Três atletas altaneirenses conquistaram ouro no 22º Campeonato Cearense de Kunf Fu Wushu



O professor de Artes Maciais Sifu Batista usou a rede social facebook na tarde desta segunda-feira, 26, para anunciar um grande feito de sua Academia. Cinco de seus atletas elevaram os nomes dos municípios de Altaneira e Nova Olinda nos três lugares do pódio durante a 22ª Edição do Campeonato Cearense de Kunf Fu Wushu, ocorrido no último final de semana na capital do Estado.

Em nota, Sifu Batista menciona que foram conquistadas uma medalha de prata, uma de bronze e três de ouro. As primeiras ficaram com os novalindenses Rodrigo Parente (Luta Sanda – Categoria Adulto Avançado – 70 kg) e Francisco Marcio Modalidade de Luta Sanda – Categoria Adulto Avançado – 65 kg), respectivamente.

Altaneira ocupou o lugar mais alto do pódio em três oportunidades com Klayser Venâncio, na categoria adulto avançado com peso até 65kg (Modalidade Luta Sanda), Cleodimar Rodrigues, na mesma categoria e modalidade, mas com peso até 60 kg e, Jonathan Reis, na categoria juvenil avançado até 52 kg (Modalidade Luta Sanda).

O evento reuniu competidores (as) de vários municípios do Estado e era um passaporte para o 27º Campeonato Brasileiro de Kung Fu Wushu que ocorrerá em Cuiabá, Mato Grosso.

Atletas altaneirenses e o professor de artes marciais Sifu Batista durante o 22º Campeonato Cearense de Kun Fu Wushu.
Foto: Reprodução/ Facebook de Sifu Batista.




Denúncia contra Temer ameaça paralisar trabalhos da Câmara


A Câmara dos Deputados corre o risco de ter os seus trabalhos paralisados nesta semana diante da apresentação de denúncia pela Procuradoria-Geral da República contra Michel Temer.

Do 247/G1 - O prazo para o procurador-geral, Rodrigo Janot, decidir se oferece denúncia ou arquiva o caso termina nesta terça-feira (27).

A denúncia precisará do aval da Câmara antes de ser apreciada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Alvo de inquérito com base nas delações da JBS, Temer é investigado em razão da suspeita de ter cometido os crimes de corrupção passiva, obstrução de Justiça e participação em organização criminosa.

Uma vez apresentada a denúncia, caberá aos deputados – primeiro, no âmbito da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e, depois, no plenário – decidirem se a denúncia terá ou não seguimento.

Líderes da base governista acreditam que o ritmo normal de trabalho será mantido, mas parlamentares da oposição entendem que não haverá clima para votações.

Para o líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (SP), a apresentação de denúncia cairá como uma “bomba” e afetará as votações na Casa.


Vai ter impacto enorme, vai ser uma verdadeira bomba e acho que os trabalhos serão paralisados”, disse.


Homenageado da Flip, Lima Barreto escreveu crônica contra o feminicídio em 1915


"Não há muito tempo, em dias de carnaval, um rapaz atirou sobre a ex-noiva, lá pelas bandas do Estácio, matando-se em seguida. A moça com a bala na espinha, veio morrer, dias após, entre sofrimentos atrozes". Esse trecho é de uma crônica de 1915 escrita por Lima Barreto, o homenageado na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) deste ano, provando que feminicídio não é um problema dos nossos tempos.

Da RBA - O texto "Não as matem" é parte da publicação "Vida Urbana", uma coletânea de crônicas e artigos do autor publicada em 1953.

Confira a íntegra:

Não as matem

Esse rapaz que, em Deodoro, quis matar a ex-noiva e suicidou-se em seguida, é um sintoma da revivescência de um sentimento que parecia ter morrido no coração dos homens: o domínio, quand même, sobre a mulher.

Criador de uma das obras mais inovadoras e plurais, o escritor
carioca será tema da 15ª Flip. Foto: Reprodução/ Flip.
O caso não é único. Não há muito tempo, em dias de carnaval, um rapaz atirou sobre a ex-noiva, lá pelas bandas do Estácio, matando-se em seguida. A moça com a bala na espinha, veio morrer, dias após, entre sofrimentos atrozes.

Um outro, também, pelo carnaval, ali pelas bandas do ex-futuro Hotel Monumental, que substituiu com montões de pedras o vetusto Convento da Ajuda, alvejou a sua ex-noiva e matou-a.

