Cuba se retira do Mais Médicos após declarações “ameaçadoras e depreciativas” de Bolsonaro


Cuba se retira do Mais Médico após declarações "ameaçadoras e depreciativas" de Bolsonaro. (Foto: Reprodução).

O governo de Cuba comunicou nesta quarta-feira (14/11) que vai se retirar do programa Mais Médicos devido a declarações “ameaçadoras e depreciativas” do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), que anunciou modificações “inaceitáveis” no projeto. As informações são da agência alemã Deutsche Welle.

Com a decisão, milhares de médicos cubanos que trabalham no Brasil devem voltar para a ilha. “Diante dessa realidade lamentável, o Ministério da Saúde Pública de Cuba tomou a decisão de não continuar participando do programa ‘Mais Médicos’, anunciou o ministério cubano, que comunicou ter informado o governo brasileiro.

Segundo o governo cubano, Bolsonaro questionou a formação dos especialistas cubanos, condicionou sua permanência no programa à revalidação do diploma e impôs como único caminho a contratação individual.

O povo brasileiro, que fez do Programa Mais Médicos uma conquista social, que confiou desde o primeiro momento nos médicos cubanos, aprecia suas virtudes e agradece o respeito, sensibilidade e profissionalismo com que foi atendido, vai compreender sobre quem cai a responsabilidade de que nossos médicos não podem continuar prestando seu apoio solidário no país”, afirmou o Ministério da Saúde Pública de Cuba.


Dia da Consciência Negra: Zumbi, feriado e reflexão nas escolas


Integrantes de movimentos sociais e de defesa dos direitos da comunidades negra reuniram-se na cidade de São Paulo para a 13ª Marcha da Consciência Negra. (Foto: Rovena Rosa - Agência Brasil/ Reprodução - Nova Escola).

A data foi incluída em 2003 no calendário escolar nacional, mas não é feriado em todo o território brasileiro.

O Dia da Consciência Negra no Brasil é comemorado em 20 de novembro. A data, ainda que tenha sido incluída no calendário escolar e traga oportunidades para disparar conversas importantes sobre a história dos negros no país, não é feriado em todo o território brasileiro. Dos 5.570 municípios, pouco mais de mil decretam a data como feriado.

A Lei 12.519 de 2011 instituiu oficialmente o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. No calendário escolar nacional, a data foi incluída em 2003. A origem do Dia da Consciência Negra está ligada aos esforços dos movimentos sociais para evidenciar as desigualdades históricas que marcaram as populações negra e parda no país.

O dia 20 de novembro marca a data da morte de Zumbi dos Palmares (1655-1695), um escravo que foi líder do Quilombo dos Palmares e que morreu defendendo sua comunidade. O local simbolizou a luta dos negros por seus direitos, contra a escravidão.

No Dia da Consciência Negra, os professores podem aproveitar para promover junto a seus alunos uma reflexão sobre o papel da cultura e do povo africano na construção da cultura brasileira. E falar sobre sua influência na cultura, política, religião e gastronomia, entre outras tantas áreas.

           


Quem foi Zumbi dos Palmares

Os quilombos eram agrupamentos populacionais formados por escravos foragidos de fazendas coloniais. Nos quilombos, muitas vezes escondidos em meio à mata, os ex-escravos organizavam suas vidas para garantir sua subsistência e tinham liberdade para reproduzir livremente a cultura de seus ancestrais africanos – ao contrário de seguir os preceitos da Igreja Católica.

Em 1600, escravos que haviam fugido dos engenhos de açúcar de Pernambuco fundaram, na Serra da Barriga, no Alagoas, o Quilombo dos Palmares. O local chegou a congregar 30 mil pessoas.

Em 1644, os holandeses falharam em sua tentativa de invadir o quilombo. Dez anos depois, os holandeses foram expulsos da região pelos portugueses.

Zumbi foi o último líder da República dos Palmares. Ele nasceu em 1655 no quilombo, mas ainda criança foi aprisionado por colonos portugueses e dado ao padre Antonio Melo, que o batizou como Francisco. Ele conseguiu retornar anos depois para os Palmares, no período em que o governo da Capitania de Pernambuco negociava com as lideranças quilombolas que se submetessem à Coroa Portuguesa.

