Candidatos como o #EleNão não era para estar pontuando nas pesquisas, quiçá liderando as intenções de voto


Bolsonaro. (Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo).

Peço, de forma antecipada, desculpas aos/as que se sentirem atingidos/as. Mas eu fiz e faço um esforço diário para entender e compreender quem não teve a oportunidade de estudar ou prosseguir nos estudos queira votar em Bolsonaro. Muitas das vezes as únicas informações que lhes chegam vêm do rádio e da televisão que são veículos tradicionais e que na grande maioria das vezes não primam pela pluralidade das informações, demonizando partidos e pessoas e omitindo e sonegando informações que seriam fundamentais para essa parcela do eleitorado.

Agora, não consigo entender e muito menos compreender que pessoas que tiveram a oportunidade de estudarem, de terem diplomas de nível superior e outros/as tantos/as tendo inclusive assumido a missão de lecionar votarem no candidato do PSL. Não dá para compreender porque simplesmente foge a tudo que aprendi sobre o que seja educação. Foge, portanto, de tudo o que durante anos e anos aprendi na escola, em casa e em outras espaços como sendo a forma mais saudável de se viver/conviver. Não dá para compreender também porque a imagem de professor e de professora que sempre idealizei e ainda idealizo é a daquela figura que sempre pauta em suas conversas que devemos respeitar o outro e não incitar o ódio; que dialoga e não impõe; que prima nos seus discursos pela valorização da diversidade, da pluralidade e, isso, significa que ninguém é igual a ninguém, mas nem por isso (e até mesmo por isso) há pessoas superiores ou inferiores; que mesmo não sendo da área de ciências humanas, de História especialmente, nunca negou fatos históricos.

Formadores/as de opinião era para estarem ajudando a combater o conservadorismo e o retrocesso representando pelo candidato já citado. Era para estarem, de igual modo, nos ajudando a afirmar e refirmar que a homofobia, o machismo, a misoginia e o racismo são critérios mais que suficientes para não conduzir alguém a qualquer cargo eletivo, pois fere brutalmente os princípios democráticos e atinge essencialmente a dignidade humana. Ademais, professores/as que votam nele aceitam tudo isso e ainda concordam que são doutrinadores/as.

Em uma país realmente politizado e cidadão, candidatos como o #EleNão não era para estar pontuando nas pesquisas, quiçá liderando as intenções de voto.

Quanto a nossa juventude, desacreditada da forma de se fazer política, saiba que não só vocês estão assim. Nós também. Porém, o caminho que muitos da juventude estão seguindo pode levar a destino que vocês não presenciaram, mas estudaram - a ditadura. E o candidato que alguns pretendem votar já foi explícito: "o erro da ditadura foi torturar e não matar".

Por fim, mas não menos importante, faço um apelo para aquelas e aqueles colecionadores/as de currículo. Se posicionem. A vida é política. Isenção nunca foi o melhor caminho para resolver os problemas do país.

Opção nesse terreno polarizado que se tornou o processo eleitoral temos. Basta que saiamos da caixa que a mídia nos colocou ao apresentar e divulgar sempre as mesmas pessoas. Ousemos a pensar por nós mesmos e a caminhar com nossas próprias pernas.

Por que resultados tão diferentes? Bolsonaro 31%, Haddad 21%. Jornal da Record: Bolsonaro 29%, Haddad 24%


Bolsonaro cresce, enquanto Haddad permanece estável na pesquisa Ibope. (Foro: Reprodução/Revista Fórum).


De acordo com pesquisa Ibope divulgada na noite desta segunda-feira (1º), o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, tem 31% das intenções de votos, quatro pontos a mais em relação ao último levantamento. O candidato à Presidência da República pelo PT, Fernando Haddad, manteve 21%.

Na sequência, aparecem Ciro Gomes (PDT), com 11%, oscilando um ponto para baixo. Geraldo Alckmin (PSDB) manteve os 8% da pesquisa anterior, enquanto Marina Silva (Rede) está agora com 4%, dois pontos a menos do que na última pesquisa.

