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Flávia Oliveira (Foto: Arquivo/ O Globo) |
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Flávia Oliveira (Foto: Arquivo/ O Globo) |
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A lenda de Ubuntu : cooperação, igualdade e respeito. (FOTO | Reprodução | Youtube). |
Andile reuniu algumas crianças e propôs uma brincadeira! Mas que brincadeira foi essa?
E qual foi o resultado? A lenda de "Ubuntu" fala sobre cooperação, igualdade e respeito.
Vamos descobrir essa história juntos?
Embarque nesta aventura que o "Era Uma Vez Um Podcast" nos contou e descubra o final dessa história e a nossa atividade surpresa.
Abaixo o vídeo da História
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Com informações do Canal Filtr Kids Brasil
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(FOTO | Reprodução/Twitter). |
Todos os dias, toda hora, todo minuto alguém está sofrendo com um ato de racismo no Brasil. Sendo xingado, preterido numa promoção, destratado num hospital, tendo analgesia negada, sofrendo enquadro da polícia, sendo morto pelo Estado pelo simples fato de ser uma pessoa negra e, à exceção da militância negra, não existe uma voz que se erga pra protestar contra esta situação. Pelo contrário, na maioria das vezes se levantam diversas vozes para dizer que não foi racismo, para culpabilizar a vítima, para dizer que quem luta contra o racismo vê discriminação racial em tudo, é mimizento, que a vítima era bandida como justificativa para a aplicação de uma pena de morte sem tribunal, que a pessoa sofre de baixa auto estima, que a discriminação é social e não racia.
A situação muda uma gota quando o discriminado é famoso ou tem dinheiro e aí se admite o racismo, nomes famosos se mostram indignados, se fala na necessidade de acabar com o racismo e o movimento negro exponencia o barulho pra demonstrar que sempre denunciou a gravidade do racismo mas quanto teremos que caminhar para que o Brasil pare de naturalizar uma coisa tão perversa como o racismo. O racismo no Brasil tem sua base na formação do país estar fundamentada na escravização, na exploração colonial que não foi passada a limpo, o país tem uma dívida histórica com o povo negro.
Quando pararemos o Brasil, quando iremos todos pra rua porque um homem foi posto pra morrer numa câmara de gás pela polícia, só pelo fato de ser negro quando a sensibilidade contra o racismo e os racistas gritarão por qualquer pessoa negra humilhada, violentada, morta.
E necessário punir severamente os racistas e que se faça letramento racial com todo o país pra que possamos separar o joio do trigo, para que possamos ir pro arrebento a cada caso de violência racista neste país, para que o casos de discriminação do Seu Jorge ou do Eddy Júnior não sejam exemplares e que a gente tenha que gritar para dar visibilidade a uma violência que acontece a cada minuto nas nossas vidas. Só quando for feita a reparação histórica ao povo negro na diáspora e em África estaremos em paz. 'REPARAÇÃO, JÁ!' é o mantra necessário.
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Com informações do Alma Preta.
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(FOTO | Isabel Praxedes). |
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(FOTO | Reprodução | TV PT). |
Por Alexandre Lucas, Colunista
A fabricação do medo, através da mentira, da intimidação e da violência tem sido a tática política de Bolsonaro nas redes e nas ruas. O terrorismo eleitoral tem incitado uma onda violenta em todo o país, não são casos isolados, como alguns tentar impor, mas compõe uma política bem orquestrada, a qual se utiliza da ciência para ganhar capilaridade e potência segredada nas redes sociais e que tomar as ruas, a partir das poderosas estruturas religiosas que tem conexões nos mais diversos segmentos sociais e com forte ligação com as camaradas populares.
A violência bolsonarista já tem demonstrado os seus resultados: Mortes, agressões físicas e a demonização da esquerda, dos movimentos sociais e até mesmo dos ensinamentos cristãos, isso mesmo, pastores a serviço do anticristianismo. As Marchas para Jesus serviram como palanques para Bolsonaro, espaços das pautas antidemocráticas e de favorecimento do lema usado pelo fascismo à brasileira “Deus, Pátria e Família”, expressão usada pelos integralistas brasileiros (fascistas do Brasil). Por outro lado, cresce, os diversos setores religiosos que fazem barreira ao discurso do ódio e da violência que se entranhou em diversas igrejas. Pastores e padres progressistas se unem em defesa da democracia.
