26 de março de 2016

Pesquisadores consideram falso pano que envolveu Jesus no enterro, mas há ainda outros mistérios


Do BBC

É uma das relíquias mais reverenciadas pelos crentes católicos: uma peça de linho que parece ter impressa a imagem de um homem com marcas e sinais de quem foi crucificado.

Conhecido como Santo Sudário ou o Sudário de Turim - é na catedral do local que a peça fica - muitos acreditam que é a tela que se colocou sobre o corpo de Jesus Cristo quando foi enterrado.

"No começo, era difícil distinguir algo, depois pouco a pouco os ossos se fizeram bastante distinguíveis, como por meio de raio-x, assim como as mãos cruzadas, os ossos articulados, os pulsos destroçados por pregos, o perfil comprido, refinado e angular de um rosto."

Assim foi descrito em 1978, em uma das poucas vezes que foi mostrado ao público.


Durante séculos o sudário tem sido foco de um intenso debate: como e onde se imprimiu sobre a tela a imagem de um homem crucificado?

O professor Michael Tite é um dos especialistas que mais tem pesquisado o tema.

Ele foi o responsável por uma investigação que começou em 1988 para determinar a data de fabricação do manto usando datação por radiocarbono.

A própria Igreja Católica havia aprovado o estrito protocolo que se seguiria em três laboratórios que ela mesmo selecionou.

Tite - então responsável do laboratório do Museu Britânico - chegou em abril de 1988 a Turim para o primeiro passo do processo.

Quantos átomos

"Trouxeram o sudário da capela atrás da catedral, onde estava guardado, e de onde quase nunca saía", explicou Tite a BBC.

"Não sou crente, assim que para mim não tinha um significado tão importante, mas claro que tinha interesse em vê-lo. É uma imagem extraordinária", disse.


Havia dois especialistas do ramo têxtil e puderem examiná-lo inteiro para saber se era parte do original e não um remendo.

Para os de fé cristã, o sudário é símbolo deo sofrimento de Cristo.
"Ele foi cortado em três partes, envolvido em papel alumínio e introduzido em um recipiente de metal", disse Tite.

Depois, dois cientistas da Universidade de Oxford analisaram um pequeno pedaço do sudário com um exame para detectar átomos de carbono radioativo.

Quanto mais velho fosse o sudário, menos átomos de carbono teria.

Uma vez que isso foi feito, o sudário foi enviado ao Museu Britânico, onde se comparou os resultados com os de outros dois laboratórios que participaram do processo, uma de Arizona, nos Estados Unidos, e outro de Zurique, na Suíça.

Então, estatísticos combinaram os resultados para dar um número final.

O sudário, que durante séculos foi considerado o sudário com o qual Jesus Cristo foi enterrado, era falso.

Os exames mostraram que foi fabricado entre 1260 e 1390.

A Igreja nunca havia dito que o sudário era autêntico, então aceitou o veredito dos cientistas. No entanto, também agregou que o sudário ainda poderia ser objeto de veneração, um símbolo do sofrimento de Cristo.

Tite afirmou que não se sentiu decepcionado com os resultados: "apenas provaram as suspeitas que eu já tinha", disse.

Houve acusações de que especialistas que estudaram sudário estariam envolvidos em conspiração.

Sem solução

No entanto, nem todos reagiram da mesma maneira.

Houve acusações de que Tite estava envolvido em uma conspiração maçônica e de que os resultados não eram válidos porque a mostra estava contaminada.

O especialista apontou que todas essas dúvidas foram tiradas nos exames e que o resultado final foi muito preciso.

Então, como a imagem formou-se?

"Não há evidências reais de que seja uma pintura, não acho que foi pintada", disse.

"Outra coisa estranha é que, se uma pessoa olha todos os quadros da Idade Média e do Renascimento, todos pintam Cristo com cravos que atravessaram a palma da mão", acrescentou.

"Mas, na realidade, se se quer crucificar alguém, para que o corpo se mantenha na cruz, é preciso colocar os pregos através dos pulsos e dos tornozelos."

E assim que se parecem as marcas do sudário.
"Não acredito que seja o sudário de Cristo, mas é muito provável que aí havia um corpo."