O quilombo dos Palmares era então comandado por Ganga Zumba. Zumbi se opôs à decisão de ceder aos portugueses. Com a morte de Ganga Zumba, ele assumiu o comando dos negros foragidos em 1680 e esteve à frente da comunidade até 1694. Nesse período, o quilombo foi atacado várias vezes por grupos de bandeirantes, até ser destruído. Zumbi foi caçado, morto e sua cabeça cortada e exibida em praça pública. A escravidão no Brasil só teria fim em 1888, com a Lei Áurea, cerca de 193 anos após sua morte.

Nos anos 1970, organizações começaram a utilizar a data de 20 de novembro para refletir sobre o legado da escravidão no Brasil. Essa reflexão levantou debates sobre a valorização da cultura negra e sua contribuição para a história brasileira, além de servir como modelo de resistência e luta pelos direitos dos negros. (Com informações da Nova Escola).

Muito além da princesa Isabel, conheça 6 brasileiros que lutaram pelo fim da escravidão no Brasil


Batalha pela abolição já ocorria nas províncias brasileiras anos antes da  assinatura da Lei Áurea, e reunia escravos, negros libertos, pessoas da classe média e da alta sociedade. (Imagem/ André Valente - Reprodução - BBC Brasil).

O fim da escravidão no Brasil completa 130 anos em 13 de maio deste ano. Em 1888, a princesa Isabel, filha do imperador do Brasil Pedro 2º, assinou a Lei Áurea, decretando a abolição - sem nenhuma medida de compensação ou apoio aos ex-escravos.

A decisão veio após mais de três séculos de escravidão, que resultaram em 4,9 milhões de africanos traficados para o Brasil, sendo que mais de 600 mil morreram no caminho.

Mas a abolição no Brasil está longe de ter sido uma benevolência da monarquia. Na verdade, foi resultado de diversos fatores, entre eles, o crescimento do movimento abolicionista na década de 1880, cuja força não podia mais ser contida.

Entre as formas de resistência, estavam grandes embates parlamentares, manifestações artísticas, até revoltas e fugas massivas de escravos, que a polícia e o Exército não conseguiam - e, a partir de certo ponto, não queriam - reprimir. Em 1884, quatro anos antes do Brasil, os Estados do Ceará e do Amazonas acabaram com a escravidão, dando ainda mais força para o movimento.

A disputa continuou no pós-libertação, para que novas políticas fossem criadas destinando terras e indenizações aos ex-escravos - o que nunca ocorreu.

Conheça abaixo as histórias de seis brasileiros protagonistas na luta pelo fim da escravidão:

Luís Gama, o ex-escravo que se tornou advogado

Luís Gonzaga Pinto da Gama nasceu em 1830, em Salvador, filho de mãe africana livre e pai branco de origem portuguesa. Quando o menino tinha quatro anos, sua mãe, Luísa, teria participado revolta dos Malês, na Bahia, pelo fim da escravidão.

Calcula-se que Luis Gama tenha ajudado
a libertar cerca de 500 escravos.
(Acervo Biblioteca Nacional - Brasil). 
Uma reviravolta ocorreu quando Gama tinha dez anos: ficou sob cuidados de um amigo do pai, que o vendeu como escravo. O menino "embarcou livre em Salvador e desembarcou escravo no Rio de Janeiro", escreve a socióloga Angela Alonso no livro Flores, Votos e Balas, sobre o movimento abolicionista. Depois, foi levado para São Paulo, onde trabalhou como escravo doméstico. "Aprendi a copeiro, sapateiro, a lavar e a engomar roupa e a costurar", escreveu o baiano.

Aos 17 anos, Gama aprendeu a ler e escrever com um estudante de direito. E reivindicou sua liberdade ao seu proprietário, afinal, nascera livre, livre era.

Em São Paulo, Gama se tornou rábula (advogado autodidata, sem diploma) e criou uma nova forma de ativismo abolicionista: entrava com ações na Justiça para libertar escravos. Calcula-se que tenha ajudado a conseguir a liberdade de cerca de 500 pessoas.

Gama usava diversos argumentos para obter a alforria. O principal deles era que os africanos trazidos ao Brasil depois de 1831 tinham sido escravizados ilegalmente. Isso porque naquele ano foi assinado um tratado de proibição do tráfico de escravos. Mais de 700 mil pessoas tinham entrado no país nessas condições. Apenas em 1850 o tráfico de escravos foi abolido definitivamente.