Essa eleição é marcada por posições antagônicas bem definidas que colocam em risco a própria democracia no país. Não é uma eleição qualquer. Precisamos agir e tomar cuidado a todo instante, os estopim como Roberto Jefferson já estão sendo incendiados há um bom tempo, basta lembrar o crescimento de armas de fogo e munição no Brasil, após Bolsoanaro e os assassinatos e agressões de ordem política praticadas pelos apoiadores do atual presidente.
O Partido Comunista do Brasil – PCdoB saiu bem antes das eleições defendendo uma frente ampla para além das esquerdas que conseguisse aglutinar os setores progressistas e democráticos no país em torno de uma tática única e central: derrotar o bolsonarismo nestas eleições. A posição do PCdoB se apresentou como acertada. A estrutura e os apoios políticos de uma campanha é condição objetiva na correlação de forças para ganhar a disputa eleitoral. É a somatória de votos que ganha uma eleição e não necessariamente as boas ideias. Isolados não temos condições de ter incidência política nas grandes discussões nacionais.
A vitória de Lula é capaz de reconstruir a perspectiva de um projeto nacional desenvolvimentista. É preciso insistir nesta vitória. O projeto representado por Bolsonaro não será derrotado do dia para a noite, muito menos no dia 30 de outubro, ainda teremos uma intensa batalha, para garantir a governabilidade e os mecanismos de gestão democrática e participação popular, numa conjuntura adversa, em que o inimigo tem musculatura e resistência.
Falta menos de uma semana, pouco tempo, a frente ampla está nas ruas e nas redes, o inimigo está bem vivo e longe de dar descanso, ainda é hora de conquistar os indecisos, reduzir as abstenções e de dividir o lado de lá. O terrorismo eleitoral não vai cessar, a tendência é ampliar. Os bolsonaristas nos querem fora das ruas e das redes, é preciso desobedecer. A tática das redes vai ser ampliar a nossa visibilidade, curtir, comentar, compartilhar tudo em defesa da nossa candidatura, não vamos trabalhar para a direita! Nossas bandeiras, toalhas, adesivos e cartazes devem tomar as ruas na guerra cultural contra o fascismo. Ainda temos como lutar!
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Lula promove encontro com mais de 2.000 influenciadores e criadores de conteúdos. (FOTO/ Reprodução) |
Por Nicolau Neto, editor
Na
manhã deste domingo, 23, Lula, ex-presidente e candidato ao palácio do planalto,
promoveu um encontro virtual com Influenciadores e Criadores de Conteúdos de
todo o país pela plataforma Zoom.
Visando
dar dicas sobre como os criadores digitais podiam se mobilizar na reta final
até o segundo turno, o evento reuniu mais de 2.000 participantes de todo o país
e que usam as mais variadas plataformas para se posicionarem politicamente
nessas eleições.
O primeiro
a falar foi o ex-presidente Lula. Ele reafirmou o que vem constantemente
falando nos programas eleitorais, nos debates e sabatinas e nas caminhadas,
destacando, portanto, que “estamos enfrentando uma máquina de mentira” levada a
cabo por Bolsonaro. Disse ainda que há duas propostas nesse segundo turno na campanha
presidencial. “Ou é democracia ou é
autoritarismo. A democracia permite que as pessoas que pensem diferentes, falem.
O que está em jogo é a sua própria liberdade de fazer o que está fazendo”,
complementou Lula acompanhado (na mesma tela) da companheira Janja.
Ao
falar da importância de elegê-lo no próximo dia 30, destacou os gastos do atual
governo que, segundo ele, “todos os presidentes do Brasil não gastaram 10% do
que Bolsonaro está gastando”. E ao pedir ajuda dos influenciadores no
convencimento da juventude a irem votar demonstrando o que significa a democracia,
ele frisou que votar 13 significa:
Aumento do salário mínimo; retomada do minha casa, minha vida. tirar o nome das pessoas do Serasa; recuperar o Ministério da Cultura; criar mais universidades; aumentar a oferta do ensino em tempo integral; fazer reuniões com prefeitos e governadores; investir em educação; criação do Ministério dos Povos Originários e facilitar a circulação de livros (Lula no encontro virtual).
Quem
também se manifestou foi o youtuber e empresário Felipe Neto e o apresentador,
comediante e ator Paulo Vieira. Ambos apresentaram orientações para essa reta
final de campanha. Segundo Felipe, é preciso ter foco, principalmente porque a
campanha do Bolsonaro é baseada na mentira, no ódio e na ameaça.
