Garota de 10 anos traz renovação ao rap infantil


"Rima é meu be - a - bá". (Foto: Reprodução).

TrapStar de primeira, Lil Ci$$a estreia na música com o clipe de “Slime Azul”, versão escrita por ela, de 10 anos, em cima da base de “Bodak Yellow”, da norte americana Cardi B.

Lil Ci$$a rima brincando. Essa estreia, mesmo que uma versão, já mostra que rimar com boas ideias é ponto forte de Ciça, que juntou vivências de seu universo para cantar os costumes das crianças de sua idade, como a gosma Slime, sensação nas escolas, até personagens que atravessam gerações, como o Chris, de Todo Mundo Odeia o Chris.

Letra lúdica, jogos de palavras. O clipe, divertido como brincadeira de criança, tem como cenário a periferia da Zona Sul de São Paulo. Um rolezinho no shopping, encontrar as amigas, ostentar uns pacotes de salgadinhos e doces amarram um roteiro que é a cara das tardes de sábado entre os pré-adolescentes. 

Gosto de brincar, gosto de estudar, não posso só assistir cartoon. Levanta a cabeça, princesa, nem todo castelo é do Rá-Tim-Bum” é apenas uma das punchlines redondas que Ciça faz, talento que desenrola com o pai, Slim Rimografia, que, desde antes de seu primeiro álbum, o clássico Financeiramente Pobre (2003), já trazia referências da cultura pop e rimas incomparáveis.

Com “Slime Azul”, Lil Ci$$a dá uma amostra do que vem pela frente, como lançar músicas autorais nos próximos meses e tirar muitos outros versos estilosos da cartola.

"Miga! A Lil Ci$$a, sua trapper favorita. (Foto: Reprodução).
Assista “Slime Azul” aqui.

Ficha técnica:
Música:
Original: Cardi B, “Bodak Yellow”
Letra por Lil Ci$$a e Slim Rimografia
Gravado e mixado por Slim Rimografia no Studio Mokado Records (SP)

Vídeo:
Imagens: Júnior Sá e Slim Rimografia
Direção e edição: Slim Rimografia
Hairstyling: Thais Rafael
Elenco: Rayssa Santos da Silva, Thais Rafael e Thaissa Santos da Silva
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Texto encaminhado para a redação do Blog Negro Nicolau (BNN) por Mariângela Carvalho, da Supernova.

Guilherme Boulos: 'Não vou chamar o Meirelles, vou taxar o Meirelles'


Terceiro debate entre presidenciáveis trouxe polêmicas sobre setor financeiro e corrupção. (Foto: Divulgação/Gazeta).

O primeiro bloco do debate entre os presidenciáveis promovido pela TV Gazeta, Estadão, Jovem Pan e Twitter neste domingo (9) foi marcado pelo tema do privilégio do setor financeiro. O candidato do Psol, Guilherme Boulos, afirmou que vai enfrentar os privilégios e privilegiados, e atacou Henrique Meirelles (MDB). "Você é um dos privilegiados. Quando vocês governam, sempre dá desemprego. Sempre dá recessão."

Meirelles reagiu e afirmou que, quando presidente do Banco Central, durante os governos Lula, ajudou a criar 10 milhões de empregos em oito anos. Já durante o governo Temer, disse que ajudou a criar as condições para a criação de outros 2 milhões de empregos, e para que "o país saísse da maior recessão da sua história".  Mais uma vez, Meirelles afirmou que o Brasil não se divide "em quem gosta ou não gosta do Lula, mas em quem trabalha ou não trabalha".

"Banqueiro falando em trabalho é uma coisa extraordinária", rebateu Boulos, que prometeu taxar a fortuna de mais de 400 milhões de Meirelles. "Não vou chamar o Meirelles, vou taxar o Meirelles", afirmou Boulos, que disse que as isenções a setores empresariais, o "bolsa empresário", tinham custos dez vezes maiores que o bolsa família. Meirelles se defendeu: "Trabalhei a vida toda, e paguei impostos. Ao contrário de quem só fala, e quer tomar a propriedade dos outros."