Todos esses senhores parece que não sabem o que é a vontade dos outros.

Eles se julgam com o direito de impor o seu amor ou o seu desejo a quem não os quer. Não sei se se julgam muito diferentes dos ladrões à mão armada; mas o certo é que estes não nos arrebatam senão o dinheiro, enquanto esses tais noivos assassinos querem tudo que é de mais sagrado em outro ente, de pistola na mão.

O ladrão ainda nos deixa com vida, se lhe passamos o dinheiro; os tais passionais, porém, nem estabelecem a alternativa: a bolsa ou a vida. Eles, não; matam logo.

Nós já tínhamos os maridos que matavam as esposas adúlteras; agora temos os noivos que matam as ex-noivas.

De resto, semelhantes cidadãos são idiotas. É de supor que, quem quer casar, deseje que a sua futura mulher venha para o tálamo conjugal com a máxima liberdade, com a melhor boa-vontade, sem coação de espécie alguma, com ardor até, com ânsia e grandes desejos; como e então que se castigam as moças que confessam não sentir mais pelos namorados amor ou coisa equivalente?

Todas as considerações que se possam fazer, tendentes a convencer os homens de que eles não têm sobre as mulheres domínio outro que não aquele que venha da afeição, não devem ser desprezadas.

Esse obsoleto domínio à valentona, do homem sobre a mulher, é coisa tão horrorosa, que enche de indignação.

O esquecimento de que elas são, como todos nós, sujeitas, a influências várias que fazem flutuar as suas inclinações, as suas amizades, os seus gostos, os seus amores, é coisa tão estúpida, que, só entre selvagens deve ter existido.

Todos os experimentadores e observadores dos fatos morais têm mostrado a inanidade de generalizar a eternidade do amor.

Pode existir, existe, mas, excepcionalmente; e exigi-la nas leis ou a cano de revólver, é um absurdo tão grande como querer impedir que o sol varie a hora do seu nascimento.

Deixem as mulheres amar à vontade.

Não as matem, pelo amor de Deus!


(Vida urbana, 27-1-1915)


Bancada evangélica quer barrar Lei contra Homofobia


A regulamentação da lei de combate à homofobia no Distrito Federal desagradou a bancada evangélica da base de apoio ao governo na Câmara Legislativa. Por meio de nota, o grupo se disse “perplexo” e repudiou a decisão do governador Rodrigo Rollemberg (PSB).

Do Metrópoles - “Entendemos que a referida regulamentação fere o direito à liberdade religiosa, de opinião, afronta diretamente os valores e princípios da família consolidados na Constituição Federal”, diz trecho da nota. A Frente Parlamentar Evangélica ressalta ainda que não pretende ingressar com uma ação judicial para barrar a lei, mas atuará fortemente para derrubar o veto do Estatuto da Família, de autoria do deputado Rodrigo Delmasso (Podemos).

Na manhã desta sexta-feira (23/6), Delmasso, Sandra Faraj (SD), Bispo Renato (PR), Rafael Prudente (PMDB) e Julio Cesar (PRB) entraram em contato com Rollemberg para tentar convencê-lo a não assinar o decreto anti-homofobia. No entanto, o chefe do Executivo regulamentou a norma na tarde desta sexta-feira (23/6).

É óbvio que não desejamos que nenhum ser seja discriminado, mas não queremos que a nossa opinião seja criminalizada. Na nossa avaliação, a lei fere os princípios da Constituição, que são os princípios da família”, afirmou o líder do governo na Câmara, Rodrigo Delmasso.

Autor do Estatuto da Família no Distrito Federal, vetado por Rollemberg em setembro de 2015, Delmasso pretende voltar ao tema, com o apoio da Frente Parlamentar Evangélica. De acordo com a proposta de Delmasso, a família é formada “a partir da união entre um homem e uma mulher, por meio de casamento ou união estável”. “É um contraponto à lei assinada”, afirmou o parlamentar.

“Não recuaremos”

Ao regulamentar na tarde desta sexta a Lei Distrital 2.615/2000, Rollemberg disse que desconhecia a nota da Frente Parlamentar Evangélica. “Nós estamos dando um passo para o respeito e cumprindo uma lei que precisava ser regulamentada. Tenho convicção absoluta que nós não recuaremos nessa decisão”, ressaltou.

