Intolerância Religiosa a todo vapor: Juiz afirma que Candomblé e Umbanda não representam religião


A intolerância religiosa e os preconceitos em relações ao candomblé e à umbanda sempre infiltraram os poderes da República e as instituições do Estado que se pretende laico. E talvez pelo fato de essa infiltração ter sido sempre negligenciada, apesar dos seus efeitos nocivos, ela tenha feito desabar um cômodo do Judiciário: a Justiça Federal do Rio de Janeiro definiu que umbanda e candomblé "não são religiões". Tal definição - que mais se parece com uma confissão pública de ignorância - se deu em resposta a uma decisão em primeira instância do Ministério Público Federal que solicitou a retirada, do Youtube, de vídeos de cultos evangélicos neopentecostais que promovem a discriminação e intolerância contra as religiões de matriz africana e seus adeptos, já que o Código Penal, em seu artigo 208, estabelece como conduta criminosa, “escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso”.

Adeptos do Candomblé em IV Caminhada contra a
Intolerância Religiosa em Juazeiro do Norte-CE.
Em vez de reconhecer a existência da ofensa - e não há dúvida para qualquer pessoa com um mínimo de discernimento e senso de justiça de que a ofensa existe - a Justiça Federal do Rio de Janeiro desqualificou os ofendidos; considerou que não "há crime se não há religião ofendida". Para tanto, a Justiça Federal do Rio conceituou umbanda e candomblé como cultos a partir de dois motivos absolutamente esdrúxulos (ou seria melhor dizer a partir de dois preconceitos?): 
1) candomblé e umbanda deveriam ter um texto sagrado como fundamento (aqui a Justiça Federal ignora completamente que religiões de matriz africana são fundadas nos princípios da transmissão oral do conhecimento, do tempo circular, e do culto aos ancestrais); e 2) candomblé e umbanda deveriam venerar a uma só divindade suprema e ter uma estrutura hierárquica (aqui a Justiça Federal do Rio atualiza a percepção dos colonizadores do século XVI de que os indígenas e povos africanos não tinham fé, não tinham lei nem tinham rei). Pergunto: Há, na decisão da Justiça Federal, pobreza de repertório cultural, equívoco na interpretação da lei ou cinismo descarado?

A decisão judicial fere claramente dispositivos constitucionais e legais, além de violar tratados internacionais como a Convenção Americana sobre Direitos Humanos, conhecida como Pacto de San Jose da Costa Rica, ratificada pelo Brasil em 1992 e que dispõe sobre a garantia de não discriminação por motivo de raça, cor, sexo, idioma, religião, opiniões, políticas ou de qualquer outra natureza, origem nacional ou social, posição econômica, nascimento ou qualquer outra condição social. Esse pacto diz ainda que o direito à liberdade de consciência e de religião implica na garantia de que todos são livres para conservar sua religião ou suas crenças, ou de mudar de religião ou de crenças, bem como na liberdade de professar e divulgar sua religião ou suas crenças, individual ou coletivamente, tanto em público como em privado. A Convenção Americana sobre Direitos Humanos afirma que ninguém pode ser objeto de medidas restritivas que possam limitar sua liberdade de conservar sua religião ou suas crenças, ou de mudar de religião ou de crenças. A liberdade de manifestar a própria religião e as próprias crenças está sujeita unicamente às limitações existentes em leis e que se mostrem necessárias à proteção da segurança, da ordem, da saúde ou da liberdade.

Juazeiro foi palco da IV Caminhada Contra
a Intolerância Religiosa.
Ou seja, se há uma liberdade religiosa a ser limitada é a daquelas religiões que usam dos meios de massa para difamar e promover a intolerância contra outras religiões e divulgam práticas que põem em risco a saúde coletiva, como pedir que pessoas abandonem tratamento de câncer ou aids em nome de orações!

Ao ratificar esse Pacto, o Brasil assumiu desde 1992 o papel de um país que tem a obrigação de respeitar direitos. Infelizmente, o Poder Judiciário, que tem a função de "dizer o direito", de aplicar as leis, assim não o fez, simplesmente negando a interpretação dos ditames constitucionais e disposições supranacionais de direitos humanos.