"As vozes dos abolicionistas têm posto em relevo um fato altamente criminoso e assaz defendido pelas nossas indignas autoridades. A maior parte dos escravos africanos (...) foram importados depois da lei proibitiva do tráfico promulgada em 1831", disse Gama na época.

O advogado ainda entrou com diversos pedidos de habeas corpus para soltar escravos que estavam presos, acusados, sobretudo, de fuga. Ainda trabalhou em ações de liberdade, quando o escravo fazia um pedido judicial para comprar sua própria alforria - o que passou a ser permitido em 1871, em um dos artigos da Lei do Ventre Livre.

Luís Gama morreu em 1882, sem ver a abolição. Seu funeral, em São Paulo, foi seguido por uma multidão. "Quanto galgara Luís Gama, de ex-escravo a morto ilustre, em cujo funeral todas as classes representavam-se. Comércio de porta fechada, bandeira a meio mastro, de tempos em tempos, um discurso; nas sacadas, debruçavam-se tapeçarias, como nas procissões da Semana Santa", relata Alonso.

Na hora do enterro, alguém gritou pedindo que a multidão jurasse sobre o corpo de Gama que não deixaria morrer a ideia pela qual ele combatera. E juraram todos.

Maria Tomásia Figueira Lima, a aristocrata que lutou para adiantar a abolição no Ceará

Filha de uma família tradicional de Sobral (CE), Maria Tomásia foi para Fortaleza depois de se casar com o abolicionista Francisco de Paula de Oliveira Lima. Na capital, tornou-se uma das principais articuladoras do movimento que levou o Estado a decretar a libertação dos escravos quatro anos antes da Lei Áurea.

Segundo o Dicionário de Mulheres do Brasil, ela foi cofundadora e a primeira presidente da Sociedade das Cearenses Libertadoras que, em 1882, reunia 22 mulheres de famílias influentes para argumentar a favor da abolição.

Ao fim de sua primeira reunião, elas mesmas assinaram 12 cartas de alforria e, em seguida, conseguiram que senhores de engenho assinassem mais 72.

As mulheres conseguiram, inclusive, o apoio financeiro do imperador Pedro 2º para a iniciativa. Juntamente com outras sociedades abolicionistas da época, elas organizaram reuniões abertas com a população, promoviam a libertação de escravos em municípios do interior do Ceará e publicavam textos nos jornais pedindo a abolição em toda a província.

Maria Tomásia estava presente na Assembleia Legislativa no dia 25 de março de 1884, quando foi realizado o ato oficial de libertação dos escravos do Ceará, que deu força à campanha abolicionista no país.

André Rebouças, o engenheiro que queria dar terras aos libertos

André Rebouças era adepto de uma reforma
agrária que concedesse terras para ex-escravos.
(Museu Afro Brasil).
André Rebouças nasceu na Bahia, em 1838, em uma família negra, livre, e incluída na sociedade imperial. Quando jovem, estudou engenharia e começou a trabalhar na área. Foi responsável por diversas obras de engenharia importantes no país, como a estrada de ferro que liga Curitiba ao porto de Paranaguá. Conquistou posição social e respeito na corte. A Avenida Rebouças, importante via em São Paulo, é uma homenagem a André e a seu irmão Antonio, também engenheiro.

Em uma das obras de que participou, outro engenheiro pediu que Rebouças libertasse o escravo Chico, que era operário e tinha sido responsável pelos trabalhos hidráulicos. "Foi quando sua atenção recaiu sobre o assunto", escreve Angela Alonso, também em Flores, Votos e Balas. Chico foi, então, libertado.

"Sou abolicionista de coração. Não me acusa a consciência ter deixado uma só ocasião de fazer propaganda para a abolição dos escravos, e espero em Deus não morrer sem ter dado ao meu país as mais exuberantes provas da minha dedicação à santa causa da emancipação", discursou certa vez Rebouças, na presença do imperador Pedro 2º.

Na década de 1870, Rebouças se engajou na campanha pelo fim da escravidão. Participou de diversas sociedades abolicionistas e acabou se tornando um dos principais articuladores do movimento. Um de seus papéis foi fazer lobby - uma ponte entre os abolicionistas da elite e as instituições políticas, para quem executava obras de engenharia.

As ideias de Rebouças incluíam não apenas o fim da escravidão. Ele propunha que os libertos tivessem acesso à terra e a direitos, para serem integrados, não marginalizados. "É preciso dar terra ao negro. A escravidão é um crime. O latifúndio é uma atrocidade. (...) Não há comunismo na minha nacionalização do solo. É pura e simplesmente democracia rural", proclamou Rebouças.