O texto é de autoria do próprio socialista, quando ele era distrital, juntamente com Chico Floresta, Lúcia Carvalho e Maria José Maninha. A demora na publicação das normas que regulam a lei se deve à pressão dos próprios evangélicos, contrários à medida.

A lei traz punições para discriminação contra a população lésbica, gay, bissexual, travesti, transexual e intersexual (LGBTTI), constrangimento ou exposição ao ridículo, proibição de ingresso ou permanência em locais, atendimento diferenciado ou selecionado, negativa quando da ocupação de instalações em hotéis ou similares, adoção de atos de coação, ameaça ou violência. Para esses casos, as sanções podem ser de advertência a multa de até R$ 10 mil.

Em 2013, o governador Agnelo Queiroz (PT) chegou a publicar um decreto regulamentando a lei, mas um dia depois recuou. No início deste ano, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) ajuizou ação civil pública contra o DF para que a legislação fosse cumprida.

Os membros do MPDFT citaram episódios de agressão motivados por discriminação contra pessoas LGBTTI no DF. Entre as vítimas elencadas, quatro rapazes gays agredidos por seguranças em Shopping Center de Santa Maria, quatro mulheres agredidas e ofendidas em um restaurante na Asa Norte e uma mulher transexual assassinada em seu local de trabalho.

Não é possível dissociar o ser humano de sua sexualidade, direito da personalidade que é e, por conseguinte, da liberdade de cada pessoa de exercê-la, não sendo, por conseguinte, consentâneo com a ordem constitucional brasileira que o exercício desses direitos fundamentais represente pretexto para práticas discriminatórias, quer na seara pública, quer na esfera das relações privadas”, ponderaram.

O governador, por meio de decreto, criou ainda o Conselho Distrital de Promoção dos Direitos Humanos e Cidadania dos LGBTs. Trata-se de um órgão de natureza consultiva e deliberativa vinculado à Secretaria de Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos (Sedestmidh). O colegiado encaminhará as denúncias às autoridades e estudará soluções para a defesa dos direitos dos LGBTs que, neste domingo (25), promovem a parada gay no DF.




Leitoras e leitores avaliam Blog Negro Nicolau


Este blogueiro lançou na última quinta-feira, 22, na rede social facebook, uma pesquisa de caráter avaliativo do Blog Negro Nicolau. A finalidade era saber como as temáticas trabalhadas estavam sendo recebidas pelas leitoras e leitores, além de colher destas (es) sugestões de novos temas.

Segundo a pesquisa, que teve dezenas de curtidas, o Blog foi avaliado positivamente. 91,4% deram nota máxima e ainda explicaram e deram sugestões. “Blog de perfeita qualidade que prima pela defesa dos direitos humanos, além de promover a aquisição de conhecimentos acerca de temas sociais como, política, igualdade de direitos, combate ao racismo, homossexualidade e todas as demais formas de preconceito”, disse a professora Valéria Rodrigues. Segundo ela, a redação deveria trabalhar também com conteúdos relacionados ao meio ambiente e saúde. “Gostaria de sugerir que o mesmo abrangesse temas relacionados a saúde, meio ambiente e bem estar”, realçou.

Maria Socorro Mendes foi taxativa. “Precisamos de algo que defenda e faça crescer os conhecimentos sobre nossa Cultura”, comentou. Létícia Rodrigues, Brígida Rodrigues e Janikelle Matos, egressas do ensino médio, destacaram a periodicidade com que o blog divulga as informações. O mesmo sentimento foi compartilhado pela estudante do curso de pedagogia, Laudicéia Bento Sousa e pela Agente Social de Altaneira, Mauricelia Demones Tavares. “10, sempre com assuntos atuais e de grande importância para a população”, frisou a primeira. 

A professora Elaide Vieira destacou a abordagem de temas que, segundo ela, são muitas vezes polêmicos, mas que no portal são expostos para defender os direitos humanos. “Nota 10. Um blog que traz informações sobre diversos temas muitas vezes polêmicos como religião, racismo e homossexualidade, mas sempre em defesa dos direitos humanos”, comentou.

Vitória Alves, universitária, frisou que o blog “fala de assuntos que necessitam de debate e exposição, de forma clara, e sempre prezando os direitos humanos”. Mesma posição de Kézia Adjane, estudante do curso técnico em Redes de Computadores (terceiro ano a), na Escola Estadual de Educação Profissional Wellington Belém de Figueiredo, em Nova Olinda. Para ela, o blog faz com que as pessoas queiram saber mais acerca do que acontece na sociedade. Muitas vezes ignorado. “É um blog maravilhoso que aborda temas que nos fazem pensar e querer saber mais sobre o que acontece na sociedade, as vezes acontece perto de nós e nós ignoramos”, pontuou. 


