Sob risco de ser largado por políticos e empresários, Temer afaga militares.



Michel Temer continua indo aonde ninguém jamais esteve. Foi o primeiro presidente da República a ser denunciado por crimes, em pleno exercício do mandato, pela Procuradoria Geral da República. Insatisfeito com a façanha, foi o primeiro a ser denunciado duas vezes.

Em ambas as ocasiões perdoou dívidas públicas do agronegócio e de grandes empresas, liberou emendas bilionárias, distribuiu cargos, apoiou a aprovação de projetos que beneficiavam poucos em detrimento de muitos.

Até tentou mudar o conceito de trabalho escravo contemporâneo – o que dificultaria libertações de pessoas e deixaria determinados ruralistas e empresas da construção civil muito felizes.

Agora, é o primeiro presidente da República em exercício que tem seu sigilo bancário quebrado. E dependendo das investigações, que tentam comprovar as suspeitas de que ele recebeu propina para beneficiar empresas do setor portuário, ele pode ser denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro.

Para que ele se torne réu no Supremo Tribunal Federal, 342 deputados federais devem aceitar a denúncia. Daí, o STF analisaria a acusação e poderia afastá-lo por 180 dias da Presidência, período em que seria julgado. Perde o cargo se for condenado.

Dificilmente, Temer conseguiria disponibilizar mais recursos públicos para comprar os votos dos deputados. E, além disso, a partir de agora, fica difícil até aprovar determinadas pautas custosas sem que os eleitores percebam – e se lembrem.

Pelo contrário, ostentando popularidade menor do que injeção de benzetacil nas nádegas, desconfio que qualquer deputado federal que votasse hoje pelo afastamento de Temer ganharia votos com seu eleitorado. Qualquer eleitorado. Poderia até limpar a barra daqueles que duas vezes votaram para salvar seu pescoço da guilhotina da Lava Jato em troca de um mimo.

Além disso, partidos ameaçam o desembarque, ensaiam a ida para a oposição  ou tomam distância de Temer, que segue radioativo em popularidade. Pelo menos, enquanto aguarda o marketing da intervenção federal fazer efeito no Rio e no país.

Ao mesmo tempo, a outra perna de sustentação do atual governo, o mercado e o poder econômico, sabe que foi perdida a janela de oportunidade para aprovar a Reforma da Previdência devido à somatória da impopularidade do tema ao ano eleitoral.

E como a pauta ''alternativa'' apresentada pelo ministro da Fazenda Henrique Meirelles é uma caldeirada de projetos que já circulavam no Congresso Nacional, temperada com privatizações, mercado e corporações também sabem que qualquer semovente, Rodrigo Maia, inclusive, poderia tocar a pauta no pouco tempo que sobra antes da Copa do Mundo, do São João e das eleições gerais.

Diante de tudo isso, não é à toa que Temer trouxe as Forças Armadas para perto de si.

Antes de entregar o comando da intervenção federal na área de segurança do Rio de Janeiro a um general, ele já havia colocado militares em outros postos-chave, como lembrou reportagem de Gustavo Uribe, na Folha de S.Paulo.

Temos, agora, um general no Ministério da Defesa; um general comandando a Funai; outro, a Secretaria Nacional de Segurança Pública; mais um na chefia de gabinete da Casa Civil. Sem contar que ele já havia entregue o Gabinete de Segurança Institucional a um general, devolvendo ao órgão o controle sobre a Agência Brasileira de Inteligência (Abin). E que sancionou a lei que transfere o julgamento de crimes cometidos por militares durante operações urbanas para a Justiça Militar.

Ninguém questiona a importância das Forças Armadas e o papel que elas cumprem em uma democracia. Mas os governos civis pós-1988 distanciaram os militares da gestão do país não apenas por traumas do passado, mas também por uma visão de democracia próxima do voto e distante dos quartéis.

Ao buscar neles fiadores, Temer corre o risco de jogar esse esforço no lixo. E ir junto com ele.

O general Hamilton Mourão, ao entrar na reserva, afirmou que é necessário que o Poder Judiciário ''expurgue da vida pública'' Michel Temer. Certamente, ele vocaliza muitos aposentados e da ativa.

Alguns, como Temer, podem pensar que, cercando-se de fardas, garantem proteção contra aqueles que querem vê-lo fora do governo.

O problema é que gente armada até os dentes pode significar uma fortaleza. Mas também uma masmorra. (Por Leonardo Sakamoto, em seu Blog).

Temer participa das comemorações do Dia do Exército, em 2013. (Foto: Jorge William/ O Globo).


Hamilton Assis: uma candidatura presidencial do Brasil de raiz contra a casa grande



A Casa Grande está alvoroçada. Nunca em nossa República os ataques aos direitos do povo e às riquezas nacionais se fizeram de modo tão insaciável e descarado. A exploração, a espoliação e o furto agora viraram um saque à luz do dia. A democracia burguesa, que já era autoritária por natureza, mostra seus dentes com violência ainda maior. A dependência nacional se aprofunda, tanto em relação aos EUA, como aos países europeus e asiáticos.

Enfrentar a Casa Grande e seus ataques é nosso dever de existência. De uma resistência de mais de 500 anos enfrentando a sanha dos colonizadores, o genocídio dos povos indígenas, o escravismo, o latifúndio, o imperialismo, o machismo, o racismo*, a homofobia e a destruição da natureza. Enfim, da luta de classes, que se expressa na questão nacional e se entrelaça com as questões de raça, etnia, gênero e todas as formas de opressão e destruição ambiental.