O engenheiro também se opunha ao pagamento de indenização para os senhores de escravos em troca da liberdade - para Rebouças, isso seria uma forma de validar que uma pessoa fosse propriedade da outra.

Apoiador da monarquia e da família real brasileira, Rebouças foi ainda um dos responsáveis pela exaltação da Princesa Isabel como patrona da abolição.

Adelina, a charuteira que atuava como 'espiã'

Filha bastarda e escrava do próprio pai, Adelina passou a vender charutos que ele produzia nas ruas e estabelecimentos comerciais de São Luís (MA). Suas datas de nascimento e morte não são conhecidas. Seu sobrenome, também não.

Como escrava criada na casa grande, Adelina aprendeu a ler e escrever. Trabalhando nas ruas, assistia a discursos de abolicionistas e decidiu se envolver na causa.

Como não há registro fotográfico de Adelina, a charuteira, ilustração foi baseada em fotografias de escravas minas que viviam no Maranhão na época. (Foto: André Valente - BBC Brasil).

De acordo com o Dicionário da Escravidão Negra no Brasil, de Clóvis Moura (Edusp), Adelina enviava à associação Clube dos Mortos - que escondia escravos e promovia sua fuga - informações que conseguia sobre ações policiais e estratégias dos escravistas.

Aos 17 anos, Adelina seria alforriada, segundo a promessa que seu senhor fez a sua mãe. Mas, segundo o Dicionário, isso não aconteceu.

Dragão do Mar, o jangadeiro que se recusou a transportar escravos para os navios

O jangadeiro e prático (condutor de embarcações) Francisco José do Nascimento (1839-1914), um homem pardo conhecido como Dragão do Mar, foi membro do Movimento Abolicionista Cearense, um dos principais da província, a primeira do Brasil a abolir a escravidão.

Em 1881, o Dragão do Mar comandou, em Fortaleza, uma greve de jangadeiros que transportavam os negros e negras escravizados para navios que iriam para outros Estados do Nordeste e para o Sul do Brasil. O movimento conseguiu paralisar o tráfico negreiro por alguns dias.

Francisco José do Nascimento se recusou a transportar escravos das praias de Fortaleza para navios negreiros.
(Foto: André Valente - BBC Brasil).

Com o comércio de escravizados impedido nas praias do Ceará, Nascimento foi exonerado do cargo, segundo o registro de Clóvis Moura. E se tornou símbolo da batalha pela libertação dos escravos.

Depois da abolição, ele tornou-se Major Ajudante de Ordens do Secretário Geral do Comando Superior da Guarda Nacional do Estado do Ceará e morreu como primeiro-tenente honorário da Armada, em 1914.

Maria Firmina dos Reis, a primeira escritora abolicionista

A maranhense Maria Firmina (1825-1917) era negra e livre, "filha bastarda", mas formou-se professora primária e publicou, em 1859, o que é considerado por alguns historiadores o primeiro romance abolicionista do Brasil, Úrsula. O livro conta a história de um triângulo amoroso, mas três dos principais personagens são negros que questionam o sistema escravocrata.

A escritora assinava o livro apenas como "Uma maranhense", um expediente comum entre mulheres da época que se aventuravam no mercado editorial, e só agora começa a ser descoberto pelas universidades, segundo a professora de literatura brasileira da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Constância Lima Duarte.

Romance de Maria Firmino dos Reis é considerado o primeiro a trazer o ponto de vista de personagens negros no Brasil escravocrata. (Foto: André Valente - BBC Brasil).

Maria Firmina também publicava contos, poemas e artigos sobre a escravidão em revistas de denúncia no Maranhão.

De acordo com o Dicionário de Mulheres do Brasil: de 1500 Até a Atualidade (Ed. Zahar), ela criou, aos 55 anos de idade, uma escola gratuita e mista para crianças pobres, na qual lecionava. Maria Firmina morreu aos 92 anos, na casa de uma amiga que havia sido escrava. (Com informações da BBC Brasil).

Paulo Freire é homenageado em escolas e universidades estrangeiras


Umas das obras de Paulo Freire, Pedagogia do Oprimido é a terceira mais citada nas ciências humanas.
(Painel de Luiz Carlos Cappellano).

