17 de outubro de 2014

I Mostra de Ciência e Cultura move alunos e comunidade na EEEP Wellington Belém


A Escola Estadual de Educação Profissional Wellington Belém de Figueiredo que atende em forma de consórcio alunos e alunas dos municípios de Nova Olinda (sede da escola), Altaneira e Santana do Cariri, todos localizados na região do cariri, recebeu durante todo o dia de sexta-feira, 17 de outubro, em suas dependências, gestores, professores, pais de alunos e discentes de outros municípios para a realização da I Mostra de Ciência e Cultura.

Alunos e alunas dos cursos de Redes e Edificações por ocasião da I Mostra de Ciência e Cultura da EEEP Wellington Belém de Figueiredo. Foto: Professor José Nicolau.
As edições da I Mostra integram as atividades da VII Feira Regional de Ciências e Cultura: Do Senso Comum à Ciência: Desenvolvimento Sustentável e Solidário, edição 2014, organizada pela 18º Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação – CREDE 18, em parceria com as Secretarias Municipais de Educação – SMEs e, que nesta oportunidade, envolveu projetos construidos por discentes da instituição supracitada sob a orientação de professores subsidiadas nas categorias Linguagem, Ciências da Natureza e Matemática, Ciências Humanas, Ciências Ambientais, Robótica Educacional e Iniciação Científica – Ensino Fundamental.


Alunas do curso de Agronegócio em apresentação durante
a I Mostra de Ciência e Cultura. Foto: Prof. José Nicolau.
Com a temática “Desenvolvimento Sustentável, Científico, socioeconômico e cultural”, a mostra teve vários projetos que atendiam a proposta científica, com Recortes da Literatura Nordestina, Empreendedorismo, Plantando com Ciência (Horta Orgânica), Do Senço Comum ao Lúdico, Reeleitura do Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna e encenação de passagens da obra, Unidade Técnica de Demonstração (UTD): Desenvolvimento das Potencialidades Regionais e Fortalecimento da Agricultura Familiar, além de ensaios voltados as áreas técnicas, referenciadas pelos cursos de Redes de Computadores, Finanças, Agronegócio e Edificações e, claro, daqueles que mexem com a ética na internet.

Todos os projetos tiveram como protagonistas o corpo discente e ocuparam salas de aula. Aqui, receberam visitas da comunidade escolar, de familiares e gestores de instituições de ensino dos três municípios contemplados. Os intentos foram, durante todo o processo de apresentação, avaliados por professores convidados.

O evento foi oficialmente declarado aberto as 13h00 da tarde no auditório pela professora/diretora Lucia Santana e pela professora/coordenadora Ana Maria que arguiram sobre a importância de se promover ações como essa, uma vez que permite que se instigue no alunado o gosto pela pesquisa. Segundo elas, o evento objetivava estimular a investigação e a busca de conhecimento de forma cotidiana e integrada com toda a comunidade escolar, conduzida e desenvolvida pelos estudantes, além de promover o intercâmbio artístico, cultural e científico entre os visitantes e participantes da mostra.

Confira outras fotos do evento


































Educadores que Mudaram a Educação: Paulo Freire


Paulo Freire (1921-1997) foi o mais célebre educador brasileiro, com atuação e reconhecimento internacionais. Conhecido principalmente pelo método de alfabetização de adultos que leva seu nome, ele desenvolveu um pensamento pedagógico assumidamente político. Para Freire, o objetivo maior da educação é conscientizar o aluno. Isso significa, em relação às parcelas desfavorecidas da sociedade, levá-las a entender sua situação de oprimidas e agir em favor da própria libertação. O principal livro de Freire se intitula justamente Pedagogia do Oprimido e os conceitos nele contidos baseiam boa parte do conjunto de sua obra.

Ao propor uma prática de sala de aula que pudesse desenvolver a criticidade dos alunos, Freire condenava o ensino oferecido pela ampla maioria das escolas (isto é, as "escolas burguesas"), que ele qualificou de educação bancária. Nela, segundo Freire, o professor age como quem deposita conhecimento num aluno apenas receptivo, dócil. Em outras palavras, o saber é visto como uma doação dos que se julgam seus detentores. Trata-se, para Freire, de uma escola alienante, mas não menos ideologizada do que a que ele propunha para despertar a consciência dos oprimidos. "Sua tônica fundamentalmente reside em matar nos educandos a curiosidade, o espírito investigador, a criatividade", escreveu o educador. Ele dizia que, enquanto a escola conservadora procura acomodar os alunos ao mundo existente, a educação que defendia tinha a intenção de inquietá-los.



