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Conheça a historiadora Giovana Xavier que irá substituir Djamila Ribeiro no 9º Artefatos da Cultura Negra


Giovana Xavier - professora de história da UFRJ.
(Foto: Robson Maia).
A professora de história da UFRJ Giovana Xavier fala sobre sua trajetória como intelectual negra no Brasil. A carioca Giovana Xavier, de 38 anos, é historiadora, com sólida formação acadêmica em níveis de mestrado, doutorado e pós-doutorado, por UFRJ, UFF, Unicamp e New York University. Atualmente, é professora da Faculdade de Educação da UFRJ. Em 2017, organizou o catálogo  Intelectuais Negras Visíveis”, que elenca 181 profissionais mulheres negras de diversas áreas em todo o Brasil.

Na entrevista abaixo, ela conta sobre sua trajetória como intelectual, fala dos percalços e especificidades da profissão do historiador e, em especial, dos desafios que enfrentou e enfrenta no combate à desigualdade racial brasileira.

1 - Como você chegou a essa carreira? O que te motiva? Por que você a escolheu?

GIOVANA XAVIER - Esta é uma pergunta difícil de responder porque ela é resultado de muitas histórias. Fui criada por uma família de mulheres negras que acreditaram e colocaram em prática o poder da educação como instrumento de liberdade e ascensão social. Minha mãe, Sonia Regina (ancestral) foi a primeira da família a cursar a universidade. Isso revela uma característica típica de famílias negras: o investimento na formação de um indivíduo (geralmente o mais novo) como projeto de liberdade e transformação coletivo. Essa marca, sempre presente nas histórias que hoje escuto meus estudantes pretos contarem, é um saber que temos aprimorado como comunidade negra e que evidencia os limites da meritocracia como conceito que dê conta de explicar as oportunidades desiguais que recebemos a depender de quem somos em termos raciais, de gênero, de classe, sexualidade.

Então posso dizer que o fato de ter sido socializada em um matriarcado que acreditou que eu poderia ser quem eu quisesse, estimulando-me a ler, escrever, aprender outros idiomas, motivou-me a transgredir, indo além do destino esperado para as meninas negras do Brasil: o trabalho doméstico, ramo em que inclusive trabalhei por um tempo, quando fui arrumadeira de pousada na Ilha Grande na adolescência.

Meu primeiro trabalho foi aos 11 anos, entregando panfletos “Vendo Ouro” na ponte do subúrbio do Méier, no Rio de Janeiro, onde fui criada. Até hoje tenho pavor de receber esses papéis, por saber das violências e perversidades que rodeiam a juventude que desde cedo tem de se virar, encarando a rua como local de trabalho. Essas experiências de inserção no mercado informal somadas à oportunidade de ter estudado em uma escola branca de classe média me geraram um ponto de vista denso sobre como estar em dois mundos e, do interior deles, criar o meu próprio. Acho que esta tem sido minha busca pelo “caminho de casa”, para usar a expressão marcante da escritora ganense Yaa Gyasi. Na linha “força, foco e fé”, pergunto-me diariamente: como, na condição de mulheres negras, podemos e devemos reivindicar a intelectualidade, construindo um universo para chamar de nosso, dentro e fora da academia? A história, enquanto matéria dedicada à interpretação de processos sociais e à construção de identidades individuais e coletivas, oferece ferramentas para responder à minha pergunta. Entretanto, estamos falando ao mesmo tempo de uma disciplina que contradiz minha própria motivação se considerarmos que ela foi criada a partir de uma lógica branca, masculina e eurocêntrica. As ferramentas da história e da academia como um todo precisam ser empretecidas na forma de uma ciência para o negro, conforme sinalizado pelo sociólogo Eduardo Oliveira e Oliveira e pela historiadora Beatriz Nascimento nos anos 1980. Entendendo-me como continuidade, essa é minha missão, definida por meus ancestrais. É isso que me motiva a seguir fazendo ciência, diariamente.

2- Como sua formação está presente no trabalho que você faz hoje?