O Brasil precisa de um presidente que expresse isso. E o PSOL pode cumprir essa necessidade histórica apresentando um programa, uma estratégia de campanha e uma candidatura com esse perfil.

UMA CANDIDATURA PRESIDENCIAL DO BRASIL DE RAIZ CONTRA A CASA GRANDE

O fracasso do neodesenvolvimentismo, a crise econômica, as denúncias de corrupção e o estelionato eleitoral da campanha de Dilma em 2014, levaram a um profundo desgaste do governo, criando as condições para o golpe palaciano. Mais do que uma troca de grupo governante, este teve o sentido de aprofundar os ataques aos trabalhadores e o povo, às riquezas nacionais e ao meio ambiente, que já tinham começado com os governos do PT, especialmente depois da vitória de 2014.

Hamilton Assis.
(Foto: Reprodução/ Facebook).
Este processo levou a uma crise política e institucional. Mas não a uma crise da hegemonia burguesa, pois os agentes deste regime e do grande capital continuam no controle e não há uma alternativa forte e visível de caráter contra-hegemônico.

Depois de um momento de maior instabilidade, o governo conta com o apoio mais estável das principais frações do capital, pois vem cumprindo o duro roteiro de ataques. Mas a crise econômica não se resolverá por enquanto. Ao contrário, vai se manter e levar a um agravamento da situação social.

Com a crise, surgem alternativas “Salvadoras da Pátria”. Ora ultraliberal e negando a política (Dória), ora de perfil autoritário (Bolsonaro). Alckmin continua sendo o quadro político mais orgânico da burguesia em condições de disputa eleitoral. Um golpe militar não é o cenário mais provável, mesmo tendo alguma expressão social, e deve ser combatido pelas forças democráticas, especialmente as de esquerda.

Por outro lado, o PT tenta voltar ao governo de novo com Lula, que mantém índices de intenção de votos significativos, devido ao total desastre promovido pelo governo Temer. Mas não apresenta nenhuma proposta que não seja mais do mesmo que foi feito durante 13 anos e que levou ao desastre atual.

A resistência da classe trabalhadora, em parte sabotada por centrais pelegas (como a FS) e conciliadoras (como a CUT), não foi suficiente para derrotar a Reforma Trabalhista, mas pode derrotar a Previdenciária, desde que haja unidade de ação, evitando o uso do movimento para articulações eleitoreiras e burocráticas. Para isso, as centrais do campo combativo, CSP-Conlutas e Intersindical, tem um papel importante a cumprir.

Neste sentido, o PSOL tem todo um espaço a ocupar nestas eleições desde que tenha um postura de clara oposição de esquerda, não somente ao atual governo (Fora Temer) mais aquilo que foram os governos petistas.

Tudo isso ocorre numa ambiente internacional de uma crise mundial que é econômica, social, ambiental, energética, alimentar, política e cultural. Na qual o capital tem usando sem sucesso vários artifícios para superá-la e os EUA se enfraquecem economicamente e aumentam a sua agressividade. A solução da burguesia é jogar sobre a classe trabalhadora e os povos oprimidos o ônus da crise, com redução de direitos, privatizações e espoliação, isto é, mais neoliberalismo. A democracia burguesa fica mais autoritária e os grupos mais reacionários são fortalecidos. Mas, nesta conjuntura também há vida e luta, pois os trabalhadores, os povos oprimidos, as mulheres e a juventude resistem e buscam alternativas pela esquerda.

PSOL: ALTERNATIVA E CANDIDATURA JÁ

Diante do quadro de profunda crise política, social, econômica e cultural do país, o PSOL, como principal força de esquerda, não pode deixar de apresentar uma candidatura presidencial. E não pode adiar esta decisão. A conjuntura exige do PSOL um esforço para resolver isso neste Congresso e chamar uma Frente de Esquerda com PCB, PSTU e outros agrupamentos realmente de esquerda e movimentos sociais combativos como o MTST. E caso isso não seja efetivado no Congresso Nacional do partido, que se faça um processo de consulta prévia e um novo fórum especialmente convocado com este fim, o mais rápido possível, mas que não seja somente uma decisão de DN.

CANDIDATURA DO PSOL: ESTIMULAR A RESISTÊNCIA E CONSTRUIR UM PROJETO NACIONAL DE ESQUERDA

Temos hoje dois objetivos claros. O primeiro é lutar junto com todos que querem impedir todas as reformas liberais reacionárias, o conservadorismo e as alternativas políticas “salvadoras da pátria”, autoritárias ou ditatoriais. O segundo é construir uma alternativa protagonizada pelos trabalhadores organizados, disputar a consciência popular e forjar movimentos mais sólidos e enraizados para que possamos mudar o cenário de resistência para uma condição de ofensiva.

Para tanto, precisamos de um programa e uma candidatura do PSOL que o encarne. Um projeto nacional baseado num programa que seja democrático, popular, dirigido pelos trabalhadores, e que se organize em torno dos eixos anti-imperialista, antimonopolista, antilatifundiário, democrático radical, ecossocialista e contra todas as opressões. Um projeto de transição ao socialismo. Não cabe, portanto, a associação com o grande capital nem com segmentos das elites nacionais ou regionais em torno de um suposto “desenvolvimentismo”. Um projeto que enfrentará a brutal reação da grande burguesia nacional e internacional e que, por isso, só pode ser construído e sustentado em ampla mobilização popular.