Para
o youtuber, “não podemos esquecer o assunto e achar que as pessoas não
acreditam nessas mentiras. Temos que mostrar o que de fato é verdade e mentira.
Descontruir mentiras”, disse. E complementou frisando que “a maior mentira é o
lance da censura (se referindo a Jovem Pam). Precisamos desconstruir. A lei é
pra todos... A campanha do lula também foi impedida de mostrar”. Ainda em que
pese as estratégias de comunicação, Neto falou sobre a necessidade de mostrar
verdades “Temos que mostrar que Bolsonaro tem vínculos com ditadores de extrema
direita e rebater a máquina do ódio. Convencer que os outros se manifestem. As
pessoas estão com receio por conta do ódio que vão receber”.
Para
ele, é fundamental fazer vídeos (curtos de menos de 1 minuto, se possível) e
publicar em todas as plataformas e solicitar que as pessoas compartilhem.
Já Paulo
Viera destacou a necessidade de pulverizar as falas potentes do Lula “emprestando
nossas redes para ele”. O apresentador destacou também sobre “personalizar o
discurso para o nosso público”. Ou seja, se temos seguidores/as que são LGBTQIA+,
que toquemos nessas pautas.
Por
fim, ele trouxe para o encontro a linguagem e o foco. É preciso ter não atacar o
bolsonarista, mas o Bolsonaro. Segundo ele, isso atinge aqueles/as que estão indecisos
e encerrou argumentando que “Bolsonaro não tem eleitores, tem vítimas da maior
rede de mentiras e desinformação da História”.
Mediando por Janja, o encontro durou mais duas horas e este blogueiro participou. As falas entre os presentes foram alternadas. É preciso manter a esperança do verbo esperançar de Paulo Freire de que o Brasil vai dar a resposta no próximo dia 30. E vamos voltar a ter dignidade e lutar (sem medo de ser punido) para que sejamos de fato o país da diversidade, da pluralidade.
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Silvio Almeida. (FOTO |Reprodução | Efucafro). |
Para além de toda a violência que Bolsonaro representa, há outras coisas que fazem dele uma grande ameaça às famílias brasileiras.
O ministro de Bolsonaro afirmou que irá reduzir o poder de compra do salário mínimo.
Sabe o que isso significa? Que o salário que já não é lá essas coisas vai ficar ainda pior. Que o salário que a maioria das pessoas ganha não será suficiente para comprar coisas básicas como comida, remédio e roupas.
Veja o que o Bolsonaro fez com a farmácia popular.
Portanto, quem fica com essa conversa de Venezuela, Cuba e Nicarágua quer apenas esconder que Jair Bolsonaro é incapaz de melhorar a vida de quem está sem dinheiro, endividado e desempregado.
Bolsonaro é o candidato que promove a fome e a doença.
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Publicado originalmente em sua página no Facebook.
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Prefeito de Altaneira, Dariomar Rodrigues, e a arqueólga Heloisa Bitu. (FOTO/ Reprodução Redes Sociais). |
Por Nicolau Neto, editor
O
município de Altaneira, por meio do poder executivo, firmou parceria com a
Fundação Casa Grande Memorial do Homem Kariri, com sede na vizinha cidade de
Nova Olinda, visando a realização de Pesquisa Arqueológica. O estudo será uma
continuidade dos já realizados pela Dra. Rosiane Limaverde na entrada da vertente
oeste da Chapada do Araripe, que fora interrompida em meados do ano 2015.
De
acordo com dados colhidos junto a página oficial da prefeitura de Altaneira, o
documento que assegura a parceria entre as instituições publicas, foi
encaminhado à Câmara através de um Projeto de LEI, que depois de aprovado no
plenário da casa, foi sancionado pelo prefeito Dariomar Rodrigues sob a Lei Nº:
867/2022 e circulou no Diário Oficial da APRECE no último dia 19 de outubro.
Todas
as ações referentes a pesquisa terá o apoio do Instituto de Arqueologia do
Cariri Dra. Rosiane Limaverde, que é administrado pelo Fundação Casa Grande em
cooperação com a Universidade Regional do Cariri (URCA), além de professores da
Universidade Federal do Piauí (UFPI) e alunos colaboradores do Curso de
Especialização Lato Sensu em Arqueologia Social Inclusiva – PROEX/URCA. A execução
do projeto se dará no Sítio Arqueológico Alto da Lagoa de Santa Teresa, em
Altaneira, e deverá ter início tão logo ocorra a emissão da portaria
autorizativa pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional-IPHAN.