João Amoêdo (Novo) tem 3%, Alvaro Dias (Podemos) aparece com 2%, mesmo percentual de Henrique Meirelles (MDB). Cabo Daciolo (Patriotas) tem 1%. Votos nulos e brancos somam 12% e não souberam ou não quiseram responder são 5%.

Segundo turno

O Ibope fez também outras simulações de segundo turno:

:: Ciro 45% x 39% Bolsonaro

:: Alckmin 42% x 39% Bolsonaro

:: Marina 38% x 43% Bolsonaro

:: Haddad 42% x 42% Bolsonaro (39% x 39%)

A pesquisa tem margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos e foram entrevistados 3.010 eleitores em 208 municípios. A pesquisa foi realizada nos dias 29 e 30 de setembro e tem registro no TSE com o número 08650/2018. O nível de confiança é de 95%.

RealTime Big Data/Record

O Jornal da Record divulgou também nesta segunda-feira levantamento feito pela empresa RealTime Big Data. A pesquisa traz Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT). No levantamento, os candidatos aparecem com 29% e 24%, respectivamente. Ciro tem 11%, Alckmin 7% e Marina 5%.

Em segundo turno contra o ex-militar, a vantagem é de Haddad, 45% a 41%. A pesquisa foi realizada nos dias 28 e 29 de setembro, com 3.200 entrevistados. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. O levantamento está registrado no Tribunal Superior Eleitoral sob o número: BR-06298/2018. (Com informações da Revista Fórum).



Lewandowski libera entrevista de Lula e diz que Fux cometeu “vícios gravíssimos”


(Foto: Reprodução/Revista Fórum).


O ministro Ricardo Lewandowski voltou a autorizar nesta segunda-feira (1º) que a jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, e o jornalista Florestan Fernandes Júnior, da Rede Minas, entrevistem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ministro ainda criticou a decisão do colega Luiz Fux, que teria cometido “vícios gravíssimos” ao suspender os efeitos na liminar que ele, Lewandowski, já havia concedido autorizando a entrevista.

Vale ressaltar que nem mesmo em face da própria reclamação a decisão proferida pelo Ministro Luiz Fux, nos autos da SL 1.178, tem aptidão para produzir efeitos. Com efeito, o pronunciamento do referido Ministro, na suposta qualidade de ‘Presidente em exercício do Supremo Tribunal Federal’, incorreu em vícios gravíssimos”. Mais cedo, Lewandowski já havia tecido críticas a Fux em evento em São Paulo.

Na decisão desta segunda-feira, Lewandowski autoriza a entrevista “no sentido de garantir ao reclamante o direito constitucional de exercer a plenitude da liberdade de imprensa como categoria jurídica proibitiva de qualquer tipo de censura prévia, bem como o direito do próprio custodiado de conceder entrevistas a veículos de comunicação”.

Vícios gravíssimos

Lewandowski, que teria ficado extremamente irritado com a decisão de Fux, enumera na decisão desta segunda-feira 8 “vícios gravíssimos” cometidos pelo colega do STF.
Segundo o ministro, “não cabe suspensão de Liminar contra decisão de Ministro do STF; é inadmissível a revisão de decisão de mérito de reclamação por meio de Suspensão de Liminar; partido político não é parte ilegítima para ajuizar a Suspensão de Liminar; a suspensão de Liminar é incompatível com o objeto da Reclamação; (houve) ocorrência de flagrante usurpação de competência do Presidente do Supremo; inexistência de hierarquia entre Ministros da Suprema Corte; competência exclusiva das Turmas e não do Plenário para a apreciação dos recursos das Reclamações julgadas monocraticamente; e inocorrência de previsão regimental ou legal para ratificação de decisão do Presidente pelo Plenário da Corte em Suspensão de Liminar”.

Decisão “questionada e questionável”

Lewandowski ainda levanta suspeitas sobre o ajuizamento da ação. Segundo ele, a ação foi enviada por meio eletrônico ao Supremo às 18h52 da sexta-feira (28) e não há informação sobre o exato momento em que a ação foi encaminhada ao ministro Fux. “Sendo certo apenas que a decisão por ele proferida foi assinada às 22h 34m e 41s do mesmo dia 28 de setembro de 2018”, diz o ministro, levantando suspeitas sobre o momento em que foi decretada a ausência do Ministro Dias Toffoli, Presidente do STF, com determinação de encaminhamento do processo ao vice-Presidente, Luiz Fux.