Por outro lado, faremos uma campanha colada nas mobilizações, apoiando e participando dos dias nacionais e luta, inclusive da construção da Greve Geral.

PROJETO ANTI-IMPERIALISTA, ANTIMONOPOLISTA E ANTILATIFUNDIÁRIO

O enfrentamento da crise e da dependência passa por um conjunto de medidas anti-imperialistas, antimonopolistas e antilatifundiárias, como a revogação de todas as reformas que atacaram os direitos econômicos, previdenciários, sociais e políticos dos trabalhadores e do povo, das mulheres, desde o governo Collor, passando pelos governos de FHC, Lula e Dilma, e em ritmo e intensidade radicalizados no atual governo ilegítimo de Temer.

A auditoria e suspensão do pagamento da dívida pública e da dívida externa são medidas fundamentais, além destas: reestatização das grandes empresas privatizadas durante os governos de Collor, do PSDB, do PT e Temer, incluindo aqueles que já estão semi-privatizadas como Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica e Correios; estatização do sistema financeiro e constituição de um núcleo de empresas estratégicas estatais, de modo a garantir um processo de enfrentamento do imperialismo e rompimento da dependência nacional. Mas as empresas estatais devem ser democratizadas, com participação dos trabalhadores em suas direções, e criação de mecanismos de controle social da economia.

Outras medidas de primeira hora serão a reforma agrária e antilatifundiária sob controle dos trabalhadores; a reforma urbana popular contra a gentrificação e que seja instrumento de democratização da cidade; efetiva distribuição de renda e elevação significativa do valor real dos salários; reforma tributária que sobretaxe a especulação financeira, penalize os ricos, elimine os impostos indiretos e favoreça o combate à sonegação e à corrupção.

Devemos formular e construir uma política externa anti-imperialista, que expresse solidariedade a todos os povos oprimidos.

DEMOCRATIZAÇÃO RADICAL DA VIDA POLÍTICA E LUTA CONTRA O CONSERVADORISMO

É necessário enfrentar a crescente criminalização das lutas, com garantia dos direitos sindicais e da livre organização dos trabalhadores - desde o nível nacional ao interior das empresas - e pela garantia das liberdades democráticas, sem qualquer punição aos lutadores do povo.

Defendemos a democratização da propriedade e do acesso aos meios de comunicação de massas, assim como a democratização e controle externo do judiciário.

Combateremos todas as propostas de reformas políticas e eleitorais que visam restringir a participação política do povo e das forças de esquerda, assim como defendemos o fim do Senado enquanto câmara revisora. Também é importante a regulamentação dos dispositivos constitucionais que viabilizam a prática regular do plebiscito, do referendo e da iniciativa popular na proposição das leis.

Outra questão que está na ordem do dia é a denúncia da tutela militar sobre as instituições políticas, que foi inserida na Constituição de 1988, e a defesa de seu fim, assim como da democratização das Forças Armadas, combatendo a doutrina da "Segurança Nacional" e desmilitarização das polícias.

Somos contra todas as medidas e projetos de leis obscurantistas, que atacam a educação laica e crítica (como o chamado “Escola sem Partido”), e perpetuam o machismo, o racismo e a homofobia e outras ideologias fundamentalistas e reacionárias. Por uma escola sem mordaça!

A LUTA CONTRA AS OPRESSÕES, A QUESTÃO ÉTNICO-RACIAL E A PRÉ-CANDIDATURA A PRESIDENTE DA REPÚBLICA EM 2018

Nossa luta é contra todos os tipos de opressão, que se cruzam com a exploração de classe, como as lutas levadas pelos movimentos de mulheres, negros, LGBT, e contra a intolerância religiosa.

Junto à resistência dos povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos, camponeses pobres, atingidos por barragens, estamos firmes na defesa do meio ambiente, contra o aprofundamento das agressões em curso pelos latifundiários do agronegócio, com apoio de milícias assassinas e respaldo estatal.

O Brasil continua sendo campeão da violência de gênero. Nas ruas, nos parlamentos e no governo, vamos lutar para revogar todas as políticas do governo ilegítimo e seus aliados, como a “lei do teto”, as mudanças nas leis trabalhistas, entre outras. Vamos legalizar o aborto e assegurar às mulheres e LGBTs seus direitos sexuais e reprodutivos. Vamos combater a intolerância religiosa, o genocídio dos povos indígenas, a guerra às drogas, a violência obstétrica, a violência doméstica e familiar e o feminicídio.

Apesar da participação histórica das brasileiras nos levantes e insurreições populares e da sua contribuição indispensável nas organizações politicas e sindicais, as mulheres encontram-se ainda sub-representadas em todas as estruturas do poder político formal. Para radicalizar a democracia e a participação popular, um primeiro passo fundamental para nosso governo é a incorporação paritária das mulheres nas estruturas de Governo. Estas terão prioridade em ministérios estratégicos para o combate às desigualdades sociais.

