Jovens católicos querem igreja progressista

 
 
Segundo dados do censo 2010 do IBGE, Altaneira -CE
continua tendo uma população de maioria católica. Na imagem,
jovens e pessoas acima de 30 anos na novena de São José.
Foto: João Alves
Segundo pesquisa divulgada na segunda-feira, (22/07) pela ONG Católicas pelo Direito de Decidir, 56% dos jovens católicos (de 16 a 29 anos) e 43% dos que têm mais de 30 anos apoiariam se a igreja decidisse ser favorável à união entre pessoas do mesmo sexo.

O estudo foi encomendado ao Ibope Inteligência para analisar o perfil dos brasileiros a respeito de questões como aborto, união entre pessoas do mesmo sexo, uso da pílula do dia seguinte, proibição do sacerdócio para mulheres, celibato e punição para religiosos envolvidos com pedofilia ou corrupção.

Considerando a pesquisa globalmente, incluindo católicos, evangélicos, outras religiões, agnósticos e ateus, os números são inferiores: 51% dos jovens e 41% dos que já passaram dos 30 apoiariam a união homossexual. Nesse recorte, o perfil mais conservador é dos que se declaram evangélicos, entre os quais apenas 34% dos jovens até 29 anos e 28% dos que têm mais de 30 apoia total ou parcialmente.

Entre os pesquisados católicos, 62% dos jovens discordam total ou parcialmente da prisão de uma mulher que precisou recorrer ao aborto e, entre os que têm mais de 30 anos, o índice cai para 59% (no geral, incluindo todas as religiões, os dados são muito próximos: 63% e 58%, respectivamente). O estudo mostra que 82% dos jovens católicos e 76% dos mais velhos acham que a igreja deveria “permitir” que as mulheres católicas usassem a pílula do dia seguinte.

Quando o Ibope perguntou aos católicos sobre a punição rigorosa aos religiosos envolvidos em pedofilia, assédio sexual ou corrupção, 90% dos jovens e 88% dos mais velhos apoiariam totalmente ou em parte.

Para a coordenadora da ONG, Regina Soares Jurkewicz, nas questões relativas à moral e à sexualidade, a pesquisa mostra distanciamento entre a realidade social e a política da igreja. “Há uma tendência de dissonância entre o que a igreja prega e a prática das pessoas.” Segundo ela, o levantamento revela a grande insatisfação dos católicos em relação “à política do silêncio” com a qual o Vaticano tenta impedir o aprofundamento das investigações sobre pedofilia e corrupção na igreja. “São católicos, mas não praticam o que a igreja diz”, afirma Regina, não só em relação à pedofilia, mas em relação às questões morais e sexuais em geral.

Estratificado por escolaridade, o estudo do Ibope demonstra que, quanto menos a pessoa estudou, mais conservadoras são suas opiniões. Por exemplo, 52% dos que têm até a 4ª série discordam total ou parcialmente da prisão da mulher que recorrer ao aborto por necessidade, número que sobe para 59% da 5ª à 8ª série e entre os que têm ensino médio e para 67% com nível superior. “A pesquisa mostra a influência do acesso à educação na sociedade. Quanto mais as pessoas estudam, mais têm condições de refletir e ter acesso à informação”, diz Regina.

Sobre o papa Francisco, em visita ao Brasil esta semana, a coordenadora do Católicas pelo Direito de Decidir considera que o novo pontífice, pelo menos até o momento, tem um aspecto positivo e outro negativo ou ainda por esclarecer. “Ele tem posturas muito simpáticas ao focar sua atenção mais nos pobres, não ostentar nada muito rico. Mas no que tem a ver com moral sexual não tivemos nenhum sinal positivo”, lembra. “Enquanto bispo, aliás, ele se mostrou contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo.”

Para Regina Soares Jurkewicz, “não é só o papa, mas a cúria como um todo precisa olhar com mais atenção para essa e outras questões”.

