3 de fevereiro de 2022
Combate ao retrocesso nas cotas
Mortalidade infantil por covid-19 quintuplicou no último mês
Imagem ilustrativa - Pixabay/visuals3Dde. |
O
número de crianças que morreram em decorrência de complicações de covid-19
quintuplicou em janeiro de 2022 em comparação ao mês de dezembro de 2021,
revelou um levantamento da Globonews divulgado na última segunda-feira, 31.
Os
dados de mortalidade infantil foram obtidos por meio de informações do Registro
Civil do Portal da Transparência e a análise levou em consideração atestados de
óbitos de todo o território brasileiro desde o começo da pandemia, em março de
2020, até a última sexta-feira, 28.
O
relatório mostra que desde o começo da pandemia, 343 crianças de 5 a 11 anos
morreram em decorrência do novo coronavírus; entre elas 68 foram de indivíduos
de 5 anos de idade. O número de mortes começou a aumentar em janeiro deste ano.
De
acordo com o Ministério da Saúde, o primeiro óbito aconteceu em 12 de março de
2020 e, desde então, "1 criança
entre 5 a 11 anos morreu a cada 2 dias". Em dezembro, foram
registradas quatro mortes. Já em janeiro, o número subiu para 19 crianças.
Foi
possível perceber um aumento assustador na mortalidade infantil em decorrência
da covid-19 e, como destaca a Rolling Stone Brasil, esses números são apenas os
de indivíduos cujas mortes foram atestadas em cartório. Além disso, a falta de
notificação do começo da pandemia também pode ter reduzido o número total de
casos.
Para
o presidente da Arpen-SP (Associação dos Registradores de Pessoas Naturais),
Gustavo Renato Fiscarelli, o cenário brutal para crianças ocorre por conta da
falta de vacinação na faixa etária.
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Com informações do Aventuras na História.
Tribunal anula autorizações para garimpos em terras indígenas
O TRF1 anulou as autorizações de garimpo na Região. (FOTO/Vincent Tan/Pexels). |
A 5ª
turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) anulou, por unanimidade
as autorizações para exploração mineral, garimpos, nas terras indígenas na
região do Tucuruí, no Pará. O pleito foi solicitado pela mineradora Vale S/A e
pela Agência Nacional de Mineração (ANM) e as apelações foram negadas pelos
magistrados.
A
decisão foi tomada em dezembro, mas o Ministério Público Federal (MPF) divulgou
apenas esta semana e é válida para as Terras Indígenas Parakanã e Trocará. O
MPF defende que “a mera proximidade do
empreendimento econômico é suficiente para impactar social e ambientalmente as
comunidades indígenas”. O que na prática quer dizer que, mesmo se o
empreendimento estiver fora das áreas indígenas e for impactá-la, o
requerimento é nulo.
“É ilegal a existência de atividades de
exploração minerária em terras indígenas – ainda que com interferência
periférica – bem como a constatação de processos administrativos para a
autorização de pesquisa e de exploração mineral nas referidas terras”, defendeu
o relator, desembargador federal Souza Prudente, em seu relatório.
Segundo
o Tribunal, mesmo se a exploração fosse legal, seria necessário o licenciamento
ambiental e consulta prévia. A Vale alega que o recurso foi feito pela empresa
antes da decisão judicial. Em nota, a mineradora disse que “não tem direitos
minerários nas Terras Indígenas mencionadas, não desenvolve quaisquer
atividades de pesquisa mineral ou lavras em terras indígenas”.
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Com informações do Notícia Preta.
2 de fevereiro de 2022
CEB de Nova Olinda completa 20 anos
Fachada do Centro de Educação Básica (CEB). (FOTO/ Lucélia Muniz) |
Por Nicolau Neto, editor
O
Centro de Educação Básica (CEB), com sede no município de Nova Olinda –CE, está
completando duas décadas de atuação. As informações foram publicizadas nas
redes sociais da instituição.
"Há 20 anos atrás iniciávamos nosso primeiro
dia de aula da história!", destacou inicialmente a equipe gestora.
"De lá para cá, foram muitos alunos,
muitos passeios, comemorações de dia dos pais, dia das mães, dias das crianças,
aniversários de colegas, muitos projetos e o mais importante: muito aprendizado",
complementou.
O
CEB é uma instituição de ensino particular fundada em 02 de fevereiro de 2002 e
atualmente funciona à Rua Padre Cícero, nº 01. Atende a estudantes da educação
infantil ao ensino fundamental II.