Ana Karolyne, egressa do ensino médio, mencionou que os textos trabalhados no diário online são preteridos pelas grandes mídias e que as discussões aqui expostas servem para mostrar a realidade como de fato ela é, sem  retoques e nem recortes. “Sem dúvida alguma, 10. Tens pautado questões sociais importantíssimas para o desenvolvimento pleno da sociedade, questões preteridas pelas grandes mídias. Tens mostrado a realidade como de fato ela é, sem retoques nem cortes. Vem apresentando fatos desconhecidos pela população, informações que permitem aos leitores conhecerem os dois lados da moeda, o que realmente acontece por trás das cortinas. O blog é maravilhoso! Parabéns!!!”, destacou.


Francilene Oliveira, estudante do curso de História na URCA, foi categórica quanto a finalidade do diário online. “Que continue com o mesmo propósito e que possa discorrer sobre Figuras e fatos locais diretamente ligado ao principal objetivo do portal”. Paulo Henrique, repórter do Jornal Notícias em Destaque, da Rádio Comunitária Altaneira FM, caminhou na mesma linha de raciocínio da universitária. Tratar assuntos municipais, por exemplo: Descasos que acontecem em nosso município de Altaneira. Não da ênfase só nacional, mas municipal também”, disse.

Andrea Oliveira, estudante do curso de letras (URCA), destacou o papel do editor. “10....vc fala com propriedade...admiro quem não se deixa oprimir”. Outras e outros escreveram parabéns.

Já o divulgador de empresas, Gardel Santos, primou por destacar o fato de se tratar de temas como educação em um blog e apontou como sugestão um “blog mais colaborativo”. “Veja a possibilidade de torná-l0 mais colaborativo onde de cada estado alguém lhe proveria de notícias e informações sobre a História”, ressaltou.

5,7% das (os) leitoras (es) não deram a pontuação máxima. 8 e 9 foram as notas creditadas, mas não apontaram sugestões. 2,8% das pessoas apenas comentaram positivamente e deixaram sugestões, mas sem mencionarem notas. 

A minha gratidão a todas (os) que participaram da pesquisa. Irei acatar as sugestões apontadas, afinal, o blog está A SERVIÇO DA CIDADANIA.


O Blog

O fato é que o nosso blog sem se apegar ao modismo dos veículos de comunicação hospedados na internet e sem aderir ao elitismo barato e ao sensacionalismo, está com seis anos de atuação constante na rede mundial de computadores sempre A SERVIÇO DA CIDADANIA e, para tanto, buscamos oportunizar os menos favorecidos, os que por algum motivo não tem voz através da comunicação. Esta (Comunicação) que consideramos uma das principais armas contra a homofobia, misoginia, racismo, conservadorismo, elitismo, enfim... contra as mais diversas formas que corroborem para perpetuar as desigualdades sociais. E é exatamente por pensar assim que além das nossas lutas diárias em vários espaços de poder, seja na escola ou na rádio, resolvemos colocar esse portal como mais uma das ferramentas nessa luta de classe onde estamos do lado dos oprimidos na busca permanente por fazer com que cada vez mais pessoas se sintam parte e se sintam principalmente empoderados/@s.


Lei nº 10.639/ 2003: o que mudou com relação ao racismo?


A convicção política de que a educação é chave na construção da cidadania do negro brasileiro conecta o mundo atual ao final do século XIX, no contexto do término jurídico da escravidão. Isto porque, apesar de todas as mudanças no tecido social, e ultimamente na gestão dos interesses públicos, o racismo, estruturante de todas as relações sociais, continua a determinar limites para a reversão das desigualdades socioeconômicas

Do CEERT -  De acordo com os números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD, divulgados em dezembro de 2015 pelo IBGE, os negros e pardos representavam 54% da população brasileira; no entanto, sua participação no grupo dos 10% mais pobres era muito maior: 75%. Por outro lado, a participação dos negros no grupo do 1% mais ricos não chegava a 18%.

Esses dados, como há anos vêm assinalando economistas como Marcelo Paixão, representam a tela principal de um conjunto de fatores que aprisionam a população negra na base da pirâmide social, como é o caso da educação.

