(Foto: Reprodução/Revista Fórum). |
Vice
na chapa do candidato a-presidente Jair Bolsonaro (PSL), o general da reserva
Hamilton Mourão (PRTB), lançou a primeira frase preconceituosa da campanha. Em
almoço na Câmara de Indústria e Comércio (CIC) de Caxias do Sul nesta segunda
(6), Mourão disse que o Brasil herdou a “indolência”
dos indígenas e a “malandragem” dos
africanos. Foi o primeiro evento público do general na condição de candidato.
Ao defender a democracia, Mourão ressaltou que “intervenção militar não é
varinha mágica”.
Mourão
fazia uma explicação sobre as condições de subdesenvolvimento e conflitos
políticos e sociais da América Latina – ele definiu a região como um “condomínio de países periféricos”. Ao
mencionar a “malandragem” dos
africanos, desculpou-se com o vereador negro Edson da Rosa (MDB), presente na
mesa de de autoridades.
“Há uma dificuldade em transformar o potencial estratégico do Brasil em poder. Ainda existe o famoso ‘complexo de vira-lata’ aqui no nosso país. Temos que superar isso. Há uma herança cultural, muita gente gosta de privilégio. Essa herança do privilégio é uma herança ibérica. Temos uma certa indolência, vinda da cultura indígena. Eu sou indígena, meu pai é amazonense. E a malandragem, Edson Rosa [vereador negro presente na mesa], nada contra, mas a malandragem é oriunda do africano. Esse é o nosso caldinho cultural. Infelizmente gostamos de mártires, populistas e dos macunaímas”, disse ele.
O
vice de Bolsonaro defendeu políticas sociais para resolver o problema da
violência e do tráfico de drogas, argumentando que só repressão não é
suficiente. Entre as medidas citadas por Mourão, estão a criação de escolas e a
urbanização de comunidades, onde o tráfico e a milícia controlam serviços como
água, luz e internet. Depois da palestra, o general participou do lançamento da
candidatura do tenente-coronel Luciano Zucco (PSL) a deputado estadual.
Na
economia, Mourão defendeu o livre mercado, privatizações e ajuste fiscal. Assim
como Bolsonaro, Mourão disse “não ter
nada contra” a privatização da Petrobras. De acordo com o general,
Bolsonaro “vai estudar a melhor forma de
isso acontecer, se for necessário”. (Com informações da Revista Fórum).