 Antes, respondendo ao candidato Álvaro Dias, que falou que os bancos gozam de privilégios em relação aos trabalhadores e ao setor produtivo, Guilherme Boulos (Psol) afirmou que, no Brasil, "banco aqui faz o que quer". "Esse é um dos raros pontos em que concordo com o Álvaro Dias. É uma verdadeira Disneylandia financeira." afirmou Boulos, que prometeu acabar com a "bolsa banqueiro" que, segundo ele, consome cerca de R$ 400 bilhões do orçamento por ano.

Ele destacou que o Santander, para uma mesma linha de crédito, cobra 140% de juros, no Brasil, e zero na Espanha, e defendeu a utilização dos bancos públicos para estimular a competitividade e reduzir as taxas. "Se a caixa economia e o Banco do Brasil baixam os juros, os bancos privados vem atrás, senão perdem a clientela. O mercado já falou demais. Está na hora de ouvir a população.

O primeiro bloco do debate trouxo concordâncias entre os candidatos Ciro Gomes e Marina Silva. Ambos defenderam a educação em tempo integral e a implementação do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP). Ciro defendeu também a federalização do combate ao crime organizado, corrupção, além de crimes cometidos por policiais e lavagem de dinheiro.

Ele atribuiu o crescimento da criminalidade às quadrilhas organizadas que espalharam a partir do Rio de Janeiro e de São Paulo. "Vamos expropriar esse dinheiro, porque é a única forma de combater o crime organizado", prometeu Ciro. Marina disse ser "inadmissível" que criminosos comandem o crime de dentro da cadeia, e "ainda por cima exportem para outros estados".

Geraldo Alckmin (PSDB) prometeu cobrar dos planos de saúde cerca de R$ 3 bilhões devidos por tratamentos prestados pela rede pública, e defendeu a criação de um programa de apoio às santas casas que, segundo ele, são responsáveis por 51% dos atendimentos de saúde. Alvaro Dias (Pode) afirmou que "O que falta não é dinheiro, é planejamento, gestão competente e honestidade."

Segundo bloco tem Ciro defendendo Lula

O jornalista Rodolfo Gamberini questionou o candidato do MDB a respeito de ter aplicações em um paraíso fiscal. "Esta informação é equivocada. O que existe é uma fundação com finalidade exclusiva de aplicar recursos em educação no Brasil depois que eu falecer. Grande parte da minha herança vai ser feita uma doação para essa fundação", respondeu Meirelles.

Coube a Ciro Gomes comentar a resposta. "O Brasil permite de uma forma absolutamente imoral que os brasileiros abastados mantenham bilhões de dólares no estrangeiro, sangrando este país", disse, ressaltando que considerava o ex-ministro da Fazenda uma pessoa honesta.

Augusto Nunes trouxe ao debate o assunto da Lava Jato, perguntando a Alvaro Dias, que tem dito de forma recorrente desejar Sergio Moro no ministério da Justiça. "A Operação Lava Jato tem que ser política de Estado para que o Brasil volte a ser sério", defendeu.

"A Justiça barulhenta, que vive de gravatinha borboleta nos salões da grande burguesia nacional e estrangeira, está sempre vulnerável a uma suspeição e tudo o que não precisamos é que uma operação tão importante potencialmente seja inclinada à suspeição", disse Ciro ao comentar a resposta de Meirelles, ressaltando considerar a sentença que condenou Lula "injusta".

"No Brasil, o sistema que vale, é isso é só Direito, é o que está escrito. O juiz Sergio Moro não consegue demonstrar uma prova sequer e condena o Lula pelo que nós do Direito chamamos de conjunto de indícios. É a primeira sentença que conheço dessa natureza", afirmou Ciro. (Com informações da RBA).

Conheça as propostas de 10 presidenciáveis para a educação no Brasil


(Foto: Reprodução/Ação Educativa).