Em 2015, ainda segundo a PNAD 2015, 53,2% dos estudantes pretos ou pardos de 18 a 24 anos de idade cursavam níveis de ensino anteriores ao superior, como o fundamental e o médio, enquanto apenas 29,1% dos estudantes brancos estavam nessa mesma situação.

Isso demonstra que apesar da adoção das políticas de ação afirmativa (aqui, especificamente, as cotas para negros nas universidades), o fosso que separa o acesso de brancos e negros ao ensino superior está longe ainda do que seria uma situação de equilíbrio.

Pode-se inferir, também, que esses dados são reveladores da potência do mito da democracia racial, pois, mesmo diante dessas evidências, parte muito significativa dos trabalhadores em educação, sobretudo de gestores e docentes na educação básica, ainda insiste em manter fechados os olhos para a relevância da Lei nº 10.639, de 2003.

A professora de línguas Fabia Kelli Batista Lopez, do colégio estadual de São Miguel do Araguaia, em tantos anos de existência da legislação, é uma das inúmeras vozes que admitem nunca ter desenvolvido, de modo contínuo em suas aulas, conteúdos que atendam à legislação.

Revela que falta material didático adequado na escola e que nunca participou de nenhum programa de capacitação para lidar com as diretrizes curriculares para a educação para as relações étnico-raciais.

Diz que sabe muito pouco sobre a Lei e explica o motivo: “É que nós temos que trabalhar esse conteúdo sobre a cultura africana e do afro-brasileiro na sala de aula, nós sabemos disso, mas só que ele é mais trabalhado mesmo na época da consciência negra (…) a gente não trabalha no decorrer do ano”.

Classificar o racismo como crime hediondo e aprovar leis como a que está aqui em tela, ou o Estatuto da Igualdade Racial – que busca igualar as condições de oportunidades e representatividade do segmento negro na sociedade ao tempo em que instrui a defesa dos direitos étnicos individuais –, são medidas que possuem imenso significado para o antirracismo.

Contudo, ao que parece, as práticas antirracistas no ambiente escolar ainda estão a depender da iniciativa da professora negra ou do professor negro e das/os trabalhadoras/es da educação politicamente engajadas/os. Acresce a professora Fabia que, para atender efetivamente à legislação, “é necessário ter mais informações, cursos de capacitação… que a parceria com o sindicato é essencial”.

Por outro lado, Noemi Medeiros, graduada em educação física, agente educacional em uma escola de periferia no vigésimo quarto núcleo da cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul, nos faz crer que essa falta de material didático, bem como informação e preparo para lidar com os conteúdos pertinentes acabam por liquefazer o que, anteriormente à criação da Lei nº 10.639, de 2003, parecia tornar mais sólido o embate.

A opinião dessa servidora pública remete à desconfiança de que, sem uma estratégia eficaz pronunciada pelo Estado para a implementação da legislação, possivelmente pode estar havendo mais ocultação das tensões provocadas pelo racismo na escola, em razão do maior conhecimento de outra lei, aquela que pune por crime de racismo.

O que eu acho mais triste é precisar existir uma lei para a gente ser respeitada. Eu acredito que nós estamos sendo mais respeitados, assim em termos de… eles olham a gente com mais cuidado. Não é que terminou o racismo, mas é que ele está cada vez mais oculto. A agressividade que se fazia… hoje eles sabendo que é crime e que a gente passa para o aluno que tem uma lei que ampara ele… (…) então, quando tu conheces uma Lei tu estás amparado (…) quando tu tens uma Lei tu mostras que não estás sozinho, que somos um grande grupo que estamos lutando por esse ideal ”.

A sensibilidade da funcionária Noemi talvez esteja a oferecer pistas para avaliar que a comunidade escolar, que se vê obrigada, há mais de treze anos de sanção da Lei nº 10.639, de 2003, a realizar atividades sobre “a consciência negra” relacionando-as quase sempre exclusivamente ao período de novembro, pode estar, na realidade, reduzindo o que se encontra no “espírito” da Lei a ações pontuais, que aparentemente justificariam o seu cumprimento.

E os agentes que têm assumido a responsabilidade de definir procedimentos metodológicos e conduzir pedagogicamente as ações a eles inerentes, mesmo que parcialmente, ao invés das equipes de direção, continuam a ser as/os trabalhadoras/es em educação politicamente engajadas/os.