16 de outubro de 2014

Compare: Artistas e intelectuais declaram apoio a Dilma e Aécio


Diversos famosos declararam apoio às campanhas de Aécio Neves (PSDB) e de Dilma Rousseff (PT) nas eleições de 2014. Antes mesmo do primeiro turno, o ator José de Abreu e os cantores Otto e Beth Carvalho levaram ao público o voto na petista.

Diversos famosos declararam votos nos candidatos à Presidência da República em 2014 (Imagem: Conrada Dallago/Pragmatismo Político).

Dilma Rousseff

Em setembro, vários artistas e intelectuais assinaram um manifesto em apoio à reeleição de Dilma. Entre eles, Chico Buarque, que é conhecido por suas fortes convicções políticas e que ainda não havia se manifestado sobre as eleições de 2014 até então. Assim como Chico, diversos outros artistas assinaram o texto, como o cantor Chico César e o ator Paulo Betti.

Marieta Severo, Matheus Nachtergaele e Zezé Motta também assinaram o manifesto pela reeleição de Dilma. Apareceram na lista ainda nomes como Alcione, Angela Vieira, Chico Diaz, Leci Brandão, Leonardo Boff, Nelson Sargento e Tuca Moraes. O ator José de Abreu e os cantores Otto e Beth Carvalho também levaram ao público o voto na petista.

Eu apoio as mulheres, os negros, os pobres. Portanto apoio Dilma, tamo junto!”, declarou o rapper Rappin’ Hood em suas redes sociais, ao divulgar apoio a Dilma. Outro rapper que declarou voto na petista foi Mano Brown, líder do grupo Racionais Mcs.

Outro que está do lado de Dilma é o cartunista Ziraldo, além do ator veterano Antonio Pitanga e a sua filha, Camila Pitanga. Também estão com Dilma os atores Osmar Prado e Henri Castelli, e os escritores Luis Fernando Verissimo e Fernando Morais.

Aécio Neves

Aécio Neves não recebeu manifesto assinado por famosos, mas também tem o apoio de diversos artistas. O apresentador Luciano Huck, o ex-jogador de futebol Ronaldo e o técnico de vôlei Bernardinho se mobilizaram em prol do tucano. O ator pornô Alexandre Frota também já declarou voto em Aécio.

O cantor Zezé di Camargo e a filha Wanessa apoiam o candidato tucano e chegaram a participar de propaganda política de Aécio. Chitãozinho e Xororó também participaram de propaganda política de Aécio. Outra dupla sertaneja, Gian e Giovanni, declarou apoio ao presidenciável tucano.

O casal de atores Rosamaria Murtinho e Mauro Mendonça fazem parte do time do tucano, assim como o ator e político Stepan Nercessian.

O vocalista do grupo Jota Quest, Rogério Flausino, está no time pró-Aécio. Henrique Portugal, do grupo Skank, também apoia a candidatura do tucano, assim como o cantor Raimundo Fagner. O músico conservador Lobão é outro que declarou nesta semana voto no candidato do PSDB.

Via pragmatismo Político

Educadores que Mudaram a Educação: Lev Vygotsky


Lev Semenovitch Vygotsky nasceu em 1896 em Orsha, pequena cidade perto de Minsk, a capital da Bielo-Rússia, região então dominada pela Rússia (e que só se tornou independente em 1991, com a desintegração da União Soviética, adotando o nome de Belarus). Seus pais eram de uma família judaica culta e com boas condições econômicas, o que permitiu a Vygotsky uma formação sólida desde criança. Ele teve um tutor particular até entrar no curso secundário e se dedicou desde cedo a muitas leituras. Aos 18 anos, matriculou-se no curso de medicina em Moscou, mas acabou cursando a faculdade de direito.

Formado, voltou a Gomel, na Bielo-Rússia, em 1917, ano da revolução bolchevique, que ele apoiou. Lecionou literatura, estética e história da arte e fundou um laboratório de psicologia - área em que rapidamente ganhou destaque, graças a sua cultura enciclopédica, seu pensamento inovador e sua intensa atividade, tendo produzido mais de 200 trabalhos científicos. Em 1925, já sofrendo da tuberculose que o mataria em 1934, publicou A Psicologia da Arte, um estudo sobre Hamlet, de William Shakespeare, cuja origem é sua tese de mestrado.