Prioridade. Esta é a palavra mais associada à educação, sobretudo, em tempos de campanhas eleitorais. Nos programas das candidaturas à presidência do País, várias são as promessas de compromisso com a agenda e com a melhoria dos índices educacionais.

Fruto de ampla disputa política, as propostas de educação passam longe de ser consenso. Por isso, esclarecer o que consta nos programas e analisar sua viabilidade é fundamental para qualificar o debate público e dar consistência à disputa eleitoral.


Está em jogo no campo da educação a manutenção de uma educação pública e gratuita para todos e todas com os necessários investimentos para a ampliação da qualidade, com propostas pedagógicas condizentes com a demanda dos tempos em que vivemos. O eleitor precisa ter em vista que, para alcançar bons níveis de educação, não basta fazer grandes promessas, é preciso que se estruture uma política de longo prazo, que garanta as condições para um avanço consistente, afirma Roberto Catelli, coordenador executivo da Ação Educativa.



No esforço de ajudar o eleitorado nessa difícil escolha, Ação Educativa, Carta Educação Site externo e De Olho nos Planos Site externo lançam o especial #EducaçãoNasEleições2018: uma cobertura especializada sobre os principais desafios para a garantia de uma educação pública, laica e de qualidade.

Para inaugurar o especial, listamos as propostas das 10 candidaturas com maior intenção de voto e reunimos especialistas em educação para comentar cada uma delas. Confira:

ALCKMIN (PSDB)

• Crescer 50 pontos em 8 anos no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA);
• Garantir que todas as crianças estejam plenamente alfabetizadas até 2027;
• Priorizar primeira infância, integrando saúde, assistência e educação;
• Investir na formação e qualificação docente.

Roberto Catelli Jr. é doutor pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador executivo da Ação Educativa. Tem experiência principalmente nos seguintes temas: Educação de Jovens e Adultos, políticas públicas de educação, avaliação educacional e ensino de História.

ALVARO DIAS (Podemos)

• Tornar o FUNDEB permanente;
• Priorizar a Educação Infantil e o Ensino Fundamental.


Ana Lúcia Silva Souza é doutora em Linguística Aplicada pela Universidade de Campinas, professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e vice-coordenadora do Programa de Mestrado Profissional em Letras.


AMOÊDO (Novo)

• Subir 50 posições no ranking do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA);
• Universalizar o acesso das crianças às creches;
• Priorizar a educação básica na alocação de recursos federais;
• Ter gestão profissional na direção de todas as escolas do país;
• Promover programa de bolsas em escolas particulares para estudantes do ensino público;
• Criar consórcios intermunicipais para a boa gestão da educação nas cidades menores;
• Valorizar, na distribuição de recursos do FUNDEB, as escolas que melhorarem o aprendizado dos alunos;
• Ter Base Curricular de formação de professores direcionada à metodologia e à prática de ensino, não a fundamentos teóricos;
• Ampliar o Ensino Médio Técnico para atrair e melhor formar os jovens para o mercado de trabalho.



Claudia Bandeira é pedagoga, mestre em Educação pela PUC São Paulo e assessora da Iniciativa De Olho nos Planos. Compõe o Comitê Diretivo da Campanha Nacional pelo Direito à Educação e atua com os seguintes temas: políticas públicas educacionais, educação popular, direito à educação de pessoas privadas de liberdade, desigualdades e diversidades na educação.

BOLSONARO (PSL)

• Replicar a estratégia educacional do Japão, Taiwan e Coréia do Sul;
• Expurgar a ideologia de Paulo Freire;
• Ampliar a oferta de matemática, ciências e português sem doutrinação e sexualização precoce;
• Impedir a aprovação automática;
• Combater a forte doutrinação;
• Valorizar a Educação à Distância como alternativa para as áreas rurais;
• Estimular o empreendedorismo, incentivando parcerias entre pesquisadores de cientistas das universidades com empresas privadas;
• Alcançar metas educacionais sem prever a utilização de novos recursos.