Já foi noticiado que o Ministério Público Federal recorreu dessa decisão, mas precisamos ficar atentos a essas manobras que perseguem, acuam e tentam destruir o que não está de acordo com o que o fundamentalismo religioso determina como correto. E não resta dúvida de que essa decisão judicial é fruto do fundamentalismo religioso que avança sobre os poderes da República. Não podemos nos esquecer de que todos estamos sob a garantia de que podemos promover reuniões livremente para realizar cultos de qualquer denominação - um direito individual e coletivo previsto na Constituição Federal, artigo 5º, inciso VI.

O ataque à umbanda e ao candomblé é também um ataque de viés racista por se tratar de religiões praticadas sobretudo por pobres e negros. Mas é, antes, uma disputa de mercado. O que os fundamentalistas pretendem com os ataques à Umbanda e ao Candomblé é atrair os adeptos - e, logo, o dinheiro deles - para suas igrejas. E como vivemos sob uma cultura cristã hegemônica, que se fez na derrisão e repressão das religiões indígenas e africanas, é óbvio que as igrejas fundamentalistas levam a melhor nessa disputa de mercado e em suas estratégias de difamação.

O que esperamos do Judiciário é o mínimo de justiça que possa colocar freios à intolerância e à ganância dessas igrejas e seus pastores; e possa assegurar a pluralidade religiosa pautada no respeito e sem hierarquias entre as religiões.


A Análise é do Deputado Jean Wyllys e foi publicado originalmente no Carta Capital

Conheça os jovens revolucionários às avessas


O estereótipo do jovem, principalmente após a década de 1960 e, em especial, das revoltas de maio de 1068, é formado por características como a rebeldia, o questionamento da autoridade dos pais, a liberação sexual e o uso de drogas. Entretanto, os estereótipos são sempre uma simplificação pobre da realidade, ainda mais num país tão fora dos padrões e difícil de classificar como o Brasil. Por isso, alguns jovens fazem questão de contrariar esta definição ao adotar ideias e comportamentos bem diferentes.

A internet tem sido um meio bastante usado por esses jovens para se reunirem, trocarem afinidades e expressarem sua opinião a respeito dos temas citados acima – e muitos outros. Rafael de Carvalho é um deles: em 2013, o administrador de sistemas de 25 anos criou o Canal da Direita, presente como canal no Youtube e página no Facebook (esta última com 77.454 curtidas). Segundo ele, “nossa missão é, antes de tudo, ajudar a formar uma oposição pró-Brasil ao invés de partidária como vemos por aí”.

Rafael avalia que o Brasil, especialmente a juventude, é vítima de uma doutrinação do pensamento de esquerda, presente em universidades e no meio cultural. “Apesar de ter a hegemonia política e cultural nas mãos, a esquerda não tem toda a juventude aos seus pés. Se tivéssemos no Brasil uma educação aliada à formação política sem doutrinação, certos políticos que chegaram ao planalto não seriam eleitos nem para vereador”. Esta percepção é compartilhada por Weverlim Cavalcante, estudante de direito em Maceió, 18 anos, criador da página UJC (União Juventude Conservadora, 3.473 curtidas no Facebook): “Quando o PT entrou no poder começou a haver uma doutrinação pesada do marxismo, leninismo, gramscismo, entre outras teorias comunistas, que foi moldando os modos de pensar da nossa juventude”.

O professor e pesquisador da FESPSP, Rodrigo Estramanho de Almeida, 31 anos, discorda da ideia de que as universidades sejam pólos esquerdistas: “professor não é a única classe que forma opinião política, e não há dados para provar que eles pensam assim. Não existe relação de causa e efeito, o perfil tem a ver com passado, história, construção da realidade, instituições”. Todavia, ele aponta para um perfil progressista da juventude paulistana, como notado na pesquisa O jovem e o futuro na cidade de São Paulo, coordenada por ele e produzida pelo Núcleo de Pesquisa em Ciências Sociais da FESPSP. Quase metade dos 409 entrevistados concordou totalmente com a afirmação “As recentes manifestações políticas são positivas para a cidade de São Paulo”. Este desejo por mudança, expressado nas ruas em junho de 2013, é, para Rodrigo, uma mostra da insatisfação do jovem brasileiro com a ordem política e social atual, o que nos impede de classificá-lo como conservador (no sentido de querer conservar a ordem vigente ou voltar a alguma anterior).