"Era o tempo das Cruzadas e uma das formas de humilhar a um cristão era crucificar-lo. Os fluídos provocados pelo estresse da crucificação podem ter provocado a descoloração e a deterioração do sudário", explicou.

Assim que o debate continua sobre qual é a origem do tecido e como a imagem de um homem acabou impressa nele.

25 de março de 2016

Membros da diretoria da URCA lançam nota em favor da democracia no Brasil


Do site da URCA

Nós, professores da Universidade Regional do Cariri – URCA, membros da Reitoria, dirigimo-nos à comunidade acadêmica e à sociedade em geral nos posicionando na defesa da Democracia Brasileira ameaçada pelas recentes manobras políticas, institucionais e midiáticas em curso no país. Somos contrários aos processos que visam promover, sob acusações sem comprovação, a restrição de direitos fundamentais conquistados à custa de uma longa luta da sociedade brasileira. Opomo-nos ao impeachment da Presidenta da República Dilma Rousseff, sem as devidas garantias constitucionais ao processo justo de investigação e apuração dos fatos.


A Democracia Brasileira fortalecida com a inclusão de classes sociais historicamente excluídas de direitos fundamentais como educação, renda mínima, moradia, saúde, lazer, acesso à informação, outrora acessíveis apenas às classes privilegiadas, não pode parar o seu curso, no que pese a enorme desigualdade que ainda campeia e divide o Brasil.

Os altos custos sociais, políticos e institucionais que pagamos com os 21 anos de regime autoritário, assim como, as dificuldades de atingirmos nossa maturidade democrática pós “Golpe Militar” de 1964, foram suficientes para não desejarmos e/ou aceitarmos discursos fascistas de ódio e intolerância, bem como, tentativas de golpes às instituições políticas do país. Estas práticas ferem a liberdade das atividades partidárias, intimidam o exercício do voto e a consequente representatividade e legitimidade dos eleitos em processo público, amplo e irrefutável.

A Universidade é o locus fundamental para a produção de reflexões e divulgação da produção intelectual e não pode compartilhar com o retrocesso político ou com a negação da alteridade e do espírito de cooperação e solidariedade. Defendemos acima de tudo a liberdade de ideias, o franco debate que propicia o crescimento humano e o respeito às conquistas das sociedades do século XXI. Aquisições que vislumbram um horizonte de fortalecimento das identidades étnico-raciais e de gênero, a liberdade de associação e manifestação, a filiação partidária, o respeito e a tolerância para com as minorias. Um espaço que busca incansavelmente a inclusão social e o fortalecimento das conquistas sociais, políticas e constitucionais. Posicionamo-nos, portanto, veementemente contra:

- Qualquer forma de usurpação do poder estabelecido em mandatos políticos sem o respeito ao devido processo legal-constitucional justo, em que se resguardem a ampla defesa, o contraditório e as garantias previstas na Constituição Federal de 1988.

- Qualquer medida das instituições públicas, privadas ou associativas ou da mídia que incitem o ódio e/ou enfraquecimento da Democracia como único regime político de prevalência e afirmação dos direitos humanos e dignidade humana.

Por conseguinte, defendemos:

- A investigação ampla e irrestrita de agentes sociais ou políticos envolvidos em corrupção e/práticas criminosas no exercício de mandatos ou fora deles.

- As instituições e a liberdade de expressão; divulgação de informações dentro da legalidade que conduzam ao esclarecimento da verdade, sem ocultação de fatos, dados ou subsídios que ajudem ao fortalecimento da Democracia e suas instituições.

Crato – Ceará, aos 23 de Março de 2016.