Depois dos governos Lula e Dilma, que foram os que menos demarcaram terras indígenas, o ilegítimo Michel Temer aprofundou a política anti-indígena adotando graves medidas para desmantelar todas as políticas públicas voltadas a atender de forma diferenciada os Povos Indígenas, como na saúde e educação indígenas, a demarcação, gestão e proteção dos seus territórios. Para isso tem promovido o sucateamento dos já fragilizados órgãos públicos, como a Funai.

No Congresso Nacional aumentam os ataques frontais, orquestrados pelo agronegócio, a mineração, as empreiteiras e outros oligopólios nacionais e internacionais. Repudiamos as propostas de emendas constitucionais, projetos de lei e demais proposições legislativas violadoras dos direitos dos povos originários e dos direitos das demais populações tradicionais e do campo, tais como a PEC 215/2000, a PEC 187/2016, o PL 1610/1996, o PL 3729/2004.

No Judiciário também estão em andamento diversos processos para anular terras indígenas já demarcadas definitivamente, privilegiando invasores e promovendo violentas reintegrações de posse, além de teses jurídicas nefastas, como a do marco temporal, que serve para aniquilar o direito originário às terras tradicionais.

Mas os povos têm resistido e lutado de várias formas, como o Acampamento Terra Livre, que vem se afirmando desde 2004, as lutas locais e as mobilizações contra grandes projetos como a usina de Belo Monte, que têm sido feitas através de suas organizações, como a APIB.

O combate dos povos indígenas é o nosso combate, assim como é o de outras populações tradicionais como os quilombolas. Mais que isso, são nossa inspiração histórica de resistência.

Há mais de 500 anos o povo brasileiro luta contra as mais variadas formas de exploração pelos grupos dominantes. O racismo é uma delas e condiciona as relações capitalistas no Brasil, sendo utilizado como forma de controle e subordinação da população indígena e negra.

O racismo é estrutural na sociedade de classes no Brasil e impede que indígenas, negros e negras tenham acesso digno aos serviços públicos essenciais e aos postos de comando do Estado e dos espaços privados, desde a colônia. Pois está enraizado nas instituições, públicas e privadas, sejam elas empresariais, jurídicas, políticas e religiosas, além de impregnar os pensamentos e atitudes que excluem direitos sociais de toda população considerada indígena, negra ou mestiça.

Assim, a emancipação da classe trabalhadora só terá sucesso se considerar que a luta por uma sociedade sem exploração no Brasil passa pelo combate ao racismo e pelo protagonismo de indígenas, negros e negras como sujeitos da luta pela transformação da sociedade.

Portanto, a luta histórica dos povos indígenas e do povo negro é parte essencial do processo de construção da resistência da classe trabalhadora de hoje, contra a exploração capitalista e a dominação burguesa. Uma candidatura à Presidência da República com esse perfil possui as condições de animar a liberação de energias mobilizadoras. Energias capazes de fazer desses 517 anos de resistência indígena, negra, feminista e popular um momento importante para apresentar à população brasileira um projeto político de nação que rompa com esse processo histórico de dominação e coloque indígenas, negros e negras e o conjunto da classe trabalhadora como protagonistas na efetivação dessa tarefa.

A pré-candidatura de Hamilton Assis pelo PSOL, por seu perfil histórico, social e político, vem expressar, em corpo e alma, essa resistência e esse projeto.

UM SENTIDO ECOSSOCIALISTA PARA A VIDA

A ação humana faz parte da natureza e dela dependemos. Não ao contrário. O Planeta e seus sistemas ambientais precisam ser respeitados. Ao respeitá-los estaremos nos respeitando, entendendo que somos nós que devemos respeito a quem nos concebe, nutre e oferece vida. Mas o sistema capitalista destrói o Planeta. E as maiores vítimas são os mais pobres, explorados e oprimidos. Sem sentido, o sistema entra em rota de colisão com a possibilidade da espécie humana no Planeta.

Apenas cem empresas monopolistas são responsáveis por quase 71% das emissões de gases de efeito estufa. O consumo dos 10% mais ricos do mundo responde por 49% das emissões de gases de efeito estufa. O consumo dos 10% mais pobres é responsável por apenas 1%. Essa situação política agrava o principal problema dos povos indígenas e quilombolas: a impossibilidade de viverem em suas terras. No Mundo, a crise ambiental se agravou com a eleição do presidente Donald Trump. Mas a China, adotando o sistema capitalista, também menospreza a qualidade de vida.

No Brasil, a ganância capitalista aumenta a ameaça legislativa de mais espoliação da natureza iniciada com a colonização, o genocídio e a escravidão. O latifúndio destrói o Cerrado, a Amazônia, a Mata atlântica, a Caatinga, os Pampas e Araucárias. As mobilizações clamam pela defesa do rio Amazonas, São Francisco, Doce, dos Sinos e Camaquã, entre diversos outros locais e santuários da natureza.

O principal sentido do projeto ecossocialista é o de respeito à natureza e à vida, sob bases sociais e valores culturais, levando em consideração os saberes e as experiências ancestrais, para o Brasil poder ser a Nação das Águas e dos Alimentos.