A Pedagogia do Oprimido é o terceiro texto mais citado nas ciências sociais e humanas, segundo levantamento de Elliot Green, da Escola de Economia de Londres. Pela sua importância, a obra escrita durante o exílio, no Chile, há 50 anos, é considerada pela Unesco como patrimônio da humanidade.

A obra e seu autor, o educador brasileiro Paulo Freire, são reconhecidos no mundo inteiro, sendo ainda referências e objeto de estudo em diversas universidades.

No Brasil, porém, Freire tem sido execrado pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) e seus seguidores. Tanto que em seu programa de governo ele se compromete a "expurgar a pedagogia de Paulo Freire".

Mal sabe ele que escolas e universidades de diversos países se inspiram nas ideias do educador. Inclusive os Estados Unidos, tão reverenciado por Bolsonaro, que chega ao ponto de bater continência diante da bandeira norte-americana.





Lançamento de livro e diplomação de novos acadêmicos marcam primeiro aniversário da ALB/Secccional Araripe


Membros da ALB/Seccional Araripe. (Foto: Aristóteles Alencar/Frame Produções).

A Academia de Letras do Brasil (ALB) se configura como uma entidade nacional, se fazendo presente em 80% do território brasileiro e com atuação fora do país. No Ceará, ela chegou em 02 de julho de 2016 sob a presidência de Luiz Aldir da Silva e já conseguiu empossar 55 (cinquenta e cinco) membros fundadores efetivos e vitalício.

Já no município de Araripe, a Seccional foi instalada no dia 27 de outubro de 2017, representando também as cidades de Altaneira, Campos Sales, Potengi, Salitre e Santana do Cariri. Para comemorar seu primeiro aniversário, a Seccional Regional Araripe preparou uma grande e diversificada programação a começar na sexta-feira, 09, tendo como atrações uma exposição de arte com óleo sobre tela do escritor, artista plástico e acadêmico de Santana do Cariri Raimundo Sandro Cidrão concomitantemente a posse individual de Adriano Sousa, presidente da seccional que apresentou trabalho de pesquisa sobre a patrona Noemi de Alencar Arraes.

No sábado, 10, houve a entrega da comenda “Benfeitores do Cariri” a personalidades, instituições e imprensa, dentre as quais elenca-se Blog Ubuntu Notícias – Nova Olinda-CE; Escola Sagrado Coração – Campos Sales-CE; Festival de Música Santa Cecília – Santana do Cariri-CE; Filme Sedição de Juazeiro – Juazeiro do Norte-CE; Missa do Vaqueiro-Araripe-CE; Paróquia de Santa Teresa D’Ávila – Altaneira-CE; Padre Vileci Basílio Vidal pelos relevantes serviços prestados como pároco de municípios do Cariri-Oeste; Revista Cariri – Crato-CE e Santuário de São Pedro – Distrito Quixariú / Campos Sales-CE.


Nicolau Neto, José Evantuil e Jesus Leite - Da Esq. para a Dir. (Foto: Paulo Henrique).

Ainda no sábado foi diplomada como patrona da ALB/Seccional Araripe, a escritora Elizabeth Antão, lançamento do livro “Patronos, Vol. 1”. A obra é uma ação coletiva reunindo os trabalhos de pesquisas Sandro Cidrão, Adriano Sousa, Eliziane Alves, Francisca Lira, José Evantuil, Maria Elói, Lucélia Muniz e Germá Martins. Segundo Sandro Cidrão e Adriano Sousa, a ideia é que lançar mais três volumes com todos os trabalhos de pesquisas dos membros da ALB/Seccional Araripe.

A noite foi encerrada com a diplomação de dez novos integrantes, dentre eles dois são de Altaneira – os professores Nicolau Neto e Socorro Lino. Além destes, Altaneira está representada também pelo professor e sindicalista José Evantuil. São eles/as:

Diplomação dos dez novos membros da ALB/Secional Araripe. (Foto: Aristóteles Alencar/Frame Produções).

Nicolau Neto e Adriano Sousa.
(Foto: Aristóteles Alencar/Frame Produções).
Germá Martins dos Santos;
José Jesus Leite;
José Nicolau da Silva Neto;
José Saymon Rodrigues Pereira;
Lucélia Muniz da França;
Lúcia Castro;
Maria Edivania da Silva;
Maria Elói da Silva Oliveira;
Maria Oliveira Lino.