Esta
ação reflete a intenção da Fundação Casa Grande – Memorial do Homem Kariri na
Gestão Social do Patrimônio Cultural do Território a partir do diálogo entre
gestores culturais, poder público, universidades, pesquisadores colaboradores e
sociedade civil visando promover a proteção do patrimônio da Chapada do
Araripe. É importante destacar, outrossim, que o Sítio Alto da Lagoa de Sta.
Teresa “apresentou concentrações
cerâmicas e materiais líticos lascados, com características de ocupação de
grupos de matriz tupiconfirmando a presença pré-colonial na região do Cariri”,
conforme destaque da página oficial da prefeitura.
Segundo
Heloisa Bitu, mestre em Arqueologia, pesquisadora e colaboradora do Instituto
de Arqueologia do Cariri e que durante a pesquisa atuará dando apoio logístico
por ser proprietária-articuladora do imóvel, “o projeto de prospecção intensiva no sítio arqueólogico Alto da Lagoa
de Santa Tereza prevê a execução de um programa integrado de educação
patrimonial na comunidade que contará com o apoio logístico das Secretarias de:
Educação, Cultura e Meio Ambiente do município”.
A
equipe de pesquisadores e coordenadores conta com o Me. Igor Linhares de
Araújo, na coordenação geral, João Paulo Marôpo (Georreferenciamento de Dados
de Campo), Dra. Mônica Virna Pinheiro (Geoprocessamento de Dados e
Cartografia), Dr. Angêlo Alves Corrêa (Coordenação de Curadoria e Análises
Laboratoriais) e Dra. Cristiane Eugênia Amarante (Coordenação de Educação
Patrimonial), além de ter integrantes de Assistentes de Laboratório e de
Assistentes de Campo (formados por Alunos do Curso de Especialização Lato Sensu
em Arqueologia Social Inclusiva FCG/IAC/URCA). O Historiador altaneirense Demir
Ribeiro também fará parte nos dados da Arqueologia Histórica.
O
Blog recebeu um texto da professora e poeta Fátima Teles, de Brejo Santo, sobre
Heloisa e seu ofício e que elucida um achado arqueológico por uma arqueóloga em
sua propriedade (herdada) e que denota seu esforço na realização de pesquisa.
Vamos a ele:
“A arqueologia por trás da arqueologia
por Fátima Teles.
Este relato é uma descrição densa e
profunda...
É o relato de uma Arqueologia dentro da
Arqueologia!
Uma espécie de ode à “arqueologia do
sujeito” de LIBERA, (2013).
É uma arqueologia do eu, a serviço de
uma arqueologia da afetividade, promovendo uma Arqueologia Social Inclusiva
para se conhecer a Arqueologia Pré-colonial do Cariri Cearense.
Parafraseando Clifford Geertz (2012 p.
138), é aquele típico processo investigativo enveredado pelas almas curiosas,
que buscam desesperadamente um propósito para sua existência, onde “tudo é uma questão de uma coisa levar à
outra, essa a uma terceira, e essa última a uma outra que mal se sabe o que é”.
No sentido literal significa procurar os fatos, o que a protagonista deste
relato, naturalmente, “de fato”, têm feito desde a infância às margens da Lagoa
de Santa Teresa, palco dos estudos arqueológicos que ora se pretende no município
de Altaneira-CE.
Também poderia ser uma história análoga
à incessante busca real de Edith Pretty, que contratou Basil Brown ao final da
década de 30, para escavar a misteriosa topografia de sua propriedade em Sutton
Hoo, com vista para o rio Deben, em Suffolk, no Reino Unido no filme A
Escavação (2021), filme de Simon Stone baseado no livro homônimo de John
Preston (2007). A compulsão irresistível por fatos, os levou a encontrar um
navio de carvalho de 27 m, preparado para servir de tumba a um governante
anglo-saxão, enterrado há cerca de 1.300 anos junto com seus pertences e com
função de hospedar um banquete na vida após a morte de seu dono.
Naquela época, as descobertas revelaram
extensas ligações comerciais pela rede hidrográfica com a Escandinávia, o
Império Bizantino (centrado em Constantinopla (Istambul dos dias modernos) e o
Egito. A descoberta revolucionou a compreensão dos historiadores do século 7,
anteriormente visto como um tempo retrógrado, quando a Inglaterra foi dividida
em reinos anglo-saxões.