O psicólogo bielo-russo Lev Vygotsky morreu há 74 anos, mas sua obra ainda está em pleno processo de descoberta e debate em vários pontos do mundo, incluindo o Brasil. "Ele foi um pensador complexo e tocou em muitos pontos nevrálgicos da pedagogia contemporânea", diz Teresa Rego, professora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. Ela ressalta, como exemplo, os pontos de contato entre os estudos de Vygotsky sobre a linguagem escrita e o trabalho da argentina Emilia Ferreiro, a mais influente dos educadores vivos.

A parte mais conhecida da extensa obra produzida por Vygotsky em seu curto tempo de vida converge para o tema da criação da cultura. Aos educadores interessa em particular os estudos sobre desenvolvimento intelectual. Vygotsky atribuía um papel preponderante às relações sociais nesse processo, tanto que a corrente pedagógica que se originou de seu pensamento é chamada de socioconstrutivismo ou sociointeracionismo.




15 de outubro de 2014

Secretário da Educação de Altaneira lança nota em homenagem ao dia do professor


O Secretário da Educação do município de Altaneira, Deza Soares, publicou na tarde desta quarta-feita, 15 de outubro, na rede social facebook nota em que tece homenagens ao professor, referenciado pelo dia dedicado a essa classe social.

Deza informa ainda que em breve a Seduc estará realizando confraternização objetivando reconhecer o esforço e a dedicação a esses profissionais do ensino-aprendizagem.

Abaixo, transcrevemos a íntegra do documento:

Hoje, 15 de outubro, data reservada a nós professores e professoras, que com toda honra e merecimento, somos homenageados ou pelo menos, lembrados de forma mais singela, com mensagens ou frases motivadoras e de reconhecimentos, em ambos os casos, entendemos como atitudes gratificantes, porém, o indispensável, é que tenhamos no nosso ego a consciência da importância que representamos para a sociedade, como profissionais que exercem papel fundamental na construção de espaços pautados na justiça social e na cidadania.

"Um professor pode encontrar a eternidade, pois nunca poderemos determinar onde pára a sua influência sobre os alunos que um dia serão homens, gênios, inventores, sementes que germinaram pelas mãos de seus mestres. Henry Adams

Pensar assim, é estar consciente de que as nossas responsabilidades como educadores são complexas, são cumpridas em circunstâncias muito especiais, sob permanente exposição a centenas de olhares fixos daqueles que pretendemos formar para que no futuro bem próximo possam agir como cidadãos atuantes em busca de contribuir na perspectiva da igualdade social.

O prazer maior nas relações de ensino-aprendizagem está na construção do conhecimento como algo útil, agradável e capaz de desencadear alegria e realização. O professor, sem dúvida, é um dos maiores interessados em qualidade na educação, portanto, em nome do Governo Municipal e da Secretaria Municipal de Educação, parabenizamos e agradecemos a todos, que tenhamos muito sucesso na nossa importante missão de educador(a).


Educadores que Mudaram a Educação: Jean Piaget


Desde muito cedo Jean Piaget demonstrou sua capacidade de observação. Aos onze anos percebeu um melro albino em uma praça de sua cidade. A observação deste pássaro gerou seu primeiro trabalho científico. Formado em Biologia interessou-se por pesquisar sobre o desenvolvimento do conhecimento nos seres humanos. As teorias de Jean Piaget, portanto, tentam nos explicar como se desenvolve a inteligência nos seres humanos. Daí o nome dado a sua ciência de Epistemologia Genética, que é entendida como o estudo dos mecanismos do aumento dos conhecimentos.


Convém esclarecer que as teorias de Piaget têm comprovação em bases científicas. Ou seja, ele não somente descreveu o processo de desenvolvimento da inteligência mas, experimentalmente, comprovou suas teses.

Resumir a teoria de Jean Piaget não é uma tarefa fácil, pois sua obra tem mais páginas que a Enciclopédia Britânica. Desde que se interessou por desvendar o desenvolvimento da inteligência humana, Piaget trabalhou compulsivamente em seu objetivo, até às vésperas de sua morte, em 1980, aos oitenta e quatro anos, deixando escrito aproximadamente setenta livros e mais de quatrocentos artigos. Repassamos aqui algumas idéias centrais de sua teoria, com a colaboração do “Glossário de Termos”.

