24 de dezembro de 2022

Reorganizar área de direitos humanos exige recomposição orçamentária

 

(FOTO | Marcelo Camargo |Agência Brasil).

Na área de Direitos Humanos, o relatório final da equipe de transição para o terceiro governo do presidente eleito Luís Inácio Lula da Silva apontou desmonte de diversas políticas e pesados cortes orçamentários nos programas da área.

Segundo a análise dos grupos setoriais de trabalho, as estruturas de participação social tiveram o papel esvaziado ou foram extintas durante o governo do presidente Jair Bolsonaro.

A desarticulação atingiu, de acordo com o gabinete de transição, 12 colegiados que passaram por mudanças que precarizaram ou dificultaram a participação efetiva da sociedade civil.

Foram extintos ainda a Comissão Intersetorial de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional e a Comissão Nacional para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Os grupos de trabalho destacaram, no relatório apresentado nesta quinta-feira (22), que a recriação desses mecanismos, assim como a retomada das atividades dos órgãos que tiveram as atividades precarizadas ou desconfiguradas, é fundamental para a rearticulação das políticas na área dos direitos humanos.

Cortes orçamentários

A análise chama atenção para a necessidade de retomar os investimentos na proteção das populações vulnerabilizadas. Em 2015, as políticas em favor das mulheres, dos direitos humanos e de combate ao racismo receberam, segundo o gabinete de transição, o equivalente a R$ 1,1 bilhão em valores atualizados. Em 2022, o empenho orçamentário para essas áreas ficou em R$ 238 milhões, de acordo com o verificado pelo grupo.

Além da redução dos recursos disponíveis, os dados mostram que uma parte do dinheiro não foi sequer aplicada. “O cenário orçamentário-financeiro da pasta indica a inviabilidade da política de direitos humanos, caso não haja recomposição orçamentária a partir de 2023”, enfatiza o relatório do gabinete.

Entre as políticas prejudicadas pela falta de dinheiro está o combate ao trabalho escravo. Segundo o diagnóstico, devido aos cortes, os fiscais do trabalho passaram a ter dificuldades para realizar suas atividades, impossibilitando inclusive a produção de dados sobre os casos de trabalho análogo à escravidão nas partes mais remotas do país.

No caso das políticas para criança e adolescente, o grupo de trabalho aponta para uma redução de 96,7% no volume de recursos investido. Segundo o relatório do grupo de trabalho da área, em 2009, foram gastos R$ 498,2 milhões para promoção e defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes, em valores atualizados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em 2018, os recursos caíram para R$ 140 milhões e, em 2022, ficaram em R$ 35 milhões.

Terras indígenas e quilombolas

O relatório do gabinete destaca que houve completa paralisação dos processos para demarcação de terras indígenas no país. Esses territórios, aponta o documento, também têm sofrido com o aumento de invasões por garimpeiros, madeireiros, pecuaristas, pescadores e caçadores ilegais.

Na Terra Indígena Yanomami, que fica nos estados de Roraima e Amazonas, onde vivem 28,1 mil indígenas em 371 comunidades, foi registrado, em 2021, um aumento de 46% nas atividades de garimpo ilegal.

Além disso, segundo a análise, a Fundação Nacional do Índio (Funai) sofreu desorganização das atividades administrativas e “drástica redução orçamentária”. De acordo com o gabinete, foram nomeadas para cargos na fundação, pessoas sem experiência com assuntos indígenas ou contrários aos interesses dos povos tradicionais.

Fundação Palmares

A regulação fundiária dos territórios quilombolas também ficou, segundo o relatório, paralisada nos últimos anos. O setor sofreu com a diminuição de 93% no orçamento destinado às políticas de promoção da igualdade racial, na comparação com os recursos disponibilizados em 2015.

A Fundação Cultural Palmares também sofreu, segundo o relatório, um processo de tentativa de “destruição”, com manobras que buscavam que o órgão rompesse com a missão institucional de promover os valores culturais e sociais afrobrasileiros.

É orientação do gabinete de transição que sejam revogadas a resolução do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) que paralisou a demarcação de territórios quilombolas e da portaria da Fundação Palmares que dificultou os procedimentos para reconhecer essas comunidades.

Risco às mulheres

A desvirtuação das políticas de direitos humanos começa, segundo o relatório, no próprio Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos que “pautou a sua atuação na negligência de populações vulnerabilizadas, na negação da existência de graves violações a direitos, e no desmonte de políticas públicas arduamente conquistadas”.