Prof. José Patrício Pereira Melo
Reitor

Prof. Francisco do Ó de Lima Júnior
Vice-Reitor

Porfa. Maria Arlene Pessoa da Silva
Pró-Reitora de Extensão

Prof. Allysson Pontes Pinheiro
Pró-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa

Francisco Egberto Melo
Pró-Reitor de Graduação

Profa. Ana Roberta Duarte Piancó
Pró-Reitora de Planejamento e Avaliação

Prof. Roberto José Siebra Maia
Pró-Reitor de Assuntos Estudantis

Profa. Fátima Romão
Pró-Reitora de Administração

24 de março de 2016

“Há uma grande dívida do estado brasileiro com a população negra”, diz Dep. Juninho



Para marcar o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial (21/03), a Câmara dos Deputados realizou uma Comissão Geral para discutir soluções contra o racismo em áreas como educação, cultura e trabalho. Por indicação da bancada do PSOL, o presidente do PSOL de São Paulo e militante do Círculo Palmarino, Joselício Júnior, conhecido como Juninho, foi à tribuna fazer um pronunciamento em nome do partido.

Se a gente não reconhecer a história de nosso país, marcada por quatro quintos sobre uma das maiores perversidades que a humanidade já produziu. Se a gente não reconhecer que a história desse país sempre foi da manutenção e perpetuação daqueles que estavam no andar de cima, que todos os projetos de transição, seja a independência, o fim da escravidão, a proclamação da República, o fim do Estado Novo, o fim da ditadura civil-militar, sempre foi pelo andar de cima. Então, há uma dívida histórica do estado brasileiro com a população afro descendente. E só é possível, de fato, mudar essas estruturas, tendo mais democracia. Não é com estado de exceção que nós poderemos garantir o avanço”, disse Juninho, após citar um poema de Solano Trindade, o poeta da resistência negra, ao repudiar o avanço de pautas conservadoras e o aumento da violência contra a juventude negra da periferia.


Confira a fala completa de Juninho no site do Psol

23 de março de 2016

Por que é tão difícil combater a corrupção no Brasil?


Existe várias repostas. Mas a que mais merece destaque é a que me permite falar em uma Educação Despolitizada. E o que seria uma Educação Despolitizada? Entendo que esta se configura como aquela em que o processo de ensino-aprendizagem só ocorre entre quatro muros totalmente descontextualizada e fora do propósito. É ainda aquele modelo de educação onde tudo acontece ao seu redor, mas quando está na escola e em sala de aula, há um proposital esquecimento das ações, dos fatos.

Explico melhor. É como se a escola fosse desconectada da realidade. Não entendeu? Calma, vou exemplificar. O Brasil está passando por momento conturbado. Na política, na área econômica, social e cultural. Muito parecido com o pré 64, do século passado. Naquele período o Brasil vivia uma fase de ajustes, de construção de projetos sociais. As primeiras ideias de Reforma Agrária e Política emergia sob o governo de João Goulart (Jango). Não contente com isso, setores conservadores e elitistas junto com os militares com o apoio irrestrito da mídia implantaram o golpe, sob o falso discurso de que no Brasil iria se construir o comunismo (antes fosse). O resultado disso? 21 anos de ditadura. 21 anos sem liberdade de expressão. 21 anos de tortura. 

Em 2016, algo parecido está acontecendo. Só que não há justificativas de COMUNISMO e ao invés de setores militares, assume o posto alguns nomes do judiciário e o resto dos componentes permanecem. A justificativa agora é o combate a corrupção. Aplausos. E mais aplausos. Mas não se deve continuar aplaudindo, afinal de contas os que hoje estão gritando aos quatros cantos não querem de fato acabar com a corrupção, pois são também corruptos e até mais. A mídia, representada aqui pela Globo, é seletiva. Para ela uns são corruptos (pois não são do seu grupo), outros – mesmo tendo todos os indícios e até provas, sequer são citados. A justiça, aquela que deveria saber de cor e salteado os ditames constitucionais está, nos últimos meses, rasgando a constituição e rompendo com a democracia em prol de interesses nada animadores para o Brasil. Não se combate a corrupção sendo seletista e muito menos querendo destruir a democracia que se conquistou a duras penas.

E a escola, como pode ajudar no combate a corrupção? Seria fingindo que o que acontece lá fora não interfere na vida dos estudantes? Não. De forma alguma. Seria deixar de lado o que ora acontece em prol do velho clichê escolar – “não quero atrasar o conteúdo”. “Estamos próximos do ENEM”... Também não. Dá para explicar Egito Antigo, o Império Kush e esquecer o presente? Não dá. E como estudar Revolução Francesa sem se referir as manifestações que ora ocorre? Como estudar a Ditadura Civil-Militar sem se referir a tentativa de construção de uma nova ditadura?