A pesquisa foi realizada entre maio e junho de 2013. O Ibope Inteligência ouviu a opinião de 4.004 brasileiros, entre os quais 62% (2.496) se declaram católicos, 23% evangélicos e 15% são adeptos de outras religiões, agnósticos ou ateus. Cerca de 31% do total (1.224) tinham entre 16 a 29 anos de idade e 2.780 mais de 30 anos. (Via RBA/Pragmatismo Político)

Vamos nós: O posicionamento dos jovens entrevistados é louvável e significa um avanço para a classe religiosa católica tida como conservadora. É significante, porém não basta. Só apoiar não levará a uma mudança de postura desse gueto que tem sido e vem sendo um dos maiores entraves para a superação da intolerância e um dos empecilhos para a conquista efetiva da laicidade em nosso país. A iniciativa dessa mudança quanto aos temas levantados acima precisa ser tomada pelos fieis também. Não basta apoiar, tem que incitar. Tal postura deve ser feita nos diversos municípios brasileiros, como por exemplo, em Altaneira – CE, onde, de acordo com os dados do censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, a população continua sendo de maioria católica. O que não impede que os fieis de outros grupos religiosos também os faça.


 

Capes aprova novo mestrado profissional em História da África, da Diáspora e dos Povos Indígenas na UFRB



O novo curso de Mestrado Profissional em História da África, da Diáspora e dos Povos Indígenas do Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL) da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) foi aprovado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). O curso contará com 15 vagas anuais e será ministrado no campus de Cachoeira.

Formar profissionais aptos a desenvolver de forma plena e inovadora o projeto de aplicação da Lei 11.645 de 2008, que torna obrigatório o ensino de História da África, da Cultura Afro-Brasileira e da História Indígena, é um dos objetivos do curso. "Em 2013, completa dez anos da referida Lei que obriga que os currículos da educação básica incluam a História e Cultura da África e dos Afro-brasileiros. Logo, a aprovação desse curso representa uma conquista em relação ao propósito de contribuir com esse Projeto de Educação das Relações Étnico Raciais", aponta o professor Claúdio Orlando, um dos coordenadores do projeto.

O curso de pós-graduação lato sensu foi formulado a partir das experiências dos membros do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB) do Recôncavo da Bahia ao realizar o Curso de Especialização em História da África, da Cultura Afro-Brasileira e Africana. Nele, foram reunidos cerca de 170 professores das redes de ensino público dos municípios de Santo Amaro, Cachoeira, São Félix, Muritiba, Cruz das Almas, Amargosa, Mutuípe e Brejões. "A partir da experiência da especialização, os membros do NEAB e professores do Curso de História do CAHL enviaram a Apresentação de Propostas de Cursos Novos (APCN) do Curso de Mestrado Profissional para a Capes", relata o coordenador do NEAB, professor Antonio Liberac.

"O Mestrado representa um avanço para formação e pesquisa no campo da História da África, da Diáspora e dos Povos Indígenas, ao tempo que amplia o comprometimento da UFRB em relação à formação de estudantes egressos das graduações, dos professores que estão concluindo o curso de especialização realizado pelo NEAB, e demais interessados na temática", aponta Claudio Orlando. Das vagas disponíveis, 50% serão para atender professores das redes de ensino estadual e municipais e 10% para servidores técnicos-administrativos, as demais são para livre concorrência.


Além de Orlando e Liberac, os professores Rosy de Oliveira, Sergio Guerra, Emanoel Soares, Juvenal de Carvalho, Rita Dias, Leandro Almeida, Osmundo Pinho, Walter Fraga e outros nomes atuaram juntos na elaboração do projeto que contou ainda com a apoio da Pró-Reitoria de Pós-Graduação. O Curso foi estruturado com corpo docente formado por 19 professores, dos quais 16 doutores e 3 mestres. A previsão de oferta do curso é o primeiro semestre letivo de 2014.

Via UFRB

E agora MPF: é público ou privado ? A FRAUDE da Globo elucidará



O Ministério Público Federal está diante de um momento que vai definir como o país – que tão generosamente lhe paga salários que, para não ofenderem o povo trabalhador, têm de se justificar numa ação incessante em defesa dos direitos e do dinheiro público – vai encará-lo.