Ele afirma ainda que Toffoli estava em São Paulo e com pelos poderes para apreciar a ação, inclusive por meio eletrônico. “Bem como a circunstância de que o Vice-Presidente também estava fora da Capital Federal, em pouco mais de uma hora depois da distribuição da Suspensão da Liminar, os autos foram surpreendentemente remetidos ao Ministro Luiz Fux que, em cerca de uma hora após seu recebimento, proferiu a decisão questionada e questionável”.

Ao final, antes de determinar que a decisão seja enviada e cumprida pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) e pela juíza federal da 12ª Vara Federal de Curitiba, Lewandowsk autoriza Mônica Bergamo, Florestan Fernandes Júnior e às respectivas equipes técnicas, “acompanhada dos equipamentos necessários à captação de áudio, vídeo e fotojornalismo, o acesso ao ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a fim de que possam entrevistá-lo, caso seja de seu interesse, sob pena de configuração de crime de desobediência, com o imediato acionamento do Ministério Público para as providência cabíveis, servindo a presente decisão como mandado”. (Com informações da Revista Fórum).

Centenas de pessoas vão as ruas de Nova Olinda contra Bolsonaro


Mais de 300 pessoas disseram não a Bolsonaro neste sábado, 29, em Nova Olinda. (Foto: Lucas Nunes).

Centenas de manifestantes saíram às ruas de Nova Olinda, no sul do Estado do Ceará, no início da noite deste sábado, 29, para protestarem contra as ideias retrógradas, conservadoras e que incitam o ódio do candidato à presidência da república Jair Bolsonaro (PSL).

A manifestação foi convocada por universitárias/os, professores/as e ativistas sociais e políticos e ações nas redes sociais. A concentração do ato se deu ao lado da Escola Estadual Padre Luís Filgueiras onde houve a distribuição de adesivos do “Ele não”, cartazes e faixas.
Com perfis, pensamentos, propósitos e preferência partidárias diferentes, o ato seguiu em caminhada e com o microfone disponível pelas principais ruas, passando pela Avenida Perimentral Sul até chegar no calçadão da Prefeitura. Aqui várias falas foram feitas.

Centenas de pessoa em caminhada pelas ruas de
 Nova Olinda. (Foto: Nicolau Neto).
Discorreram a liderança política no município, Aureliano Souza, o ativista social Márcio Santos, os universitários/as Enzzo Lima, Matheus Santos, Ana Karolyne, Kênia Saraiva, Ranielda Bernardes, Willyam Luxo, Alan Cordeiro, o professor e coordenador da Crede 20, Roberto Souza e o professor e ativistas dos direitos civis e humanos das populações negras, Nicolau Neto.

Além de se posicionarem contra as declarações que consideram machistas, racistas, misóginas e homofóbicas feitas pelo candidato do PSL, os/as manifestantes - a grande maioria constituída de mulheres -, frisaram para a importância de se elegerem no próximo dia 7 candidatos e candidatas para o congresso nacional que não apoiem a agenda de Bolsonaro. Segundo Aureliano e Roberto, por exemplo, tão importante quanto saber escolher representantes que não compactuem com essa agenda conservadora e retrógrada a nível de país e de estado, é não lembrar bem dos rostos que promoveram a manifestação pró-Bolsonaro no último final de semana em Nova Olinda para não os condirem mais uma vez a mandatos eletivos.

Enzzo, Matheus, Karolyne, Márcio e Ranielda, Luxo e Kênia reforçaram a importância da manifestação e que ela é o grito daqueles e daquelas que querem a construção de uma sociedade baseada na respeito à dignidade das pessoas.