GIOVANA XAVIER - Voltando à minha mãe para responder a pergunta, ela se formou em 1977 na Uerj, que atualmente encontra-se em estado de absoluta precariedade devido à corrupção e ao descaso do Estado com a educação, o que muito me entristece e indigna, sobretudo por saber do pioneirismo que esta universidade ocupa na implantação do sistema de ações afirmativas por raça e classe no Brasil, o que também justifica o desmonte a que está sujeita. Pode parecer que estou fugindo da pergunta, mas refletir sobre minha mãe, a Uerj e a precariedade atual tem a ver com com pensar na minha carreira. Em como me tornei uma professora doutora na maior universidade do Brasil aos 34 anos. Realizei toda a minha formação em história (graduação, mestrado, doutorado, pós-doutorado) em universidades públicas distintas (UFRJ, UFF, Unicamp) e com acesso a todas as modalidades de bolsa de pesquisa (com doutorado sanduiche de um ano na New York University).

O acúmulo dessas vivências torna minha trajetória representativa do poder das transformações sociais que vivenciamos nas duas últimas décadas. Como desdobramento das conquistas, posso dizer que a articulação entre subjetividade e objetividade, presente na autonomeação @pretadotora (minha conta no Instagram e meu blog) dão o tom a tudo que faço hoje. Embora já tenha desistido de enumerar as ações em que estou envolvida (projetos de pesquisa, aulas e orientação na graduação e na pós, produção de textos para revistas científicas, blogs e jornais, conferências, palestras etc.) creio que valha a pena me deter na criação e coordenação do Grupo Intelectuais Negras UFRJ. Trata-se de uma proposta pioneira no Brasil.

A de tecer um espaço acadêmico gerido exclusivamente por mulheres negras e que questione de dentro as estruturas da supremacia branca, estruturas estas que organizam a universidade desde a distribuição de recursos até a produção de currículos e programas de curso, na sua maioria, centrados nas experiências de sujeitos brancos. Assim, eu gosto muito de repassar minha trajetória.

Em um exercício complexo de produção de uma “escrita de mim”, observo que durante 13 anos fui protagonista de um processo de formação conduzido pelo mainstream acadêmico, que, sabemos, é branco. A questão aqui não é sobre individualização e culpa branca. Tenho muitos amigos brancos e alguns deles foram e continuam sendo essenciais para eu estar onde estou. São os casos, por exemplo, da jornalista Josélia Aguiar e da acadêmica Amana Mattos, feministas brancas com quem aprendo muito sobre cuidado, afeto e relações raciais. Mas falo aqui sobre como o racismo é uma estrutura que define lugares.

Ter sido formada no mundo acadêmico branco e, de certa forma, virar o jogo, recusando o posto de negra “brilhante” e “excepcional” como única possibilidade de inserção profissional e, em vez disso, colocando no centro da narrativa os saberes de mulheres negras como determinantes para a formação do Brasil, tem sido minha maior conquista e também meu maior desafio. Desafio porque essa vitória não é permanente. Ela requer muita escuta, observação e habilidade para manutenção e fortalecimento, pois seguimos em minoria nos espaços de prestígio e poder.

Vem daí a importância de termos projetos político acadêmicos individuais e coletivos centrado nas experiências de mulheres negras, sempre bom lembrar, maioria da população brasileira. O Grupo Intelectuais Negras UFRJ, assim como a disciplina homônima que criei e ministro desde 2015 na UFRJ são exemplos bem-sucedidos de criação e manutenção desse tipo de projeto. Professora e estudantes (na sua maioria negros) passam um semestre lendo, debatendo e produzindo única e exclusivamente a partir dos saberes orais e escritos de mulheres negras. Vêm daí ensinamentos muito potentes, como o do reconhecimento de avós, mães, irmãs, tias e vizinhas como intelectuais. Da descoberta do gosto pela escrita, do despertar do desejo de seguir na carreira acadêmica. Protagonizar essa transformação comprova que é possível e necessário produzir conhecimento a partir das nossas histórias pretas e, não menos importante: fazer isso por meio do reconhecimento do amor como ferramenta política de resistência e reinvenção.

É esse sentimento que explica o fato de estarmos aqui até hoje, a despeito de todas as violências e desumanizações que nos são impostas ao longo da história. Como diz a feminista afroamericana bell hooks (que escolhe assinar seu nome assim, com letras minúsculas) e a incrível filósofa e amiga Djamila Ribeiro “o amor cura”. O amor preto cura e reconhecer o papel que a subjetividade do corpo preto desempenha no conhecimento científico que produzimos dentro e fora da academia, na forma de aulas, artigos, livros, palestras, creio, é a maior contribuição que tenho ofertado à minha comunidade nos últimos anos. Trata-se de um retorno do investimento que recebi de Sonia, Leonor, Elenir e do Estado brasileiro democrático.