Exigiu, com toda a justiça, a derrubada da PEC 37, sob a alegação de que nada poderia tolher sua liberdade de investigar e invesigar, sobretudo, a corrupção e os descaminhos do dinheiro público.

Mas será que existe uma PEC-37 toda particular que impede o Ministério Público de investigar o caso nada explicado do processo de sonegação da Globo?

Pode uma instituição cuja  finalidade é exercer, em nome do povo, o persecutio criminais, deixar de fazê-lo quando o potencial criminoso é a empresa mais poderosa politicamente deste país?
Será que há sete anos vige um privilégio que fez a Globo jamais ter tido contra ela uma ação penal, enquanto todas as outras empresas que tiveram processos de sonegação surrupiados pela servidora-ladra da Receita respondem por isso na Justiça?

Que diabo de sigilo fiscal é esse que, mesmo inexistindo na lei para representações penais de natureza fiscal, existe na prática para a Globo?

Ações penais têm um “sobrenome”: são ações penais públicas.

Parece uma tautologia, mas não é, porque não são públicos os procedimentos do MP em relação à representação feita, há quase oito anos, por um agente fiscal, em processo regular e, desde então – perdoem a palavra definidora – afanado para, pelo menos, dilatar o prazo do pagamento de R$ 615 milhões.

O Ministério Pùblico está moralmente obrigado a tornar públicas as suas iniciativas no caso.
Quem será chamado a depor, que documentos serão requisitados, se as tais fitas de vídeo que exibem o momento do furto do processo exitem e foram confiavelmente periciadas, como foi reconstituído o processo, quem tinha que cópias, onde estão os registros eletrônicos da movimentação do processo na Receita.

Não adianta que alguns de seus integrantes estejam a maquinar como farão para processar os blogueiros que os deixaram “consternados” com a revelação dos documentos que fizeram esse caso surgir da gaveta onde o puseram para descansar todo este tempo.

A história, pedaço por pedaço, está vindo à tona.

E ainda é tempo que a lama que com ela surge não cubra os que, por corporativismo, negam o que está evidente.


Via Tijolaço

Redes sociais convocam protestos contra visita do papa



Papa Francisco embarca rumo ao Brasil
A recepção ao papa Francisco no Palácio Guanabara (sede do governo fluminense, na zona sul do Rio) será marcada por protestos convocados pelas redes sociais pelo grupo Anonymous Rio e pela Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (Atea). A manifestação do Anonymus questiona os gastos públicos com a recepção ao pontífice e pede a saída do governador Sérgio Cabral e do vice Luiz Fernando Pezão, ambos do PMDB. Eles recepcionarão o papa. A solenidade está marcada para as 17h no palácio, com a presença da presidente Dilma Rousseff e do prefeito Eduardo Paes.

Os manifestantes se concentrarão a partir das 18h no Largo do Machado, a 1 km do Guanabara. O grupo planeja seguir até o palácio. Na página de convocação ao evento, mais de 7 mil pessoas confirmaram presença. De acordo com a prefeitura, toda a rua em frente ao palácio estará fechada por medida de segurança.

Na convocação, o grupo esclarece que a manifestação não é contra a presença do papa nem contra a Igreja Católica. "A ideia é aproveitar a presença do papa, de seus turistas e da mídia global. Será mais um grito contra a corrupção e por serviços públicos mais dignos." A pauta divulgada pelo grupo questiona os gastos públicos estimados em R$ 118 milhões para a organização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ)e defende o estado laico.

A Atea anunciou que promoverá às 17h manifestação em frente ao palácio. Temerosa de uma reação da Polícia Militar, a entidade tentou no fim de semana uma liminar judicial que proibisse a repressão policial. No sábado, a Justiça negou a liminar. A entidade recorreu. Manifestações do tipo serão promovidas pela entidade em outras capitais brasileiras, como Belo Horizonte e São Paulo, além de cidades importantes, como Ribeirão Preto (SP).