Entre os programas que perderam a funcionalidade, o gabinete de transição cita os serviços telefônicos Disque 100 e Disque 180, voltados para receber denúncias de violações de direitos humanos e de violência contra a mulher, respectivamente. Ambos foram, de acordo com o documento, desvirtuados e tiveram o funcionamento precarizado.

Em relação as políticas que afetaram negativamente a vida da população feminina, o relatório aponta a flexibilização do controle de armas de fogo. Foram registradas mais de 400 mil armas durante o último governo, sendo que 96% estão em nome de homens.

“Quando consideramos que mais da metade dos casos de violência contra as mulheres são cometidos por companheiros, ex-companheiros, pais ou padrastos e dentro de casa, podemos dizer que isso eleva tanto o grau de escala de opressão, silenciamento e repressão sobre as mulheres”, enfatiza o documento.

O gabinete de transição recomendou a revogação de oito decretos presidenciais que facilitaram o acesso às armas de fogo e a revisão de uma portaria interministerial que também trata sobre o tema.
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Com informações da Agência Brasil.

23 de dezembro de 2022

EEEP Wellington Belém de Figueiredo divulga resultado preliminar do processo seletivo para as turmas 2023

 

EEEP Wellington Belém de Figueiredo. (FOTO/ Seduc-CE).

Por Nicolau Neto, editor

A Escola Estadual de Educação Profissional Wellington Belém de Figueiredo, situada no município de Nova Olinda, na região do cariri cearense, divulgou na noite desta sexta-feira, 23, o resultado do processo seletivo que visava compor o corpo discente que irão cursar uma das quatro turmas dos cursos técnicos oferecidos: Agronegócio, Edificações, Finanças e Redes de Computadores.

Os alunos egressos do ensino fundamental de três municípios atendidos por esta instituição de ensino, Altaneira, Nova Olinda e Santana do Cariri devem participar do tradicional “Seminário das Profissões” organizado pelo núcleo gestor e ministrado pelos/as professores/as coordenadores/as dos quatro cursos técnicos) com o propósito de apresentar noções sobre as matrizes curriculares, a carga horária e o mercado de trabalho de cada curso.

Ato todo foram ofertadas 180 vagas somados os quatro cursos e distribuídos de forma proporcional entre os três município para as turmas dos primeiros anos.

Entre os requisitos para fazer parte do ensino médio integrado a educação profissional há a necessidade de se ter boas notas entre o sexto e o nono ano. 

Clique aqui e confira o resultado

João Jorge será presidente da Fundação Palmares

 

(FOTO | Reprodução).

O novo presidente da Fundação Palmares será João Jorge Rodrigues, um dos maiores nomes do Olodum. O nome foi escolhido e divulgado por Margareth Menezes, que assume o ministério da Cultura em 2023.

"O convidado para a Fundação Palmares —que é uma conquista do povo afro-brasileiro e, como o presidente Lula falou, temos que ter esse compromisso— é João Jorge, para fazer um resgate da Fundação", afirmou Margareth em coletiva.

Durante o governo Bolsonaro, a fundação foi dirigida por Sérgio Camargo, numa gestão marcada de polêmicas. Ele chegou a excluir 27 nomes de uma lista de personalidades homenageadas, fez uma série de ataques públicos a artistas e sugeriu mudar o nome da Palmares para Princesa Isabel.

"Eu assumo com muito orgulho e responsabilidade por poder levar para o Brasil todo esse trabalho que estamos fazendo na Bahia em prol da cultura negra, do povo de candomblé, dos mais pobres e necessitados. Eu sou filho de Xangô”, diz. 

Ele disse que pretende trazer "novas práticas" para a fundação. “Ser convidado por uma artista com uma história tão bonita como Margareth Menezes é uma honra. E a minha ideia é fazer bem. A Fundação Palmares é o centro nervoso do Ministério da Cultura. Quero trazer novas práticas, novas politicas. Proteger as manifestações culturais das diversas parte do Brasil como os tambores de Minas, do Maranhão, de Pernambuco, da Bahia, enfim de todo esse Brasil que tem uma riqueza como poucos países  no mundo”.

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Com informações do Jornal Correio.

22 de dezembro de 2022

Livia Nascimento, ex-aluna da URCA, conquista prêmio de equidade racial

 

(FOTO | Reprodução | URCA).