Nesse sentido, o que teria realmente mudado com o acréscimo feito à LDB? Teria sido tão somente o ambiente de legitimidade dentro da escola para que quem sempre foi politicamente engajada/o exija, e não apenas demande, as condições objetivas para fazer o que sempre se fez.

Foto: Reprodução - CEERT.

A Comarca de Altaneira será extinta e munícipes ficarão sob a jurisdição da de Nova Olinda, diz Jurista


Foi com esse comentário que o jurista e blogueiro Raimundo Soares Filho compartilhou em seu Blog de Altaneira estudo feito pelo grupo de trabalho do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) acerca da reestruturação da organização judiciária.

Abaixo a matéria na íntegra

O Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) está realizando uma série de apresentações sobre o relatório final do estudo técnico da reestruturação da organização judiciária do Estado. O objetivo é explicar os detalhes do projeto para os demais operadores do Direito e ouvir sugestões e críticas para aperfeiçoá-lo.

O projeto foi explanado na manhã de ontem (21/06) para representantes do Ministério Público do Ceará (MP/CE) e, no período da tarde, ao Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado (SindJustiça) e Sindicato dos Oficiais de Justiça (Sindojus). Já nesta quinta (22/06) será a vez da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Ceará (OAB-CE) pela manhã e, à tarde, da Defensoria Pública estadual.

O trabalho já havia sido apresentado para desembargadores do Tribunal e representantes da Associação Cearense de Magistrados (ACM) nessa terça (20/06).

Este é um projeto de alto nível, no qual procuramos mesclar ideias e sugestões diversas. Um trabalho técnico e aprimorado que tem um norte: não aumentar os custos. A ideia é otimizar os recursos e oferecer uma melhor prestação jurisdicional à sociedade”, destacou o presidente da Corte, desembargador Gladyson Pontes. O estudo demandou quatro meses de trabalho.

 “Teremos um prazo para propor ajustes, mas a racionalização dos recursos e redistribuição das unidades é mais do que necessária. Será benéfico tanto para o juiz, que poderá contribuir com a sociedade de forma mais célere, como para o jurisdicionado que vai receber a prestação mais rápida também”, reconheceu o presidente da ACM, juiz Ricardo Alexandre Silva Costa.

Após as apresentações, o Tribunal elaborará projeto de lei sobre a matéria. Concluído o texto, será submetido à apreciação do Pleno do TJCE e, depois, enviado à Assembleia Legislativa do Estado para aprovação.

As alterações da 1ª  Zona  Judiciária  (Região  de  Planejamento  Cariri) são as seguintes:
1) A Comarca Vinculada de Altaneira, atualmente pertencente à jurisdição de Santana do Cariri,  passaria  a  integrar  a  jurisdição  da  Comarca  de  Nova  Olinda,  na  qualidade  de termo judiciário;

2) A  Comarca  de  Antonina  do  Norte  passaria  a  integrar  a  jurisdição  da  Comarca  de Assaré,  na  qualidade  de  termo  judiciário,  com  remessa  de  processos,  enquanto  a estrutura funcional de Antonina do Norte seria aproveitada em outra unidade;

3) A  2ª  Vara  da  Comarca  de  Várzea  Alegre,  ainda  não  instalada,  seria  transferida  para a Comarca de Juazeiro do Norte;

4) A  Comarca  de  Brejo  Santo  teria  alargada  a  sua  jurisdição,  de  modo  a  agregar  as Comarcas de Porteiras e Jati e a Vinculada de Penaforte, que passariam a figurar como termos judiciários,  e,  em  razão  disso,  a  Vara  Única  da  Comarca  de  Porteiras  seria transformada em 3ª Vara da Comarca de Brejo Santo;

5) Voltariam  a  figurar  como  termos  judiciários,  vinculados  às  respectivas  comarcas: Salitre  (Campos  Sales);  Potengi  (Araripe);  Antonina  do  Norte  (Assaré); Tarrafas (Assaré);   Altaneira   (Nova   Olinda);   Granjeiro   (Caririaçu);   Abaiara   (Milagres); Porteiras (Brejo Santo); Jati (Brejo Santo) e Penaforte (Brejo Santo).


Críticas e sugestões podem ser enviadas para o correio eletrônico da Assessoria de Articulação Interna do TJCE: articulacao.interna@tjce.jus.br.

Foto: TJCE.