Distante no tempo e no espaço das
descobertas de Pretty e Brown, às
margens “do Lago que fascina”, uma garotinha teceu os fatos em seu imaginário
de uma prática profissional futura, que se concretizou por meio de uma
Arqueologia que lhe permitiu ampliar os horizontes do saber na profundidade da
vivência de uma Ciência Cidadã, onde o método co-existe exatamente à altura do
fogo das fantasias buscólicas da infância! Esta protagonista é a arqueóloga
Heloísa Bitú, e a Casa que lhe possibilitou o sonho de exercer a profissão, é a
Fundação Casa Grande – Memorial do Homem Kariri, espécie de portal atemporal
para um Cariri Ancestral e profundo criada há 30 anos pelo casal pioneiro no
resgate das Coleções Arqueológicas do Cariri: Alemberg Quindis e Rosiane
Limaverde.
Acolhida pelo casal de músicos na cidade
Nova Olinda, tempos depois de se tornar mestre em arqueologia e quando se fazia
imperativo recuperar a sua criança adormecida, nossa protagonista altaneirense,
regressa às origens de sua infância, ao receber de sua avó, como herdeira,
parte da propriedade da família na cidade de Altaneira!
No andar contemplativo, curioso e atento
pela gleba, a jovem mulher, arqueóloga, encontra vestígios a 100m da casa onde nasceu, brincou e cresceu! O Universo
estava materializando aquilo que ela viveu no mundo das ideias pueris,
solitariamente no quintal da casa da avó! Nesta surpreendente descoberta se
compromete como cidadã, em conjunto com as autoridades locais, a mão amiga de
profissionais da área e membros da comunidade, trazer à tona uma outra
narrativa para as terras da Vó Zenilda. O momento é oportuno para contar a
história dos primeiros povos que habitaram a cidade de Altaneira.
Esta arqueóloga altaneirense, traz a
convicção que contribuirá não apenas no resgate da sua memória e história
familiar, mas que seja, também memória coletiva para a gente de Altaneira. Por
isso, no início de nossa escrita dissemos que os esforços são de uma
arqueologia do eu, a serviço de uma arqueologia da afetividade, promovendo uma
Arqueologia Social Inclusiva para se conhecer a Arqueologia Pré-colonial na
Travessia das Lagoas de Altitude entre o Vale Oeste da Bacia Sedimentar do Araripe
e o Sertão dos Inhamuns.
O propósito é que a escavação seja para
todos ato afetivo, fundamentada nos princípios da educação patrimonial e
ambiental, como necessárias a preservação do lugar onde em cada momento, fase
ou etapa da escavação se torne o resgate das histórias individuais, familiares
e coletivas ressignificando os afetos, em particular de todos que estarão
envolvidos.
Conheci Heloísa Bitú, quando da sua
primeira coordenação de equipe de pesquisa arqueológica no Cariri, no município
de Brejo Santo-CE. Acompanhei o trabalho por ela desenvolvido nas Escavações do
Sítio Serrote da Nascença, onde identificou uma fogueira e obteve a datação
radiocarbônica de 1.220 +/- 40 AP (Antes do Presente) para um sítio do tipo
acampamento iserido num contexto de ocupações funcionais nas diferentes
compartimentações topográficas no centro da cidade. Para mim, ficou notável a
paixão e entrega com que esta mulher se dedica à arqueologia do Cariri. Não
mediu esforços para a extroversão do conhecimento junto à comunidade por meio
de ações de educacão patrimonial nas escolas municipais! Levou crianças e
adultos a serem protagonistas na produção do conhecimento! Foi à todas as redes
de comunicação local compartilhar o que esteve descobrindo durante os trabalhos
de sua equipe. Ofertou à Secretaria de Educação do Município uma formação para
educadores patrimoniais, trazendo contribuições importantes para professores
das áreas das Ciências da Natureza e Humanas da rede de ensino local. É
indiscutível a presença no seu fazer científico, das abordagens da observação
participante, incorporadas quando da sua assistência aos estudos desenvolvidos
pela sua mestra a Dra. Rosiane Limaverde.
Para mim não foi uma grande surpresa, que
ela encontrasse um sitio arqueológico no lugar onde nasceu! Ela possui o
“feeling” dos grandes pesquisadores! E é por isso que essa é a história de uma
garotinha que fantasiou muitas aventuras arqueológicas no quintal da casa de
sua avó... cresceu, se tornou arqueóloga e de fato encontrou o que estava
destinada a descobrir!”