O professor Nicolau destacou que aquele movimento foi histórico e que estava muito feliz em participar e testemunhar uma aula de cidadania e de politização. Nicolau frisou que o que reuniu pessoas de ideologias e preferência política partidária diversa foi algo maior. “Nos reunimos para conter o avanço do conservadorismo, do retrocesso e do ódio a grupos historicamente marginalizados”, destacando as mulheres (que são maioria), negros (maioria), indígenas e comunidade LGBTTs. Para ele, o posicionamento contrário as declarações do candidato do PSL não se baseia em diferenças de projeto de país, mas porque ela desrespeita os princípios básicos de uma nação que se pretenda democrática. E democracia se constrói e se fortalece com respeito aos direitos humanos. Se faz e se amplia com politização e com cidadania. “Nós queremos viver e conviver em harmonia”, finalizou.

A manifestação contou com cerca de 300 (trezentas) pessoas. Jovens de Altaneira também se fizeram presente. 



Datafolha confirma ascensão de Haddad, que sobe seis pontos e supera Bolsonaro no segundo turno

(Foto: Ricardo Stuckert).

A pesquisa eleitoral do Datafolha, divulgada nesta sexta-feira (28), segue a mesma linha do levantamento anterior, mostrando a evolução da candidatura de Fernando Haddad (PT). O petista subiu seis pontos, indo de 16% para 22%. Jair Bolsonaro (PSL) manteve 28%. No entanto, em eventual segundo turno, a pesquisa anterior apontava empate entre os dois, ambos com 41%. Agora, Haddad está em vantagem com 45% contra 39% de Bolsonaro.

Resultado de todos os candidatos: Jair Bolsonaro (PSL): 28%; Fernando Haddad (PT), 22%; Ciro Gomes (PDT), 11%; Geraldo Alckmin (PSDB), 10%; Marina Silva (Rede), 5%; João Amoêdo (Novo), 3%; Henrique Meirelles (MDB), 2%; Álvaro Dias (podemos), 2%; Cabo Daciolo (Patriota), 1%; Vera Lúcia (PSTU), 1%; Guilherme Boulos (PSOL), 1%; João Goulart Filho (PPL), 0%; Eymael (DC), 0%; brancos ou nulos, 10%.

O Datafolha ouviu 9 mil eleitores entre quarta-feira (26) e sexta-feira (28). O nível de confiança é de 95%, com margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou menos. (Com informações da Revista Fórum).


Quatro mulheres, quatro visões: como pensam as candidatas a vice presidenta

(Foto: Cauê Gomes).


Sônia Guajajara, candidata a vice-presidência na chapa do PSOL ao lado de Guilherme Boulos, quer criar uma “lista do machismo”. Empresa que não pagar salários iguais para homens e mulheres que ocupam os mesmos cargos será multada. “Vamos penalizar essas empresas. Precisamos de uma ação radical para acabar com isso”, disse Sônia.

Em resposta, Ana Amélia (PP), vice de Geraldo Alckmin, do PSDB, descartou punições. “Penso que é melhor educar do que punir. Vamos exaltar essas empresas que têm cartilha de equidade como missão. Educação tem um aspecto muito mais didático na mudança cultural”, defendeu a candidata.

As duas participaram do debate “Mulheres na Política”, promovido pelo El País e o Instituto Locomotiva, em parceria com a ONU Mulheres, na manhã desta sexta-feira 28. Ao lado delas estavam Kátia Abreu (PDT), candidata à vice com Ciro Gomes, e Manuela D’Ávila (PCdoB), companheira de chapa de Fernando Haddad (PT).

Quatro mulheres que disputam para ocupar o Planalto no próximo ano – é a primeira vez que o Brasil conta com tantos nomes femininos em chapas presidenciais. Quatro mulheres diferentes, com ideias e discursos diferentes, cada uma com lutas e perfis.

Manuela e Sônia são bem mais progressistas. E abertamente favoráveis à descriminalização do aborto. “Ninguém é a favor do aborto, o que a gente defende é a vida das mulheres. O Estado tem a obrigação de oferecer um atendimento gratuito e de qualidade”, defendeu Sônia.

Ana Amélia, a mais conservadora de todas elas, prefere deixar o papo para o Supremo Tribunal Federal e respeitar a Constituição – que permite o aborto apenas em casos de estupro, se a gravidez oferecer risco à mulher, ou bebê anencéfalo. Mas até cogita pensar mudanças na lei. “Não é conveniente a prisão da mulher, deveria ser substituída por penas alternativas, talvez trabalho voluntário em creches” afirmou, sob vaias de parte da plateia.