Apesar desse desejo por mudanças, Renato Essenfelder, professor do curso de jornalismo na ESPM e no Mackenzie, 33 anos, observa tendências conservadoras em alguns jovens. “Embora o discurso público seja um, em privado vejo o conservadorismo arraigado: a menina que faz sexo é depravada, o homossexual que demonstra afeto em público é sem vergonha, o usuário de droga é marginal ou ‘lesado’”. Além de professor, Renato escreve crônicas no blog Males Crônicos, do Estadão, e recebeu muitas críticas em seu texto, explicitamente irônico, Ai, que

Saudades da ditadura. “Foram mais de 500 comentários, e pelo menos 70% eram pró-ditadura. Não sei dizer quantos dos internautas eram jovens, o público era muito heterogêneo”.

A adoção desse papel de minoria mal-representada é um ponto-chave para entender o motivo de alguns jovens – a até ex-rebeldes como o músico Lobão – assumirem posições conservadoras. Essa postura é resumida claramente por Rafael de Carvalho: “numa sociedade coletivista como a nossa, que crê que os interesses das abstrações sociais (classe, raça, gênero etc.) são mais importantes que o indivíduo, o jovem conservador é o verdadeiro revolucionário”. Rodrigo Estramanho, por sua vez, percebe uma contradição neste posicionamento e acredita que “isso é uma confusão semântica enorme, que deriva de uma confusão em relação à realidade. Quem é conservador quer manter ou voltar a uma situação. Isso é um ponto de vista, não vejo que esteja assim”.

No campo político, Rodrigo nota a presença de “questões religiosas e institucionais, que orientam certo tipo de comportamento” e acabam por influenciar candidatos progressistas, impedindo-os de assumir opiniões como a defesa do aborto. “Precisamos avançar muito no debate dessas questões”, completa. Em relação a esses temas, Weverlim é taxativo ao declarar sua oposição ao “aborto, pedofilia, prostituição, redução da maioridade sexual, casamento homo afetivo e a legalização das drogas”, colocando a discussão de direitos, como o casamento entre homossexuais, no mesmo grupo de crimes como a pedofilia.

Como referências do pensamento conservador atual, Weverlim cita “a família Bolsonaro, Rachel Sheherazade e Paulo Eduardo Martins”, acrescentando que na UJC Margareth Thatcher e Ronald Reagan também assumem esse papel. Renato Essenfelder lamenta a influência de Bolsonaro e Sheherazade por seu discurso raso: “Um país que teve Roberto Campos, para citar um político, e Paulo Francis, para ficar em um jornalista, não pode se contentar com eles”.

Apesar de usar um tom aparentemente radical na defesa de suas ideias, o discurso desses jovens alia-se ao pluralismo para o desenvolvimento da sociedade, pois “sendo assim, haverá um equilíbrio ideológico e social”, nas palavras de Weverlim. E como todos os opostos e rivais na história, esquerda e direita, liberalismo e conservadorismo nos costumes, parecem não sobreviver sem o outro. “Precisamos incentivar a diversidade, as vocações”, diz Rodrigo. Para ele, o conservadorismo de uma parcela dos jovens, assim como a popularidade de figuras conservadoras, os protestos de junho de 2013 e a Comissão da Verdade, “são sintomas de democracia”. “Precisamos definir o Brasil que queremos, e é a juventude que vai fazer isso”, conclui.


A análise é do Jornalista Luiz Vendramin Andreassa e foi publicado originalmente no Diário do Centro do Mundo



Inaugurada nesta quinta-feira a Escola de Educação Profissional Wellington Belém de Figueiredo


Cid Gomes e comitiva no Ginásio da EEEP Wellington Belém
de Figueiredo. Foto: João Alves.
O governador do Estado do Ceará, Cid Gomes (Pros), acompanhado do Secretário Adjunto da Educação, Idilvan Alencar, de Deputados Estaduais e Federais, inaugurou na noite desta quinta-feira (15/05) mais uma Escola Estadual de Educação Profissional no Estado. A Escola Wellington Belém de Figueiredo foi a 101ª EEEP inaugurada, dessa vez no município de Nova Olinda, na Região do Cariri e que está atendendo, em regime de consórcio 180 (cento e oitenta) alunos dos municípios de Altaneira, Nova Olinda e Santana do Cariri.