Me parece impossível de acontecer. Só me parece, pois acontece. E qual o resultado disso? Alunos despolitizados, alienados e despreparados para a vida e alunos assim ajudam a manter a corrupção, pois serão futuramente eleitores e quem sabe candidatos e candidatos eleitos.



Do Tijolaço: “Listão da Odebrecht” tem mais de 200 nomes de políticos. E nenhum deles é Lula


Não foi um vazamento; foi um rompimento de adutora.

A adutora que abastece, e todo mundo sabe disso, todas as campanhas política no Brasil que, contra a vontade da mídia, de Gilmar Mendes, de Eduardo Cunha, do PSDB e de tanta gente “boa”, adiou o quanto pôde o financiamento público das eleições.




Aécio Neves, Eduardo Cunha, Sérgio Cabral, Jaques Wagner, Romero Jucá, Humberto Costa, Eduardo Paes, José Sarney e Eduardo Campos, morto em 2014, entre centenas de outros. Centenas mesmo, mais de 200.

Não está claro na matéria o que foi legal e o que foi “caixa dois”, que nenhuma campanha política de algum porte deixa de ter.

É m… no ventilador para ninguém botar defeito, mas uma coisa salta aos olhos.

O nome de Lula não aparece uma só vez no listão, que está em poder da Lava Jato desde 22 de fevereiro.

E o documento, em tese, teria sido divulgado ontem, quando não haveria restrição partida da decisão do STF, tomada já tarde da noite por Teori Zavascki.

Eu ainda mantenho um “pé atrás”. Não é lógico que uma planilha assim vá ver guardada durante oito meses de prisão do presidente da empreiteira, Marcelo Odebrecht, sem ter sido picado, incinerado e desaparecido.

Alguns  arquivos publicados por Fernando Rodrigues estão indisponíveis, surgindo em seu lugar uma indicação de página em manutenção, como reproduzo abaixo. Outros são estranhos, contendo textos estranhos ao caso, como a reprodução da famosa avaliação do ex-secretário de comunicação do Planalto, Tomas Trauttman, sobre o cenário eleitoral, que foi amplamente publicada e não revela, por isso, absolutamente nada.

Coisas estranhas, muito estranhas.

Mesmo num país em que não se estranha mais nada.

Da RBA: Cepal aponta preocupação com 'estabilidade democrática' e cita avanços no Brasil


A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) encaminhou ontem (22) mensagem à presidenta Dilma Rousseff, manifestando preocupação com os "acontecimentos políticos e judiciais que convulsionaram o Brasil nas últimas semanas" e reconhecendo os avanços sociais e políticos que o país conseguiu na última década. "Nos alarma ver a estabilidade democrática de sua pátria ameaçada", escreveu a secretária-executiva da entidade, Alicia Bárbena, destacando a vigência do Estado democrático de direito.

"Nos alarma ver a estabilidade democrática de sua pátria ameaçada", escreveu a Dilma a secretária-executiva da Cepal, Alícia Bárbena.
"A soberania popular, fonte única de legitimidade na democracia, entregou antes a Lula e depois a você, Presidenta Rousseff, um mandato constitucional que se traduz em governos comprometidos com a justiça e a igualdade", diz a mensagem, acrescentando que nunca na história do país tantas pessoas saíram da situação de fome, pobreza e desigualdade. Ainda segundo a Cepal, é significativo o fato de que os recentes governos brasileiros "reforçaram a nova arquitetura de integração de nossa região, da Unasul (União das Nações Sul-Americanas) à Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos)".

A Cepal diz reconhecer o esforço do Judiciário para "perseguir e punir a cultura de práticas corruptas que historicamente são a parte mais obscura do vínculo entre os interesses privados e as instituições do Estado". Mas acrescenta que a presidenta vem "apoiando permanentemente essa tarefa, com a valentia e honradez que é a marca de sua biografia, apoiando a criação de uma nova legislação mais exigente e de instituições investigativas mais fortes".