CONSTRUIR A UNIDADE E UMA CAMPANHA NA LUTA

O lançamento da alternativa Hamilton Assis não é uma contraposição direta às outras pré-candidaturas de filiadas/os do partido que já foram lançadas ou ventiladas. Vem no sentido de contribuir para afirmar e somar uma perspectiva política e programática. Particularmente porque, até o momento, não está posta, de fato, nenhuma candidatura que tenha sido considerada naturalmente capacitada para a unidade do partido ou de uma maioria dos seus militantes. Portanto, nos somamos na luta por uma candidatura própria do PSOL, sem prejuízo de possíveis afunilamentos de candidaturas que possam surgir no processo de definição do partido, especialmente aquelas que batalham por uma política verdadeiramente de esquerda e construção de uma alternativa a todas as forças que governaram o Brasil nos últimos anos, rumo ao socialismo!

CONHEÇA O PRÉ-CANDIDATO A PRESIDENTE PELO PSOL HAMILTON ASSIS

Hamilton Assis é baiano de Salvador, professor, mestrando em Educação e Coordenador Pedagógico na prefeitura municipal.

Dirigente do PSOL, foi candidato a vice-presidente da república (2010), na chapa encabeçada pelo grande e saudoso companheiro Plínio de Arruda Sampaio, quando percorreram o país debatendo o programa do PSOL.

Jovem negro da periferia, filho de pai pedreiro e mãe costureira e herdeiro da resistência secular de nosso povo, começou sua militância no movimento de juventude no Bairro de Pau da Lima, chegando à direção da Federação das Associações de Bairros de Salvador – FABS. Em seguida, passou a militar no Movimento Negro e combate ao racismo. Como operário petroquímico, entrou no movimento sindical e foi dirigente da CUT. Hoje, é uma liderança importante da oposição sindical da APLB e membro da direção estadual da CSP – Conlutas.

No PSOL, foi membro do Diretório Nacional e presidente estadual da Bahia e municipal de Salvador e candidato a Prefeito da “Frente Capital da Resistência” (PSOL/PCB/PSTU) em 2012.

Suas convicções e maturidade política, associadas à dedicação e experiência nas lutas populares, fazem dele um firme lutador na defesa do socialismo que põe na centralidade a trajetória de luta do povo contra a exploração de classe, o racismo e as opressões em geral.

Hamilton Assis: filho da nossa história, trabalhador e intelectual orgânico do povo. Uma candidatura socialista com a cara do Brasil, que pode expressar a luta do nosso povo de corpo e alma. (Texto de Hamilton Assis, publicado em sua página no Facebook).

O fim das ilusões: a lógica política de Lula é a lógica que o levará preso



Não é possível ter mais qualquer ilusão: o jogo institucional conduzirá Lula para a cadeia. A lógica do golpe – iniciado nas ruas em 2013, interrompido nas urnas em 2014, e retomado com total apoio midiático após as passeatas amarelas (2015) que levaram à derrubada de Dilma (2016) – é a interdição de Lula e do PT.

Dias antes do STJ reunir-se para negar (nesta terça-feira, 6 de março) o habeas corpus pedido por Lula, li análises de advogados de esquerda que (mesmo em privado) ainda faziam apostas ilusórias, contando com votos e decisões que contrariassem a Lava-Jato – reversões todas baseadas em sólidos argumentos jurídicos.

Ilusão. A ordem jurídica de 1988 desmoronou. A hora é de jogar fora as ilusões.

A lógica do golpe conduz à prisão de Lula. E a própria lógica de Lula não permite pensar fora do institucional – que por fim o levará preso.

Lula e o PT são frutos da Democracia, respiram a ordem democrática construída desde a Anistia em 1979. E reforçada com a Constituição de 1988 e as eleições sempre bem disputadas.

Só que os tempos agora são outros.

Na entrevista para Mônica Bergamo, semana passada, Lula deixou claro que rechaça qualquer estratégia fora da lógica do “respeito às instituições”. Quando li a entrevista, pensei com meus humildes botões: em 1961, quando um golpe militar ameaçou barrar a posse de Jango (após a renúncia de Janio Quadros), Brizola cavou trincheiras no Palácio do Piratini em Porto Alegre, requisitou rádios e passou a resistir “por fora” da lógica institucional.

Brizola não era um guerrilheiro. Fora eleito governador, liderava o PTB no sul. Mas soube fazer a leitura: horas excepcionais requerem ações excepcionais.

Por que Lula não faz o mesmo? Porque não comanda a resistência civil, com as possibilidades que existiriam à mão? Por que não cria uma trincheira para o embate de comunicação permanente? Porque aí ele não seria Lula. Seria Brizola. Para o bem e para o mal.

Brizola barrou um golpe no peito. Mas jamais chegou à presidência. Lula, negociador, avançou passo a passo sempre dentro da ordem. Essa é sua força, mas também seu limite.

Penso em Sigmund Freud, criado na Viena cosmopolita e culta da virada do século XIX para o XX: a cidade tinha sido a sede do Império Austro-Húngaro, multi-étnico e tolerante (inclusive com os judeus). Nos anos 1930, Freud até o fim duvidava que o nazismo pudesse avançar sobre sua querida Viena. Foi só na undécima hora que topou voar para Londres, escapando da morte que a máquina nazista certamente lhe reservava.

Lula segue a acreditar na negociação e nas instituições. Não vai operar fora dessa lógica. Assim como Freud não conseguia compreender que havia desmoronado a Viena tolerante e democrática. Freud escapou para Londres. Lula, ao que tudo indica, não escapará: seguirá o destino que lhe impõe o Judiciário golpista neste triste Brasil da intolerância.

