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Sinfrônio (à direita) trabalhou nas obras do cantetinho, sede do governo durante a construção da capital. (FOTO/ Arquivo Público - DF). Fonte/ Agência Senado.
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A
memória do Distrito Federal sofreu mais um golpe no dia 30 de setembro último
com a derrubada do imóvel conhecido como Casa da Dona Negrinha, uma edificação
antiga, situada no Centro Histórico de Planaltina, cidade de 161 anos e
distante 38 quilômetros da capital da República. Para a professora de história
da Universidade de Brasília (UnB) Ana Flávia Magalhães Pinto, a perda desse
patrimônio revela “descompromisso com o direito à memória e à história da gente
negra no Distrito Federal” — uma falha que deve ser combatida, segundo ela. A
estudiosa, que tem doutorado e pós-doutorado em história pela Universidade de
Campinas (Unicamp), vem nos últimos anos trabalhando justamente em projetos de
resgate que mostrem a importância dos negros na trajetória de Brasília,
incluindo o período que precedeu à fundação da cidade, em 1960. A Casa da Dona
Negrinha ficava a aproximadamente 8 quilômetros da Pedra Fundamental de
Brasília, obelisco assentado em 1922 por ocasião do centenário da
Independência.