Por essa razão, a entidade se diz chocada com o fato de que, sem que haja provas, servindo-se de vazamentos e uma "ofensiva midiática" que condena de antemão, "se tente demolir sua imagem e seu legado, ao mesmo tempo em que se multiplicam os esforços por menosprezar a autoridade presidencial e interromper o mandato que os cidadãos entregaram nas urnas".

Para a entidade, os acontecimentos no Brasil mostram para a América Latina "os riscos e dificuldades a que nossa democracia ainda está exposta".

22 de março de 2016

Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial Resgata Ideias





A Organização das Nações Unidas (ONU) institui a data de 21 de março, como o dia de luta pela eliminação da Discriminação Racial. O dia resgata a lembrança dos ideais de homens, mulheres e crianças que morreram no “massacre de Sharpeville” ocorrido em Joanesburgo, na África do Sul, durante o regime do Apartheid, por simplesmente buscarem uma sociedade igualitária sem discriminação racial.

Em 21 de março de 1960, em Joanesburgo, na África do Sul, 20.000 pessoas faziam um protesto contra a Lei do Passe, que obrigava a população negra a portar um cartão que continha os locais onde era permitida sua circulação. Porém, mesmo tratando-se de uma manifestação pacífica, a polícia do regime de apartheid abriu fogo sobre a multidão desarmada resultando em 69 mortos e 186 feridos.

Precisamos repudiar e denunciar cada vez mais as práticas de discriminação ainda existentes em nossa sociedade! Vamos juntos!

Ator Alexandre Nero se posiciona contra a Globo e em defesa dos funcionários


Do Portal Vervelho

O ator Alexandre Nero não tem papas na língua. Ele, após ver as diversas críticas dos internautas para com Monica Iozzi, que fez críticas em seu Twitter às pessoas que apenas se baseiam no “Jornal Nacional” para obter informação, resolveu desabafar. 

Em seu perfil, ele explicou que, não é porque são funcionários da emissora que devem concordar com tudo o que ela faz, e explicou que os contratados podem sim se manifestar contra a postura do canal. Ele publicou a foto de uma crítica em seu Facebook.

É tão difícil entender que a Globo tem o seu posicionamento político e os seus funcionários podem ter outro? Que não somos um bando de alunos colegiais onde todos fazem o que o “bedel” manda? Que ali também tem gente foda?”, perguntou ele.

Não sejam babacas vcs também em alimentar o ódio. Diversos artistas da Globo se posicionando claramente de maneira oposta à emissora, colocando seus empregos e sua segurança pessoal e de sua família, e ainda assim, existe esse discursinho patético”, disse.

Não pode! Respeita os caras!!!”.

Na semana passada (dia 16), após receber o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), que segundo o ator, é o "principal e mais respeitado prêmio de arte do país, Alexandre Nero publicou uma mensagem nas suas redes sociais.

Leia a íntegra abaixo:

Ontem [15], ao receber o APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte), principal e mais respeitado prêmio de arte do país (desculpe a ausência de modéstia, mas tem vezes que o "beijinho no ombro" tem que vir em forma de cruzado no queixo para os haters rsrs)....

Como dizia, ontem estava pensando em apenas agradecer aos próximos e não criar nenhum bafafá nesse momento propício para os "doentes políticos", mas achei que, apesar da minha preguiça de ficar batendo palma pra maluco dançar nas redes sociais, eu deveria aproveitar o destaque e a repercussão do prêmio para falar algo que minha posição de artista privilegiado nesse momento exige.

Fui um dos últimos a receber o prêmio, e depois de quase 4 horas de premiação não quis ser ainda mais maçante com quem heroicamente ainda estava lá. Apenas agradeci aos críticos, ao João e Amora pela total liberdade de criação, à Giovanna e Tonico pela parceria, à minha companheira Karen pelo apoio e ao meu filho, por chorar menos do que podia...mas prometi que postaria o que eu iria dizer aqui nas redes sociais. Então conforme prometido, aí está, na íntegra.

Pra que serve um ator?

"Em A Regra do Jogo, eu interpretava um ex-vereador, que se aproveitava de uma ong de fachada para tirar proveito próprio. Eu o denominei um "anti-vilão" (um vilão - que eventualmente fazia coisas boas).