E isso apesar de as pesquisas mostrarem Lula inabalável em primeiro lugar na preferência do eleitorado.

Na CNT/MDA, divulgada nesta mesma terça-feira em que o STJ negou o habeas corpus para o petista, Lula lidera com folga. Não caiu na preferência popular, desde que foi condenado em segunda instância no TRF-4. Ao contrário, segue em alta.

Lula – 33,4%

Bolsonaro – 16,8%

Marina – 7,8%

Alckmin – 6,4%

Ciro – 4,3%

Álvaro Dias – 3,3%

Temer – 0,9%

Manuela – 0,7%

No segundo turno, Lula ganha disparado de Alckmin, Bolsonaro ou Marina – com quase o dobro dos votos.

E no voto consolidado, Lula tem 27% de eleitores fechados com ele. Vivo ou morto, preso ou solto. Esse é o patrimônio que Lula tenta manter coeso e talvez até ampliar, com sua prisão. Se Lula transferir miseráveis 20% dos votos para outro candidato da esquerda, este nome estará no segundo turno.

Antes de encerrar, chamo atenção para um ponto: na entrevista para Mônica Bergamo, Lula fez um gesto em direção a Temer – lembrando que a Globo tentara dar um golpe no atual presidente. Por que essa frase? Por que afagar Temer?

De novo, a lógica institucional. Lula manobra ainda pensando no STF. Separados, nem Lula nem Temer têm forças pra conter os abusos da Lava-Jato. Juntos, talvez tenham: Temer com a caneta, Lula com quase 40% dos votos nas pesquisas.

Dias atrás, O Globo abriu espaço para uma estranha entrevista do ministro Celso de Melo, que deixa claro: já há nova maioria no STF para rever essa história de prender após condenação em segunda instância. Por que O Globo pautou essa entrevista? Certamente não foi para agradar Lula, que seria beneficiado com a mudança de interpretação (aliás, diga-se, mudança de interpretação que colocaria o STF de novo como guardião da Constituição – que prevê a presunção de inocência até o trânsito em julgado). Mas para dar um sinal a Temer.

O atual presidente resiste a aderir à chapa Alckmin-Meirelles – defendida pelos bancos e a Globo. Resiste porque sabe que o seu destino é a cadeia tão logo deixe o cargo. Para Temer (e também para alguns tucanos e emedebistas que podem ficar sem mandato em 2019), evitar a prisão em segunda instância seria fundamental. A entrevista de Celso de Melo é um sinal a Temer: venha conosco e lhe garantimos sobrevida fora da cadeia.

Ou seja: Lula e Temer jogam juntos (mas com projetos e por motivos diferentes) para colocar freios na Lava-Jato, via STF. A lógica institucional é essa. O jogo de Lula (em parte) também parece ser esse.

Um analista experiente em Brasília, com quem falei esta semana, vai mais longe: “Temer prefere que Lula/PT ganhem, porque sabe que PSDB/Alckmin vão jogá-lo aos leões da Lava-Jato assim que passar a eleição”.

A confusão, portanto, é gigantesca também do lado de lá.

Mas eu apostaria no seguinte quadro: o STF (Carmen Lucia) vai esperar Lula ser preso. Só depois disso, o Supremo mudará a regra. Lula, então, poderá ser solto. Mas já terá sido humilhado com câmeras ocultas e fotos vazadas desde a cadeia para Veja e Globo.

Essa a lógica do golpe. Não tenhamos ilusão: as fotos e imagens virão. Isso é tão certo quanto o fato de que Lula seria eleito se pudesse ser candidato em outubro.

A dúvida, no entanto, entre os golpistas mais inteligentes é: esse zig-zag de interpretações a escancarar o golpismo jurídico e essa humilhação midiática não deixarão Lula ainda mais forte? E se o candidato dele vencer a eleição com apoio do mártir na cadeia?

Os aloprados da Lava-Jato e da Globo não vão recuar. E  aí podem errar feio: não conhecem a alma sebastianista do brasileiro. Lula vai virar um Dom Sebastião encantado a atormentar a direita: nesta e nas próximas eleições.

Talvez essa seja hoje a aposta que resta a Lula. Um caminho sinuoso e incerto, já que nem mesmo as eleições estão garantidas. Podem ser adiadas devido à anemia dos candidatos neoliberais.

O golpe se aprofunda, e as instituições em que Lula segue a apostar apodrecem. Parece um quadro sem volta pelos próximos dez anos ao menos.

A hora é de coragem. Hora de abandonar ilusões e nos prepararmos para enfrentar uma noite escura. (Por Rodrigo Vianna, na RBA).


(Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula).

“Nasce uma nova esquerda”, por Juliano Medeiro



Aconteceu, neste sábado (3/3), a Conferência Cidadã, evento organizado pelos movimentos sociais para oferecer as candidaturas de Guilherme Boulos e Sônia Guajajara ao PSOL. Sônia já é filiada ao partido. Guilherme se filiará na tarde desta segunda-feira (5/3). Ambos precisarão do aval da Conferência Eleitoral do PSOL, que ocorre no próximo dia 10. Há outras pré-candidaturas inscritas, representando diferentes posições partidárias, todas elas legítimas. Mas por que, então, a imensa maioria da militância e da direção partidária, além da bancada federal do partido na Câmara dos Deputados, preferem Guilherme Boulos? Exatamente porque sua candidatura, como ficou demonstrado no evento de ontem, representa a confluência de diferentes lutas, extrapolando em muito as fileiras do PSOL.