Eduardo Girotto é doutor em Geografia Humana pela Universidade de São Paulo. Foi professor da Educação Básica e atualmente é professor do Departamento de Geografia da USP, na área de Estágio Supervisionado e Ensino de Geografia.


BOULOS (PSOL)

• Revogar a Emenda Constitucional 95 (EC95), a Reforma do Ensino Médio e a Base Nacional Comum Curricular;
• Garantir o cumprimento do PNE;
• Retomar o funcionamento do Fórum Nacional de Educação e discutir sua composição de forma democrática;
• Retomar a realização da Conferência Nacional de Educação (CONAE);
• Reformular o Conselho Nacional de Educação, incorporando a antiga reivindicação de que seja um órgão deliberativo e representativo;
• Regulamentar e implementar o SNE
• Responsabilizar o Ministério da Educação (MEC) pela estruturação dos conteúdos em matérias não especificamente técnicas militares, na educação de militares, em todos os níveis;
• Regulamentar o Custo-Aluno-Qualidade-Inicial (QAQi) e incluí-lo no Fundeb como valor mínimo;
• Garantir uma política de expansão de vagas com recursos adicionais para investimento no fundo;
• Aplicar e ampliar as políticas de cotas raciais e de permanência nas universidades;
• Implementar as leis 10.639/03 e 11.645/08, que obrigam o ensino da história e da cultura afro-brasileira e indígena na rede pública e particular de ensino, capacitando os professores para dar aulas sobre o tema e criando mecanismos de controle e responsabilização de instituições e profissionais que descumprem a lei;
• Desenvolver política nacional para prevenir a discriminação e o preconceito contra as pessoas trans na infância e na adolescência, com ênfase na educação formal;
• Produzir material didático com perspectiva de diversidade de gênero e sexualidade para uso na formação de educadores, educadoras e estudantes;
• Fazer auditoria em programas federais que repassam recursos públicos para o setor privado, fazendo transição dos estudantes do PROUNI e FIES para a oferta pública;
• Encaminhar ao Congresso normas de regulação do exercício privado de oferta educacional;
• Propor moratória de 1 ano para dívidas estudantes do FIES e fazer programa de refinanciamento das dívidas em discussão com estudantes;
• Garantir a pluralidade das ideias e a liberdade docente como determinado pela CF, adotando medidas para fortalecer a escola como espaço de promoção de valores democráticos, cidadãos e antidiscriminatórios;
• Estabelecer políticas que assegurem a interculturalidade assegurando espaços educacionais auto organizados pelos povos indígena, quilombola e demais grupos sociais;
• Rediscutir o aprimoramento e a democratização dos processos de avaliação em larga escala e seus indicadores (como IDEB), valorizando a avaliação diagnóstica, processual e formativa;
• Auxiliar municípios e estados com maior dificuldade financeira a cumprir o piso nacional do magistério;
• Alcançar um valor de piso nacional compatível com o salário mínimo necessário do DIEESE, o que significaria um reajuste superior a 50% no atual valor.




José Marcelino Pinto é doutor em Geografia Humana pela Universidade de São Paulo. Foi professor da Educação Básica e atualmente é professor do Departamento de Geografia da USP, na área de Estágio Supervisionado e Ensino de Geografia.


CIRO GOMES (PDT)

• Obter no Ensino Fundamental do Brasil os mesmos resultados alcançados no Ceará, que com 77 das 100 escolas melhores colocadas no Ideb do Ensino Fundamental, tornou-se referência nacional;
• Ampliar o Investimento em escolas em tempo integral;
• Criar bolsa Ensino Médio, prevendo pagamento de remuneração mensal aos estudantes da rede pública que apresentarem frequência mínima à escola e ganhos crescentes no desempenho escolar;
• Criar mecanismos de premiação nas escolas que conseguirem reduzir a evasão de estudantes e melhorar o desempenho em exames nacionais;
• Instituir novo Fundeb, que deve prever que a União repasse de 10% adicionais discricionários de acordo com a adesão do município/estado aos resultados alcançados;
• Eliminar o uso de material de ensino e educação estereotipados, que reforçam o papel da mulher como menos apta ao mundo da produção ao mais aptas à esfera doméstica;
• Incluir o combate a toda forma de preconceito, seja ele por raça, etnia, sexo, orientação sexual e/ou identidade de gênero no Plano Nacional de Educação;
• Garantir a implementação da 11.645/08, que torna obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana;
• Eliminar o analfabetismo escolar.