3 - O que mudou entre a sua expectativa e a realidade?

GIOVANA XAVIER - Essa é uma pergunta boa para ser respondida porque ela aponta numa direção de transgressão, que eu curto muito. Em sendo uma jovem negra trabalhadora que chega na universidade no fim dos anos 1990 (num tempo sem cotas), conciliando estudo e trabalho em um país no qual o fazer intelectual é pensado como privilégio e não como profissão ou trabalho, eu tinha a expectativa de conseguir um “canudo” e me tornar professora de história da educação básica.

Comecei a dar aula aos 17 anos em um projeto social com meninos em cumprimento de medida socioeducativa. Eu tinha uma percepção que meu lugar era e deveria ser a escola pública, a qual aliás já estava bastante familiarizada tanto por minha inserção como pelas memórias de infância. Sou filha de uma professora que dedicou 30 anos de sua vida a educar crianças na Escola Municipal Senador Camará, no bairro da Vila Vintém, o qual frequentei durante toda minha vida.

Ao mesmo tempo que a sala de aula escolar se colocava como destino para pobres que chegam ao ensino superior, eu tive a oportunidade de experimentar um sentido mais literal de universo que a universidade deveria representar para todos e todas que por ela passam. No primeiro ano da graduação, fui convidada para ser bolsista de Iniciação Científica CNPq do professor doutor Carlos Fico. Na mesma época, fui aluna do professor doutor Flavio Gomes, o maior especialista em escravidão e história dos quilombos no Brasil. O fato de Flavio ser um historiador negro com conhecimentos profundos sobre a nossa história mexeu muito comigo.

Sacudiu mais ainda o fato dele ter apostado em mim. Acreditar em uma universidade como a UFRJ significa sentar contigo e te dizer: “olha, graduação é só um momento. Se você investir nas aulas, nas leituras e nos demais recursos que a universidade oferece, você pode fazer um mestrado, um doutorado e se tornar professora universitária como eu”. Flavio talvez não se lembre mais, mas ele, de formas plurais, ao longo de muitos anos como meu grande formador, me disse isso. E o fato de eu ter acreditado nele passa muito por ter sido um professor negro falando com uma aluna negra. Por isso a pauta da representatividade é central na luta contra o racismo.

Em paralelo ao trabalho impecável de Flavio, outras pessoas incríveis na academia apostaram em mim, como minha grande amiga e parceira de trabalho, a professora doutora Martha Abreu, meu amigo professor doutor Álvaro Nascimento e outros como a antropóloga doutora Olívia Cunha e a historiadora doutora Hebe Mattos. Todas essas pessoas me ensinaram a transgredir a expectativa de me tornar professora da educação básica como um limite. Elas foram decisivas para que eu ressignificasse o diploma da graduação como uma etapa inicial rumo à construção de uma carreira acadêmica sólida e respeitada.

Agora, a vida é uma encruzilhada, então não se trata de hierarquizar escola e universidade porque esse, a meu ver, é o maior erro que a academia e muitos de meus colegas cometem, por preconceito e desconhecimento. E eu fui entender isso por meio da minha própria trajetória acadêmica. Em 2012, defendi “Brancas de almas negras? Beleza, cosmética e racialização na imprensa afro-americana (EUA, 1890-1930)”, uma pesquisa inédita sobre a cosmética negra no pós-abolição dos EUA, orientada pelo querido professor doutor Sidney Chalhoub.

De novo, o “destino esperado” era que eu me tornasse professora de história da América. Como dizem os novinhos, “tudo armado”. Mas, como historiadora, eu sei que passado e presente caminham juntos. Assim, em 2013, dei um passo importante na busca pelo meu caminho de casa, fazendo concurso para Faculdade de Educação da UFRJ e tornando-me professora do curso de licenciatura em história. Quero dizer com isso que, de uma maneira não linear, minha expectativa de ser professora da educação básica pública abriu os caminhos para a realidade que hoje me define: uma acadêmica que reforça o compromisso com a educação pública por meio da formação de futuros professores de história e pedagogas.

4 - Qual a maior dificuldade da profissão que você escolheu? E qual o melhor aspecto?