Juliano Medeiros é presidente nacional do Psol. (Foto: Psol50).

O PSOL surgiu como um contraponto aos limites do projeto de conciliação liderado pelo Partido dos Trabalhadores após a vitória de Lula, em 2002. Foram tempos difíceis. Por muitos anos o partido “pregou no deserto”, sem que suas ideias tivessem o alcance necessário para alavancar um projeto radical de esquerda, alternativo ao petismo. Só com as crises econômica e política que atingiram o Brasil, a partir de junho de 2013, suas críticas passaram a ter maior acolhida na esquerda. Com o golpe que destituiu Dilma, ficou claro que a conciliação tinha limites estruturais. A história, enfim, dava razão ao PSOL.

Nesse processo de reflexão sobre os limites do lulismo, se forjou um novo campo político nos movimentos sociais. Esse campo inclui o MTST, as lutas pelo passe livre, as ocupações de escolas, a primavera feminista, uma nova geração de intelectuais críticos, artistas progressistas, o despertar das lutas indígenas, dentre muitos outros. Esse campo político, claramente “pós-lulista”, aponta agora a necessidade de oferecer uma alternativa ao povo brasileiro. Essa alternativa, que já vem sendo construída nas lutas contra a retirada de direitos, promovida pelo ilegítimo governo Temer, e na defesa da democracia, ganha agora expressão eleitoral.

O evento de ontem, na Casa das Caldeiras, foi algo inédito nos últimos anos. Um encontro entre diversas formas de resistência que decidem ir além: ocupar a política partidária, somando esforços com aquele que é hoje a única força política capaz de incorporar esse despertar de lutas e ir além dos limites impostos pela falsa democracia das elites: o PSOL. Estamos diante do encontro de gerações de lutadores históricos, como Ivan Valente, Luiza Erundina, Chico Alencar, Edmilson Rodrigues, que não se renderam às razões de Estado ou às ilusões da conciliação, com uma nova onda de movimentos sociais que expressam as contradições que a nova dinâmica da exploração capitalista produziu em nosso país. Um momento histórico.

É claro que o novo sempre causa estranhamento, desconforto. Muitos prefeririam manter tudo como está. Mas a história exige de nós ousadia. Um ciclo se encerra na política brasileira. Não há espaço para “acordos” com os donos do poder. A hora é de radicalidade e luta sem tréguas contra golpistas e todos os que querem destruir os direitos do povo brasileiro. Não há mais dúvidas: o novo começa a nascer. (Publicado originalmente na Revista Fórum).

* Juliano Medeiros
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Graduado e mestre em História pela Universidade de Brasília (UnB) e doutorando em Ciência Política pela mesma instituição. Autor de "Um Mundo a Ganhar e outros ensaios" (Multifoco, 2013), co-autor de "Um partido necessário - 10 anos de PSOL" (Fundação Lauro Campos, 2015) e "Cinco Mil Dias - o Brasil na era do lulismo" (Boitempo, 2017). Atualmente ocupa a presidência nacional do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). É colunista da Revista Fórum.

Como explicar ao mundo a prisão de Lula?



Jornalista, professor e escritor formula dez questões para apontar erros e contradições dos processos e julgamentos usados como pretexto para a perseguição política ao ex-presidente.

1 - Como o Brasil explicará ao mundo, se Lula for preso, que o presidente visto por organismos internacionais como aquele que mais fez pelos pobres depois de Getúlio Vargas e de João Goulart, derrubado quanto tentou fazer mais, foi condenado sem uma prova clássica, robusta, convincente, aplicada ao longo do tempo e dos casos, enquanto Aécio Neves segue senador apesar de uma mala de provas contra ele?

2 - Como o Brasil explicará ao mundo que Lula seja preso enquanto Michel Temer governa o país numa espécie de liberdade condicional – será investigado depois do fim do mandato?

3 - Como o Brasil explicará ao mundo que um presidente possa governar mesmo acusado de crimes graves, mas, deixando de ser presidente, passe a ser alvo imediato da justiça? Não seria como deixar um suspeito de coisas graves administrar nossa casa até voltaremos de viagem só para que ela não fique abandonada?

4 - Como o Brasil explicará ao mundo, depois de zombar de Lula por ele dizer que não sabia de nada, que Temer não sabia das malas de dinheiro de seu braço direito Geddel Vieira Lima e de seu braço esquerdo Rocha Loures?

5 - Como o Brasil explicará ao mundo que o STF deixou um deputado acusado de crimes graves comandar o impeachment de uma presidente acusada de manobras contábeis, não de corrupção, e logo depois de concluído o serviço sujo afastou-o?

6 - Como o Brasil explicará ao mundo que não se trata de golpe em várias fases quando o afastamento de Dilma foi feito com um pretexto jamais usado contra outros presidentes, embora praticado por eles, manobras contábeis, e a condenação de Lula foi por indícios, não por provas, enquanto normalmente haveria absolvição por insuficiência de provas?