Ocimar Alavarse é professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador do Grupo de Estudos e Pesquisas em Avaliação Educacional (Gepave). Mestre e doutor em Educação pela USP.


EYMAEL (PSDC)

• Assegurar que o ensino fundamental tenha as funções de capacitar os alunos para Aprender a Conhecer, Aprender a Fazer, Aprender a Ser e Aprender a Conviver, como definido nos Pilares da ONU para a Educação;
• Promover uma educação qualificada abrangendo todas as crianças e jovens portadores de necessidades especiais: mentais, motoras, auditivas e visuais;
• Propiciar o acesso em todo país ao uso de equipamentos de informática, internet e banda larga;
• Ampliar a oferta de cursos técnicos e profissionalizantes;
• Promover o ensino integral no Ensino Fundamental;
• Ampliar as vagas nos cursos superiores das Unidades Federais, sobretudo em período noturno;
• Introduzir, no ensino fundamental, a disciplina Educação Moral e Cívica;
• Valorizar as carreiras em educação no Serviço Público Federal, atraindo talentos para o setor;
• Dar pleno incentivo à municipalização do Ensino Fundamental.


Barbara Barboza é assessora da Ação Educativa na agenda das relações étnico raciais e educação antirracista. Educadora popular, cientista política e pesquisadora na área de Direitos Humanos nas temáticas interseccionais de gênero, raça, classe e abolicionismo penal. Atua em organizações da sociedade civil com produção de conhecimento e advocacy.


LULA (PT)

• Institucionalizar o Sistema Nacional de Educação, responsável pela regulamentação do regime de colaboração entre os entes federados e sistemas de ensino para a efetivação das diretrizes, metas e estratégias do Plano Nacional de Educação (PNE);
• Revogar a Reforma do Ensino Médio e promover novo marco legal em diálogo com a comunidade educacional;
• Cumprir a Meta 20 do Plano Nacional de Educação (PNE), que trata de financiamento, revogando a Emenda Constitucional 95 (EC95), investindo progressivamente 10% do PIB em educação e implementando o Custo-Aluno-Qualidade (QAQ);
• Institucionalizar um novo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB), de caráter permanente com aumento de complementação da União;
• Retomar os recursos dos royalties do petróleo e do Fundo Social do Pré-Sal;
• Criar convênio entre Estados e o Distrito Federal para que o governo federal se responsabilize por escolas de Ensino Médio com altos índices de violência e baixo rendimento no IDEB;
Instituir o programa Escola com Ciência e Cultura como contraponto ao Escola Sem Partido, transformando as unidades educacionais em espaços de paz, reflexão e investigação científica;
• Retomar a centralidade da Educação de Jovens e Adultos, promovendo ações de redução do analfabetismo, ampliando vagas e retomando políticas de assistência que permitam a conclusão dos estudos;
• Criar nacionalmente o programa Transcidadania, garantindo bolsas para pessoas travestis e transexuais concluírem a Educação Básica articulada com a Educação Profissional;
• Massificar as políticas de educação e cultura em direitos humanos a partir de uma perspectiva não sexista, não racista e não LGBTIfóbica;
• Retomar os investimentos na Educação do Campo, Indígena e Quilombola, com formação de professoras(es), construção e reforma de escolas, transporte e alimentação escolar;
Implementar a Prova Nacional para Ingresso na Carreira Docente, que subsidiará a contratação de docentes para a Educação Básica;
• Direcionar 70% dos recursos destinados à gratuidade, oriundos das contribuições sociais arrecadadas pela União para a manutenção do SESI, SENAI, SESC, SENAC e SENAR, à ampliação da oferta de Ensino Médio de qualidade;
• Fortalecer o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), oferecendo experiência docente nas escolas públicas aos estudantes universitários de pedagogia e licenciatura, com ênfase no reforço ao processo de alfabetização das crianças;
• Garantir o Piso Salarial Nacional;
• Reforçar e renovar a Universidade Aberta do Brasil (UAB);
• Retomar o projeto Universidade em Rede dos Professores, assegurando o acesso direto dos professores e professoras concursadas nas vagas disponíveis e ociosas na rede de Universidades e Institutos Federais de Educação Superior;
• Desenvolver políticas de formação de professores para educação no campo, indígena e quilombola.