As professoras Tiana Alexandrino e Wiliane Lopes respondem atualmente pela coordenação da escola.
A costureira
Imagem puramente ilustrativa. (FOTO/ Gettyimages). |
Por Alexandre Lucas, Colunista
A
camisa ainda tem cheiro de roupa que desconhece a primeira lavada. As suas
linhas seguem embriagadas, cambaleando no caminho, suas casas têm distâncias
descompassadas, uma aqui e outra com endereço incerto. Os botões foram trocados à revelia dos
escolhidos.
A
costureira fez tudo descombinado. Podia ser só uma camisa e pronto, mas as
costuras que nos vestem não são pontos finais. A gente não veste tudo,
escolhemos a cor, o tamanho, o modelo, o tempo e o lugar de vestir.
As
roupas são como versos, sempre diferentes, até podem ser parecidas e
confundíveis. Tem roupas simples e aconchegantes, umas tão leves que nos fazem
dançar, outras que se ajustam aos desejos e desenhos. Lógico, terão aquelas de
função robotizada. No final e quase sempre escolhemos, o que não é uma regra,
ainda existem os descosturados que se despregam da composição de vestir a
barriga e o horizonte.
A costureira e a camisa são partes da mesma costura. Foi preciso acreditar na costureira para perceber os seus caminhos tortos, as suas medidas assimétricas e os seus descombinados. As costureiras são desiguais, igualzinho aos amores.
Revisão da Lei de Cotas em meio à campanha eleitoral é risco de retrocesso, avaliam parlamentares
(FOTO/ @rawpixel.com/ Nappy). |
Prestes
a completar dez anos, a lei que garante o acesso de estudantes da rede pública
às instituições federais de ensino superior deve passar por revisão até agosto
deste ano. O prazo é previsto na própria legislação, sancionada em 2012 pela
então presidente Dilma Rousseff.
Mas
parlamentares defensores da lei têm receio de que o debate em meio à campanha
eleitoral deste ano provoque “retrocesso” na lei e defendem o adiamento da
revisão.
Popularmente
conhecida como Lei de Cotas, o texto – que também assegura reserva de vagas a
pessoas pretas, pardas, indígenas e com deficiência – é alvo de projetos no
Congresso Nacional que limitam o alcance das medidas.
A
lei em vigor foi sancionada em agosto de 2012, após experiências consideradas
satisfatórias em instituições públicas de ensino superior. O texto prevê que:
50%
das vagas oferecidas em cada curso de graduação devem ser destinadas a alunos
que cursaram o ensino médio integralmente na rede pública;
dessas
vagas, pelo menos 50% devem ser preenchidas por estudantes com renda familiar
per capita inferior a 1,5 salário mínimo;
o
preenchimento dessas vagas deve seguir a mesma proporção de pessoas pretas,
pardas, indígenas e com deficiência da unidade da Federação onde fica
instituição de ensino, seguindo os dados do censo mais recente do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Inicialmente,
ao ser sancionada em 2012, a lei previa que caberia ao Executivo a iniciativa
de revisão.
No
entanto, em 2016, o artigo foi modificado, e a lei passou a estabelecer somente
que há necessidade de revisão em dez anos, sem determinar a qual instância
caberá fazer a revisão.
Originalmente, o artigo 7º da lei dizia: “O Poder Executivo promoverá, no prazo de 10 (dez) anos, a contar da publicação desta Lei, a revisão do programa especial para o acesso de estudantes pretos, pardos e indígenas, bem como daqueles que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas, às instituições de educação superior”.
Após
a alteração, a redação do artigo passou a ser a seguinte: “No prazo de dez anos
a contar da data de publicação desta Lei, será promovida a revisão do programa
especial para o acesso às instituições de educação superior de estudantes pretos,
pardos e indígenas e de pessoas com deficiência, bem como daqueles que tenham
cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas”.
Adiar a revisão
Coordenador
de uma comissão especial sobre o tema na Frente Parlamentar Mista da Educação,
o deputado Bira do Pindaré (PSB-MA) diz que, com a proximidade do debate
eleitoral, há um temor de que as propostas contrárias às cotas raciais
prosperem e ganhem mais apoio.
“Certamente,
teremos dificuldade de fazer uma boa discussão com o atual governo. O próprio
ministro da Educação já mostrou ser contrário à política de reserva racial. O
balanço da lei é positivo, mas os efeitos são insuficientes para enfrentar
tamanha desigualdade racial no que diz respeito ao acesso às universidades. A
gente precisa manter a política para colher os frutos”, afirma.
