou em defender a democracia. Suas falas na campanha se orientaram por tudo aquilo que destrói uma democracia, mesmo a nossa, que é de baixa intensidade: desrespeito a minorias políticas que são maiorias numéricas, como os negros e negras, desprezo pelos indígenas e quilombolas, ameaça aos LGBT. Não possui o sentido da igualdade de todos em dignidade e direitos. É preconceituoso e pensa que os problemas se resolvem com a pancada. Isso é contra qualquer sentido democrático.

O que acha de uma eventual suspensão da reforma agrária, conforme ordenada pelo governo na terça-feira (8), apesar do recuou posterior?

É um ato anticonstitucional. A Constituição de 1988 prevê a reforma agrária. Ele não possui autonomia pessoal. Obedece ao agronegócio, à velha oligarquia que vive de privilégios e são, na verdade, os descendentes da Casa Grande. Temo apenas que essa exclusão da reforma agrária produza muita violência no campo e os sem-terra sejam criminalizados como terroristas.

E o papel desempenhado pelos movimentos sociais e pela esquerda brasileira diante do novo governo?

Acho que todos ficaram aturdidos se perguntando: como pode acontecer tudo isso e tanta insensatez em nosso país? Onde nós erramos? Como não conseguimos prever esse salto rumo à Idade Média? Creio que as esquerdas e os que compõem o campo progressista não encontraram ainda uma estratégia concreta para enfrentar tanto caos que já está se criando e que possivelmente aumentará.

Acredita na "união da esquerda", na luta pela manutenção de direitos?

Na minha opinião, é preciso criar uma frente ampla democrática, de partidos progressistas e de forças sociais para defender a democracia, os direitos fundamentais dos cidadãos e os bens públicos, que são a base de nossa soberania e da construção de uma nação com menos desigualdades sociais e, por fim, para impedir que se acrescente mais sofrimento aos que sempre sofreram em nossa história.

Mas tenho esperança de que o Brasil seja muito maior do que as pequenas cabeças dos que agora vão governar dentro de um rígido fundamentalismo de corte religioso com um projeto econômico-político ultraliberal que sempre favoreceu o mercado e os poderosos à custa da marginalização das grandes maiorias de nosso povo.

Qual sua maior preocupação na atual conjuntura?

Preocupo-me com a eventualidade de um golpe militar brando que afaste o atual presidente por vê-lo como um estorvo às políticas minimamente sensatas e nacionalistas. Já sabemos como funciona a cabeça do militar acostumado a identificar o inimigo e dar-lhe combate constante, especialmente contra os que se opõem a um tal governo.  (Com informações da RBA).

Conheça os estudantes do Instituto de Santana do Cariri que passaram na seleção da EP Wellington Belém



Três dos quatro selecionados. (Da esq. para a dir. David,
Valman e Bruno Leal). Foto/Divulgação.
A Escola Estadual de Educação Profissional Wellington Belém de Figueiredo, Em Nova Olinda, que recebe via consórcio estudantes de Altaneira, Santana do Cariri e os anfitriões, divulgou nesta terça-feira, 08, em seu blog oficial, o resultado da seleção dos novos discentes egressos do ensino fundamental II para os cursos técnicos de Agronegócio, Edificações, Finanças e Rede de Computadores.

Dentro da quantidade selecionada, as escolas particulares com sede em Nova e Santana do Cariri possuem certo percentual. A turma do nono ano do Instituto de Educação Infantil e Ensino Fundamental Psicopedagógico, de Santana do Cariri, conseguiu aprovar 04 educandos, conforme abaixo discriminado:

Bruno Leal (Agronegócio);
Valman Neto (Agronegócio);
David Zabdi (Edificações);
Gabriel Matos (Edificações).

Em contato com a redação do Blog Negro Nicolau (BNN), a direção do Instituto Psicopedagógico afirmou que espera um bom desempenho dos aprovados na nova etapa estudantil e que o sentimento do corpo docente da instituição é de alegria, ao passo que parabenizou a todos pelo êxito.

“Com esses ministros, é preferível que cultura não tenha ministério”, diz Chico Buarque




"Com esses ministros, é preferível que Cultura não tenha ministério", avalia o cantor Chico Buarque.

"Só posso dizer o seguinte: em vista da qualidade dos ministros deste Governo, acho que é preferível que a cultura não tenha ministério", diz ao jornal El País. Nem todos concordam que as mudanças promovidas pela extrema direita causarão riscos à cultura brasileira.

O presidente Jair Bolsonaro só começou fazer referências diretas à cultura durante a campanha após um incêndio destruir completamente o Museu Nacional em setembro. Ele prometeu eliminar o Ministério da Cultura e concentrar as políticas do setor em uma secretaria específica como parte de seu plano de encolher a Administração pública e economizar. A Cultura está acomodada no mesmo ministério que o Esporte e a Cidadania.

O presidente da Ancine (órgão público que regula e promove o cinema), Christian de Castro, também afirma que o setor não sofrerá impacto algum, que a produção está amparada por uma legislação que existe há 20 anos. Mas ela enfatiza que a liberdade criativa é necessária para fazer filmes e vendê-los. "Sempre que há censura, perdemos dinheiro", diz. O cinema brasileiro movimentou mais de 2,7 bilhões de reais em 2017. (Com informações do 247).