No meio delas, a ruralista Kátia Abreu, que já recebeu o “prêmio motosserra de ouro” das mãos de Sônia, oito anos atrás, e defendeu Dilma Rousseff contra o impeachment, passeia entre os dois campos.

Agradece a participação com a “amiga Manuela” no evento e sai em defesa, por vezes, de Ana Amélia. “Melhor educar do que punir”, interveio em apoio à fala de Ana Amélia sobre formas de obrigar empresas a cumprirem equidade salarial. Ou sobre as vaias à senadora do PP. “Acabamos de ver pontos de intolerância aqui. A posição de Ana Amélia contra o aborto gerou intolerância. Estamos imitando o coiso e o vice-coiso [referência a Jair Bolsonaro], para você como quanto é difícil escapar dessa polarização”, explicou.

Kátia faz o jogo da chapa e repete os mesmos discursos de Ciro: queremos unir o Brasil. “Vamos terminar com as brigas e animosidades de coxinhas e mortadelas. É uma luta para pacificar o País”. Até faz sentido à figura dela – de meio de campo – que só não alcança os discursos mais radicais de Sônia. Enquanto exalta a amizade com Manuela e com petistas, entre eles a própria Dilma, não poupa críticas ao PT ou a Haddad.

Concordo que não nos levou a lugar algum [o impeachment e a polarização], há mais pobreza e desemprego. A polarização é muito nociva. O PT, infelizmente, e tenho bons amigos no PT, não aprendeu que a gente pode ganhar e não levar, e brinca muito na beira do abismo”, disse. “Dilma é mulher séria, correta, trabalhadora, tem espírito público, mas não tinha as condições globais de experiência política, da gestão da política. Faltou o que é muito importante na democracia: diálogo. E Haddad, pelo mesmo motivo, foi reprovado em São Paulo, não pela sua pessoa, mas foi reprovado no primeiro turno como gestor. Brasil não é cadeira para aprendizado, precisa de alguém extremamente preparado”, completou.

Ainda que tenham divergências, todas apostam que o momento de força das mulheres na política não irá retroceder – e deve influenciar todas as áreas da política pública. Apostam na valorização da diversidade e equidade de gênero.

Manuela bate na tecla do aumento de vagas em creches públicas e criação de empregos como as melhores saídas. “É preciso revogar a emenda 95 porque precisamos garantir mais creches e voltar a garantir investimentos. Quando falta Estado, quem fica com a responsabilidade é a mulher", defendeu. “Acredito que a principal responsabilidade de garantia de que a gente continue no mercado tem a ver com políticas públicas. Esse negócio de que mulher é mais afetiva, gosta de cuidar é trololó. A gente cuida porque precisa. Queremos ser igual aos homens que cuidam porque gostam, não porque são obrigados”.

Já Sônia promete uma equipe com 50% de homens e 50% de mulheres nos ministérios. “Assim você garante que as mulheres cuidem de questões públicas, sempre ocupadas por homens”, afirmou a candidata.

Ana Amélia prometeu ser atuante e brigar pelas pautas das mulheres. “Já disse que não serei vice-decorativa e que a agenda das mulheres é uma das prioridades na nossa atuação. A questão cultural é onde reside nosso maior desafio, essa cultura de submissão da mulher às vontades do homem”, disse.

E Kátia Abreu, que afirmou que sua gestão será uma “embaixada das causas da mulher brasileira”, deixou um pedido: “Somos a maioria das eleitoras, se temos só 10% das eleitas, somos as primeiras responsáveis”.

Outro quase consenso é sobre a rejeição ao presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro. “Esse candidato é antidemocrático e inimigo das mulheres. Por isso, ele não, ele nunca”, disse Manuela, dessa vez sob aplausos.