GIOVANA XAVIER - A maior dificuldade de ser historiadora no Brasil passa por tudo escrito acima. Dedicar-se à pesquisa num país em que 19,8 milhões de pessoas vivem a condição da pobreza (com recursos de até R$140) e em que oito pessoas concentram metade da renda de toda a população pobre não é tarefa simples, relacionada apenas a uma ideia universal e falsa da palavra “escolha”. Questões relacionadas às desigualdades raciais e de classe interferem diretamente na ordem do querer. Do que cada pessoa será “quando crescer”. E precisamos encarar isso como uma premissa se quisermos de fato democratizar a produção e o acesso ao conhecimento no país.

A profissão do historiador exige uma disciplina rigorosa de escrita, leitura, pesquisa em arquivos (que, em geral, funcionam em dias e horários restritos), conhecimento de outros idiomas e poder aquisitivo para compra de livros, realização de viagens e outros movimentos intelectuais. Isso não condiz com a realidade da maioria da juventude brasileira, que acaba sendo empurrada para o mercado informal ou para os empregos de bater cartão de ponto.

Diariamente recebo e-mails e escuto histórias de estudantes que desistem de estudar porque “precisam trabalhar”. São arrimos de suas famílias. Esse é o Brasil da casa-grande que é difícil à pampa transgredir. Ao mesmo tempo, essa avaliação macro não é determinante das experiências de todo mundo que ingressa na carreira. As formas de sermos historiadores têm também se ampliado. Falei bastante da sala de aula, tanto na universidade quanto na educação básica, que são as, digamos assim, clássicas formas de inserção na área. Mas há também os centros de pesquisa, de memória, os museus, as empresas de consultoria, o turismo étnico, a televisão. Todos esses são nichos do fazer histórico que têm se fortalecido no Brasil, embora as oportunidades ainda sejam menores do que as demandas.

5 - O que você diria para alguém que está pensando em trabalhar com história?

GIOVANA XAVIER - “Se quer ir rápido vá sozinho, se quer ir longe vá em grupo”. Esse provérbio africano mostra a importância de desde cedo aprendermos a valorizar a construção de redes e as experiências coletivas em nossas formação profissional. No caso da história, isso é muito importante porque infelizmente a cultura hegemônica da academia nos ensina de formas muito perversas que para nos afirmarmos na área científica devemos primar pelo individualismo e pela competitividade.

Nesse sentido, sendo quem sou, proponho que quem pensa em trabalhar com história comece desde cedo a dar vida e alimentar sonhos e projetos de transgressão. Ao chegar à universidade,  invista em criar seus ídolos, suas referências. Para viver no espaço acadêmico precisamos oxigenar nossas mentes com pessoas e projetos que nos inspiram. Se não tudo pode ser muito monótono e traumatizante.

Busque amigos, grupos de pesquisa e disciplinas que estimulem as formas de produção de conhecimento cooperativas. Procure coletivos de estudantes universitários que ofereçam redes de apoio. Elas vão desde receber aquele sorriso, dividir um pacote de biscoito, até escrever e revisar textos em grupo, aprender idiomas, potencializando as habilidades do eu em proveito de uma comunidade.

Ao mesmo tempo, investir na formação individual  é essencial. Reserve no mínimo quatro horas por dia para leituras e registros acerca de textos de diferentes gêneros (acadêmicos, literários, de blogs etc.), visitas a instituições de pesquisa, lugares de memória. Eu sei que vamos cair naquela perguntinha básica: quem pode reservar quatro horas ao dia para ler e investir no trabalho intelectual em nosso país? De fato, não é fácil, eu sei. Mas ninguém disse que seria. Existe o elemento prático do cansaço, quando chegamos à universidade após um dia de trabalho, com fome, sem grana. Mas há também a guerra que precisamos travar contra nós mesmos, reconhecendo a importância de reeducarmos nosso corpo e nossa mente para sermos quem quisermos ser. Isso passa por forjar tempo para leitura e escrita, usando por exemplo os celulares como nossas bibliotecas móveis. As condições nesse caso não são as ideais, mas são as possíveis. Aconteça o que acontecer como seres humanos poderemos sempre nos reinventar, como costumo dizer, transformando margens em centros.

Você pode substituir Mulheres Negras como objeto de estudo por Mulheres Negras contando as suas próprias histórias. (Com informações do Nexo Jornal).