Ana Paula Corti é docente do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP), lecionando no Ensino Médio e no Ensino Superior. Doutora em Educação, tem experiência nas temáticas relacionadas à Ensino Médio, políticas educacionais e juventude.



MARINA SILVA (REDE)

• Instituir Política Nacional Integrada para a Primeira Infância (lei 13.257/16);
• Apoiar técnica e financeiramente estados e municípios na implementação da BNCC de Educação Infantil e Ensino Fundamental;
• Implementar o Plano Nacional de Educação (PNE);
• Regulamentar Sistema Nacional de Educação (SNE);
• Enfrentar o analfabetismo de jovens e adultos;
• Enfrentar evasão do Pronatec;
• Criar políticas de prevenção e combate a todas as formas de bullying, violência e discriminação.


Sérgio Haddad é professor do programa de pós-graduação em Educação da Universidade de Caxias do Sul e sócio-fundador da Ação Educativa. Doutor em HIstória e Sociologia da Educação pela USP, é professor visitante no Centro de Estudos Brasileiros na Universidade de Oxford. Tem experiência em temáticas como educação de jovens e adultos, educação popular e terceiro setor.


MEIRELLES (MDB)

• Dar condições materiais às famílias, treinamento e condições de trabalho aos professores;
• Afastar qualquer possibilidade de ideologização do ensino;

• Criar o Pró-Criança, oferecendo, nos moldes do Prouni, a todas as famílias atendidas pelo Bolsa Família o direito de optar por colocar seus filhos em creches particulares.




Suelaine Carneiro é coordenadora da área de educação do Geledés – Instituto da Mulher Negra. É mestre em educação e foi assessora da Relatoria Nacional pelo Direito Humano à Educação, da Plataforma Dhesca. Tem experiência em relações raciais e de gênero, direitos humanos, desigualdades e educação popular.

(Com informações da Ação Educativa).

Plano Nacional de Educação tem presença tímida em debate eleitoral


(Crédito: EBC).

Considerado o principal instrumento da política educacional, o Plano Nacional de Educação (lei 13.005/2014) está pouco presente no debate eleitoral à Presidência. Excetuando-se as candidaturas de Lula(PT), Marina (Rede), Ciro(PDT) e Boulos(PSOL), o PNE não é citado na maior parte dos programas de governo, que optam por fazer proposições genéricas de como melhorar a educação no país. É importante observar, que mesmo quando citado, o PNE aparece de forma tímida em parte das propostas, revelando a pouca centralidade dada a essa grande conquista da sociedade brasileira.

Fruto de amplo debate nas Conferências Nacionais de Educação e de acirrada disputa na tramitação no Congresso Nacional, o PNE define metas para o conjunto do atendimento educacional a serem cumpridas nos próximos anos. É, portanto, um Plano de Estado que visa romper com a recorrente descontinuidade das políticas, orientando o investimento e a gestão e referenciando o controle social e a participação popular.

Cumprir o PNE significa avançar no acesso a vagas, superar o analfabetismo, melhorar a qualidade, valorizar os profissionais da educação e enfrentar as profundas desigualdades do nosso país. A experiência internacional revela que somente é possível dar um salto na educação com um Plano de Estado e grande investimento financeiro.