A solenidade teve início com apresentações de Banda de Músicas que em conjunto dos alunos recepcionaram o governador e sua comitiva, sendo levado a conhecer as dependências da instituição de ensino que foi cercada de apresentações dos discentes com poemas, poesias, musical e um discurso enpolgante da aluna Vivia. No Ginásio, a integração cultural entre os municípios foi marcante. A Fundação Educativa e Cultural ARCA, de Altaneira, foi apresentada pela Aluna Valeria, do Curso de Rede de Computadores. Nova Olinda, com a Casa Grande e Santana do Cariri, através dos fosseis, do Museu de Paleontologia.

Fundação ARCA, Casa Grande e Museu de Paleontologia sendo
representado como identidade cultural de cada município.
No palco, discursaram o Secretário Adjunto da Educação e o governador do Estado. Idilvam Alencar arguiu que somente em três oportunidades não havia participado das inaugurações desse modelo de escola e citou como exemplo, Sobral e Massapê. Porém, segundo ele, de todas os momentos que já participou este era o mais especial e que marca sua gestão a frente da pasta. "Hoje é um dos dias de maior alegria que tenho na SEDUC. Nova Olinda, Minha Terra Natal, está inaugurando a obra pública mais importante de toda a sua história". Cid Gomes reforçou os investimentos do governo na área educacional e mencionou as contribuições desse prédio na vida dos estudantes das três localidades.

Além dos deputados, se fizeram presentes também os prefeitos de Altaneira, Nova Olinda e Santana do Cariri, Delvamberto Soares, Ronaldo Sampaio e Danieli de Abreu, respectivamente, os secretários de Educação dos municípios contemplados, Deza Soares (Altaneira), Vanda Sampaio (Nova Olinda) e de Santana do Cariri. Professores, Núcleo Gestores e alunos de escolas regulares das três municipalidades também marcaram presença no evento.

O investimento do patrimônio educacional está na casa R$ 10 milhões, oriundos dos Governos Federal e Estadual. O prédio tem capacidade para atender até 540 discentes, em tempo integral, das 7 às 17 horas, de segunda a sexta-feira. A estrutura é composta de 12 salas de aula, auditório para 201 lugares, biblioteca e dependências administrativas.

A Escola está sob a abrangência da 18ª Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação (Crede), sediada em Crato, que já conta com quatro unidades com esse nível de ensino nos municípios de Crato (02), Campos Sales e Araripe.

Confira outras fotos da solenidade





Trabalho escravo: pela primeira vez, maior número de resgatados vem de áreas urbanas


O número de trabalhadores encontrados em situação análoga à de escravidão em 2013 foi maior, pela primeira vez, no setor urbano em relação ao rural. De um total de 2.063 resgatados em ações de fiscalização (ante 2.750 no ano anterior), 1.068 estavam em áreas urbanas, de acordo com dados divulgados hoje (14) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Entre as atividades, a construção civil, com 849 casos, superou setores em que a incidência costuma ser maior, casos da agricultura (342) e da pecuária (276).

Resgate de 111 trabalhadores em Guarulhos, em setembro,
foi um dos maiores de 2013.
Segundo a Secretaria de Inspeção do Trabalho do MTE, das cinco ações que encontraram o maior número de trabalhadores em condições análogas às de escravo, quatro foram no meio urbano. A maior quantidade se concentrou em uma fiscalização no setor da construção civil em Conceição do Mato Dentro (MG), onde foram encontrados 173 trabalhadores. Eles haviam sido contratados por uma empresa prestadora de serviços para uma mineradora, e 100 eram haitianos.

O segundo caso ocorreu em Guarulhos, na Grande São Paulo: 111 operários também na construção – o episódio ocorreu em setembro do ano passado, em obras da OAS, de ampliação do aeroporto de Cumbica. Na ocasião, a OAS disse que os trabalhadores não eram contratados da construtora. A fiscalização apurou que eles foram aliciados em quatro estados do Nordeste. No grupo, havia índios de uma tribo em Pernambuco.

No município do Rio de Janeiro, uma ação fiscal resgatou 93 trabalhadores no ramo de alimentação. Eles atuaram como ambulantes durante o Rock in Rio, festival realizado em setembro. Na ocasião, a rede Bob´s foi responsabilizada, mas negou que se tratasse de uma situação de trabalho escravo.

Entre os estados, Minas Gerais teve 446 trabalhadores resgatados em 20 ações de fiscalização. São Paulo teve 419, em 19 fiscalizações. O Pará teve a maior incidência de ações (68), com 141 resgatados. Em seguida, vieram Bahia (135 em 17 ações) e Goiás (133 em 25 fiscalizações). De acordo com o MTE, foram feitas 179 operações em todo o país, atingindo 300 empregadores.