Diante
da possibilidade de o governo colocar “obstáculos”, ele diz que tem crescido o
apoio para o Congresso adiar a revisão da lei. O prazo atual termina em agosto,
mesmo mês de início da campanha eleitoral.
Bira
do Pindaré afirma que uma das propostas sobre o tema na Câmara já tramita em
regime de urgência desde novembro e, na prática, pode ser analisada diretamente
no plenário.
Esse
texto, relatado pelo próprio parlamentar, adia a revisão da Lei de Cotas para
2062 e cria um Conselho Nacional das Ações Afirmativas no Ensino Superior para
monitorar e elaborar, a cada cinco anos, relatórios sobre a política pública.
Bira
do Pindaré afirma que já trabalha em um texto de consenso entre os
parlamentares. “Temos que discutir também a possibilidade de ampliação das
cotas. Por exemplo: não há cotas para ingresso em pós-graduação, e muitos parlamentares
desejam isso”, diz.
Em
2020, o Ministério da Educação tentou acabar com incentivos às cotas na
pós-graduação, mas a portaria acabou revogada.
Propostas no Congresso
Levantamento
do g1 nos sistemas da Câmara e do Senado identificou pelo menos 40 projetos que
alteram trechos já existentes ou incluem novas regras na Lei de Cotas.
A
maior parte prevê ampliações no programa de cotas, como a criação de vagas
reservadas na pós-graduação.
Há,
no entanto, projetos que tentam reduzir e até extinguir as regras de acesso
diferenciado.
Parlamentares
de oposição ao governo Jair Bolsonaro dizem haver risco de retrocesso sobretudo
nas regras relacionadas às cotas raciais.
Outros
projetos sobre a Lei de Cotas em tramitação no Congresso sugerem:
a
definição de critérios permanentes, sem revisão periódica;
a
criação de cotas em vagas ociosas ou remanescentes;
o
estabelecimento de auxílio-permanência para estudantes em situação de
vulnerabilidade socioeconômica;
a
criação de cotas para vagas de pós-graduação;
a
criação de cotas para alunos residentes ou oriundos de abrigos e instituições
de acolhimento;
a
criação de mecanismos para que idosos sem curso superior completo ingressem nas
instituições sem processo seletivo ou concurso;
e a
prioridade de ingresso, por meio das cotas, ao estudante residente no município
em que a instituição de ensino está situada.
A posição do governo
Em
2018, durante a campanha à Presidência, Bolsonaro chegou a classificar a
política de cotas como “equivocada” e “coitadismo”. Após eleito, no entanto,
não voltou a falar do tema.
Durante audiência da Comissão de Educação da Câmara em novembro de 2021, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse ser favorável apenas às cotas de cunho “social”.
“Se
tem um negro que tem condição, é minoria, mas tem condição de acesso a estudar
em outras escolas, ele não precisava de cota, nem alegar cota”, declarou
Ribeiro.
Incerteza jurídica
O
debate sobre a validade das regras atuais da Lei de Cotas pode ultrapassar o
próprio Congresso.
Como
a lei não define com clareza o processo de revisão, há possibilidade de o tema
ir parar no Supremo Tribunal Federal.
No
entendimento de juristas consultados pelo g1, a falta de detalhamento abre
espaço para duas correntes:
uma
que defende que a lei perde a eficácia em 29 de agosto – prazo descrito na lei
para reforma;
e
outra que argumenta que, caso não haja revisão, a lei deve ser mantida em vigor
com o texto atual.
O
entendimento pela manutenção da lei foi corroborado pela comissão de juristas
criada pela Câmara dos Deputados para propor mudanças na legislação de combate
ao racismo.
Em
relatório entregue ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em novembro
passado, o grupo concluiu que a “revisão prevista em seu artigo 7º não guarda
relação com a vigência da lei”.
Um
dos membros da comissão da Câmara, o advogado e professor da Fundação Getúlio
Vargas (FGV) Thiago Amparo afirma que a Lei de Cotas “não condiciona a vigência
da lei a um prazo determinado, mas apenas prevê uma revisão”.
Segundo
Amparo, o artigo da lei trata apenas da necessidade de uma “avaliação em um
determinado prazo”.
“É
diferente da Lei de Cotas no serviço público, onde expressamente se lê que a
lei tem vigência de dez anos”, afirmou.
No
mesmo relatório, a comissão de juristas defende a política de cotas e diz que
ainda “não é possível dizer que o objetivo da Lei de Cotas tenha sido atingido,
pois há elementos que indicam que a porcentagem de estudantes cotistas ainda
não se equipara com a dos estudantes que ingressam por ampla concorrência”.