Professora Ana Paula, da URCA, confirma participação no 9º Artefatos da Cultura Negra



Professora Ana Paula. (Foto: Reprodução/Facebook).

Depois de Sônia Guimarães, Janaina Oliveira, Teresa Cárdenas, Ermildo Panzo, Socorro Alexandre e de Djamila Ribeiro, agora foi a vez da pedagoga, professora da Universidade Regional do Cariri (URCA) e mestre em educação pela Universidade Federal do Ceará (UFC), Ana Paula, confirmar sua participação na 9ª Edição do Artefatos da Cultura Negra que ocorrerá entre os dias 18 e 22 de setembro em Crato e Juazeiro do Norte, conforme divulgação na página oficial do evento no facebook.

Ana Paula é doutoranda  em Educação na Universidade Federal do Ceará na linha de pesquisa: movimentos sociais, educação popular e escola, no eixo sociopoética, cultura e relações étnico-raciais. Ela compõe a comissão organizadora do Artefatos da Cultura Negra, é membro do Núcleo de Estudos em Educação, Gênero e Relações Étnico-Raciais - NEGRER/URCA e do Grupo de Estudos e Pesquisa em Geografia Agrária- GEA-URCA, tendo experiência na área de Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: formação de professores quilombolas, Lei 10.639/2003, gestão escolar e pedagogia de quilombo.

A professora terá sua participação no artefato a partir da Mesa “Re) existência quilombola: direito, identidade e educação, no Salão de Atos da URCA”.

Filósofa Djamila Ribeiro confirma participação no 9º Artefatos da Cultura Negra



                   Damila Ribeiro confirma participação no
Artefatos  da Cultura Negra. Foto: Divulgação).
Pesquisadora na área de Filosofia Política e feminista, Djamila Ribeiro, será uma das atrações da 9ª Edição do Artefatos da Cultura Negra que que ocorrerá entre os dias 19 e 22 de setembro em Crato e Juazeiro do Norte. Ela se juntará a nomes como Sônia Guimarães, Janaina Oliveira, Teresa Cárdenas, Ermildo Panzo e de Socorro Alexandre e Fátima Vasconcelos.

Consideradas uma das vozes mais eloquentes e atuantes no movimento feminista negro, Djamila possui graduação em Filosofia pela Unifesp, é pes quisadora e Mestre em Filosofia Política também pela Unifesp, com estudos em teoria feminista e exerceu em 2016 o cargo de Secretária Adjunta de Direitos Humanos e Cidadania da cidade de São Paulo.

Como escritora, teve papel importante ao redigir o prefácio do livro “Mulheres, raça e classe” da filósofa negra e feminista Angela Davis. É autora das obras “O que é lugar de fala?” e “Quem tem medo do feminismo negro”, que faz parte da coleção Feminismos Plurais organizada por ela, pela editora Letramento.

Ativista do movimento negro e uma das fundadores do Partido Comunista em São Paulo, ela cravará sua participação no evento dia 19 durante a conferência de abertura, na Universidade Regional do Cariri (URCA), conforme divulgado na página do artefatos no facebook.


Professora Fátima Vasconcelos, da UFC, confirma presença na 9º Artefatos da Cultura Negra



Depois de Sônia Guimarães, Janaina Oliveira, Teresa Cárdenas, Ermildo Panzo e de Socorro Alexandre, agora foi a vez da professora e pesquisadora Fátima Vasconcelos, da Universidade Federal do Ceará (UFC), confirmar sua participação na 9ª Edição do Artefatos da Cultura Negra que ocorrerá entre os dias 18 e 22 de setembro em Crato e Juazeiro do Norte, conforme divulgação na página oficial do evento no facebook.

Professora e pesquisadora Fátima Vasconcelos.
(Foto: Reprodução).
Fátima possui graduação em Psicologia pela Universidade Federal de Pernambuco, mestrado em Educação Brasileira pela Universidade Federal do Ceará e doutora do em Educação Brasileira pela Universidade Federal do Ceará / Paris XIII. Ela possuei também pós-doutorado em Psicologia pela Universidade Federal de Pernambuco. Professora Titular do Programa de Pós-Graduação em Educação Brasileira da UFC, no qual coordena o grupo de pesquisa LUDICE (Ludicidade, Discurso e Identidades nas Práticas Educativas-www.ludice.ufc.br). Ela exerce a docência na graduação e pós-graduação, extensão e pesquisa na área das práticas lúdicas numa abordagem cultural, na educação infantil, nos estudos da linguagem no enfoque discursivo e nos estudos culturais voltados para a problemática das identidades étnico-raciais e políticas de ação afirmativa.