Em São Paulo, 256 resgatados eram do setor de construção e 104, da indústria de confecção.


Via Rede Brasil Atual

EEEP Wellington Belém de Figueiredo será inaugurada nesta quinta-feira, 15


Os jovens dos municípios de Nova Olinda, Altaneira e Santana do Cariri, localizados na região do cariri cearense, passaram a contar com mais oportunidades de preparação para o mundo do trabalho a partir da última segunda-feira, 05/05, quando teve início às atividades letivas na Escola Estadual de Educação Profissional Wellington Belém de Figueiredo.

EEEP Wellington Belém de Figueiredo será inaugurada
nesta quinta-feira, 15. Foto: Profª Lucélia Muniz
A escola foi construída em Nova Olinda está funcionando em regime de consórcio atendendo cerca de 180 (cento e oitenta) estudantes dessas três que além de cursar as disciplinas do ensino médio, farão concomitantemente um dos quatro cursos técnicos ofertados, a saber, Rede de Computadores, Finanças, Agronegócio e Edificações.

O investimento do patrimônio educacional está na casa R$ 10 milhões, oriundos dos Governos Federal e Estadual. O prédio tem capacidade para atender até 540 discentes, em tempo integral, das 7 às 17 horas, de segunda a sexta-feira. A estrutura é composta de 12 salas de aula, auditório para 201 lugares, biblioteca e dependências administrativas.

Para colocar em prática o que aprenderam durante as aulas teóricas, os alunos vão dispor também de Laboratórios Tecnológicos, de Línguas, Informática, Química, Física, Biologia e Matemática, além de um ginásio poliesportivo. Quando chegarem ao terceiro ano, o Governo do Estado propiciará o acesso ao estágio curricular obrigatório e remunerado. É nesse período que o estudante vai aprimorar suas habilidades, atitudes e competências individuais, desenvolvidas durante a sua formação.

A Escola Estadual de Educação Profissional Wellington Belém de Figueiredo, localizada no sítio Jurema, em Nova Olinda, faz parte da 18ª Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação (Crede), que já dispõe de quatro Escolas de Educação Profissional nos municípios de Crato (02), Campos Sales e Araripe. Essas duas últimas contam com um estabelecimento de ensino cada.

A inauguração desta instituição de ensino, a 101ª do Estado do Ceará ocorrerá nesta quinta-feira, 15/05 a partir das 17 horas. Na solenidade se farão presentes o governador Cid Gomes e o secretário adjunto da Educação, Idilvan Alencar, além dos (as) secretários (as) de educação dos três municípios, servidores, professores, alunos e núcleo gestor da referida instituição de ensino.

CNA tenta acabar com cadastro de empregadores flagrados com trabalho escravo


A Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) entrou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal (STF) questionando a relação de empregadores flagrados com trabalho escravo mantido pela Portaria Interministerial N.º 2/2011, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e da Secretaria de Direitos Humanos, a chamada “lista suja” da escravidão. O cadastro oficial serve de base para as empresas signatárias do Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo, que se comprometem a não travar relações comerciais com empregadores flagrados com escravos, e também para bancos públicos, que usam a tabela como referência para concessão de créditos.

Resgate em 2010 envolvendo empresa de irmão de senadora
Kátia Abreu. O fato ocorreu em fazenda que produzia carvão.
Foto: SRTE/TO
A Adin 5115 foi apresentada no dia 24 de abril e pode ser acompanhada neste link. Na semana passada, no dia 8, a ministra Carmen Lúcia, relatora da ação, solicitou informações com urgência às autoridades responsáveis. A tentativa de anular a “lista suja” está sendo criticada por autoridades envolvidas no combate à escravidão e representantes de organizações, empresas e movimentos sociais. A CNA é presidida pela senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), que é integrante da Frente Parlamentar de Agropecuária, a Bancada Ruralista, e tem interesse direto na questão. Seus dois irmãos, André Luiz Abreu e Luiz Alfredo de Feresin Abreu, tiveram o nome envolvido em flagrantes de escravidão em 2012 e 2013, respectivamente. A reportagem solicitou posicionamento da CNA sobre as críticas à ação e o conflito de interesses, mas não obteve retorno.