"Assim como o batismo de crianças lhes impinge uma religião, o sequestro do Estado para fins religiosos faz o mesmo com todos os demais cidadãos brasileiros, que se tornam católicos à força quando o dinheiro dos seus impostos é desviado para pagar um evento religioso. Por isso, para simbolizar o protesto contra as violações da laicidade, escolhemos o desbatismo", informa a Atea em comunicado distribuído na semana passada. No protesto, a entidade promoverá o que chamou de "desbatismo coletivo", em que os manifestantes usarão secadores de cabelo "para os ventos do secularismo varrerem as águas do batismo". 

"Se você não concorda com o uso de dinheiro público na JMJ, com símbolos religiosos em repartições públicas, o ´ Deus seja louvado` no dinheiro, o ensino religioso em escolas públicas..

Se você acha que barrar a camisinha e a pílula no sistema público é um absurdo, se não concorda com o veto da Igreja Católica ao divórcio, se ainda não se conformou com o acobertamento de pedófilos e a discriminação contra homossexuais... Enfim, o desbatismo é para todos aqueles que desejam protestar", diz o documento. (via Yahoo Notícias).

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Grupo ativista digital invade Twitter do site G1


O grupo ativista digital Anonymous Brasil invadiu, no começo da tarde desta segunda-feira, a conta do Twitter do site notícias G1 (das Organizações Globo).

A invasão aconteceu por volta das 13:25. O grupo alterou o layout da página do G1 no Twitter e, na descrição do perfil, colocou uma foto de um homem com os olhos tapados e a boca fechada por mãos, além de inserir uma frase do ativista americano Malcolm X.


No primeiro post no microblog, o grupo atacou o jornalismo brasileiro, o acusando de ser “Nojento, Traidor e Covarde” e de manipulador de notícias.


Nas mensagens seguintes, o grupo postou vários tuítes para dizer que os jornalistas brasileiros são pagos para tentar transformar os manifestantes dos movimentos sociais em criminosos. E questiona a mídia brasileira por esta postura.

O Anonymous Brasil ainda pediu para os seguidores do G1 desligarem suas televisões e irem para os protestos.

Fonte: Info Abril

Movimento Negro se reúne com a presidenta Dilma Roussef



Movimento Negro se reúne com a presidenta Dilma Rousseff
A presidenta Dilma dissertou sobre a contribuição dos negros na construção da nação Brasileira. Afirmou que as condições em que se deu a constituição do país contribuíram para a subjugação da população afrodescendente. Alertou que a história da população negra não está nas escolas, e que, até ela, só havia acessado informações sobre o legado de resistência dessa população em seu curso de pós-graduação. Ressaltou que tal realidade é inadmissível.

Em seguida, fez um panorama do avanço das políticas públicas para população negra no Brasil nos últimos dez anos. Disse que considerava um avanço importante o reconhecimento das terras quilombolas no início da gestão do presidente Lula, e que essas eram comunidades tão invisíveis para o governo que a metodologia inicial de mapeá-las teve de se valer do programa Luz para todos, pois, entre a maioria dos territórios onde faltavam serviços de atenção básica como saneamento e energia elétrica, estavam os quilombos.

A presidenta falou ainda que considerava um avanço a instituição de cotas raciais nas universidades federais, a realização das conferências de promoção de igualdade racial, as políticas de transferência de renda que têm beneficiado as populações pobre e negra, e, por fim, falou dos cinco pactos do governo federal: 1. Responsabilidade fiscal, 2. Plebiscito/Reforma política, 3. Saúde, 4. Mobilidade e 5. Educação. Quanto a isso, pediu o apoio das entidades negras ali presentes no sentido de contribuir para o fortalecimento da agenda em nível nacional.

Mais uma vez saudou os presentes e passou a palavra para nossos representantes.

O primeiro a falar foi Edson Santos, diretor da Unegro, organização que tem cadeira no CNPIR. Ele discorreu sobre a reforma política, disse que a organização da qual faz parte realizou em 2012 uma pesquisa nas câmaras de vereadores, de deputados e no senado brasileiro para fazer um mapeamento da presença de parlamentares negros e que o resultado da pesquisa foi alarmante, por constatar a baixíssima representação desse segmento populacional nesses espaços do Legislativo. Pontuou com a Presidenta Dilma que não seria possível fazer reforma política sem assegurar condições equânimes de participação da população negra.

