A
Casa da ONU no Brasil inaugura oficialmente nesta quarta-feira, 30, o segundo
módulo do Complexo Sérgio Vieira de Mello, em Brasília. O novo espaço reunirá
os escritórios de representação dos seguintes organismos: Fundo de População
das Nações Unidas (UNFPA), Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de
Gênero e o Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres), Programa das Nações
Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e Programa Conjunto das Nações Unidas sobre
HIV/AIDS (UNAIDS). Os cerca de 80 funcionários e colaboradores destes
organismos se somam a outros 100 colegas já instalados na Casa da ONU desde a
inauguração do primeiro módulo, em novembro de 2012.
O
novo prédio receberá o nome de Lélia Gonzalez, em homenagem à ativista
brasileira, ícone do movimento negro e de mulheres negras. A cerimônia de
inauguração se insere no marco da Década Internacional de Afrodescendentes,
além de celebrar os 20 anos da 4ª Conferência Internacional das Mulheres,
realizada em 1995, em Pequim, China, e os 70 anos de criação da Organização das
Nações Unidas (ONU), em 1945.
Participarão
da cerimônia, o filho de Lélia Gonzalez, Rubens Rufino, e os netos Melina e
Marcelo Marques, acadêmicos, militantes, além de autoridades de organismos
parceiros da ONU no Brasil como a Secretaria de Políticas para as Mulheres, a
Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, representantes de
ministérios e secretarias distritais. Das agências anfitriãs, estarão presentes
as representantes do PNUMA, Denise Hamú; do UNAIDS, Georgiana Braga-Orillard;
da ONU Mulheres, Nadine Gasman; o representante do UNFPA, Jaime Nadal; e o
coordenador residente do Sistema ONU, Jorge Chediek.
Após
o evento de inauguração, terá início a visitação à exposição sobre a
homenageada, organizada pela Rede de Desenvolvimento Humano (Redeh) e pela
Fundação Banco do Brasil (FBB), no hall de entrada do novo prédio. A exibição
ficará aberta aos visitantes da casa da ONU durante 30 dias.
Situado
no Setor de Embaixadas Norte, a construção do prédio teve início em 15 de
outubro de 2014, totalizando exatamente 10 meses e 15 dias de obras,
gerenciadas pelo Escritório das Nações Unidas para Serviços de Projetos
(UNOPS). O desenho arquitetônico e a engenharia ficaram a cargo do escritório
Paulo Bruna Arquitetos Associados, que utilizou os parâmetros internacionais de
edificações de consumo energético.
O
prédio foi concebido para o melhor aproveitamento de luminosidade da cidade de
maneira a reduzir a necessidade de consumo energético. Além disso, utiliza um
sistema de ar condicionado inteligente, que reduz o consumo de energia em 45%
em relação a sistema de refrigeração tradicional central de mesmo porte. É,
portanto, um edifício inteligente de baixo consumo de energia, pelo tipo de
lâmpadas e de sistemas de ar condicionado.
O
terreno situado no Setor de Embaixadas Norte foi doado pelo Governo do Distrito
Federal à ONU há várias décadas e tem 22.500 m2. Nesta etapa, a área total de
construção foi de 1.780 m2 – o módulo I conta com uma área construída de 3.100
m2.
O
conceito de Instalações Comuns a várias agências, fundos e escritórios da ONU
faz parte de um componente importante do Programa de Reforma das Nações Unidas,
lançado há mais de uma década. A proximidade favorece a coordenação das ações e
projetos conjuntos, promove uma atuação unificada, reduzindo também os custos
operacionais do Sistema.
Lélia Gonzalez
Lélia
Gonzalez nasceu no dia 1º de fevereiro de 1935, em Belo Horizonte. Graduou-se
em História e Filosofia e trabalhou como professora da rede pública de ensino.
Fez o mestrado em comunicação social e o doutorado em antropologia política.
Começou então a se dedicar a pesquisas sobre relações de gênero e etnia. Foi professora
de Cultura Brasileira na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro,
onde chefiou o departamento de Sociologia e Política.
Ajudou
a fundar instituições como o Movimento Negro Unificado (MNU), o Instituto de
Pesquisas das Culturas Negras (IPCN), o Coletivo de Mulheres Negras N’Zinga e o
Olodum. Sua militância em defesa da mulher negra levou-a ao Conselho Nacional
dos Direitos da Mulher (CNDM), no qual atuou de 1985 a 1989.