Sônia se referiu a ele como “tentativa de domínio do fascismo” e Katia se recusou a falar o nome dele (“o coiso”). Ana Amélia, quando questionada sobre a recente declaração de que não votaria no PT no cenário mais provável de segundo turno – Bolsonaro x Haddad – fugiu do assunto. Só quis enfatizar a confiança de que Alckmin estaria no segundo turno. E que, obviamente, votaria nele. Alckmin tem 8% das intenções de voto, segundo última pesquisa do Ibope. (Com informações de CartaCapital).

Pastores e teólogos evangélicos repudiam Bolsonaro em Carta ao país


(Foto: Reprodução/Brasil 247)


Mais de 2.300 religiosos – pastores e teólogos evangélicos – assinaram a “Carta Pastoral à Nação Brasileira”, em repúdio à tentativa da campanha de Bolsonaro de usar um grupo “neo-pentecostal” e “manipular o nome de Deus” em sua campanha. A carta diz: “Cremos num Deus grande o suficiente para não se deixar usar por formas anticristãs de pensamento e de ação”. E acrescenta: "[afirmamos] Nossa indignação contra toda pretensão de haver um governo exercido em nome de Deus, bem como contra toda aspiração autoritária e antidemocrática".

A carta, publicada pelo jornal Hora do Povo, alerta para o uso indevido e oportunista do 'nome de Deus' e da 'fé do povo' pela campanha do ex-militar e pede para que os brasileiros usem a cidadania na hora do voto. (Com informaçõesdo 247).

Leia a íntegra da carta e os dez primeiros nomes que a assinam:

CARTA PASTORAL À NAÇÃO BRASILEIRA

Nós – pastores e pastoras, e líderes evangélicos das mais diferentes tradições cristãs – vimos à nação brasileira, neste conturbado contexto eleitoral, marcado por polarizações, extremismos e violência, afirmar:

1. Nosso compromisso com o Evangelho do Cristo, personificado na figura de Jesus de Nazaré, que, suportando todo tipo de contradição, injustiça, humilhação e violência, legou-nos o caminho do amor, da paz e da convivência; e promoveu a dignidade humana. Sim, em Cristo, não há direita, nem esquerda, nem homem, nem mulher, nem estrangeiro, nem rico, nem pobre. Também não há distinção de classe, de cor, de nacionalidade ou de condição física, pois, nele, todos somos iguais (Fp 2.1,5-11; Jo 4; Mt 19.14; Is 53.4-7; Rm 10.12; Gl 3.23-29; Cl 3.11; Fp 2.5-8);

2. Nosso renovado compromisso de orar não só pelo futuro mas, sobretudo, pelo presente do país, incluindo seus governantes, neste momento em que o povo brasileiro é convidado a fazer suas escolhas, de tal modo que elas sejam exercidas em paz e pela paz (1Tm 2.2; Rm 13.1-7; Pv 28.9; Mt 7.7-8; Rm 8.26-27; Ef 6.18; 1Ts 5.17; 1Tm 2.1-2; Tg 5.16);

3. Nosso convite para que todos os brasileiros e brasileiras exerçam sua cidadania, escolhendo seus candidatos pelo alinhamento deles com os valores do Reino de Deus, evidenciados na defesa dos mais pobres e dos menos favorecidos, na crítica a toda forma de injustiça e violência, na denúncia das desigualdades econômicas e sociais, no acolhimento aos vulneráveis, na tolerância com o diferente, no cuidado com os encarcerados, na responsabilidade com a criação de Deus, e na promoção de ações de justiça e de paz (Dt 16.19; Sl 82.2-5; Pv 29.2; 31.,9; Is 10.1-2; Jr 22.15-17; Am 8.3-7; Gn 2.15; Rm 8.18-25; Mt 5.6; 25.34-35; Lc 6.27-31; Tg 1.27; 2.6-7);

4. Nossa indignação contra toda pretensão de haver um governo exercido em nome de Deus, bem como contra toda aspiração autoritária e antidemocrática. Afirmamos nossa firme convicção de que o nome de Deus não pode ser usado em vão, ainda mais para fins políticos. Por isso, recomendamos, enfaticamente, que se desconfie de qualquer tentativa de manipulação do nome de Deus (Ex 20.7);