Fátima participará do Artefatos a partir da mesa “Infâncias e Literatura Afrodescendente”, no Salão de Atos da Universidade Regional do Cariri (URCA).

Poeta e coreógrafo Ermildo Panzo confirma presença na 9ª Edição do Artefatos da Cultura Negra



Poeta e Coreógrafo Ermildo Panzo.
 (Foto: Reprodução)
Sônia Guimarães, Janaina Oliveira e Teresa Cárdenas estão entre aquelas personalidades que figurarão na 9ª Edição do Artefatos da Cultura Negra que ocorrerá entre os dias 18 e 22 de setembro em Crato e Juazeiro do Norte. Se juntarão a elas o poeta, coreógrafo e escritor Ermildo Saraiva Panzo, conforme informações divulgadas na página oficial do evento no facebook.

Ermildo Panzo também é bailarino performer, palestrante, consultor e estruturador de textos literários e gerenciador de talento. “Como cidadão do mundo, a difusão da sua arte de coreografar e a literatura, lhe tornou um nômade pela África, Europa e America Latina. E nesta sua temporada no Brasil, Coordena junto dos artistas Yannick Delass e Shambuyi Wetu o `Projeto Congo Ancestral´ e integrante do Sarau do Binho e parceiro de outros movimentos artísticos em São Paulo”.

Ele é criador da técnica de dança Bantu Lutsassa e no Artefatos sua contribuição virá com o espetáculo “MONANGAMBÉ”.

Saiba mais sobre Ermildo Panzo abaixo:

Ermi Panzo foi vencedor do 1º Concurso Nacional Spoken Word Kussinguila/ Angola e o internacional Pan africano junto dos 8 melhores poetas (The spoken Word project) Itália, Alemanha, México conheceu a palavra falada de Angola através deste declamador. E fora disso, foi atrás dos descobrimentos das danças africanas e suas etnias; em Angola, Etiópia, Uganda, Kigali e suas transcendências em Cuba. Fez capacitação artística líric jazz e danças contemporâneas /Cuba. Coreografou o gra7po de dança Las serenas /México, coreografou o núcleo de artes da comunidade africana de La Cujae /Cuba; também coreografou e dirigiu as escolas Dance for Love, Yeto a Yeto e IMPS.

Criador da técnica de dança Bantu Lutsassa. Suas apresentações artísticas e Oficinas até agora já se expandiu nos palcos do Sesc São Caetano, Sesc Santos, Sesc Osasco, Sesc Campo Limpo, Sesc Vila Mariana, Sesc Pinheiros, Sesc Jundiaí, Sesc Belenzinho,centro cultural santo amaro, centro cultural da Juventude, centro cultural cidade Tiradentes, Impact Hub, fatiado dos discos, Google Sp, Tanger restaurante, Al Janiah e em outros pontos culturais dos estados do Brasil.

A poética de Angola transcendente a cultura Bantu, se manifesta com a música, dança, poesia e percussão que compõe uma performance de representatividade da cultura africana. Nesta performance o artista declama poesia falada e cantada e outras as narrativas do corpo, associado ao ritmo percussivo. Essas manifestações artísticas são baseadas no cotidiano de algumas culturas africanas: desde o matriarcado.

Poetiza e atriz Cubana Teresa Cárdenas confirma presença no 9º Artefatos da Cultura Negra


Poetiza e atriz Cubana Teresa Cárdenas confirma presença no 9º Artefatos da Cultura Negra. (Foto: Reprodução).

Depois de Sônia Guimarães e de Janaina Oliveira, foi a vez da poetiza, contadora de histórias, atriz e assistente social Teresa Cárdenas Angulo confirmar sua participação durante a 9ª edição do Artefatos da Cultura Negra que ocorrerá entre os dias 18 e 22 de setembro em Crato e Juazeiro do Norte. A informação foi divulgada na página oficial do evento no facebook.