 1 - A inteligência para Piaget é o mecanismo de adaptação do organismo a uma situação nova e, como tal, implica a construção contínua de novas estruturas. Esta adaptação refere-se ao mundo exterior, como toda adaptação biológica. Desta forma, os indivíduos se desenvolvem intelectualmente a partir de exercícios e estímulos oferecidos pelo meio que os cercam. O que vale também dizer que a inteligência humana pode ser exercitada, buscando um aperfeiçoamento de potencialidades, que evolui "desde o nível mais primitivo da existência, caracterizado por trocas bioquímicas até o nível das trocas simbólicas" (RAMOZZI-CHIAROTTINO apud CHIABAI, 1990, p. 3).

2 - Para Piaget o comportamento dos seres vivos não é inato, nem resultado de condicionamentos. Para ele o comportamento é construído numa interação entre o meio e o indivíduo. Esta teoria epistemológica (epistemo = conhecimento; e logia = estudo) é caracterizada como interacionista. A inteligência do indivíduo, como adaptação a situações novas, portanto, está relacionada com a complexidade desta interação do indivíduo com o meio. Em outras palavras, quanto mais complexa for esta interação, mais “inteligente” será o indivíduo. As teorias piagetianas abrem campo de estudo não somente para a psicologia do desenvolvimento, mas também para a sociologia e para a antropologia, além de permitir que os pedagogos tracem uma metodologia baseada em suas descobertas.

3 - “Não existe estrutura sem gênese, nem gênese sem estrutura” (Piaget). Ou seja, a estrutura de maturação do indivíduo sofre um processo genético e a gênese depende de uma estrutura de maturação. Sua teoria nos mostra que o indivíduo só recebe um determinado conhecimento se estiver preparado para recebê-lo. Ou seja, se puder agir sobre o objeto de conhecimento para inserí-lo num sistema de relações. Não existe um novo conhecimento sem que o organismo tenha já um conhecimento anterior para poder assimilá-lo e transformá-lo. O que implica os dois pólos da atividade inteligente: assimilação e acomodação. É assimilação na medida em que incorpora a seus quadros todo o dado da experiência ou ëstruturação por incorporação da realidade exterior a formas devidas à atividade do sujeito (Piaget, 1982). É acomodação na medida em que a estrutura se modifica em função do meio, de suas variações. A adaptação intelectual constitui-se então em um "equilíbrio progressivo entre um mecanismo assimilador e uma acomodação complementar" (Piaget, 1982). Piaget situa, segundo Dolle, o problema epistemológico, o do conhecimento, ao nível de uma interação entre o sujeito e o objeto. E "essa dialética resolve todos os conflitos nascidos das teorias, associacionistas, empiristas, genéticas sem estrutura, estruturalistas sem gênese, etc. ... e permite seguir fases sucessivas da construção progressiva do conhecimento" (1974, p. 52).

4 - O desenvolvimento do indivíduo inicia-se no período intra-uterino e vai até aos 15 ou 16 anos. Piaget diz que a embriologia humana evolui também após o nascimento, criando estruturas cada vez mais complexas. A construção da inteligência dá-se portanto em etapas sucessivas, com complexidades crescentes, encadeadas umas às outras. A isto Piaget chamou de “construtivismo sequencial”.

A seguir os períodos em que se dá este desenvolvimento motor, verbal e mental.

A. Período Sensório-Motor - do nascimento aos 2 anos, aproximadamente.

A ausência da função semiótica é a principal característica deste período. A inteligência trabalha através das percepções (simbólico) e das ações (motor) através dos deslocamentos do próprio corpo. É uma inteligência iminentemente prática. Sua linguagem vai da ecolalia (repetição de sílabas) à palavra-frase ("água" para dizer que quer beber água) já que não representa mentalmente o objeto e as ações. Sua conduta social, neste período, é de isolamento e indiferenciação (o mundo é ele).

B. Período Simbólico - dos 2 anos aos 4 anos, aproximadamente.

Neste período surge a função semiótica que permite o surgimento da linguagem, do desenho, da imitação, da dramatização, etc.. Podendo criar imagens mentais na ausência do objeto ou da ação é o período da fantasia, do faz de conta, do jogo simbólico. Com a capacidade de formar imagens mentais pode transformar o objeto numa satisfação de seu prazer (uma caixa de fósforo em carrinho, por exemplo). É também o período em que o indivíduo “dá alma” (animismo) aos objetos ("o carro do papai foi 'dormir' na garagem"). A linguagem está a nível de monólogo coletivo, ou seja, todos falam ao mesmo tempo sem que respondam as argumentações dos outros. Duas crianças “conversando” dizem frases que não têm relação com a frase que o outro está dizendo. Sua socialização é vivida de forma isolada, mas dentro do coletivo. Não há liderança e os pares são constantemente trocados.