Atualmente a ALB/Seccional Araripe conta com 41 cadeiras, tendo em seus quadros professores/as, escritores/as, músicos, poetas, entusiastas culturais e cidadãos/ãs de indiscutível prestígio na área de formação/atuação com assento perpétuo.

O professor Nicolau foi diplomado e ocupará a cadeira nº 33 sob o patronato do mestre de cultura altaneirense João Sabino Dantas, conhecido no meio cultural como mestre João Zuba em face de sua atuação na Banda Cabaçal e na Dança de São Gonçalo. Socorro Lino tem como patrono o poeta Antonio Rodrigues dos Santos, conhecido popularmente por “Ribuliço”.

Para o presidente da entidade do cariri oeste, Adriano Sousa, a posse de cada acadêmico só é possível quando há a apresentação do trabalho de pesquisa sobre o patrono ou patrona. “Essa foi a forma de contribuir de alguma forma para o despertar da arte de escrever, uma maneira de garantir que se tenha produtividade”, pontuou.

Abaixo você confere todos os 41 membros da Academia de Letras do Brasil/Seccional Araripe:

01 – José Evantuil de Sousa;
02 – Francisco Adriano de Sousa;
03 – Francisca Ionete Pereira;
04 – Francisco Torres Pimentel;
05 – Tereza Mara de Oliveira;
06 – Eliziane Alves Barbosa;
07 – Antonia Lucia Nunes de Alencar Almeida;
08 – Linik de Deus Costa Lima;
11 – Cícero Arlindo dos Santos;
12 – Raimundo Sandro Cidrão;
13 – José Vandir de Araújo Alencar;
14 – José Saymon Rodrigues Pereira;
15 – José Tarciano Rodrigues Nogueira;
16 – Indra Dias Timóteo;
18 – Maria de Fátima Amorim;
19 – Paulo Fabiano Alberto Nunes;
20 – Luiz Carlos Salatiel;
21 – Lúcia Maria de Oliveira Castro Pires Tavares;
22 – José Roberto de Morais Silva;
23 – Francisca Ferreira de Lira e Silva;
24 – Maria do Socorro Guedes Venâncio;
25 – Pedro Alves Cavalcante Neto;
26 – Germá Martins dos Santos;
27 – José Humberto de Alencar Filho;
28 – Antônio Hélio da Silva;
29 – Adriana Pereira Costa;
30 – Francisca Matos Arrais;
31 – Maria Oliveira Lino;
32 – Elisângela Oliveira;
33 – José Nicolau da Silva Neto;
35 – Lucélia Muniz da França;
36 – Raimunda Máximo Feitoza Costa;
37 – Antônio Rafael Sobrinho;
38 – Maria Elói da Silva Oliveira;
39 – Mariano de Oliveira Carvalho;
40 – Maria Edvânia Silva;
41 – José Jesus leite.




Conheça cinco filmes sobre empoderamento negro




No mês de novembro se comemora o Dia da Consciência Negra no Brasil, data instituída em referência à morte de Zumbi dos Palmares. líder quilombola que foi um símbolo da luta contra a escravidão no Brasil. Mais do que um dia no calendário, a data suscita no país uma série de importantes debates sobre a questão racial no Brasil e no mundo, não apenas no que se refere ao enfrentamento da discriminação, mas também em um processo de empoderamento.

Uma das funções do cinema, comum a todas as demais artes, é articular comentários que possam aprofundar discussões importantes para a sociedade. No que se refere à causa da igualdade, nenhuma outra superprodução hollywoodiana levou a pauta da representatividade negra tão longe quanto Pantera Negra, produção já disponível no Telecine Play (3).

Abaixo, listamos cinco produções que abordam o empoderamento negro, contando com o sucesso do Universo Cinematográfico Marvel.