A segunda pessoa a falar foi Flavio Jorge, da Conen, organização que também tem assento no CNPIR, que fez um apanhado das questões que tínhamos elencado na carta protocolada à presidência e discorreu sobre a importância das questões assinaladas. Deu um panorama da atuação das organizações de movimento negro no brasil, e ressaltou a importância dessas no processo de conquista de direitos. Pontuou a importância daquele encontro não se encerrar ali e pediu que a presidenta Dilma comprometesse os ministros encaminhando nossas solicitações, uma a uma, para cada pasta citada.

O terceiro a falar foi o conselheiro do CNPIR pela Coordenação Nacional das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), Arilson Ventura, que leu um manifesto onde dizia que, enquanto o poder público tinha mapeado cerca de três mil comunidades quilombolas, nós já sabíamos da existência de números que extrapolavam mais do que o dobro do relatado. Afirmou novamente que os serviços básicos de infraestrutura não passam por esses territórios, conclamou a presidenta a se posicionar no que diz respeito à briga contra os latifundiários e fez denúncias da violência cometida pelo próprio Estado em situações de conflito com estas comunidades.

A quarta pessoa a falar foi a conselheira do CNPIR Kika (Valkiria Souza)pelo Centro de Africanidade e Resistência Afro-brasileira (CENARAB) , que defendeu o Estado laico, falou das inúmeras violências sofridas pelo povo de santo, criticou o fortalecimento das igrejas neopentecostais por meio do Estado, falou da vulnerabilidade da mulher negra no  âmbito social e pontuou que este é o grupo mais acometido por violências no país. Denunciou que o genocídio da juventude negra, na medida em que ceifa a vida dos homens jovens, atinge a organização da vida de muitas outras mulheres, mães,  filhas, avós, esposas, namoradas, vítimas indiretas desses crimes. Por fim, apresentou todas as mulheres que estavam no recinto e fez questão de afirmar a autonomia e o protagonismo das mulheres negras nos processos de lutas históricas do país.

A quinta pessoa a falar foi o conselheiro Clédisson Geraldo dos Santos Júnior, do Coletivo Nacional de Juventude Negra do PT – Enegrecer,  que fez um panorama da participação dos jovens negros na construção da democracia do país. Discorreu sobre as brechas do programa Juventude Viva, denunciou o auto de resistência, apelou para que a presidência se pronunciasse contra a redução da maior idade penal e defendeu a desmilitarização da polícia.

A sexta pessoa a falar foi Ana Flávia Magalhães Pinto, integrante do Coletivo Pretas Candagas e da Campanha A Cor da Marcha, que discorreu sobre Comunicação, Educação e Saúde. Saudou a memória de todas as pessoas negras que historicamente lutaram, as que atualmente lutam e as que virão para fortalecer o combate à desigualdade racial no Brasil e no Mundo.

Apresentou a carta protocolada na Presidência e defendeu mais uma vez a importância do encaminhamento das solicitações ali registradas. Denunciou o apagamento dos sujeitos históricos negros na luta por cidadania, desde o período da Independência. Defendeu a criação de uma lei de mídia democrática, de modo a fortalecer a agenda de democratização da comunicação e a garantia de acesso e participação da população negra nos meios de comunicação.

No item Educação, defendeu a criação cotas em programas de bolsas para estudantes negros na graduação e na pós-graduação; o estabelecimento de uma ação afirmativa pelo fortalecimento da inserção de estudantes negros no Programa Ciências sem Fronteiras. Alertou para a urgência de uma ação no MEC voltada para o mapeamento e a divulgação das recentes pesquisas que tratam das formas de resistência negra no período escravista e no pós-abolição.  Defendeu o real fortalecimento institucional da implementação da Lei n. 10.639.

Quanto à Saúde, alertou para importância estratégica de fortalecimento institucional da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, na medida em que 70% dos usuários do SUS são negros. As tentativas de desmantelamento do SUS, portanto, devem ser enfrentadas como uma das mais ferozes demonstrações de Racismo Institucional. Por fim, reafirmou a urgência da regularização e fortalecimento dos programas de proteção a testemunhas e dos programas nacionais de defensores/as de direitos humanos.