7 - Como o Brasil explicará ao mundo que o Ministério Público denunciou Lula por um motivo (o recebimento de vantagens indevidas com dinheiro dos contratos da Petrobras com a OAS), o juiz Sérgio Moro condenou-o por outro (afirmando não haver relação entre os tais contratos e o tríplex do Guarujá) e o TRF-4 aumentou a pena e confirmou a condenação não pelos motivos de Moro, mas pelos do MPF?

8 - Como o Brasil explicará ao mundo que Sérgio Moro, juiz natural dos casos envolvendo a Petrobras na Lava Jato, continuou juiz competente no caso do tríplex de Lula depois de declarar que não existia relação entre a Petrobras e o tríplex atribuído a Lula?

9 - Como o Brasil explicará ao mundo que o tucano Eduardo Azeredo continua livre, apesar de condenado em segunda instância há meses, aguardando julgamento de embargos, enquanto tudo o que diz respeito a Lula é acelerado em nome da prioridade do combate à corrupção?

10 - Como o Brasil explicará ao mundo, se Lula for para a cadeia, que o primeiro presidente preso seja logo o que veio do povo enquanto os que vieram dos berços esplêndidos não são nem investigados? (Por Juremir Machado*, na RBA).

*Jornalista, professor e escritor, foi coordenador do Programa de Pós-Graduação da PUC-RS.

STF julga habeas corpus que pode decidir prisão de Lula, por condenação em segunda instância em processo da Lava Jato. (Foto: Ricardo Stuckert).


Governador Camilo Santana autoriza obra viária que liga Altaneira a Assaré



O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), assinou na noite desta segunda-feira, 05, a ordem de serviços para pavimentação da CE – 388, ligando os municípios Altaneira – Assaré, ambos no cariri.

O ato, que foi transmitido ao vivo pelo facebook do governador, se deu durante as festividades da XIV Mostra Patativa do Assaré em Arte e Cultura, em alusão a comemoração dos 109 anos do poeta conhecido internacionalmente. Camilo afirmou que quer que as obras tenham início nesta terça-feira e indagou ao prefeito Dariomar sobre como deseja que os trabalhos sejam feitos, se de Altaneira a Assaré ou o inverso. “De lá (Altaneira) pra cá (Assaré)”, respondeu o gestor petista.

O responsável pelas obras, orçada em cerca de R$ 14 (quatorze milhões de reais) para pouco mais de 20 quilômetros, será Antonio Luiz Teixeira, da “Teixeira Construções”. O trecho receberá serviços de pavimentação, revestimento asfáltico, obras d’artes correntes, drenagem, sinalizações vertical e horizontal, além de proteção ambiental. Os serviços tornarão o acesso aos dois municípios, bem como a outros destinos da região, mais rápido e seguro.

Vários prefeitos e ex-prefeitos de municípios vizinhos aos dois contemplados foram prestigiar a solenidade da ordem de serviço, como Afonso Sampaio (PSD), de Nova Olinda e Daniele Machado (PSL), de Santana do Cariri.

Dos ex-prefeitos de Altaneira, apenas João Ivan Alcântara não marcou presença. Além do prefeito Dariomar Rodrigues (PT) e dos vereadores da base aliada Antonio Leite, Ciê Bastos, Valmir Brasil, todos do PDT e de Silvânia Caldas (PT), os ex-prefeitos Francisco Fenelon, Delvamberto Soares e Antonio Dorival também prestigiaram o momento.

A obra tem prazo de um ano para ser concluída, mas o empreiteiro reduziu para seis meses. Ao pedir que as máquinas já iniciassem os trabalhos em Altaneira na manhã de hoje, Camilo solicitou aos altaneirenes que lhes enviassem fotos registrando o construtor chegando ao município, para isso deixou o número do seu WhatsApp.

Prefeito de Altaneira, Dariomar Rodrigues (PT), assinando a ordem de serviços para pavimentação que ligará Altaneira a Assaré. (Imagem capturada do vídeo no perfil do governador Camilo).



Atleta de Altaneira fica em 2º lugar na meia maratona em Petrolina (PE)



Cerca de mil atletas participaram na manhã deste domingo, 04, em Petrolina, no Estado de Pernambuco, da II Meia Maratona da Fruticultura Irrigada.

Ravi Timóteo conquista medalha de prata na
2ª Meia Maratona da Floricultura Irrigada.
(Foto: Divulgação).
A prova é uma idealização do esportista José Moises Bezerra, o Zé Caruaru, atleta da equipe APA – Petrolina e, visa difundir a prática da corrida na região e fazer com que as pessoas possam correr dentro da fruticultura irrigada, conhecendo a região através do atletismo, através da corrida de rua.

A competição conta com duas distâncias, 7 km e 21 km. Na distância mais curta podem participar pessoas com idade a partir dos 14 anos. Já a prova completa pode ser disputada por maiores de 18 anos.

O atleta de Altaneira Ravi Timóteo, egresso do ensino médio integrado a educação profissional, participou do evento na categoria de 18 a 24 anos e segundo seu treinador, Tiago Alves, ele trouxe na bagagem a medalha de prata.

Ravi percorreu os 21 Km em uma hora e quinze minutos. A premiação para cada categoria conta com troféu e uma quantia em dinheiro que varia entre R$ 100 e R$ 150. O altaneirense contou com o patrocínio do governo municipal.