Romero Romulo, o nome do tal, flertava com a hipocrisia, a corrupção, menosprezava leis, ética, o respeito, o afeto, e com isso se aproveitava dos bem intencionados.

No decorrer desse trabalho fui perguntado muitas vezes sobre política, e via sempre uma tendência em colocar em minhas palavras que eu me inspirei nesse ou naquele político. Eu dizia que minha construção não era inspirado em ninguém especificamente, e sim no ser humano. "Romero era eu, vc, todos nós".

sem surpresa alguma, por essa declaração, fui agredido por alguns nas redes sociais (função principal de uma rede social). Me acusavam de ser um irresponsável, pq meu personagem "era de esquerda e pilantra", afirmavam eles. Primeiro digo que meu personagem não era de esquerda, ele fingia ser de esquerda, e mesmo se fosse de esquerda, pq a indignação dos agressores? Na direita não existisse pilantra? Ah tá!!!

Pois bem, a extrema direita, reacionários no último grau partiram pra cima babando de raiva e todos os ódios possíveis. Os "corajosos da internet" rsrs. E são muitos. Acreditem!!

Minha maior preocupação nessa "besta polarização" do momento onde PT, PSDB, PMDB brigam entre si, os malucos dos "mitos", "cianos", "faias" e afins correm por fora e cada vez mais estão ganhando força. Depois de muito ler babaquices do tipo "bicha, maconheiro, vagabundo, vendido", ou agressões ferozes "tem que morrer, "vou te matar" e por aí vai, um comentário me chamou atenção:

"PARE DE FALAR DE POLÍTICA! Vc é só um ator!" , e depois me pergunta com desprezo:

"Pra que serve um ator mesmo?"

minha resposta:

Sinto desapontá-lo , mas nao existe uma resposta rápida, suscita, única e verdadeira. Respostas essas, que vc deve estar acostumado , pois o ensinaram o que é certo e errado, preto e branco, homem e mulher, alto ou baixo, bonito e feio. Separar e não unir.

As respostas pra vcs (reacionários, fascistas, agressores, covardes, bunda moles, ou burros) , precisam ser exatas, pois se tiver dúvidas vcs teriam que pensar, fora da caixa que vc se enquadra, e isso ninguém lhe ensinou. Vcs não compreendem nada que não seja lógico, matemático. É como querer explicar:
Pra que serve um poema.

Nao dá! Como disse Leminski, "querer explicar pra que serve a poesia, é querer que se explique um "'orgasmo ou um gol do Zico.'" (Eu citando Leminski para um reacionário. Parece piada rs).

Por isso toda essa sua agressividade e desdém me fez crer que vc tem medo do ator. O desconhecido dá medo. Medo esse que vc tenta encobrir e fingir que é ódio. Não é! É só medo mesmo! Cagaço! E é bom que tenha mesmo, pq o trabalho do ator no cinema, no teatro, na rua, na tv , e agora também na internet, reflete como um espelho da sociedade, e não como vc quer que seja, uma janela, onde vc vê os outros e confortavelmente sentado em seu sofá apontando dedos.

Por isso meu caro, você, que odeia esse mundo laico, plural, multigênero, democraticamente caótico, onde o invisível pode ser visto, o indizível dito, é bom que nos difame e menospreze mesmo, espalhe que usamos as leis de incentivo à cultura feito criminosos, pois somos aproveitadores do dinheiro público, que não passamos apenas de rostinhos bonitos na tv, que não pensamos em nada que não seja em dentes brancos, que somos a favor desse ou daquele político pq somos sustentados por ele. Isso mesmo. Afaste os patrocinadores e repudie o público de nossos espetáculos. Grite:

"-Não dê pipoca aos atores".

"-Mantenha-se longe da jaula deles".

"-Cuidado com os atores". E é bom que tenha medo mesmo, pq dentre muitas coisas lúdicas, divertidas e/ou plantar uma bananeira e cair de bunda no chão, eu, ali, sou vc também. Eu sou seu espelho. Entre uma pirueta e outra podemos mostrar para o mundo quem é vc. Nós podemos te desvendar, e pode apostar, vc não vai gostar nada do que vai ver nesse espelho."