Teresa também é membra da Associação de Escritores da União de Escritores e Artistas de Cuba e é uma das vozes mais relevantes na literatura para crianças e jovens, tendo recebido diversos prêmios, dentre os quais se destacam Cartas ao Céu. Prêmio David, 1997. Prêmio da Associação Hermanos Saíz, 1997. Prêmio Nacional de Crítica Literária, 2000.

Ela contribuirá com o evento a partir da palestra sobre “Literatura Afrodescendente e Infâncias” no Salão de Atos da Universidade Regional do Cariri (URCA), em Crato no dia 20 às 08h00 e no Auditório da Universidade Federal do Cariri (UFCA), em Juazeiro às 19h00.

Saiba mais sobre Teresa Cárdenas Ângulo abaixo:

Narradora, poetisa, atriz, contadora de histórias e assistente social. Membro da Associação de Escritores da União de Escritores e Artistas de Cuba. Ela recebeu inúmeros prêmios que a credenciam como uma das vozes mais relevantes na literatura para crianças e jovens, entre os quais: -Cartas ao Céu. Prêmio David, 1997. Prêmio da Associação Hermanos Saíz, 1997. Prêmio Nacional de Crítica Literária, 2000. Publicado em Cuba, Canadá, Estados Unidos, Suécia e Brasil pela Pallas Editora. Este romance foi levado a encenação recentemente pelo Grupo El Taller, sob a direção de Marcos Llacobet. -Contas de Macucupé. Golden Age Award, 2000. Publicado em Cuba em 2001 e reeditado em 2002 pelo Editorial Gente Nueva, Cuba. -Tananene Cimarron. Menção Especial Casa das Américas, 2003. Publicado em 2006 pela Editora Abril, Cuba. Publicado por El perro e o sapo, Venezuela. Este livro também foi selecionado para publicação em nível nacional pelo Ministério da Educação de Cuba, a fim de distribuí-lo em todas as escolas do país. -Obrigado de Olofi. .Prêmio Hermanos Loynaz, 2003. Publicado por Ediciones Loynaz, 2004. Publicado por Legua Editorial, Valencia, Espanha. Publicado por Editorial Lé, 2016 Belo Horizonte, Brasil. - Cão Velho. Prêmio Casa de las Américas, 2005. Prêmio de Crítica Literária, 2006. Prêmio La Rosa Blanca. Publicado em Cuba duas vezes, Canadá, Estados Unidos, Suécia, Coréia do Sul e Brasil pela Pallas Editora e foi selecionado para publicação em escala nacional e distribuído em escolas no Brasil. Este texto faz parte do programa acadêmico a ser estudado pelos jovens universitários do Brasil. Publicado por Debehr-Verlag na Alemanha, 2017. Outros títulos publicados são: Oloyou, Groundwood Books, Canadá, 2008. Edição bilíngue em espanhol e inglês. Rato Rei, União de 2005, Cuba e Cobrança Dienteleche de 2004, República Dominicana Pedrito e bebê, novas pessoas, 2006. Pedrito e mouse desejos, novas pessoas, 2008. Barakikeño e pavoreal, novas pessoas, 2008, Cuba. Esta história foi selecionada para levá-la a desenhos animados para a televisão. Echu e vento, Cauce Editorial, 2006. Iku, Editorial Gente Nueva, 2007. Contos de Obatalá, Editions de abril de 2011. Dois Tales brancos (Coleção Espelho) Editorial Gente Nueva, 2010. Mãe Sirena (Mae Sireia) Pallas Editora, Rio de Janeiro, Brasil, 2016. Suas histórias aparecem em diferentes antologias em Cuba e outros países. Seu trabalho foi levado várias vezes para se desenvolver em ensaios literários e teses universitárias em Cuba, Estados Unidos, Colômbia, Venezuela e Brasil. Ela foi entrevistada em rádio e televisão em Cuba, Brasil, Haiti, Colômbia e Venezuela. Ela tem participado em numerosos eventos, festivais literários, feiras de livros e conferências IBBY e Cilelij em Cuba, África do Sul, Nicarágua, Colômbia, Venezuela, Bolívia, Chile, Brasil, Coréia do Sul e Haiti. Seu trabalho faz parte do programa acadêmico da Universidade de Havana e em universidades de vários estados do Brasil. Ela tem três filhos e mora em Havana.

Quem já confirmou presença no 9º Artefatos da Cultura Negra?