Existem outras características do pensamento simbólico que não estão sendo mencionadas aqui, uma vez que a proposta é de sintetizar as idéias de Jean Piaget, como por exemplo o nominalismo (dar nomes às coisas das quais não sabe o nome ainda), superdeterminação (“teimosia”), egocentrismo (tudo é “meu”), etc.

C. Período Intuitivo - dos 4 anos aos 7 anos, aproximadamente.

Neste período já existe um desejo de explicação dos fenômenos. É a “idade dos porquês”, pois o indíviduo pergunta o tempo todo. Distingue a fantasia do real, podendo dramatizar a fantasia sem que acredite nela. Seu pensamento continua centrado no seu próprio ponto de vista. Já é capaz de organizar coleções e conjuntos sem no entanto incluir conjuntos menores em conjuntos maiores (rosas no conjunto de flores, por exemplo). Quanto à linguagem não mantém uma conversação longa mas já é capaz de adaptar sua resposta às palavras do companheiro.

Os Períodos Simbólico e Intuitivo são também comumente apresentados como Período Pré-Operatório.

D. Período Operatório Concreto - dos 7 anos aos 11 anos, aproximadamente.

É o período em que o indivíduo consolida as conservações de número, substância, volume e peso. Já é capaz de ordenar elementos por seu tamanho (grandeza), incluindo conjuntos, organizando então o mundo de forma lógica ou operatória. Sua organização social é a de bando, podendo participar de grupos maiores, chefiando e admitindo a chefia. Já podem compreender regras, sendo fiéis a ela, e estabelecer compromissos. A conversação torna-se possível (já é uma linguagem socializada), sem que no entanto possam discutrir diferentes pontos de vista para que cheguem a uma conclusão comum.

E. Período Operatório Abstrato - dos 11 anos em diante.

É o ápice do desenvolvimento da inteligência e corresponde ao nível de pensamento hipotético-dedutivo ou lógico-matemático. É quando o indivíduo está apto para calcular uma probabilidade, libertando-se do concreto em proveito de interesses orientados para o futuro. É, finalmente, a “abertura para todos os possíveis”. A partir desta estrutura de pensamento é possível a dialética, que permite que a linguagem se dê a nível de discussão para se chegar a uma conclusão. Sua organização grupal pode estabelecer relações de cooperação e reciprocidade.

5 - A importância de se definir os períodos de desenvolvimento da inteligência reside no fato de que, em cada um, o indivíduo adquire novos conhecimentos ou estratégias de sobrevivência, de compreensão e interpretação da realidade. A compreensão deste processo é fundamental para que os professores possam também compreender com quem estão trabalhando.

A obra de Jean Piaget não oferece aos educadores uma didática específica sobre como desenvolver a inteligência do aluno ou da criança. Piaget nos mostra que cada fase de desenvolvimento apresenta características e possibilidades de crescimento da maturação ou de aquisições. O conhecimento destas possibilidades faz com que os professores possam oferecer estímulos adequados a um maior desenvolvimento do indivíduo.

Aceitar o ponto de vista de Piaget, portanto, provocará turbulenta revolução no processo escolar (o professor transforma-se numa espécia de ‘técnico do time de futebol’, perdendo seu ar de ator no palco). (...) Quem quiser segui-lo tem de modificar, fundamentalmente, comportamentos consagrados, milenarmente (aliás, é assim que age a ciência e a pedagogia começa a tornar-se uma arte apoiada, estritamente, nas ciências biológicas, psicológicas e sociológicas). Onde houver um professor ‘ensinando’... aí não está havendo uma escola piagetiana!” (Lima, 1980, p. 131).

O lema “o professor não ensina, ajuda o aluno a aprender”, do Método Psicogenético, criado por Lauro de Oliveira Lima, tem suas bases nestas teorias epistemológicas de Jean Piaget. Existem outras escolas, espalhadas pelo Brasil, que também procuram criar metodologias específicas embasadas nas teorias de Piaget. Estas iniciativas passam tanto pelo campo do ensino particular como pelo público. Alguns governos municipais, inclusive, já tentam adotá-las como preceito político-legal.