O
grupo defende melhorias para coibir fraudes em cotas raciais e garantir o
“efetivo beneficiamento da população alvo do critério racial”.
Ao
entrar no mérito do sucesso da política, os juristas escrevem que houve um
“crescimento no ingresso de estudantes negros (pretos ou pardos) e indígenas”,
mas dizem que os dados são imprecisos e, por isso, o debate sobre as mudanças
nesses critérios pode ser prejudicado.
O
“voo cego” da Lei de Cotas é ocasionado pela falta de um monitoramento centralizado
da política.
Em
2012, ao regulamentar o funcionamento da lei, o governo federal determinou a
criação de um comitê de acompanhamento e avaliação. Em quase dez anos, o colegiado
só se reuniu três vezes.
‘Contradição’
Para
o reitor da Universidade Zumbi dos Palmares, professor José Vicente, a
renovação da lei deve ser acompanhada de melhorias e de um monitoramento mais
completo.
“Temos
um déficit de atuação do governo em relação ao ingresso de pessoas minorizadas
pela sociedade na educação. A gente pode discutir a ampliação e critérios mais
bem definidos, mas não há espaço para revogação”.
Ele
avalia que a falta de apoio claro do governo às cotas demonstra uma
“contradição” já que o próprio presidente Jair Bolsonaro promulgou neste mês a
Convenção Interamericana contra o Racismo.
A LEI É UM SUCESSO. É UMA MEDIDA JUSTA E COERENTE, E NÃO PRODUZ QUALQUER PREJUÍZO DO PROCESSO EDUCATIVO. QUANDO AS COTAS RACIAIS COMEÇARAM PELO PAÍS, A GENTE TINHA MENOS DE 2% DA POPULAÇÃO NEGRA NAS UNIVERSIDADES. HOJE, HÁ DADOS QUE APONTAM UMA PRESENÇA DE QUASE 20%. MAS AINDA ASSIM HÁ MUITO PARA CAMINHAR, HÁ MUITO PARA CRESCER. AS COTAS NÃO PODEM ACABAR, AVALIA O REITOR, QUE TAMBÉM COORDENA O MOVIMENTO COTAS SIM.
O
artigo 5º da convenção diz que os países se comprometem a adotar as políticas
especiais e ações afirmativas necessárias para assegurar o gozo ou exercício
dos direitos e liberdades fundamentais das pessoas ou grupos sujeitos ao
racismo, à discriminação racial e formas correlatas de intolerância, com o
propósito de promover condições equitativas para a igualdade de oportunidades,
inclusão e progresso para essas pessoas ou grupos”.
No
artigo 6º, consta que os Estados também se comprometem a “formular e
implementar políticas cujo propósito seja proporcionar tratamento equitativo e
gerar igualdade de oportunidades para todas as pessoas, em conformidade com o
alcance desta Convenção; entre elas políticas de caráter educacional, medidas
trabalhistas ou sociais”.
Procurado,
o Ministério da Educação não quis comentar o tema até a publicação desta
reportagem.
___________
Por Kevin Lima, originalmente no G1.
1 de fevereiro de 2022
Camilo Santana anuncia concurso da URCA com mais de 100 vagas
(FOTO/ Divulgação). |
Dilma Rousseff: “Nota à Imprensa: Um jornal em diminutivo”
Dilma Rousseff. (FOTO/ Reprodução/ Facebook). |
Dilma
responde ao editorial do Estadinho: "Foi
no meu mandato, em 2014, que o Brasil conquistou a maior de suas façanhas, sair
do Mapa da Fome da ONU".
O
editorial de domingo, 30, do jornal Estado de S. Paulo mostra que a miopia do
Estadão, que hoje tem aumentativo apenas no nome de fantasia, não é doença, mas
extremismo de direita. Calculado e indisfarçável. O jornal, que vem diminuindo
ano a ano, inclusive fisicamente, hoje é um tabloide movido por uma obsessão:
impedir a eleição democrática em outubro.
Já
fez isto em 2018 quando, na véspera da eleição, jogou no lixo o que restava de
dignidade à antiga família Mesquita para cometer o crime de afirmar que a opção
entre um professor universitário, reconhecidamente democrata, e um deputado
fascista era uma escolha difícil para o eleitor.
O
Estadão já pode ser chamado de Estadinho. Apequenou-se, inclusive no tamanho
das páginas. E segue no caminho do desaparecimento, depois de perder leitores e
público, com tiragem cada vez menor. Segue movido apenas por obsessões que, em
vez de disfarçar, ressaltam as mentiras que publica.