A egressa do curso de Direito da Universidade Regional do Cariri (URCA), Livia Maria Nascimento Silva, conquistou premiação importante sobre equidade racial em concurso de monografia promovido pelo escritório Pinheiro Neto Advogados, com o objetivo de fomentar e dar visibilidade para a produção de trabalhos acadêmicos sobre diferentes aspectos envolvendo a temática.

A ex-aluna desenvolveu a pesquisa “A repercussão da luta dos movimentos negros pelo direito à igualdade racial no constitucionalismo brasileiro”, durante a pós-graduação lato sensu em Direito Constitucional da URCA, sob a orientação das professoras Danielly Clemente e Cícera Nunes.

Livia, que além de especialista em Direito Constitucional é mestra em Direitos Humanos, destaca que essa premiação é muito especial não só do ponto de vista pessoal, mas principalmente da pauta coletiva que envolve a discussão, já que o desenvolvimento da pesquisa só foi possível, graças aos passos que vêm de longe das intelectualidades negras. “Embora por muito tempo tenham sido excluídas dos espaços acadêmicos, atualmente pode-se dizer que existe uma ruptura epistemológica e hermenêutica em andamento, promovida por juristas negras e negros”, ressalta.

Ela ainda destaca que esses são frutos da luta da professora Cícera Nunes, que há muito forma grandes intelectuais negras e negros na URCA e em outros espaços, e da professora Daniely Clemente, que sempre foi uma inspiração, enquanto jurista, professora e ativista dos Direitos Humanos.

Livia foi a única candidata premiada de uma instituição do Nordeste. Os/as outros/as candidatos/as selecionados/as são da UnB, PUC-SP, USP e UFRJ. O trabalho foi avaliado pelos profs. Drs. Adilson Moreira e Renê Medrado. Em breve os trabalhos premiados serão publicados em livro.

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Com informações da URCA.

Silvio Almeida será Ministro dos Direitos Humanos do governo Lula

 

(FOTO  | Divulgação).


O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) , anunciou Silvio Almeida como titular do Ministério dos Direitos Humanos.

Almeida é professor, filósofo e advogado. Ele fez parte do grupo técnico de direitos humanos durante a transição de governo e é considerado um dos maiores especialistas em questão racial no país.

Como integrante do colegiado, ele foi um dos que recomendaram a Lula a revogação de indicações feitas pelo governo Jair Bolsonaro (PL) para as comissões de Anistia e de Mortos e Desaparecidos.

A Comissão de Anistia foi criada em 2002, no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) , com o objetivo de oferecer reparação a vítimas ou familiares de vítimas de perseguição durante a ditadura militar (1964-1985).

Já a Comissão sobre Mortos e Desaparecidos foi instituída em 1995, também na gestão FHC. O objetivo do grupo é reconhecer desaparecidos por atividades políticas entre 1961 e 1979, período que engloba parte da ditadura militar até o ano em que foi promulgada a Lei da Anistia.

Durante a transição, o agora futuro ministro defendeu ainda a criação de mecanismos estatais de proteção à vida das pessoas e o diálogo constante com organismos internacionais ligados ao tema.

Para 2023, Almeida deve contar com um reforço de R$ 250 milhões no Orçamento da pasta, espaço aberto com a aprovação da PEC da Transição.

Perfil

Silvio Luiz de Almeida, 46, nasceu em São Paulo. É bacharel em Direito pelo Mackenzie, doutor pela Universidade de São Paulo (USP), onde concluiu o pós-doutoramento. O novo ministro também é graduado em Filosofia pela USP.

Almeida é pesquisador do programa de pós-doutorado da Faculdade de Economia da USP, professor de graduação e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Direito Político e Econômico da Faculdade de Direito do Mackenzie.

Além disso, é presidente do Instituto Luiz Gama, uma associação civil sem fins lucrativos formada por acadêmicos, juristas e militantes de movimentos sociais que atua na defesa das causas populares, com ênfase nas questões sobre negros, minorias e direitos humanos.

Ele também leciona na Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV-EAESP) e na Escola de Direito de São Paulo da FGV. O ministro foi ainda professor visitante da Universidade de Columbia (EUA) e da Universidade de Duke (EUA).

Almeida é autor de uma série de livros e publicações, como "Racismo estrutural" (2019) e "O direito no jovem Lukács: A filosofia do direito em 'história e consciência de classe'" (2006).


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Com informações do G1.

Anielle Franco será Ministra da Igualdade Racial do governo Lula

(FOTO | Reprodução).