PANTERA NEGRA (2018)


Uma das coisas mais importantes sobre Pantera Negra é que o longa-metragem extrapolou as fronteiras do mero entretenimento e se transformou um verdadeiro fenômeno cultural. Não era para menos. A produção da Marvel Studios não tem par em Hollywood. Nunca antes um filme tão caro (estimado em US$ 200 milhões) foi feito por um diretor negro (Ryan Coogler), roteiristas negros (Coogler e Joe Robert Cole) e estrelado por atores negros. Com uma trama envolvente, o longa-metragem se destacou pelo respeito e responsabilidade que teve ao criar uma amálgama de homenagens para retratar uma África utópica, culturalmente vibrante e avançada tecnologicamente que jamais foi tocada pelo colonialismo. A disputa de poder entre o benevolente T’Challa (Chadwick Boseman), criado nas benesses de Wakanda, e o colérico Erik Killmonger (Michael B. Jordan), que experimentou o trauma do racismo institucional nos Estados Unidos, é o motor do filme e inspira boas discussões. Depois de jovens negros se mobilizarem em todo o mundo para prestigiar o filme nos cinemas, o longa-metragem da Marvel arrecadou US$ 1,3 bilhão em todo o mundo e se tornou o filme de super-herói de maior bilheteria de todos os tempos nos Estados Unidos.


SELMA - UMA LUTA PELA IGUALDADE (2014)



A carreira de Ava DuVernay é marcada pelo pioneirismo. A cineasta foi a primeira mulher negra a vencer um prêmio de direção no Festival de Sundance (em 2012, por Middle of Nowhere), a primeira mulher negra a dirigir um filme com arrecadação maior do que US$ 100 milhões nos EUA (Uma Dobra no Tempo), a primeira mulher negra indicada a um Globo de Ouro de direção e também a primeira a dirigir um longa-metragem indicado ao Oscar de melhor filme — estes dois últimos marcos foram conquistados pelo trabalho em Selma - Uma Luta Pela Igualdade. O drama narra a história de outro pioneiro, o ativista Martin Luther King, importante líder da era do movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos. David Oyelowo interpreta o personagem principal em uma trama sobre as históricas marchas de Selma para Montgomery para garantir que negros tenham o direito de votar no estado do Alabama. "O pastor protestante Martin Luther King lutava pelo direito das minorias, pela redução das desigualdades, pela retirada de privilégios da elite. Esta é uma boa luta, ainda mantida por parte das comunidades cristãs. Mas nos tempos conservadores atuais, com tantos políticos fazendo da religião uma política, é interessante ver um homem que optou pelo caminho contrário, fazendo da política uma religião”, diz a crítica do AdoroCinema.

FAÇA A COISA CERTA (1989)


Prestes a lançar no circuito comercial de salas do Brasil com o filme Infiltrado na Klan, pode ser uma boa pedida ver (ou rever) o maior trabalho já realizado por Spike Lee. Dono de uma voz única entre os cineastas afro-americanos, o diretor lapidou um roteiro afiado, repleto de tiradas sagazes em uma descrição potente das tensões raciais ao longo de um dia quente no bairro do Brooklyn. O longa-metragem concorreu à Palma de Ouro em Cannes e a dois prêmios no Oscar. Ao mostrar o cotidiano de um bairro pobre de Nova York, Lee foi capaz de representar aquele microcosmo como uma câmera de ensaio de ansiedades sociais presentes na sociedade estadunidense há décadas, há séculos, de forma competente e exuberante. Do início com uma das cenas de abertura mais icônicas do cinema até o catártico desfecho, que evoca de forma quase existencial o debate de ideias entre Malcolm X e Martin Luther King, Faça a Coisa Certa ainda nos faz refletir muito nos dias de hoje.

XICA DA SILVA (1976)


Zezé Motta se tornou um verdadeiro símbolo feminino de empoderamento negro no cinema nacional quando tais termos sequer eram usados da maneira que são hoje em dia quando estrelou Xica da Silva. Com direção de Cacá Diegues, o longa-metragem ficou famoso pela performance arrebatadora de Motta no papel da ex-escrava que se tornou uma dama da alta sociedade após ser alforriada e se relacionar com o milionário contratador de diamantes João Fernandes de Oliveira. O filme também popularizou a hoje clássica canção de Jorge Ben Jor escrita especialmente para o filme, traz um refrão inconfundível que faz alusão ao apelo sexual da personagem. Apesar de todo o sucesso do filme, premiado no Festival de Brasília, o legado da atuação em Xica da Silva marcou negativamente Motta. "Tive que fazer análise, porque Xica ficou no imaginário masculino de um jeito que todo mundo cismou de querer transar comigo", explicou a atriz quatro décadas depois do lançamento do longa-metragem.