Estiveram na reunião:

Ana Flávia Magalhães Pinto – Coletivo Pretas Candangas / Campanha A Cor da Marcha
Angela Maria da Silva Gomes – CNPIR
Arilson Ventura – CONAQ / CNPIR
Cida Abreu – Secretaria Nacional de Combate ao Racismo do PT
Cledisson Geraldo dos Santos Júnior – ENEGRECER / CNPIR
Edson França – UNEGRO / organização com assento no CNPIR
Estela Maris Cardoso – Fórum de Mulheres Negras / CNPIR
Flávio Jorge – CONEN / organização com assento no CNPIR
Frei David – EDUCAFRO / CNPIR
Helcias Roberto Paulino Pereira – APNs
Ivanir dos Santos – CEAP / organização com assento no CNPIR
João Carlos Borges Martins – ANCEABRA
José Vicente – Faculdade Zumbi dos Palmares
Marcos Rezende – CEN
Maria da Conceição Lopes Fontoura – Maria Mulher / AMNB / CNPIR
Paulino de Jesus Cardoso – ABPN / CNPIR
Sueide Kintê – Instituto Flores de Dan / Articulação Mulheres & Mídias Bahia
Valdecir Pedreira do Nascimento – Instituto Odara / CNPIR
Valkiria de Sousa Silva – CENARAB / CNPIR

Via Religiões Afro Brasileiras e Política/Racismo Ambiental (com adaptações deste Blog)


            

As falácias de Sheherazade



Âncora do Jornal do SBT, Sheherazade profere discurso
irônicos sobre ateus
Começa amanha (22/07) o ciclo de uma semana do Papa Francisco no Brasil para o evento da Jornada Mundial da Juventude. O evento está sendo amplamente divulgado pelas mídias televisivas, claro que, unicamente do ponto de vista do que lhes interessam repassar ao público. Elas não mostram o gasto com a vinda do Papa, muito menos as agressões ao meio ambiente para lhes recepcionar. Assim como não mostram as opiniões contrárias não a vinda, mas os posicionamentos contrários a diversa questões defendidas pelo catolicismo que fere brutalmente ao estado laico, conquista histórica inclusa na Carta Magna de 1988.

Como o nosso principal objetivo é construir informações que venham a contribuir para a formação de opinião, sempre tendo como foco a politização dos nossos leitores, estamos sempre produzindo textos nesse sentido e, em algumas oportunidades reproduzindo outros, como esse abaixo, extraído do portal de comunicação Bar do Ateu. (Redação do INFORMAÇÕES EM FOCO).

Em um discurso repleto de ironia, falácias e preconceito, a âncora do SBT, Rachel Sheherazade, buscou, com seu discurso fraco e esvaziado de raciocínio lógico (exceto aquele que advém de seu senso comum), induzir o pensamento de alguns de seus telespectadores ao ódio e descaso contra os ateus.

Não que eu concorde com a ideia de um “desbatismo”, a questão não é essa, nem é por isso que o movimento será feito. A ideia de se utilizar de uma ação irônica, como essa, é apenas chamar a atenção para uma parcela desrespeitada da população, os quais são denominados de  ateus. Ora, vivem em um país onde não se respeita o princípio de isonomia, mas sim a ideia de MAIORIA. Se a maioria está sendo beneficiada, podemos, inclusive, desrespeitar a Constituição, tendo ensino religioso nas escolas públicas, símbolos religiosos em repartições etc etc ... Algumas pessoas entendem, por exemplo, que o financiamento à vinda do Papa seja questionável. Eu também penso que é questionável, porém, ainda não tenho embasamento suficiente para me posicionar contra ou a favor. Se eu for usar como lente, apenas meu ateísmo, eu sou contra, porém, eu só estaria sendo tão obtuso quanto qualquer pessoa que pense que apenas UMA lente deve filtrar as opiniões.

Os ateus já passaram por essa tentativa de falácia do espantalho, com Datena, agora, Sheherazade utiliza da mesma estratégia, porém, com sua fala mansa, a qual pode, muito bem, nortear os pensamento de pessoas suscetíveis e despreparadas racionalmente.