Todavia, ainda se desconhece as teorias de Piaget no Brasil. Pode-se afirmar que ainda é limitado o número daqueles que buscam conhecer melhor a Epistemologia Genética e tentam aplicá-la na sua vida profissional, na sua prática pedagógica. Nem mesmo as Faculdades de Educação, de uma forma geral, preocupam-se em aprofundar estudo nestas teorias. Quando muito oferecem os períodos de desenvolvimento, sem permitir um maior entendimento por parte dos alunos.


14 de outubro de 2014

Em abaixo assinado, artistas e intelectuais declaram apoio a Dilma Rousseff


Não há como lavar as mãos e terceirizar os próximos quatro anos da nação brasileira ao acaso. Ou pior, aos impulsos irracionais dos mercados. É vital a participação de todas as forças da sociedade na definição das linhas de passagem que devem ordenar o curso seguinte da história brasileira. As urnas de outubro são um pedaço da caminhada. Conscientes do peso histórico do que será decidido no próximo dia 26, um grupo de intelectuais e artistas brasileiros decidiu emprestar o seu nome, a sua voz e a sua coerência histórica para amplificar o alerta ao risco condensado no júbilo dos mercados com o credenciamento da agenda conservadora na disputa deste segundo turno.

Esse alerta tomou a forma de um abaixo assinado de apoio à reeleição da Presidenta Dilma Rousseff, que começou a circular nas últimas horas em todo o país. O que o impulsionava é evidência de que, em nome da mudança, articula-se na verdade a restauração do projeto que vigorou no país nos anos 90, com as sabidas consequências econômicas e sociais. Vulgarizadores do credo neoliberal celebram as multidões de junho de 2013 com um endosso à qualquer mudança. Tomam a nuvem por Juno e por isso trombam no essencial: o que anda para frente não se confunde com o cortejo empenhado em ir para trás. O que o Brasil reclama não cabe no programa regressivo que se apresenta às urnas como modernizante. O Brasil quer mudar porque o país que emergiu na última década de governos progressistas não cabe mais nos limites do atual sistema político. A resposta é mais democracia. Mas os que apregoam a mudança demonizam a simples menção a uma Constituinte para tratar da mãe de todas as mudanças: a reforma política. Milhões de homens e mulheres que ascenderam na pirâmide de renda desde 2003 querem mais, porque ainda não encontram acolhida bastante na infraestrutura secularmente planejada para 30% da população. A resposta é mais investimento público; melhor planejamento urbano; maior presença do Estado na coordenação do esforço de inversões público e privadas. Mas o conservadorismo quer dobrar a aposta no arrocho fiscal, na lata dos juros, no desmonte do regime de partilha do pré-sal, no fim da exigência industrializante de conteúdo nacional nas compras da Petrobrás. Os brasileiros querem mais mudanças porque não tem expressão no esquizofrênico ambiente de um sistema de comunicação que exacerba e distorce a natureza dos desafios brasileiros, ao mesmo tempo em que interdita o debate e veta as respostas progressistas a eles. A opção é a regulação democrática do sistema de comunicação, para que se torne mais ecumênico e plural. Tudo o que eles qualificam como autoritário e intervencionista’. Não por acaso se desdenha do voto dos que precisam de fato o Brasil mude. Quem? Os 14 milhões de lares beneficiados pelo Bolsa Família, por exemplo. O expurgo dos pobres da cabine eleitoral, é uma velha aspiração conservadora. Foi só em 1988, com a Constituinte Cidadã, que o Brasil universalizou o direito ao voto. Um fundamento democrático e republicano ainda hoje mal digerido por aqueles que sonegam ao voto do nordestino ‘mal informado’ a mesma qualidade e peso que tem o voto do eleitor do Sudeste do país. O Brasil tem razões adicionais para não aceitar que a regressão fale em seu nome. A desigualdade entre nós ainda frita alto em qualquer competição  mundial. Mas entre 2003 e 2001, o crescimento da renda dos 2-5 mais pobres superou o  dos BRICs, exceto a China. (Fonte: IPEA) O Brasil foi o país que melhor utilizou o crescimento econômico dos últimos cinco anos para elevar o padrão de vida e o bem-estar da população, graças às políticas públicas deliberadamente voltadas aos mais pobres. (Fonte: consultoria Boston Consulting Group, que comparou indicadores de 150 países). A narrativa conservadora sempre desdenhou da dinâmica estruturante embutida nesse degelo social. Ou isso, ou aquilo. Ou se reconhece os novos aceleradores do desenvolvimento ou o alarde dos seus gargalos é descabido. A verdade é que ambos são reais. O malabarismo rebaixa e infantiliza o debate das escolhas que devem aprofundar a mutação em curso no país. Contra isso se levanta o abaixo assinado lançado nas últimas horas ao qual já aderiram nomes como os de Marilena Chauí, Luiz Gonzaga Belluzzo, Raduan Nassar, Luiz Carlos Bresser-Pereira, Antônio Cândido, João Manuel Cardoso de Mello, entre dezenas de artistas, professores e intelectuais de diferentes áreas. Une-os um mesmo propósito: o de liberar o debate eleitoral de 2014 do sequestro conservador. E o futuro do país também. Por isso declaram seu apoio à reeleição de Dilma Rousseff. 