A COR PÚRPURA (1985)





Com direção de Steven Spielberg, A Cor Púrpura é um filme que exalta a potência da mulher negra em um contexto no qual tudo conspirava para abafar os sonhos da protagonista. Whoopi Goldberg, em seu primeiro papel nos cinemas, interpreta uma mulher que foi abusada pelo pai na adolescência, separada dos filhos que foram gerados após seus sucessivos estupros, entregue para um casamento forçado e resignada a enviar cartas para Deus e para sua irmã distante. Após o contato com outras mulheres, incluindo a personagem de Oprah Winfrey, também estreando como atriz, Celie (Goldberg) começa a enxergar o valor que ela tem. O filme é célebre por conta de sua alta carga emocional e pela maneira com a qual valoriza o legado de mulheres negras que muitas vezes foram diminuídas por serem quem são. O filme é uma adaptação do romance homônimo, da premiada autora Alice Walker. (Com informações do Adoro Cinema).

Quem é Tereza Cristina, 'musa do veneno' confirmada na Agricultura


Tereza Cristina, 'musa do veneno', terá que aprovar o nome para o Ministério do Meio Ambiente.
 (Foto: Reprodução/Site Oficial).

O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) anunciou na noite da quarta-feira 7 a deputada federal Tereza Cristina (DEM-MS) para comandar o Ministério da Agricultura. Ela é a primeira mulher indicada para compor o primeiro escalão do novo governo e o segundo nome do DEM, ao lado de Ony Lorenzoni, que assumirá a Casa Civil.

Cristina é a presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e líder da bancada na Câmara, grupo que fez a indicação. Como é praxe no governo eleito, o anúncio foi feito pelo Twitter.

Segundo o vice-presidente da FPA, o deputado federal Alceu Moreria (MDB-RS), a futura ministra é quem dará o aval sobre o nome do indicado para assumir o Ministério do Meio Ambiente, mesmo após o recuo do novo governo da ideia de fundir as pastas.

A deputada é engenheira agrônoma e ganhou neste ano dos colegas o apelido de "musa do veneno", por sua atuação em defesa do projeto de lei 6299/02, que flexibiliza as regras de utilização de agrotóxicos no País, conhecido como PL do Veneno. O PL foi aprovado em junho por uma comissão especial presidida por Tereza Cristina na Câmara e ainda precisa passar pelo plenário.

O relatório prevê que pesticidas possam ser liberados pelo Ministério da Agricultura mesmo se órgãos reguladores, como Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), não tiverem concluído suas análises.

Nesse caso, os produtos receberão um registro temporário, desde que possuam especificações idênticas em pelo menos três dos 37 países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Engavetada por 14 anos, a proposta foi ressuscitada sob o comando de Blairo Maggi, titular do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, megaempresário ruralista e autor original do PL, quando era senador, em 2002. O eixo central do projeto abre espaço para a regulamentação de novos venenos nocivos à saúde humana e ao meio ambiente.

O Ministério da Saúde, a Anvisa e o Ibama são contrários às alterações, que incluem alterar o termo agrotóxicos, presente na legislação desde 1989, para “defensivos fitossanitários”. O Ministério Público Federal já declarou a inconstitucionalidade do projeto e instituições como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Instituto Nacional do Câncer (Inca), além de centenas de  organizações da sociedade civil, se posicionam na linha de frente do combate ao Pacote do Veneno.

Também empresária, Tereza Cristina já atuou no Mato Grosso do Sul nas secretarias de Planejamento, Agricultura, Indústria e Comércio e Turismo; e foi ainda diretora-presidente da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e da Empresa de Gestão de Recursos Minerais.

Durante a campanha eleitoral, Tereza Cristina, que cumpre o primeiro mandato como deputada, apoiou a candidatura de Jair Bolsonaro à Presidência.
Demais nomes até agora

Além de Tereza Cristina, Bolsonaro já indicou outros cinco ministros. A Casa Civil será comandada pelo deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS). O superministério da Economia, formado pela junção das pastas da Fazenda, do Planejamento e da Indústria e Comércio Exterior, que será chefiado pelo economista Paulo Guedes, e o superministério da Justiça, coordenado pelo juiz federal Sergio Moro.

O astronauta Marcos Pontes foi indicado para assumir a pasta de Ciência e Tecnologia. Nesta quarta-feira, o general Augusto Heleno confirmou que irá comandar o Gabinete de Segurança Institucional, responsável pela coordenação do setor inteligência do governo, incluindo a Agência Brasileira de Inteligência (Abin). (Com informações da DW e CartaCapital).