Senadora Kátia Abreu em plenário.
Foto: Divulgação.
A iniciativa da CNA de recorrer ao STF tem sido criticada até mesmo por produtores rurais. A Repórter Brasil procurou ouvir empresários do setor. Em nota, a Cargill, uma das empresas agrícolas signatárias do Pacto Nacional, se posicionou destacando que o grupo “atua em todas as suas cadeias de suprimentos para buscar a erradicação do trabalho análogo ao escravo no país”, e que considera “o Cadastro de Empregadores que tenham submetido trabalhadores a condições análogas a de escravo um importante instrumento para contribuir com esta causa”.

A empresa defende ainda que “o trabalho escravo é uma prática inaceitável e deve ser combatida em todas as suas formas e de todas as maneiras possíveis pela sociedade civil, empresas e governo”. Além da Cargill, entre os signatários do Pacto Nacional estão algumas das principais corporações agropecuárias do Brasil, tais como o Grupo André Maggi e a Marfrig, além de organizações de produtores, como Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec) e Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).

Direito à informação

A quem interessaria o Ministério do Trabalho e Emprego sonegar tais informações? Para o agricultor que trabalha com honestidade, respeitando os princípios de responsabilidade social e preocupado em estabelecer uma concorrência leal, saber quem emprega ou não trabalho escravo é algo extremamente útil”, defende o chefe da Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo (Detrae) do MTE, Alexandre Lyra. “A divulgação do nome dos empregadores flagrados é um serviço para o mercado. É melhor do que fazer como o governo americano, que faz barreiras comerciais de todo um setor por conta de flagrantes. Nós estamos indicando quais são os empregadores e deixando claro quem são os responsáveis”, completa.

A quem interessaria o Ministério do Trabalho e Emprego sonegar tais informações? Para o agricultor que trabalha com honestidade, preocupado em estabelecer uma concorrência leal, saber quem emprega ou não trabalho escravo é algo extremamente útil

A entidade pede medida cautelar para suspender imediatamente a “lista suja”. Entre os argumentos apresentados pelo advogado Carlos Bastide Horbach, que representa a CNA na ação, estão o de que a inclusão de nomes no cadastro contraria os direitos de ampla defesa e presunção de inocência, e o de que a imposição de “sanções administrativas antes mesmo de a condenação penal existir ou transitar em julgado caracteriza violação patente ao princípio da presunção de inocência”. Lyra destaca que as sanções comerciais por parte das empresas não são de responsabilidade do MTE, tampouco as restrições de crédito por parte de bancos, e lembra que, antes de serem incluídos, todos os empregadores têm chance de se defender no processo administrativo aberto com base na lavratura dos autos de infração. Ele defende que a publicização dos nomes é um dever do MTE e está em sintonia com medidas de boa governança e democracia com abertura de dados que devem ser públicos.

É uma obrigação a gente informar à sociedade o nome dos empregadores que mantiveram escravos. Como agentes públicos, temos obrigação de fornecer esses dados à sociedade. Observamos o princípio de publicidade e transparência na gestão”, define.

Referência internacional

Por fortalecer o mapeamento de cadeias produtivas e subsidiar sanções diretas por empresas com preocupação socioambiental, a “lista suja” é considerada uma referência internacional na construção de mecanismo de combate ao trabalho escravo. Em 2010, o cadastro foi elogiado pela então relatora especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para as Formas Contemporâneas de Escravidão, a advogada armênia Gulnara Shahinian, que ao apresentar o relatório de sua visita ao Brasil no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas citou a medida como um exemplo. No ano passado, a iniciativa também foi elogiada no relatório “The Global Slavery Index”, divulgado organização não governamental Walk Free.

A “lista suja” também é citada como referência pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). “A gente defende a manutenção da lista porque ela possibilita, como um instrumento oficial do governo brasileiro, o monitoramento das condições de trabalho e responsabilidade social em cadeias produtivas. É um instrumento essencial para quem busca informações sobre sustentabilidade social em questões que envolvem trabalho escravo e forçado”, diz o coordenador de Programa de Combate ao Trabalho Forçado da Organização Internacional do Trabalho, Luiz Machado.

Ele lembra que, apesar de nesta terça-feira, 13 de maio, ser comemorada a assinatura da Lei Áurea no Brasil, a escravidão ainda é uma realidade no país. “Infelizmente constatamos que o trabalho forçado vem aumentando. A data simboliza um momento histórico aqui no Brasil, mas o país ainda precisa avançar muito para acabar com a escravidão contemporânea, que pode ser ainda mais brutal em suas formas modernas se comparadas com escravidão colonial, assim como apontado em nosso último relatório global“, destaca.

