16 de agosto de 2015

Manifestações repetem frases de ódio com menos público do que em 15 de março



A terceira manifestação contra o governo de Dilma Rousseff e o PT se desenrola na Paulista com participação expressiva, mas mesmo assim menor do que a primeira manifestação, em 15 de março. São muitas famílias e principalmente pessoas idosas participando do protesto.

Paulista: preocupações são o impeachment da presidenta
Dilma e impedir que o ex-presidente Lula concorra em 2018.
O mote do protesto, exclusivamente, é o bordão “Fora PT”, como também ataques ao ex-presidente Lula, a atual presidenta e o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad. Não há menções a outros partidos ou parlamentares, prefeitos ou governadores. Segundo o Datafolha, 135 mil pessoas participaram do protesto. É menos que a manifestação de 15 de março (275 mil) e mais do que 12 de abril (100 mil), segundo o Datafolha.

No caminhão do grupo Vem Pra Rua os manifestantes mencionam uma carta do jurista Hélio Bicudo, que diria que a democracia foi destruída pelos que estão no poder, em benefício próprio.

Todas as faixas e cartazes dizem respeito a Dilma, Lula e o PT. Há também referências ao juiz Sérgio Moro e até mesmo ao ex-ministro, presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa. Muitas pessoas caminham com adesivos distribuídos pelo partido Solidariedade, agremiação coordenada pelo Sindicalista Paulinho da Força, que tem se mostrado como oposição ao governo.

Para a aposentada Margarida Menezes, colocando Lula e Dilma na cadeia vai haver fôlego para o país se recuperar do que considera a infinita corrupção petista. Ela pediu para não mostrar o rosto por medo que a ditadura petista a caçasse.

Mises foi um defensor do liberalismo econômico criticado
mesmo por autores de ideias parecidas, como Hayek
Como nas outras manifestações, o Hino Nacional é executado à exaustão. Além dos gritos contínuos de “Fora Dilma” e “Fora PT”, algumas faixas chamam atenção, como “Menos Marx mais Mises

O caminhão do movimento Endireita Brasil é o mais ativo nessa manifestação; uma ativista ao microfone ressaltava que o ato é contra o PT onde quer que ele esteja não é só Lula e Dilma, é também o Haddad e todo o PT.
São Paulo nunca mais vai aceitar um governo corrupto, não importa como a Dilma vai cair; a eleição de 2014 foi um erro de 4 milhões (de votos) e nós não vamos aceitar; precisamos corrigir o erro cometido”.

Estudantes da Faculdade de Economia e Administração (FEA), da USP, Renato Oliveira, de 21 anos, Victor Ruiz, 23, e Fábio Rodrigues, 22, dizem que estavam no protesto para bradar contra a Dilma e a corrupção. Acreditam que o impeachment é uma forma de acabar com a ditadura petista, mas consideram que não é uma ditadura especificamente como outra que já houve, mas sim por conta da falta de alternância no poder. Questionados, no entanto, em quem votaram para as eleições no governo de São Paulo, os três revelaram ter votado no PSDB, que governa São Paulo há 20 anos.

Um pouco mais romântica, a publicitária Tatiana Pacheco, 34, carregava a filha Manuela, 4, nos ombros. A pequena tinha o rosto todo pintado de verde amarelo que, segundo a mãe, foi ela mesma que pintou. Tatiana disse estar na rua “por um país melhor, sem corrupção”. Para ela, o principal objetivo tem de ser melhorar a educação “porque senão as pessoas ficam sem consciência”. Para ela, tudo indica que houve corrupção na eleição, o TSE deve pedir a cassação da candidatura de Dilma.

Caminhão com maior mobilização, o Endireita Brasil também acumula o título de pior manifestação da tarde. Em uma de suas falas, um manifestante disse que “todo mundo tem família, porque família é homem e mulher, não esse bando de vagabundo que tem por aí”.  O manifestante também se referiu a Dilma de maneira imprópria, distribuindo mandioca frita para os manifestantes, e atacou programas como o Mais Médicos, e a demarcação de terras indígenas.

Diretora de uma ONG de defesa dos animais, Fátima Vanoni diz que foi filiada ao PT durante muito tempo e perdeu a esperança no partido: “O PT perdeu tudo o que nós acreditávamos, já foi outro partido, teria de ser feita uma grande seleção pela ética; nenhum país vive sem isso. Hoje estou aqui contra o PT porque eles deterioraram e perderam tudo aquilo que acreditávamos”.

Em toda manifestação, são visíveis pessoas com camiseta da Seleção Brasileira, mas desta vez alguns manifestantes cobriram o logo da CBF com fita isolante preta. Não há mais grandes referências à eleição, como ocorreu nas duas primeiras manifestações. As grandes preocupações, neste momento, são o impeachment da presidenta Dilma e impedir que o ex-presidente Lula concorra na eleição de 2018.

O microempresário José Carlos Fonseca diz que veio para a rua por indignação e revolta contra as roubalheiras, mentiras e corrupção do governo petista. Para ele, o impeachment deve ser dado pelas normas legais que o TCU ou TSE considerar, em que a presidenta deve ser retirada do poder. “Estão movendo as cartas nos bastidores; o PT vendeu esperança e a culpa disso tudo só pode ser um deles; eles usam a ignorância a seu favor: votaram porque se beneficiaram do Bolsa Família e até perceber a mentira, demora.”

A Polícia Militar ainda não divulgou o número de participantes. O caminhão do Vem Pra Rua chegou a anunciar 2 milhões de pessoas, outro caminhão, 800 mil, mas de qualquer modo é notória a queda de público em relação à primeira participação, quando não era possível caminhar direito na Paulista. Hoje, só as áreas dos caminhões de som trazem alguma dificuldade para caminhar.

O colunista do Jornal da Cultura, Roberto Delmanto Junior, veio para o caminhão do Vem Pra Rua e disse que o PT quer tornar o país comunista: “Nossa bandeira jamais será vermelha”. Duas horas após o início da manifestação já é grande contingente de pessoas que deixa o local dirigindo-se às suas casas. Pelas ruas e nas lanchonetes do entorno é notório comentário de que não há nada de novo.

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Personalidades Negras que Mudaram o Mundo: Mãe Menininha


Maria Escolástica da Conceição Nazaré, ou simplesmente Mãe Menininha do Gantois, como passou a figurar no cenário nacional, teve como ambiente de seu nascimento o Centro Histórico de Salvador em 10 de fevereiro de 1894, tendo como seus genitores Maria da Glória e Joaquim.

Mãe Menininha é descendente de africanos escravizados e foi, ainda criança escolhida para ser Iyálorixá no terreiro Ilê Iyá Omi Axé Iyamassê – com fundação datada do século XIX, especificamente em 1849 por Maria Júlia da Conceição Nazaré, sua vó – cujos pais eram oriundos de Agbeokuta, sudoeste da Nigéria.

Conforme informações veiculadas no portal Palmares, mãe Menininha foi a quarta das Iyálorixá do Terreiro do Gantois e a mais famosa do País. Iniciada no culto aos orixás de Keto aos oito anos de idade, assumiu definitivamente o terreiro aos 28. Foi uma das principais articuladoras do término das restrições a cultos impostas pela Lei de Jogos e Costumes de 1930, que condicionava a realização de rituais à autorização policial e limitava o horário de término dos rituais às 22 horas.

Ela carrega em seu currículo o fato de ser símbolo da luta pela aceitação do candomblé pela cultura dominante e abrir as portas do Gantois aos brancos e católicos. Nunca deixou de assistir às celebrações de missa e convenceu os bispos baianos a permitirem a entrada de mulheres – inclusive ela – vestidas com as roupas tradicionais das religiões de matriz africana nas igrejas. A Iyálorixá faleceu de causas naturais, aos 92 anos de idade.

Por que Lula não aceitou ser ministro de Dilma, por Ricardo Amaral



Ao recusar um posto no ministério da presidenta Dilma Rousseff, o ex-presidente Lula produziu um raro momento de grandeza na cena política brasileira. Lula considera indigno de sua história buscar, no foro privilegiado, o salvo-conduto contra as arbitrariedades da hora. Virar ministro seria criar um constrangimento para o governo e para a presidenta. E isso Lula não fará jamais. É assim que se comporta um líder, que não precisa de cargos para exercer a política e dispensa refúgio para a dignidade afrontada.

Na plena vigência do estado de direito, Lula não teria nada a temer. Não cometeu nenhum crime, antes, durante ou depois de governar o País. Sua atividade como palestrante é o resultado da projeção internacional que conquistou. Recolhe impostos pelo que ganha licitamente. Não faz lobby, consultoria nem intermediação de negócios. O Instituto Lula não recebe dinheiro público, nem direta nem indiretamente. Mas, e daí?

No ambiente de terror policial insuflado pela oposição e pela mídia, Lula tornou-se alvo de toda sorte de violência. Agentes do terror lançaram uma bomba na sede do Instituto Lula. Agentes do Estado, que deveriam estar submetidos à Lei e à hierarquia, quebraram ilegalmente o sigilo bancário do ex-presidente e de um de seus filhos. As pegadas sujas do crime estão nas páginas de uma revista sórdida esta semana. Quebraram o sigilo de suas comunicações e, ao invés de denunciá-la, parte da imprensa associou-se à meganha bandida.

Há fortes motivos para crer que o próximo passo seja submeter Lula aos métodos parajudiciais da República de Curitiba: o mandado cego de busca; a condução coercitiva para mero depoimento; a prisão "preventiva" pela simples razão de que o sujeito está solto. Os vazamentos seletivos dos últimos dias desmoralizaram as negativas formais do juiz e dos promotores da Lava Jato: Lula é, sim, o alvo cobiçado da operação. Não para ser processado, pois não há acusação contra ele, mas para ser humilhado diante das câmeras.

No estado de exceção a que se encontra sujeita uma parte do País, ninguém poderia negar razão a Lula caso aceitasse a oferta solidária e leal da presidenta Dilma. Ministro, ele estaria a salvo das arbitrariedades da primeira instância e do terror policial-midiático. Mas Lula não é um ex-presidente qualquer – e nisso é preciso concordar, por razões opostas, com o autor original da frase: Merval Pereira.

O imortal do Globo sustenta que Lula não pode ser tratado como um cidadão de pleno direito, porque continua sendo um líder muito influente cinco anos depois de ter deixado o Planalto. Trapaça da história: o promotor que denunciou Lula na LSN por um discurso contra a ditadura, em 1980, também sustentou que a ameaça à segurança nacional não estava exatamente nas palavras do metalúrgico, mas na influência que ele exercia sobre as plateias.

De volta ao imortal: Lula não pode fazer palestras para empresas contratadas pelo governo (Merval talvez ignore que seu patrão, o Infoglobo, que tem contratos milionários com o governo, já contratou palestra de Lula). O Instituto Lula não pode receber doações empresariais (só o Instituto FHC pode, e pode até receber doação da estatal tucana Sabesp). Lula não pode encontrar governantes estrangeiros (embora seja o brasileiro mais respeitado ao redor do mundo). E, se isso fosse possível, Lula não poderia fazer política.

Este raciocínio autoritário, parcial e preconceituoso sustenta as torpezas cometidas contra Lula (e contra a verdade) pelos veículos e colunistas amestrados sob influência do sublacerdismo tosco e tardio que emana da rua Irineu Marinho. É o que explica as manchetes mentirosas atribuindo a Lula a propriedade de um apartamento que ele não tem, os "voos sigilosos" (em aviões invisíveis?), as "reuniões secretas" (em auditórios públicos, com cobertura da imprensa), os telegramas oficiais grosseiramente manipulados para virar notícia.

Lula é atacado justamente por ser o mais influente líder popular que o Brasil já conheceu. E por ser o maior obstáculo ao projeto regressista e conversador que, frustrada a aventura golpista, por suas contradições políticas e econômicas, precisa eliminar a liderança de Lula antes das eleições de 2018. A Pax Marinho, que ninguém se engane, é um movimento das elites econômicas para garantir a estabilidade necessária ao ambiente de negócios. Não é um pacto para preservar Dilma. E muito menos, para preservar Lula.

O que preserva Lula é sua liderança, sua coerência e seu caráter. Ao recusar o ministério, Lula promoveu um magnífico contraste com personagens políticos, institucionais e midiáticos nesta que é a mais rebaixada quadra da disputa política desde a redemocratização. Enquanto alguns ousam sequestrar instituições, para salvar a pele ou perseguir adversários, e outros se omitem de suas responsabilidades republicanas, por covardia ou conveniência, Lula decidiu simplesmente portar-se com dignidade.

A recusa de Lula é um gesto fundamentalmente moral. É corajoso, porque arrosta a arbitrariedade, e desprendido, porque preserva a presidenta. É mais uma lição do ex-retirante, ex-engraxate, ex-metalúrgico, ex-sindicalista para a educação política desta e de outras gerações. Isso é incompreensível para os abutres que tentam medi-lo pela régua de seu próprio e mesquinho caráter. Lula não é mesmo um ex-presidente qualquer. Lula é um líder.

Segundo pesquisa, 71% dos brasileiros afirmam que oposição ao governo federal age por interesse próprio e não pelo Brasil



Pesquisa divulgada na última sexta-feira (14) pelo Instituto Data Popular mostra que 71% dos eleitores brasileiros avaliam que os partidos de oposição à presidenta da República, Dilma Rousseff, “agem por interesse próprio, não pelo bem do país”. Realizado dos dias 1º a 4, com 3 mil eleitores em 152 municípios, o estudo indicou ainda que 92% dos eleitores concordam com a frase: “Todo político é ladrão”.

Segundo o sócio-diretor do Data Popular, Renato Meirelles, a pesquisa também indica que há uma queda na aprovação do impeachment da presidenta como solução para a crise política. “A discussão sobre impeachment vem perdendo força. Entre 55% e 62% entrevistados dizem ser favoráveis ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, mas quando questionamos os entrevistados se eles acreditam que o processo de impeachment é a saída para melhorar o país, a pesquisa deixa muito claro que a adesão cai”, afirmou o presidente do Data Popular.

De acordo com Meirelles, oposicionistas e descontentes não são a mesma coisa. Os primeiros são eleitores que não votaram na Dilma para presidenta, rejeitam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, avaliam o atual governo como “ruim ou péssimo” e querem o impeachment. Esses também são contra o Bolsa Família, a política de cotas, o Prouni. De acordo com a pesquisa, 36% dos entrevistados se enquadram nessa categoria.

Já os descontentes – que são 44% – ajudaram a eleger Dilma e aprovam Lula. E estão frustrados porque o governo eleito não está pondo em prática o projeto no qual votaram. Eles não acreditam que a oposição resolveria a atual crise, mas acabam por manifestar sua insatisfação se dizendo favoráveis ao impeachment. Ainda de acordo com o estudo, 62,8% dos eleitores não enxergam ninguém que possa tirar o país da atual situação.

15 de agosto de 2015

Izolda Cela, primeira mulher no comando do palácio da abolição, recebe presidente do FNDE



Em um de seus primeiros compromissos como governadora em exercício, nesta sexta-feira (14), Izolda Cela recebeu no início da tarde, no Palácio da Abolição, o presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Idilvan Alencar.A secretária da Educação, em execício, Daila Saldanha, participou do evento.

Izolda Cela recebe Idilvan Alencar, presidente do FNDE.
Foto: Seduc-Ce.
Idilvan Alencar apresentou para a governadora o planejamento do Programa de Ações Articuladas (PAR), que esse ano abre inscrições para assistência financeira às prefeituras no próximo mês de setembro. "Os recursos capitaneados pelo Ministério da Educação que oferecem suporte financeiro para a expansão da nossa rede são sempre muito bem-vindos. Por ser daqui do Ceará, o presidente do FNDE conhece bem a realidade das nossas unidades educacionais e pode nos ajudar a melhorar ainda mais", avaliou Izolda Cela.

"Nós viemos ministrar uma palestra aqui em Fortaleza, prestar uma consultoria técnica mesmo, tirar dúvidas dos gestores municipais, para que eles possam fazer o melhor proveito possível do programa, e aproveitamos para fazer uma visita à nossa governadora", esclareceu Idilvan Alencar.  O gestor foi secretário executivo da Educação no Ceará à época em que Izolda Cela era a titular da pasta. Hoje, no Ministério da Educação, ele comanda importantes ações do Fundo, que representa uma ferramenta essencial aos municípios e estados para investimentos em estrutura, equipamentos, material didático, valorização e capacitação dos profissionais da rede de ensino.

Ceará é destaque nacional na Educação

A visita acontece uma semana depois que o Ceará virou destaque nacional com escolas públicas estaduais liderando rankings do ENEM 2014. De acordo com os resultados divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anysio Teixeira (INEP), na classificação geral, a EEEP Adriano Nobre, localizada no município de Itapajé, foi a instituição pública mais bem colocada no Estado. Além dela, outras duas unidades de ensino se destacaram, ficando entre as  20  melhores do país nos quesitos matrícula superior a 90 alunos, indicador de permanência maior que 80% e indicador socioeconômico baixo. São as Escolas Padre João Bosco de Lima, de Mauriti, e Deputado Cesário Barreto Lima, de Sobral, que ocuparam a 1ª e 2ª posições, respectivamente. No caso do "indicador socioeconômico muito baixo", o Ceará ficou novamente entre as melhores.


Escola de Educação Profissional Wellington Belém de Figueiredo promove I Seminário das Profissões


A Escola Estadual de Educação Profissional Wellington Belém de Figueiredo, localizada no município de Nova Olinda, na região do cariri cearense e, que atende a alunos(as) de mais dois municípios – Altaneira e Santana do Cariri, promoveu nesta sexta-feira, 14 de agosto, o I Seminário das Profissões.

Corpo Discente da EEEP Wellington Belém de Figueiredo por ocasião da abertura da I FERA - Seminário das profissões.
Foto: Professor Givanildo Gonçalves.
A manhã e a tarde os alunos do Ensino Médio integrado a Educação Profissional estiveram envolvidos em um leque de atividades planejadas e organizadas pelos professores coordenadores dos quatros cursos técnicos ofertados pela instituição de ensino, a saber - Agronegócio, Edificações, Finanças e Redes de Computadores -, respectivamente Janaina Nobre, Priscylla Alves, Renan Dinis e Claudio Luan com o apoio da gestão escolar, dos demais professores e servidores.

Na oportunidade, o corpo discente passou a vislumbrar de forma mais efetiva os cursos supracitados, tendo como eixo norteador dos seminários o fluxograma, tempo de duração, estágios e mercado de trabalho. O objetivo do seminário que recebeu o título de I FERA, uma alusão as inicias dos quatro cursos técnicos – Finanças, Edificações, Redes de Computadores e Agronegócio era  proporcionar conhecimentos através integração dos discentes com o mercado de trabalho, fortalecendo as relações de parcerias entre escola e empresas.

Para isso, professores convidados para ministrarem palestras e mini-cursos estiveram à disposição para tirar as principais dúvidas dos(as) alunos(as), distribuindo material informativo e oportunizando a experiência do convívio sócio-educativo, através de ações práticas que ilustram o cotidiano das principais áreas de formação em que estão envolvidos.

Temas como “O mercado de trabalho: consultoria e elaboração de projetos na área do Agronegócio” desenvolvido pela professora Lucivânia Gomes, “Mercado de trabalho e o empreendedorismo no Agronegócio”, tendo como ministrante Boanerges Lopes, “Projeto, mercado de trabalho e atribuições dos Técnicos”, que teve como desenvolvedor Francisco Ytalo, “O mercado de trabalho na área de Engenharia Civil na região do cariri”, desenvolvido por Francisco Herllon, Fernando José de Morais trabalhou “O mercado de trabalho na área de Finanças: campo de atuação do técnico”, Kasia Rejane desenvolveu o tema “Administração Financeira e o Mercado de Trabalho”. Os alunos puderam acompanhar ainda minicursos intitulados “Técnicas de Seguranças e Práticas de Inovação” trabalhado por João Rosa Coelho e “Introdução as Redes Wireless”, “Instalação de Software Livre. Ubuntu 15.4 e, ou, distribuição do governo” desenvolvido por Clecio Luênio. João Rosa ainda teve mais outro momento com a garotada trabalhando os tema “Mercado de Trabalho na área da Tecnologia da Informação: Campos de Atuação do Técnico em Redes de Computadores” e José Rhomullo explanou sobre “Mercado de Trabalho: profissional da Tecnologia da Informação que trabalha com sistemas na área da saúde”.

O evento foi aberto às 7h30 no auditório pela gestão da instituição de ensino – Lúcia Santana (Diretora) e os Coordenadores Escolares Ana Maria e Francisco de Assis.

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14 de agosto de 2015

Segundo historiadora, “as elites não evoluíram e são muito parecidas com as de 1964”



Maria Aparecida de Aquino é professora titular aposentada da Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, colabora com o Programa de Pós-Graduação em História Social da mesma instituição. Durante a carreira, se dedicou ao estudo da repressão política durante o período da ditadura civil-militar no Brasil, especialmente a censura exercida sobre os veículos de comunicação.

Nesta entrevista à Agência Brasil de Fato, ela aborda os motivos que levaram ao golpe de Estado, o papel exercido pela imprensa e faz comparações com o atual cenário da política nacional. Segundo a historiadora, há um elemento em comum entre passado e presente: “Uma das coisas que persistem é o comportamento das elites. Ainda é muito parecido com o que era em 1964.”

Brasil de Fato: Quais foram os motivos que levaram ao golpe de 1964?

A gente precisa levar em consideração que no golpe estão presentes diversas forças dentro do Brasil, bem como existiu apoio internacional - mais especificamente, apoio dos Estados Unidos. Quando a gente pensa quais seriam os motivos que levariam essas forças internas e externas a embarcarem numa aventura, que foi o golpe de 1964 - aventura essa ilegal e ilegítima sobre todos os aspectos - existem razões bastantes diversas. Se tivéssemos que centralizar essas razões eu diria que, basicamente, foi o programa de reformas, as chamadas reformas de base do então presidente João Goulart, o elemento detonador dessa questão. Essas reformas atingiriam todos os setores: penetrariam na educação, no mundo agrícola, na indústria. Era uma proposta para mudar o Brasil.

Mas não se tratavam de reformas feitas em outros países? Por que aqui não foram aceitas pela elite?


Sim, era um projeto reformista, não revolucionário, mas “há elites e há elites”. Ela não aceitou porque não suporta partilhar, essa é a característica da nossa elite. Não apenas da elite do nosso país. É uma marca das elites dos países que eram consideradas subdesenvolvidas.

Enquanto você tem nos países considerados avançados, como Inglaterra, França, Alemanha, uma determinada caracterização das elites, na medida em que não existe um distanciamento tão grande entre aquele que pertence à elite e aquele que está alijado na sociedade, no Brasil e em outras nações, você tem uma distância imensa. Existem nações em que o menor salário e o maior não ultrapassa dez vezes. Aqui não dá para mensurar quantas vezes ultrapassa. Consequentemente esse distanciamento tão grande faz com que essa elite nossa não seja tão permissiva.

Ela não admite, ela não é democrática. Ela é cruel, mesquinha. No momento em que ela diz “não podem se sentar à mesa”, ela está negando o próprio desenvolvimento. Porque é do acesso dessas pessoas a bens que elas não teriam, e a possibilidade que elas teriam que, inclusive, você tem o maior desenvolvimento do país. Quanto mais gente consumindo, partilhando, mais o país será desenvolvido. Nossa elite nega inclusive o desenvolvimento. O seu próprio desenvolvimento. É predatória, talvez seja o melhor adjetivo para ela.

Hoje se fala muito do papel de resistência à ditadura que os órgão de imprensa desempenharam. Como eles atuaram antes do golpe?

Têm um papel de protagonismo. Eles foram conspiradores. Toda a grande imprensa estava na conspiração contra a democracia. Vai ser uma das articuladoras mais importantes do golpe. O único veículo que não apoiou o golpe e se manteve ao lado do regime deposto foi o jornal “Última Hora”, do Samuel Wainer. Por conta disso, ele ganhou um inimigo total, que vai destruir o jornal. Demora pelo menos quatro anos até ele perder a posse do jornal em 1968, mas é destruído. Também ocorreu com o “Correio da Manhã”, que apoia o golpe, mas que dois dias depois já está contra, se colocando na oposição, já que percebeu o monstro que ajudou a criar. Por conta disso, também será destruído, pelo mesmo grupo que comprou o “Última Hora”.

Então como se explica que parte da grande impressa, após esse momento inicial, passa a resistir à ditadura?

A maior parte dos órgãos de divulgação de notícias tem um tendência absolutamente liberal. Faz parte dos objetivos do liberalismo a defesa da liberdade de expressão e de opinião. Então, a liberdade de imprensa é um elemento central no interior da plataforma liberal. A imprensa tem essa plataforma. Não é o tipo de coisa que eles queriam que acontecesse. Embarcou numa terrível aventura, descobriu que a canoa era furada, num determinado momento a canoa deles também fura. O exemplo lapidar é o jornal que eu estudei, “O Estado de S. Paulo”. Foi um grande conspirador. Os Mesquita [família dona do jornal] assumem que estavam na conspiração, dois anos antes do golpe eles já faziam parte das reuniões que discutiam como seriam o Brasil depois do apocalipse. Mas três anos depois do golpe já está na linha de tiro, tanto que vai receber a censura. Talvez o único, ao lado da revista “Veja” órgão da grande imprensa que tem censura prévia no interior da redação.

Com o fim da ditadura, é possível dizer que há uma contradição entre democratização política e a ausência de democratização da mídia?

Os grandes blocos de comunicação, o Brasil tem meia dúzia, se chegar a tanto, você observa que eles não tem como seu ideal a defesa da democratização das comunicações. Porque democratizar significa, ao fim, que você dará liberdade para as pessoas se organizarem em pequenos jornais que nasceriam, que passariam a ter direito à luz do sol. Para grande imprensa isso não interessa.

Quando você pega “o grande jornal A” versus “o grande jornal B” você vai ver manchetes idênticas, até a fotografia de capa muito parecida. O mesmo para as grandes revistas, parece tudo a mesma coisa. É bom esse mundo, né? Esse mundo entre “iguais” agrada a grande imprensa, o mundo da diversidade não.

Na realidade se está na defesa do oligopólio. Há grupos enormes que dominam fatias gigantescas do mercado das comunicações. É uma defesa cooperativista. Não quer que outros entrem. Para eles o “mesmismo” é bom. De forma alguma tem a ver com liberdade imprensa. Liberdade de imprensa, inclusive, seria lutar pela diversidade

Você vai em uma cidade do Acre, tem uma concessionária dos grandes veículos. É isso que está em jogo. Por isso que está jogo, a perda de domínio. No Brasil, antes mesmo de se colocar em pauta, se faz o discurso de dizer que está se ameaçando a liberdade de imprensa.

Nesse sentido, qual sua avaliação mais geral sobre o papel da imprensa no fortalecimento da democracia?

Fortalece enquanto defensora das liberdades democráticas, dentre elas a liberdade de expressão e imprensa. Tem um papel importante sim, mas não se pode dizer que ela seja fiel à democracia no sentido de que a democracia também significa conviver com o diferente, com o antagônico. O que se vê hoje é a incapacidade de viver com o antagônico. “Vocês estão de um lado, eu de outro, não quero diálogo”. Hoje cumpre um papel péssimo, nesse sentido

fico muito chateada e entristecida quando eu comparo as manchetes que antecedem o golpe de 1964 e o que se faz hoje na grande imprensa. Só é comparável o que se faz hoje em relação ao governo. A grande imprensa está fazendo isso de novo, não aprendeu com a censura, com o fechamento com o empastelamento, não aprendeu nada, repete a mesma coisa. Só a semelhança com a destruição que hoje se faz do governo com o processo de destruição de que foi alvo o governo de João Goulart.

Quando você acompanha as manchetes, as primeiras páginas, os editoriais daquela época, eles são devastadores. Não é “queremos um Brasil melhor”, mas sim “o que está aí não nos serve”, independente de ser democrático ou não, então partiram pro ataque. Está acontecendo o pior que pode ocorrer, não se está dando possibilidade de defesa para alguém que você colocou no chão. Usa-se todo seu potencial e destrata cada um dos pontos do governo. “Nada é bom”.

O Brasil teve coisas negativas, mas cresceu o nível de emprego”. O “mas cresceu o nível de emprego” é o mais importante, mas aparece no rodapé da página. É clara a iniciativa para quem quiser ver e estiver prestando atenção.

Na sua opinião o que permaneceu intocado mesmo com o fim da ditadura?

Hoje pouca coisa. Uma das coisas que persistem é o comportamento das elites. Ainda é muito parecido com o que era em 1964. As elites não evoluíram, não avançaram. Enquanto o Brasil mudou muito, para melhor, um país que inclui muito mais pessoas, e não só por causa dos últimos anos, vem num processo de inclusão muito importante. A realidade que vivemos hoje está a léguas de diferença da realidade de 50 anos atrás. Talvez a única que que persista é uma atitude semelhante das elites, infelizmente.

Então as elites ainda se comportam do mesmo jeito?

Quando você analisa as elites que estavam posicionadas em 1964 elas são claramente golpistas. Elas querem a derrubada do regime democrático. Elas não sabem e não conseguem conviver com o Estado democrático. Portanto, partem, para sua destruição e dissolução, que ocorre através do golpe, ilegal e ilegítimo.

Hoje você tem uma elite que tem um pouco de receio. Ela tem um pouco de receio de dizer “para nós acabou a brincadeira, a bola é minha e não brinco mais” e assumir uma caracterização abertamente golpista. Não que ela não flerte. Não que ela não seja capaz de embarcar em um aventura terrível, pela forma como age, pelas considerações que ela faz.

Um exemplo foi quando a presidenta Dilma se elegeu. Ela teve uma capacidade eleitoral bastante grande no Nordeste. Quando você olha as redes sociais falando dos nordestinos, você vai ver a cara dessa elite. Ela é exatamente aquilo. Ela começa a dizer: “é esse tipo de gente que elegeu, e nós somos melhores”. Ela tem condições, desejo e vontade de flertar abertamente [com o autoritarismo].

Ou seja, hoje você tem um processo ou uma proposta de inclusão social, que de uma maneira ou de outra dá o acesso às pessoas que não teriam a determinadas instâncias, desde a casa própria até o ensino universitário.

Essa proposta descontentava, como descontenta hoje. A proposta de inclusão. Se o Brasil vive um momento de crise, se é que existe a crise, se ela não é fabricada pelos meios de comunicação, essa crise se deve fundamentalmente a esse descontentamento. São os mesmos grupos, a mesma raiz, que não aceita que as pessoas que não têm nem acesso às migalhas passem a se sentar na mesa.

Como a senhora analisa os protestos pedindo impeachment, os “panelaços”?

Quem bateu panelas? Foi a grande elite? Eu sou capaz de entender o porquê. Tem o que perder, e é só por isso que está batendo panela. Eu não tenho dúvida que essa gente está em defesa de seus privilégios. Existiu a tentativa de puxar um fio de corrupção que envolveria o PSDB, mas foi engavetado. Então por que se diz que só existe um criminoso, o PT?

O Paulo Francis, há mais de vinte anos já falava de corrupção na Petrobras. Faleceu porque veio um processo judicial que ele não conseguiu arcar. A corrupção é exclusiva desse governo?

Mas o consevadorismo, atualmente, não se resume à elite...