A ativista Anielle Franco, irmã de Marielle, será a ministra da Igualdade Racial do governo Lula (PT). A informação, divulgada a princípio pelo Estadão, foi confirmada à Fórum pela assessoria de imprensa do Instituto Marielle Franco, que é dirigido por Anielle.

Educadora, jornalista e escritora, Anielle deve ser anunciada como ministra pelo próprio presidente eleito Lula na manhã desta quinta-feira (21), quando os nomes para outros ministérios serão divulgados. Logo após o pronunciamento do mandatário, Anielle também falará sobre o novo desafio. 

Anielle fez parte do grupo de trabalho sobre Mulheres no gabinete de transição. O arranjo para que ela seja ministra da Igualdade Racial envolve ainda o nome do educador e ativista Douglas Belchior para assumir a presidência da Fundação Palmares. Fórum tentou contato com Belchior para confirmar a informação e aguarda retorno. 

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Com informação da Revista Fórum.

21 de dezembro de 2022

GRUNEC elege a advogada Lívia Nascimento como nova presidente

 

Da esq. para a dir. (Janayna, Valéria, Lívia e Verônica). FOTO | Reprodução | WhatsApp).

Por Nicolau Neto, editor

Em reunião realizada no formato híbrido na noite desta terça-feira, 20, o Grupo de Valorização Negra do Cariri (GRUNEC) promoveu sua Assembleia Geral visando dentre outras pautas, eleger e empossar a nova diretoria.

Antes da eleição, diversos integrantes fizeram um balanço da atuação do grupo nessas mais de duas décadas, como Verônica Carvalho, Maria Raiane, Valéria Carvalho, Zuleide Queiroz Adriano Almeida, Carlos, Givaldo, este editor e Lívia Nascimento.

Todos fizeram questão de lembrar "os passos que vêm de longe desse grupo que vem fazendo história não só no Cariri e Ceará, mas nacionalmente, com reconhecimento até internacional”, principalmente em que pese "a força motriz para mover e romper com estrutura racista".

Destacaram também as dificuldades enfrentadas nesses últimos quatro anos. "Lutamos para viver", disseram.

Nova Diretoria

Apenas uma chapa foi constituída e foi eleita sem ter questionamentos em contrário. A advogada, educadora e mestre em Direitos Humanos, Lívia Nascimento foi eleita presidente para o biênio 2023|2024. Completam a diretoria Janayna Leite (vice-presidente), Carlos (1° Secretário), Maria Raiane (segunda Secretária), Givaldo (3° Secretário), Valéria Carvalho (primeira tesoureira) e Lourdes (segunda tesoureira).

Conselho Fiscal

O Conselho Fiscal será composto por Zuleide Queiroz, Adriano Almeida e Gauberto.

20 de dezembro de 2022

Camilo Santana será o ministro da Educação de Lula

 

Camilo Santana. (FOTO | Divulgação).

Conforme o Blog do Rovai antecipou nesta Fórum, o ex-governador e senador eleito Camilo Santana (PT-CE) será o futuro ministro da Educação. O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) bateu o martelo numa reunião em Brasília na noite desta segunda-feira (19), que contou com a presença da atual governadora do estado, Izolda Cela, que será a secretária nacional de Educação Básica.

Também estavam presentes ao encontro o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad e o governador eleito do Ceará, Eumano de Freitas.

Izolda

Havia uma articulação para que a sua vice e atual governadora, Izolda Cela, fosse a indicada para o cargo e com isso ocupasse o espaço do Ceará na Esplanada.

Mas o PT não estava satisfeito com em entregar um ministério que considera estratégico para alguém que não fosse do partido e havia crescido a pressão para que o deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG) assumisse o cargo.

Neste interim o senador eleito Camilo Santana teria trucado. Se o cargo fosse para o Ceará, ele queria assumi-lo.

Trucou e levou.

Suplente no Senado

Com a indicação de Camilo Santana na Educação, quem assume o mandato do ex-governador do Ceará no Senado é a deputada estadual Augusta Brito (PT).

Ela é a primeira-suplente na chapa do senador, que foi eleito com 69,75% dos votos válidos nestas eleições.

Augusta ocupa um mandato na Assembleia Legislativa do Ceará até 31 de dezembro. Como a legislatura dela encerra neste ano, ela não precisa renunciar para ser diplomada para o novo cargo - cuja posse ocorre apenas em 2023.

A segunda-suplente é a ex-secretária de Governo, Janaína Farias. Ambas são filiadas ao PT. 
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Com informações da Revista Fórum.