Bom, Sheherazade, como Professor de instituição Federal, tendo como uma das cadeiras a disciplina de Lógica preciso apontar os apelos falaciosos de seu discurso. Mas, antes, uma descrição lexical do que é FALÁCIA: qualquer enunciado ou raciocínio falso que entretanto simula a veracidade; sofisma (Fonte: Houaiss)

Como Jack, vamos por partes:

Sheherazade: Enquanto isso, aqui no Brasil, um pequeno grupo de ateus fundamentalistas prepara uma surpresa pro Papa.

Bar: Já começa com a falácia do espantalho, Argumentum ad hominem e Argumentum ad populum. Sim, pois ao usar o termo, fundamentalista, já prepara a opinião pública a se posicionar contra o grupo, dado que é senso comum, em nossa sociedade, que a palavra “fundamentalista” é algo nocivo. Assim, faz um ataque pessoal ao “pequeno grupo”, que ao identifica-lo como “pequeno”, já tenta tirar-lhe a autoridade, afinal, se são poucos, como podem ter razão? Assim, está criado o espantalho, que é transformar o “pequeno grupo”, em um monstro social, desprovido de razão e fundamentalista.

Sheherazade: Prometem fazer o desbatismo coletivo contra aquilo que chamam de imposição religiosa.

Bar: Temos aqui, ela preparando o terreno para o “apelo ao ridículo”, dado que a ideia de desbatismo é algo sensacionalista, mesmo, porém, o sensacionalismo do ato não visa o ato, em si, mas, sim, chamar a atenção para situações claras de desrespeito ao Estado laico.

Sheherazade: Esquecem, esses ateus, que o cristianismo é uma escolha pessoal e racional.

Bar: Nesse ponto, ela apela para a “distorção de fatos”, a partir de um “Dicto simpliciter”. Ao afirmar que “o cristianismo é uma escolha pessoal e racional”, ela coloca, no mesmo “saco”, todos os cristãos do mundo, ou seja, é como se ela fosse capaz de perscrutar os motivos de todas as pessoas que se dizem cristãs. Ora, antropologicamente e socialmente falando, sabemos que é muito difícil uma pessoa se levantar contra uma “verdade” socialmente (familiarmente) constituída. Como analogia, podemos começar a fazer um exercício procurando enumerar quantas pessoas, você conhece, que deixaram de ser torcedores de um determinado time de futebol, familiarmente constituído (seja o do pai, seja o da mãe). Sim, existem muitos, concordo, mas o número de pessoas que tende a seguir o time familiar é muito grande. O mesmo ocorre com a religião. Os ateus seriam aqueles que não acreditam mais no futebol, usando eu, da falácia da “falsa analogia”.  Assim, voltando ao tópico, a apresentadora distorce os fatos, ao omitir que a escolha da religião nem sempre é pessoal e racional.

Sheherazade: O exercício do livre arbítrio.

Bar: Outra vez ela repete as falácias supracitadas, ao tentar dizer que TODAS as pessoas escolhem sua religião pelo “exercício do livre arbítrio”, Aqui, vale um “abre colchetes”: A ideia de livre arbítrio, já é bastante contraditória, pois, um pessoa pode, então, “escolher” ser criminosa baseada no “exercício do livre arbítrio”, o que é sabidamente contrário ao sistema de leis de nosso país “fecha colchetes”.

Sheherazade: Onde até o batismo de crianças católicas precisa ser confirmado na idade da razão.

Bar: Como já foi dito, é muito difícil se desvincular de uma ideia familiarmente e socialmente constituídas. Sim, algumas religiões fazem sua “profissão de fé” na adolescência (o que eu não chamaria de idade da razão), porém, novamente, muitas delas (não todas) pelo simples ato de consuetudinariedade, dado que foi criado naquele pensamento e não sucumbiu a nenhum pensamento de reflexão contraditória.
Sheherazade: Mesmo assim, esses ateus, pretendem fazer barulho e alertar contra os males da fé, afrontando o Papa e milhões de fieis em plena Jornada Mundial da Juventude.

