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Aos 66 anos, Nailda Mendes
de Moraes Silva não sabe se
algum dia
conseguirá se aposentar. (Foto/Fernando Cavalcante)
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Texto | Heloísa Mendonça, no El País
Aos
66 anos, Nailda Mendes de Moraes Silva não sabe se algum dia conseguirá se
aposentar ainda que tenha trabalhado tempo suficiente. Começou cedo, aos 7
anos, na roça em Pernambuco. “Era
trabalho duro, puxado. Fiquei lá até os 22 anos, mas hoje não conta para
aposentadoria”, diz. Se mudou então para São Paulo em busca de melhores
oportunidades. Sem estudos —“Meu pai
dizia que tinha que trabalhar”—, fez de tudo: limpeza, costura, serviços
gerais. Nem sempre na formalidade, e nem sempre com as empresas cumprindo com
sua parte do acordo e recolhendo o INSS. Conseguiu contribuir 111 meses, dos
180 (15 anos) necessários para se aposentar após os 60 anos. Hoje, com
problemas de saúde, já não procura mais emprego.