Professora e pesquisadora Janaina Oliveira confirma participação no 9º Artefatos da Cultura Negra



Janaina Oliveira. (Foto: Reprodução).

A professora e pesquisadora nas áreas de cinema negro no Brasil e na diáspora e nas cinematografias africanas, Janaina Oliveira, confirmou sua participação na 9º Edição do Artefatos da Cultura Negra. A informação foi divulgada na manhã desta sexta-feira, 03, na página oficial do evento no facebook.

Janaina contribuirá com o artefatos a partir de um palestra sobre “Cinema Negro e descolonização das telas” e com uma oficina versando acerca do “Cinema Negro e história: um estudo da representativade negra no audiovisual da África e na diáspora”.

Conheça mais sobre Janaina

Ela é doutora em História pela PUC-Rio e professora desta disciplina no Instituto Federal do Rio de Janeiro – Campus São Gonçalo, onde coordena o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígena (NEABI). Realiza pesquisas centradas na reflexão sobre Cinema Negro, no Brasil e na diáspora, e também sobre as cinematografias africanas, sempre buscando conexões que possam incidir também na área da educação das relações étnicorraciais. Desde 2009, orienta o projeto de pesquisa “Cinegritude: reflexões sobre a invisibilidade das produções cinematográficas africanas e afro-brasileiras na contemporaneidade” que conta atualmente com duas bolsistas de iniciação científica (CNPq). Desde 2011 participa ativamente do FESPACO, Festival Panafricano de Cinema e Televisão de Ouagadougou e da JCFA, Journée Cinématographique de la Femme Africaine d’Image, ambos em Burkina Faso. Foi consultora do Ministério da Cultura e das Organizações das Nações Unidas.

Atualmente é membra também do CODESRIA (Conselho para o Desenvolvimento da Pesquisa em Ciências Sociais em África). Recentemente, fez curadoria de filmes para as duas edições do Plateau – Festival Internacional de Praia, Cabo Verde. No Brasil, fez curadoria para a Mostra de Filmes Africanos do FINCAR - Festival Internacional de Cinema Realizadoras (PE), a 7a edição do Cachoeira Doc (BA), para o Diálogos Ausentes do Itaú Cultural - módulo de Audiovisual (SP) e para a 8a Semana dos Realizadores (RJ). É idealizadora e coordenadora do FICINE, Fórum Itinerante de Cinema Negro.


Sônia Guimarães, primeira negra brasileira doutora em Física, confirma presença no 9º Artefatos da Cultura Negra


Sônia Guimarâes, primeira negra brasileira doutora em física. (Foto: Reprodução/ YouTube).

A professora Sônia Guimarães confirmou presença no 9º Artefatos da Cultura Negra. Ela ministrará palestra no primeiro dia de evento, 18 de setembro, às 08h00, no auditório da Universidade Federaldo Cariri (UFCA), em Juazeiro do Norte. A informação foi divulgada na página do artefatos no facebook há poucos minutos.

Sônia é a primeira negra brasileira Doutora em Física e a primeira mulher negra a ingressar no Instituto Tecnológico de Aeronáutica – ITA. Professora do ITA desde 1993. Possui graduação em Licenciatura Ciências - Duração Plena pela Universidade Federal de São Carlos (1979), mestrado em Física Aplicada pelo Instituto de Física e Química de São Carlos - Universidade de São Paulo (1983) e doutorado (PhD) em Materiais Eletrônicos - The University Of Manchester Institute Of Science And Technology (1989). Atualmente é Professora Adjunta III do Instituto Tecnológico da Aeronáutica ITA, e foi Gerente do Projeto de Sensores de Radiação Infravermelha - SINFRA, do Instituto Aeronáutica e Espaço - IAE, do Comando-Geral de Tecnologia Aeroespacial CTA de 1996 a 2010. Tem experiência na área de Física Aplicada, com ênfase em Propriedade Eletróticas de Ligas Semicondutoras Crescidas Epitaxialmente, atuando principalmente nos seguintes temas: crescimento epitaxial de camadas de telureto de chumbo e antimoneto de índio, processamento e caracterização de dispositivos foto condutores, que lhe rendeu um pedido de patente. Colaboradora e conselheira fundadora da Universidade Zumbi dos Palmares mantida pela ONG Afrobras. A professora Sônia Guimarães desenvolve projetos com estudantes carentes visando à inclusão de negras e negros no ambiente acadêmico.