O esvaziamento do PNE teve início no segundo governo Dilma, com a adoção de ajuste fiscal que cortou recursos de políticas sociais. Tal esvaziamento ganhou gigantesca intensidade com o golpe parlamentar que afastou a Presidenta eleita e intensificou a política econômica de austeridade aprovando a Emenda Constitucional 95, que constitucionalizou os cortes por vinte anos e tornou inviável a implementação do PNE.

É importante destacar que também vem contribuindo para esse quadro de fragilização do PNE a atuação de grupos ultraconservadores que atacam escolas e gestões educacionais por abordarem o racismo, o machismo, a LGBTfobia e outras discriminações no ambiente escolar. Grupos que defendem de forma hipócrita uma escola pública para uma sociedade profundamente hierarquizada e perversa, que nega o reconhecimento da diversidade presente no país. Destaca-se ainda a atuação de grupos econômicos que atacam o PNE e o Estado brasileiro, com o objetivo de privatizar os serviços públicos, “vender” soluções milagrosas para a gestão educacional e transformar a educação pública em mercadoria.

Quatro anos após a aprovação do PNE, os balanços divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) e pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação revelam que o PNE não está sendo cumprido pelo governo e que a sociedade brasileira não tem o que comemorar. Somente um dispositivo foi cumprido integralmente, que prevê a publicação de estudos pelo INEP para aferir a evolução das metas.

Diante desse quadro, é fundamental exigir que o PNE volte para o centro da agenda. Não há outro caminho para a conquista de uma educação pública de qualidade. Precisamos de uma política pública de médio e longo prazo, sistêmica, estrutural e com financiamento adequado.

Faz-se urgente somar forças com outros campos e cobrar das candidaturas – tanto para o Executivo como para o Legislativo – um posicionamento explícito pela revogação da EC95, como proposto pela Coalizão Antiausteridade e pela Revogação da EC 95, responsável pela Campanha Direitos Valem Mais. Até o momento, as candidaturas de Lula (PT), Ciro (PDT), Boulos (PSOL) e Vera Lúcia (PSTU) se manifestaram favoráveis à revogação.

Criticada nacional e internacionalmente – inclusive por posicionamento de relatores da ONU – a EC 95 tem levado o país a gigantescos retrocessos, entre eles a volta ao mapa internacional da fome, o aumento da mortalidade infantil, o crescimento de epidemias e de outras desgraças que tanto sofrimento e desespero têm gerado na vida de crianças, adolescentes, jovens e adultos do país.

Enquanto os defensores da EC 95 afirmam que a população brasileira tem que fazer o sacrifício pelo país, que o Estado tem que ser “mínimo” e que o investimento social é algo “atrasado”, os bancos e setores que promovem especulação financeira têm lucros recordes, aprofundando ainda mais as desigualdades em um Brasil extremamente desigual. Temos que dar um basta, pressionar pela mudança da política econômica e exigir que o PNE volte para o centro da agenda de prioridades da educação. (Com informações de Carta Educação).

Movimentos Sociais realizam 24º Grito dos Excluídos em Crato durante feriado da “Independência”


24º Grito dos Excluídos é realizado em Crato. (Foto: Nelzilane Oliveira).

O feriado da Independência é há 24 anos o dia da já tradicional manifestação do Gritos dos (as) excluídos (as) idealizada e organizada por movimentos sociais, sindicatos, associações, sociedade civil e ONGs. O tema norteador deste ano faz um alerta para o combate à desigualdade social e aos privilégios.

Painel com fotos de legisladores que votaram a favor das
reformas que retiraram direitos de trabalhadores.
(Foto: Nelzilane Oliveira).
Na cidade de Crato, na região do cariri cearense, a caminhada ocorreu junto ao desfile cívico, segundo informou Nelzilane Oliveira. Durante o ato e sob a temática "Desigualdade gera violência. Basta de privilégios”, as pessoas gritaram contra a violência à mulher, contra o feminicidio, contra o genocídio da juventude negra e ainda repudiaram os legisladores que votaram contra os trabalhadores. "Quem Votou não Volta", disseram. Um painel com fotos daqueles que votaram a favor das reformas que retiraram direitos de trabalhadores e trabalhadoras foi exibido com o apoio da Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Estado do Ceará (Fetamce) e do Sindicato dos Servidores Municipais de Carto (SindsCrato).