Exatamente
ao contrário do que diz o jornal, estão frescos, na memória do povo brasileiro,
os resultados produzidos pelos oito anos de governo Lula e pelos quatro anos
que me foi dado o direito de governar sem a sabotagem aberta e sem o golpismo
iniciado exatamente no dia em que fui reeleita.
Cumpri
um ano e três meses de governo no meu segundo mandato com sabotagem
escancarada, com o apoio do jornal, e instrumentalizada, inclusive nas páginas
do Estadinho. O povo lembra. São lembranças da realidade e dos fatos, e não do
ódio do jornal e da imprensa oligopolista brasileira.
Lula
deixou seu segundo mandato com mais de 80% de aprovação e reconhecimento
popular. Eu, durante meu mandato inteiro, dei continuidade às grandes
realizações de Lula. Mas fiz mais. Ampliei as iniciativas que transformaram o
Brasil num país bem-sucedido e o brasileiro num povo feliz e com a maior
autoestima de sua história.
No
primeiro mandato, entre 2010 e 2014, apesar da forte oposição que enfrentei, em
tese algo normal num regime democrático, meu governo produziu algumas das
maiores realizações da história do país – contra a vontade do Estadinho, é bom
que se diga.
Em
2014, conquistamos a menor taxa de desemprego da história do país – uma média
mensal de 4,8%, que carateriza uma situação de pleno emprego. Trabalho formal,
é justo dizer. Empregos com carteira assinada e direitos trabalhistas, que o
Estadinho e os governos que o jornal apoiou e apoia destruíram, depois de me
derrubar.
Não
causa surpresa que o jornal, tanto quanto os golpistas que me destituíram sem
que até hoje tenha sido caracterizado crime de responsabilidade, classifiquem
como “teorias ultrapassadas e equivocadas”, que devam “ser escondidas”, o
repetido acúmulo de recordes mensais de Investimento Estrangeiro Direto no
país. No meu governo, ampliamos a conquista de Lula e chegamos à marca de US$
370 bilhões em reservas internacionais. Parece trivial, mas na história
brasileira tal valor jamais foi alcançado.
Entendo
que, exatamente ao contrário do que pretende o Estadinho, não se deve esconder,
de maneira alguma, o fato de que, mesmo debaixo da mais massacrante sabotagem
política já promovida no Congresso a um governo democrático, por meio de pautas
bombas e de um boicote brutal das ações administrativas, processo iniciado no
dia exato da minha reeleição, ainda assim alcançamos resultados fiscais
rigorosamente superiores aos exibidos nos períodos de governo de FHC.
Por
óbvio, a história elitista e de exclusão social do Estadinho — que sempre teve
o condão de liderar a plutocracia paulista — não permite acreditar que o
porta-voz do mais radical conservadorismo brasileiro pretenda dar importância a
resultados extraordinários alcançados pelo meu governo, que são dignos de serem
exibidos com orgulho em qualquer campanha eleitoral.
Foi
no meu mandato, em 2014, que o Brasil conquistou a maior de suas façanhas: sair
do Mapa da Fome da ONU. Graças a todas as políticas que realizamos desde a
posse de Lula, em 2003. Também foi sob o meu mandato, cujas realizações o
jornal gostaria de esconder, que pela primeira vez na história 63 milhões de
brasileiros tiveram acesso gratuito à assistência de saúde, por meio do
programa Mais Médicos.
Além
disso, jamais em nossa história, mesmo em governos democráticos, nos governos
do PT e no meu em particular, nunca tantos brasileiros de baixa renda obtiveram
o direito de acesso à casa própria, com o Programa Minha Casa Minha Vida, e ao
ensino superior, através da política de cotas e de facilidade de acesso a
universidades privadas.
Para
o Estadinho, é melhor que tudo isto seja escondido dos brasileiros. Sobretudo
em uma campanha eleitoral. Mas como os brasileiros já há muito tempo não
acompanham mais o jornal, sem dúvida saberão o que o meu governo fez. E se
orgulha de ter feito. E, na medida do possível, continuará vendo ser realizado,
a partir de 2 de janeiro de 2023, quando Lula assumirá pela terceira vez a
Presidência da República.
Contra
a vontade do Estadinho. Mas pela força do povo. A força da maioria do povo.
Como nas grandes e melhores democracias.
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Por Dilma Rousseff, publicado originalmente em suas redes sociais.