Via Repórter Brasil

Educação de Altaneira é premiada com Escola nota 10


A educação do município de Altaneira conseguiu a partir da Escola de Ensino Fundamental Joaquim Rufino de Oliveira, situada à Rua Padre Agamenon Coelho, entrar no rol das instituições de ensino premiadas como Escola Nota 10.

A informação foi motivo de comemorações pelos professores, secretários escolares e gestores de outros espaços educativos, tão logo a Gerente Municipal do Programa de Alfabetização na Idade Certa – PAIC, Micirlândia Soares, divulgou o feito na rede social facebook na tarde desta segunda-feira, 12. O professor Reginaldo Venâncio destacou como essencial na conquista desse resultado o “papel dinâmico e significativos de todas as ações que as professoras/educadoras vêm realizando” e completou arguindo sobre os trabalhos dos demais servidores componentes da comunidade escolar que, segundo ele, “certamente tiveram parcela relevante em todos os momentos difíceis em busca de soluções pontuais para solução dos problemas”.

Professora Lígia Venância e Alunos na EMEF Joaquim
Rufino de Oliveira.
Leocádia Rodrigues, que responde pela direção da escola, foi metafórica ao expor o prazer em fazer parte de um espaço escolar com esse reconhecimento. “Como os girassóis anunciaram os bons tempos chegaram .....”. Ainda aqui, ela agradeceu o empenho da Secretaria da Educação, por meio do titular da pasta, Deza Soares e, ao executivo, a partir do gestor Delvamberto e, claro a todos os envolvidos diretamente nessa conquista, a começar pelo alunado. E foi enfática ao ressaltar que essa é a primeira vez que Altaneira é e tem uma escola nota 10. Esse sentimento foi compartilhado pela professora coordenadora Maria Socorro Lino.

A instituição de ensino mencionada foi destaque nos resultados do SPAECE 2013 ao lado da Joaquim de Morais que juntas, nas turmas dos 2º e 5º anos, conseguiram elevar a proficiência em língua portuguesa e matemática.
Professora Cícera Pereira e Alunos da Joaquim Rufino de Oliveira
O “Prêmio Escola Nota Dez” foi instituído, em junho de 2009, através da Lei 14.37, pelo Governo do Estado, por meio da SEDUC com o objetivo de fortalecer, valorizar e ampliar o trabalho que vem sendo empreendido pelas escolas em relação aos resultados de alfabetização.  A Joaquim Rufino de Oliveira está entre as 150 (cento e cinquenta) escolas públicas que apresentaram os seguintes critério: 1º - ter pelo menos 20 (vinte) alunos matriculados no 2º ano do ensino fundamental regular; 2º - ter o Indicador de Desempenho Escolar de Alfabetização - IDE-Alfa situado no intervalo entre 8,5 e 10,0.

O Secretário da Educação, Deza Soares, afirmou na manhã desta segunda-feira que pretende realizar um seminário visando apresentar e socializar esses resultados, ao passo que agradeceu todos que contribuíram direta ou indiretamente para esse avanço considerado na educação do município e mencionou que esse era uma das principais metas da gestão. “Sempre acreditamos que esse resultado seria possível e não só acreditamos como também divulgamos como uma das principais metas dessa gestão, exatamente por acreditar na competência, no profissionalismo e na força de união dessa gente dedicada e compromissada com a educação é que procuramos fazer o diferente com apoio e intervenções nos momentos certos"

O Secretário frisou ainda como ferramenta imprescindível desse resultado as diversas formações pelas quais passam os professores e formadores. “Sou convicto de que o apoio da secretaria de educação e do governo municipal, através de formações pedagógicas, materiais pedagógicos, encontros nas escolas e outros ambientes sócio educacionais, inclusive com alunos e pais, sem esquecer as intervenções conjuntamente com o paic/pnaic, formadores, consultoria, núcleos gestores, equipe técnica, coordenações, crede 18 e demais equipes da educação, vem contribuindo significativamente para a melhoria da nossa educação e consequentemente para esse resultado, portanto, somos todos vencedores, estamos todos de parabéns, em especial, essas excelentes profissionais da escola Joaquim Rufino, diretamente responsáveis por essa brilhante conquista”.