O Sindicato dos Trabalhadores/as Rurais, por exemplo, participou do grito clamando por Reforma Agrária e Reforma Política. Além do sindicato, movimentos sociais como a Associação Cristã de Base (ACB), Cáritas Diocesana de Crato e o Grupo de Valorização Negra do Cariri (Grunec) estiveram entre os realizadores do grito.


Professora pede para criança de 4 anos prender ou alisar o cabelo


Professora recomenda prender ou alisar o cabelo de aluna de quatro anos. (Foto: Arquivo Pessoal).

Ao buscar a filha na escola, a cuidadora Janaína Oliveira, de 32 anos, foi surpreendida por um pedido de uma professora. “Ela me chamou de canto e perguntou se tinha como eu dar um jeito no cabelo da minha filha porque as crianças não estavam se adaptando a ela e estão xingando ela na sala de aula”, afirma.

Em resposta à professora, Janaína disse que não iria modificar ou alisar o cabelo da filha de apenas quatro anos. “Não tem como você prender ou fazer uma trança”, teria pedido a educadora. “Disse que não porque ela gosta de usar o cabelo solto e como tem o couro cabeludo sensível, toda vez que prendo, machuca a cabeça dela”, disse.

Segundo Janaína, a professora teria dito também que ela própria alisava o cabelo. “Respondi que eu também aliso, mas não alisaria o cabelo da minha filha sendo que ela tem só 4 anos.” O episódio ocorreu na quarta-feira (22) na Escola Municipal de Educação Infantil Estrada Turística Do Jaraguá, na zona oeste de São Paulo.

Na sexta-feira (24), Janaína afirma que procurou a diretora para pedir uma explicação sobre a conduta da professora. “Pediram para eu esperar uma semana. Depois fizeram uma reunião com a diretoria, os professores e a professora.”

A escola realizou uma reunião de mediação de conflito para ouvir a família e a professora. “Me informaram que ela seria encaminhada para fazer um teste psiquiátrico para verificar se poderia continuar dando aulas”, disse a mãe. “Perguntaram se eu queria trocar minha filha de horário ou de sala, mas achei que não seria bom para ela”, afirma Janaína.

Ainda segundo a mãe, a professora teria dito que a menina reclamava que os colegas a chamavam de feia. “Em casa, minha filha reclamava que ninguém brincava com ela.  Repete isso desde o começo do ano e chora antes de ir para a escola. Com certeza tem alguma relação com o preconceito”, afirma Janaína.

Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Educação afirmou que a DRE Pirituba (Diretoria Regional de Educação) lamenta o episódio ocorrido em 22 de agosto e informa que abriu procedimento disciplinar contra a professora envolvida.

Em reunião feita nesta segunda-feira (3), pela Comissão de Mediação de Conflitos, a DRE acolheu a família e prestou todos os esclarecimentos. Além disso, está realizando ações pedagógicas com os alunos da sala em que a criança estuda, onde estão sendo abordados temas como o respeito à diversidade. Os pais já informaram à direção escolar que não querem que a criança seja trocada de sala ou período para que não haja prejuízo pedagógico.” (Com informações do Geledés).

"Partido Novo é o PSDB Personalité”, diz presidenciável Guilherme Boulos


Guilherme Boulos. (Foto: Reprodução/Revista Fórum).


Em seu perfil no Twitter, o candidato do Psol à Presidência da República, Guilherme Boulos, criticou as propostas do Partido Novo e de seu candidato, João Amoêdo.

Partido Novo é o PSDB Personalité. Posa de limpinho na política para manter o clube dos privilegiados na economia. Essa história a gente já conhece e não tem nada de nova”, escreveu Boulos em seu microblog.

O Partido Novo, cuja campanha promete uma postura diferente dos outros partidos, advoga mais privatizações e menos participação do Estado na economia. (Com informações da Revista Fórum).