Bar: Novamente um ad hominem e falácia do “desvio de assunto”, dado que os ateus não estão lá para alertar contra os “males da fé”, mas sim para alertar sobre o desrespeito ao Estado Laico, num protesto pacífico. Novamente, eis que surge o “espantalho”, sim, porque só um “monstro” poderia afrontar uma pessoa tão bondosa que é o Papa. Nesse sentido, sua colocação atinge seus objetivos, pois, desvia o foco real da manifestação e, ainda por cima, reafirma o quão “perniciosos” são os ateus.

Sheherazade: Esquecem, eles, que a intolerância religiosa é inadmissível neste país, que garante a liberdade de crença.

Bar: Vemos uma “inversão de causa e efeito”. Ao ameaçar os ateus de “intolerância religiosa”, ela distorce a realidade. Os ateus estão se mobilizando não contra uma religião ou grupo religioso, mas a favor da confirmação do Estado Laico, do respeito às diferenças, do fim de uma cripto teocracia. Esquece, a reportes, que intolerância religiosa pode levar a perseguição religiosa, a qual pode se referir  “a prisões ilegais, espancamentos, torturas, execução injustificada, negação de benefícios e de direitos e liberdades civis. Pode também implicar em confisco de bens e destruição de propriedades, ou incitamento ao ódio, entre outras coisas”. Bem, eu não vejo nada disso acontecendo, a não ser no próprio discurso da Rachel, a qual faz, claramente e na surdina, uma incitação ao ódio contra os ateus. Se alguém está sendo intolerante, aqui, não são os ateus, minha cara.

Sheherazade: Pobres ateus, eles não sabem o que dizem, incomodados e inconformados pela fé, protestando contra o que não acreditam, tentando, em vão, apartar o homem de deus.

Bar: De novo, ad hominem (pobres ateus), ao conduzir a opinião das pessoas a entender os grupo de ateus como pessoas que carecem de algum cuidado;  apelo ao ridículo (não sabem o que dizem), sério que não sabem? Baseada em quê afirma tal coisa? É fácil dizer que o outro não sabe o que diz sem trazer nenhum argumento que sustente sua alegação;  apelo ao preconceito (incomodados e inconformados pela fé), ao dizer que os ateus são incomodados e inconformados pela fé, ela traz o preconceito sobre aos valores morais do ateu, pois, é sabido que, em nossa sociedade cristã, a fé é um valor “positivo”, logo, quem se opõe a tal valor não é uma pessoa moralmente confiável;  desvio de assunto (protestando contra o que não acreditam), de novo, o protesto não é contra a religião, nem deus, nem os religiosos. A religião é uma ideia seguida pelos religiosos, como tal, pode ser questionada a qualquer momento, pois, não existe assunto intocável. A ideia de deus é que é questionada, e não deus, em sim, pois ateus não acreditam em divindades, e, dessa forma, a jornalista, novamente, desvia do assunto e, ainda por cima, traz informações falsas sobre o movimento; magister dixit (apartar o homem de deus), pois, ao trazer a ideia de deus para o discurso, apela para sua autoridade divina, afinal, quem, em sã consciência, afrontaria deus, segundo o senso comum do brasileiro. Assim, eu considero essa frase a obra prima de Sheherazade, pois, em poucas linhas ela conseguiu usar, de maneira magistral, de Bulverismo.

Sheherazade: Irônico é que sem deus não haveria nem católicos, nem judeus, nem islâmicos, nem agnósticos, nem mesmo os ateus.

Bar: Nessa frase, minha cara, você traz um erro CRASSO (justificável pela limitação de "lentes" que constituem sua opinião), ao apelar para a Afirmação do consequente. Sua frase está TOTALMENTE tendenciosa ao dizer que "SEM DEUS", na verdade e para ser honesta, deveria dizer que “Irônico é que sem a IDEIA de deus”, sim, pois deuses são ideias, enquanto não existe forma de provar sua existência, nem sua inexistência, os deuses não passam disso: IDEIAS antropomórficas do homem para explicar sua própria existência.

Vejam dois textos produzido pela redação do blog INFORMAÇÕES EM FOCO que discorre sobre o assunto em pauta: