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Segundo pesquisa, 71% dos brasileiros afirmam que oposição ao governo federal age por interesse próprio e não pelo Brasil



Pesquisa divulgada na última sexta-feira (14) pelo Instituto Data Popular mostra que 71% dos eleitores brasileiros avaliam que os partidos de oposição à presidenta da República, Dilma Rousseff, “agem por interesse próprio, não pelo bem do país”. Realizado dos dias 1º a 4, com 3 mil eleitores em 152 municípios, o estudo indicou ainda que 92% dos eleitores concordam com a frase: “Todo político é ladrão”.

Segundo o sócio-diretor do Data Popular, Renato Meirelles, a pesquisa também indica que há uma queda na aprovação do impeachment da presidenta como solução para a crise política. “A discussão sobre impeachment vem perdendo força. Entre 55% e 62% entrevistados dizem ser favoráveis ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, mas quando questionamos os entrevistados se eles acreditam que o processo de impeachment é a saída para melhorar o país, a pesquisa deixa muito claro que a adesão cai”, afirmou o presidente do Data Popular.

De acordo com Meirelles, oposicionistas e descontentes não são a mesma coisa. Os primeiros são eleitores que não votaram na Dilma para presidenta, rejeitam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, avaliam o atual governo como “ruim ou péssimo” e querem o impeachment. Esses também são contra o Bolsa Família, a política de cotas, o Prouni. De acordo com a pesquisa, 36% dos entrevistados se enquadram nessa categoria.

Já os descontentes – que são 44% – ajudaram a eleger Dilma e aprovam Lula. E estão frustrados porque o governo eleito não está pondo em prática o projeto no qual votaram. Eles não acreditam que a oposição resolveria a atual crise, mas acabam por manifestar sua insatisfação se dizendo favoráveis ao impeachment. Ainda de acordo com o estudo, 62,8% dos eleitores não enxergam ninguém que possa tirar o país da atual situação.

Quando a resposta vem de onde menos se espera: Deputado diz que atuação da oposição é hipócrita



Em sessão para votação da medida provisória sobre o refinanciamento das dívidas fiscais e trabalhistas dos clubes de futebol profissional, na tarde de ontem (7), o deputado Silvio Costa (PSC-PE) voltou a discursar em defesa do governo e fez duras críticas aos parlamentares do PSDB e ao DEM – a quem tem chamado ironicamente de “paladinos da ética”.

Em sua fala de nove minutos, ele chamou de “convulsão” a convenção do PSDB realizada no último domingo. “Não dá para dizer que aquilo foi uma convenção. E não dá para acreditar que o PSDB acredita que o povo do Brasil acredita no PSDB. Acho que o PSDB está precisando fazer uma análise. É um poço de incoerência”, disse.

O parlamentar lembrou que o líder do DEM, deputado José Mendonça Bezerra Filho, foi autor da emenda da reeleição aprovada em 1997, que permitiu que prefeitos, governadores e presidentes pudessem emendar dois mandatos seguidos. A emenda, que beneficiou Fernando Henrique Cardoso (PSDB), foi aprovada mediante um esquema de compra de votos na Câmara. “Todo mundo sabe que o PSDB usou a máquina para aprovar a reeleição (de FHC). No meu estado, vários deputados federais receberam rádio do PSDB para aprovar a reeleição.”

Outra lembrança de Costa foi a criação, pelos tucanos, do fator previdenciário. “O PSDB foi o primeiro a mexer e tirar o direito do trabalhador. E agiu certo porque era o PSDB. Depois acabou com o fator. O mesmo partido criou e acabou a CPMF.

Para ele, os parlamentares dos dois partidos são incoerentes e não têm autoridade política para criticar o governo, muito menos propostas.

Em tom de provocação, mandou recado para Aécio Neves: “Aécio não vai ser candidato porque (Geraldo) Alckmin, como se diz no nordeste, já comeu o cartão dele. Serra quer botar o parlamentarismo”.

FHC não foi poupado. “Fernando Henrique tem ciúme de Lula, inveja de Lula porque Lula tem cheiro de povo e ele tem cheiro dessa parte dessa elite imbecil de São Paulo, que assaltou o país por 500 anos e que olhava para Minas e para o Nordeste com nojo. Lula fez o povo, acima de tudo, sentir o prazer de viver.”

Costa defendeu os 39 ministérios do governo Dilma Rousseff, comparando com o exagero das 27 secretarias criadas pelo governador paulista Geraldo Alckmin. “Proporcionalmente, é maior o número de 27 secretarias num estado do que 39 ministérios para todo o país. Rapaz, respeitem a inteligência do povo brasileiro. Vocês estão pensando que o povo vai entrar na onda de vocês, que estão querendo surfar na insatisfação momentânea de grande parte do povo brasileiro.”

De acordo com o parlamentar, faltam credibilidade, proposta e, principalmente, “a qualidade de chegar no coração das pessoas. “As pessoas ficam mangando do PSDB. Eu estou com pena do garoto do Rio. O Aécio Neves, coitadinho, é um menininho que fica tomando chope em Ipanema. Como perdeu para a presidente Dilma, está com ciúme.”

E atacou também o presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN), que apareceu no programa Fantástico, da Rede Globo, recebendo R$ 1 milhão. “Que moral é essa? Vocês, da oposição, quando são pegos em corrupção, então tudo bem.”

Ele ressaltou que o governo está investigando a corrupção e que nunca foram feitas tantas prisões como no governo do PT. E que durante o governo de FHC, o então chefe da Polícia Federal, Romeu Tuma, foi impedido de investigar as privatizações.

E recebeu aplausos de uma parte do plenário quando sugeriu à oposição esperar o término das investigações da Operação Lava Jato, que citou dois ministros do Tribunal de Contas da União. “Vocês vêm falar em pedaladas, mas é preciso esperar para saber se os ministros são culpados ou não. Quem primeiro mexeu em déficit primário foi o PSDB.”

No final de março, em discurso igualmente inflamado contra a oposição, ele criticou a hipocrisia dos parlamentares da oposição e os acusou de acobertar crimes em São Paulo, como os envolvendo o chamado esquema do trensalão.

                               

Os problemas da oposição



Dilma tem seus problemas, mas o da oposição são maiores.
A 11 meses da eleição presidencial, as oposições enfrentam problemas. Não apenas elas, pois a presidenta Dilma Rousseff também tem os seus, mas aqueles dos adversários são claramente mais complicados.

As dificuldades dos diversos possíveis candidatos oposicionistas começam pela indefinição a respeito da própria candidatura. Nos vários partidos que pensam disputar a eleição contra Dilma há nomes de mais ou de menos.

Nas duas principais legendas é evidente o conflito entre os postulantes à cabeça de chapa. No PSDB, Aécio Neves e José Serra estão em rota de colisão cada vez mais acelerada. A qualquer hora vão trombar, com mortos, feridos e um rastro de destroços pelo caminho. 

No PSB, Marina Silva comporta-se como a convidada bem trapalhona na festa de Eduardo Campos. Desde a sua filiação ao partido, o governador de Pernambuco amarga uma dor de cabeça após a outra.
Enquanto os tucanos se bicam e os socialistas encenam o jogo da “aliança programática”, pequenas legendas entram na dança das candidaturas próprias. Nenhuma sabe se será para valer, mas algumas têm até nomes provisórios para oferecer. Outras estão à cata de um.

No PPS, há quem fantasie o lançamento da vereadora Soninha Francine, para desagrado de seu presidente, Roberto Freire, que parece vê-la como substituta insuficiente de Marina Silva que tanto desejava. No PSC, o pastor Everaldo discursa como presidenciável. Não é impossível surgirem outras candidaturas semelhantes.

O estímulo a essas microcandidaturas vem de cima, do PSDB e do PSB. São parte da estratégia imaginada por Aécio Neves e Eduardo Campos para tentar dificultar o caminho de Dilma Rousseff, multiplicando o número de oponentes que ela terá de enfrentar, por menores que sejam.

Não são, portanto, candidaturas espontâneas. Nem sequer pretendem representar uma parcela, mesmo pequena, da sociedade. Nascem apenas como linha auxiliar de um combate que as transcende.

Os partidos ideológicos não agem assim, sejam os de extrema-esquerda, sejam os de agenda específica. Eles participam de eleições sem expectativa realista de vitória, na busca por marcar posição e levantar bandeiras. PPS, PSC e congêneres não têm ideologia para defender.

Nessas e em outras movimentações há algo que não conhecíamos em nossa história política pós-ditadura: a constituição de uma espécie de “frente ampla” oposicionista, sem agenda propositiva e cuja finalidade se define pela negação, por buscar a derrota do “lulopetismo”. Aécio e Campos aparecem em fotos nas quais trocam sorrisos, enquanto fabricam nanicos para correr por fora, na tentativa de trazer alguns votos para o balaio comum. Desde 1989, é a primeira vez que se esboça algo assim.

A oposição extrapartidária, especialmente a brigada midiática, mostra-se encantada com a entente cordiale armada para 2014 e a encoraja a todo instante. Se depender dela, a paz reinará na seara oposicionista, de preferência enquanto o governismo se fraciona e guerreia.

Dá-se o caso, contudo, de essa possibilidade só existir no sonho de alguns. No mundo real, nem há paz dentro dos partidos da oposição, nem haverá entre eles na hora em que a disputa eleitoral se intensificar. Para Aécio e Campos, ou qualquer composição de nomes de seus partidos, o sabor de uma hipotética derrota petista não anularia o gosto amargo da vitória do outro. Ambos apostam em conseguir mais votos e querem somente se aproveitar do aliado ocasional.

No fundo, tudo isso apenas reflete o aspecto central do oposicionismo brasileiro de hoje: sua falta de identidade e rosto natural. O contrário do que havia em 2002, quando o governismo foi derrotado por uma candidatura de oposição inteiramente natural, a de Lula pelo PT.

Aécio? Serra? Campos? Marina? Soninha? O pastor Everaldo? Mais alguém? Em frente ampla? Cada um por si? Tantas interrogações indicam: por razões distintas, está tudo no ar no campo oposicionista.

O mau desempenho dos nomes da oposição nas pesquisas atuais e a vantagem de Dilma, é fato, não significam que a presidenta só terá bons ventos pela frente. Parece claro, porém, que as dificuldades de seus oponentes serão maiores.

Nem precisamos lembrar que a presidenta possui um amplo estoque de boas notícias e propostas para apresentar ao eleitorado. Quanto à oposição, até agora não mostrou saber o que quer, a não ser assumir o poder.


Via Carta Capital

O dilema da direita: perder com Serra é melhor que perder com Aécio?




Aécio Neves


A crescente “cristianização” de Aécio Neves já salta aos olhos na leitura dos jornais.

(Como eu estou velho, convém explicar que “cristianização” é um termo nascido nas eleições de 1950, quando o PSD abandonou seu candidato oficial, Cristiano Machado)

Serra voltou a movimentar-se com desenvoltura, reativou seus espaços cativos na mídia e deu um leve ânimo aos “comentaristas” políticos –  ávidos por alguém que encarne, com o mesmo ódio vigoroso que têm, a oposição ao governo.

E, nisso, reconheçamos: Serra é um mastim, enquanto a Aécio, por mais que se esforce, com uma gritaria contínua, não consegue se livrar de um certo ar de um tão estridente quanto inofensivo poodle.

Parece claro ao “comando marrom” – royalties para Leonel Brizola, que criou essa brincadeira com o “comando vermelho” para a mídia – que Aécio não tem futuro eleitoral, senão o de deixar com que Marina acabe tomando o lugar de candidata da oposição.

E a mídia, responsável pela projeção da figura de Marina, sabe bem o tamanho que ela tem.

José Serra
Por isso, Serra pôde sair da tumba política, que é, afinal, o lugar onde se retempera e se sente confortável.

Aliás, sai com indisfarçado prazer na execução da primeira parte de sua ressurreição ao mundo político: destruir as veleidades eleitorais dos seus teoricamente “companheiros de viagem” e constrange-los a apoiarem as suas.

O que Serra coloca é claro: se querem um candidato para o enfrentamento, alguém que possa ser capaz de ser um “não” incondicional a “Era Lula” , este sou eu, ninguém mais.

O seu diagnóstico, ontem, sobre as eleições de 2014 é, como raramente acontece, sincero:- Você pode ter três hipóteses, a grosso modo: manter esse quadro, a meu ver, de incerteza. Pode ter um quadro que apareça basicamente da rejeição política, uma outra tendência. E pode ter uma linha de que precisamos ter gente que saiba fazer acontecer.

O primeiro quadro é a inércia, com uma vitória de Dilma pela indefinição de alternativas viáveis.

O segundo, é o crescimento de Marina Silva ou uma improvável recuperação da imagem moralista de Joaquim Barbosa, atingido em cheio por um canhonaço offshore  disparado pela Folha…

E, é obvio, o “precisamos ter gente que saiba fazer acontecer” é ele próprio, Serra.

Ele não pode se dizer favorito, nem ostenta hoje melhores chances que os demais.

Mas é, certamente, a figura capaz de manter alinhados o capital, os políticos, os candidatos e evitar uma debandada pragmática pró-Dilma, porque Marina não tem como acolher, por falta de um “colchão” partidário próprio, a escumalha que vai às eleições apenas para perpetuar posições e interesses pessoais.

Serra é um estigma e sabe disso. Pode até trazer rejeição, mas não é uma marca da qual alguém se livre facilmente, por conveniência política.

Não pode oferecer o triunfo e o botim do Estado, com o que tem hoje. Mas pode dizer que é a única alternativa sólida de que uma aposta no caos econômico, que mude o quadro atual, não venha a trazer situações “inseguras” para a direita.

Serra não é um tolo, um filhinho de papai vaidoso, para quem tudo veio de mão-beijada. Pode ser um monstro, um megalômano, um tirano à procura de um trono.

Mas o conservadorismo brasileiro não é muito diferente disso e, assim, ele pode apresentar-se como que dizendo :

- Tomem, sou eu o que lhes resta para sobreviver, mesmo que apodrecendo a cada dia.

Ninguém pense que 2010 foi o enterro desta última quimera do neoliberalismo.

Via Tijolaço