5. Nosso repúdio a toda e qualquer forma de instrumentalização da religião e dos espaços sagrados para promoção de candidatos e partidarismos. Cremos num Deus grande o suficiente para não se deixar usar por formas anticristãs de pensamento e de ação;

6. Nossa denúncia da instrumentalização da piedade e da posição pastoral com objetivo de exercer uma condução do voto. Reafirmamos a liberdade que o cidadão tem de optar por seus candidatos, sem se sentir levado por sentimentos de medo e culpa, frequentemente promovidos por profissionais da religião visando a manipulação política de fiéis (Mt 7.15-20; Rm 16.17-18; 2 Pe 2.1-3; Jo 10.10a);

7. Nossa denúncia de toda e qualquer forma de corrupção, desde aquelas que lesam os cofres públicos às demais travestidas ora de opressão social, ora de conluios e conveniências com a injustiça, com a impunidade e com os poderes estabelecidos (Dt 25.13-16; Pv 11.1; 20.10; 31.9; Is 10.1-2; Jr 22.15-17; Mq 6.11; 7.2-3; Lc 3.12-13);

8. Nossa certeza de que o Reino não está circunscrito à Igreja e de que não pode ser capitaneado por ninguém, seja qual for o cargo que exerça ou credencial que possua (Lc 17.20-21; At 10.34-35);

9. Nossa inconformidade com o clima violento que tomou conta do país, o qual foi, também, muito alimentado por lideranças religiosas que, ao invés de pacificarem o povo e abrandarem os discursos, inflamam ainda mais o contexto polarizado em que vivemos (Mt 5.9; 11.29; Lc 6.27-31; Rm 12.19-21; Cl 3.12);

10. Nossa defesa do Estado laico, da liberdade de consciência e de expressão, do direito à vida, à maturidade individual e à integridade, e do pleno direito de exercermos a liberdade religiosa (Jo 8.31-32,36; 2Co 3.17; Gl 5.1.13; Rm 6.22; Cl 1.13);

11. Nosso renovado compromisso de semear perdão onde houver ofensa, amor onde houver ódio, esperança onde houver desespero, luz onde houver trevas, verdade onde houver mentira e união onde houver discórdia, manifestos no respeito e na contínua intercessão a Deus pelo processo democrático brasileiro (Mt 5.9; 18.21-22; Lc 6.27-31; Jo 13.3-5; Rm 12.19-21; Gl 5.13);

12. Nossa união em defesa da vida digna, em sua plenitude, para todas as pessoas, cujo exemplo e potencial maior está em Jesus de Nazaré; e do amor, da paz e da justiça estabelecidos por ele como valores para sua efetivação (Mt 11.29; Jo 10.10; 13.3-5,15; Rm 12.1-2; Fp 2.5-8).

“A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós.” (2 Co 13.13)

Brasil, setembro de 2018.

Assinam:

1. LUIZ LONGUINI NETO. PASTOR DA IGREJA PRESBITERIANA DO RIO COMPRIDO (IPB).

2. REV. CID PEREIRA CALDAS. PASTOR DA IP BOTAFOGO – RIO DE JANEIRO. PRESIDENTE DO PRESBITÉRIO RIO DE JANEIRO DA IPB. VICE-PRESIDENTE DO SÍNODO DO RIO DE JANEIRO DA IPB. SECRETÁRIO DO CONSELHO DE CURADORES DO INSTITUTO PRESBITERIANO MACKENZIE. 1º SECRETÁRIO DO CONSELHO DELIBERATIVO DO INSTITUTO PRESBITERIANO MACKENZIE.

3. SERGIO RICARDO GONÇALVES DUSILEK. DOUTORANDO EM CIÊNCIAS DA RELIGIÃO. UFJF/MG. PASTOR BATISTA. IGREJA BATISTA MARAPENDI. RIO DE JANEIRO-RJ

4. MAGALI DO NASCIMENTO CUNHA. LEIGA METODISTA. JORNALISTA E DOUTORA EM CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO. É COLABORADORA DO CONSELHO MUNDIAL DE IGREJAS.