Com Carta Maior e Entrefatos

Educadores que Mudaram a Educação: Darcy Ribeiro


Já sabendo que sua doença era terminal, Darcy Ribeiro confessou no livro de memórias: "Termino esta minha vida já exausto de viver, mas querendo mais vida, mais amor, mais saber, mais travessuras". Tudo muito coerente com quem sempre se declarou um "fazedor".

Filho de farmacêutico e professora, Darcy Ribeiro mudou-se para o Rio de Janeiro com o objetivo de estudar medicina. Até ingressou na faculdade, mas abandonou o curso depois de três anos.

Transferiu-se para São Paulo, indo estudar ciências sociais na Escola de Sociologia e Política e ali graduando-se em 1946. Depois, em 1949, entrou para o Serviço de Proteção aos Índios (antecessor da Funai), onde trabalharia até 1951. Passou várias temporadas com os indígenas do Mato Grosso (então um só estado) e da Amazônia, publicando as anotações feitas durante essas viagens. Colaborou ainda para a fundação do Museu do Índio (que dirigiu) e a criação do parque indígena do Xingu.

Na época, Darcy Ribeiro escreveu diversas obras de etnografia e defesa da causa indigenista, contribuindo com estudos para a Unesco e a Organização Internacional do Trabalho. Em 1955, organizou o primeiro curso de pós-graduação em antropologia, na Universidade do Brasil (Rio de Janeiro), onde lecionou etnologia até 1956.

No ano seguinte, passou a trabalhar no Ministério da Educação e Cultura. Lutou em defesa da escola pública e (junto com Anísio Teixeira) fundou a Universidade de Brasília (da qual seria reitor em 1962-3).

Em 1961, foi ministro da Educação no governo Jânio Quadros. Mais tarde, como chefe da Casa Civil no governo João Goulart, desempenhou papel relevante na elaboração das chamadas reformas de base. Com o golpe militar de 1964, Darcy Ribeiro teve os direitos políticos cassados e foi exilado.

Viveu então em vários países da América Latina, defendendo a reforma universitária. Foi professor na Universidade Oriental do Uruguai e assessorou os presidentes Allende (Chile) e Velasco Alvarado (Peru). Naquele período, Darcy Ribeiro redigiu grande parte de sua obra de maior fôlego: os estudos antropológicos da "Antropologia da Civilização", em seis volumes (o último, "O Povo Brasileiro", ele publicaria em 1995).

Em 1976, retornou para o Brasil, dedicando-se à educação pública. Quatro anos depois, foi anistiado, iniciando uma bem-sucedida carreira política. Em 1982, elegeu-se vice-governador do Rio de Janeiro. Nesse cargo, trabalhou junto ao governador Leonel Brizola na criação dos Centros Integrados de Educação Pública (Ciep). Em 1990, foi eleito senador, posto em que teve destacada atuação.

Em 1992, passou a integrar a Academia Brasileira de Letras. Além da obra antropológica, Darcy Ribeiro publicou os romances "Maíra", "O Mulo", "Utopia Selvagem" e "Migo".

No último ano de vida, Darcy Ribeiro dedicou-se a organizar a Fundação Darcy Ribeiro, com sede na antiga residência em Copacabana (no Rio de Janeiro).

Vítima de câncer, Darcy Ribeiro morreu aos 74 anos.