Uma coisa é pensarmos no Brasil como um país jovem, que está vivendo um processo de ascensão das chamadas classes médias, quanto a isso não há dúvida, mas é um erro achar que nesse mesmo processo progressivo também terá o mesmo processo no sentido de qual leitura eles terão da realidade brasileira. Infelizmente, a leitura que se tem, na média, é conservadora.
Isso se deve à formação do Brasil, uma escolarização muito baixa. Teve o acesso das pessoas ao ensino, mas é um ensino transformador? Quando se pega a escola pública, que atende à vasta maioria, essa educação transforma sua mentalidade, prepara para os novos tempos? Se tivesse uma imprensa que fosse muito mais plural, também contribuiria para que tivéssemos esses debates ampliados.

O que você diria para alguém que defende o retorno da ditadura?

Pensa, raciocina e observa o que o regime militar produziu. Um mundo sem luz. A desigualdade se ampliou enormemente nesse período, os ricos mais ricos e os pobres mais pobres. É isso que você quer para a sociedade brasileira? O remédio para a sociedade brasileira é uma aventura antidemocrática? Para combater a corrupção é necessário acabar com a democracia?

Para pessoas que pensam nisso, eu aconselharia a ver as contas da Transamazonica. Ou as contas nunca fechadas da Ponte Rio-Niterói. Ninguém falou, porque naquele momento não podia falar. Se você levantar, você vai trazer uma quantidade de coisas irregulares que arrepia os cabelos de qualquer um. Hoje, graças ao caminho que a sociedade brasileira trilhou, nós temos liberdade de falar. O autoritarismo corre ao lado da irregularidade, porque ele abafa a irregularidade.

13 de agosto de 2015

Um pensador que vai sobreviver ao longo do tempo, diz jornalista sobre 2 décadas sem Florestan Fernandes



Um homem que deu a vida para construir um projeto socialista para o Brasil. Alguém que queria justiça social, liberdade, igualdade e, como ele acrescentava, felicidade.” Assim, o jornalista Vladimir Sacchetta define o sociólogo Florestan Fernandes, com quem tinha uma grande amizade, herdada de seu pai, Hermínio Sacchetta.

Para Sachetta, um dos principais legados deixados pelo sociólogo foi a Escola Nacional Florestan Fernandes, criada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e que, no último 10 de agosto, dia em que se completou 20 anos da morte de Florestan, prestou uma homenagem ao mestre em sua página em rede social com a frase “teu exemplo nos inspira na luta!”.

Trajetória

Nascido em 1920, Florestan Fernandes foi um dos maiores intelectuais marxistas que o Brasil já teve. Considerado o fundador da sociologia crítica no país, realizou uma rica produção, que não ficou confinada aos muros da universidade.

De origem humilde, filho de mãe solteira que prestava serviços domésticos, Florestan, ainda criança, teve que abandonar os estudos para trabalhar. “Afirmo que iniciei a minha aprendizagem sociológica aos seis anos, quando precisei ganhar a vida como se fosse um adulto e penetrei, pelas vias da experiência concreta, no conhecimento do que é a convivência humana e a sociedade”, dizia o sociólogo.

Retornou os estudos apenas aos 17, para concluir uma espécie de curso supletivo. Em 1941, com 21 anos, ingressou na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, concluindo o curso de Ciências Sociais.

A Escola Nacional Florestan Fernandes
Em 1945, obteve seu título de mestre na Escola Livre de Sociologia e Política, com a dissertação "A organização social dos Tupinambá”. Em 1951 defendeu, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, sua tese de doutorado "A função social da guerra na sociedade Tupinambá", que posteriormente foi considerada um clássico da etnologia brasileira. Conquistou a cátedra de sociologia na USP em 1964.

Luta

Desde os anos 40, Florestan sempre esteve ligado aos movimentos populares, às organizações políticas de esquerda legais ou ilegais. “Ele era o meu guru, a minha referência na política, na ética de fazer a política. Ele era um socialista pleno. Foi uma convivência muito rica”, disse Vladimir Saccheta sobre a experiência na política que teve ao lado do sociólogo.

Florestan Fernandes foi exilado durante a Ditadura, quando retornou, em 1986, se filiou ao Partido dos Trabalhadores (PT). Exerceu o cargo de deputado federal por duas vezes, entre os anos de 1987 e 1995.

Para Sacchetta, Florestan Fernandes “está na mesma prateleira em que está o Caio Prado, o Sergio Buarque de Hollanda, o Antonio Cândido. Ele é um pensador que vai sobreviver ao longo do tempo, sua obra é atual e transformadora.”

Assim como alguns destes grandes pensadores brasileiros, ele teve sua obra e vida homenageada na série de documentários Realidade Brasileira, produzidos pela TV E-Paraná, Escola Nacional Florestan Fernandes e Fundação Darcy Ribeiro, com o apoio do Ministério da Cultura. 

Florestan Fernandes faleceu em São Paulo, no dia 10 de agosto de 1995, vítima de problemas do fígado, depois de um transplante mal sucedido.