5. CLEMIR FERNANDES. DOUTOR EM SOCIOLOGIA. ISER. RIO DE JANEIRO.

6. SANDRO XAVIER. DOUTOR. LINGUISTA, TEÓLOGO E PASTOR. PRESBITERIANO. BRASÍLIA – DF

7. RICARDO LENGRUBER. DOUTOR EM TEOLOGIA. IGREJA METODISTA. RIO DE JANEIRO.

8. PAULO LOCKMANN. PASTOR. PROFESSOR. BIBLISTA. BISPO EMÉRITO DA IGREJA METODISTA. EX-PRESIDENTE DO CONCÍLIO MUNDIAL METODISTA.

9. REV. CARLOS ALBERTO RODRIGUES ALVES. PASTOR, JUIZ DE PAZ, PROFESSOR UNIVERSITÁRIO. PASTOR ANGLICANO. IGREJA ANGLICANA EM CURITIBA. CURITIBA

10. CARLOS CALDAS. DOUTOR EM CIÊNCIAS DA RELIGIÃO PELA UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO. PASTOR PRESBITERIANO E PROFESSOR DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA RELIGIÃO DA PUC MINAS. PUC MINAS. BELO HORIZONTE

Bolsonaro cai 3 pontos e Haddad sobe cinco e vence em possível 2º turno


(Foto: Reprodução).


A dez dias do primeiro turno, o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad (PT) voltou a crescer e agora está em situação de empate técnico com o deputado Jair Bolsonaro (PSL), hospitalizado há 21 dias após ser vítima de um ataque a facada durante ato de campanha em Juiz de Fora (MG).

É o que mostra pesquisa instituto Brasilis realizada nos dias 25 e 26 de setembro. De acordo com o levantamento, Bolsonaro oscilou negativamente 3 pontos percentuais em relação à semana passada e agora tem 27% das intenções de voto. Já Haddad saltou de 17% para 22% no mesmo período, diminuindo para 5 pontos percentuais uma diferença que era de 13. Considerando a soma das margens de erro para cada candidato, o quadro é de empate técnico. A pesquisa está registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com o código BR-00592/2018 e tem margem de erro de 3,5 p.p. para cima ou para baixo.

"A nova rodada da pesquisa revela um fortalecimento consistente da candidatura de Fernando Haddad. Ao mesmo tempo, há sinais de que Bolsonaro passou a sentir tanto o golpe dos ataques de Alckmin quanto sua ausência da campanha em função da convalescença da facada", observa o cientista político Alberto Almeida, sócio-diretor da Brasilis. O resultado da pesquisa reforça a tendência de segundo turno entre Haddad e Bolsonaro.

Em outro pelotão, aparecem os ex-governadores Geraldo Alckmin (PSDB), com 10% – 3 p.p. a mais do que no último levantamento – e Ciro Gomes (PDT), que oscilou positivamente de 7% para 8%. A ex-senadora Marina Silva (Rede) apresentou oscilação negativa de 1 p.p. e agora tem 5% das intenções de voto. O senador Álvaro Dias (Podemos) e o empresário João Amoêdo (Novo) também apresentaram variação negativa dentro da margem de erro e têm 3% cada. Considerando a margem máxima de erro, esses cinco candidatos estão em empate técnico.

"Para que um dos demais candidatos se torne capaz de ir ao segundo turno, deslocando ou Bolsonaro ou Haddad, é preciso retirar para si, ao menos, 0,8 ponto percentual por dia dos candidatos favoritos a se qualificarem para o segundo turno. Não há sinais consistentes de que isso possa ocorrer", avalia Almeida.

Na simulação de segundo turno entre Bolsonaro e Haddad, o petista aparece à frente por diferença fora da margem de erro: 44% contra 36%. Uma semana atrás, os dois empatavam tecnicamente, com o deputado numericamente à frente por placar de 42% a 40%.

Foram realizadas 1000 entrevistas por telefone em todas as regiões do país nos dias 25 e 26 de setembro. A margem de erro máxima é de 3,5 pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança da pesquisa é de 95%, o que significa que, se o questionário fosse aplicado mais de uma vez no mesmo período e sob mesmas condições, esta seria a chance de o resultado se repetir dentro da margem. (Com informações do Brasil 247).