Depois de tudo, Demóstenes pode ser aposentado com R$ 22 mil por mês



Para o presidente da CNMP e procurador-geral da república,
Roberto Gurgel, o plenário pode decidir pela aposentadoria
compulsória de Demóstenes ao final do processo liminar
Por maioria simples, o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) decidiu, na tarde desta quarta-feira, que o ex-senador Demóstenes Torres – afastado do cargo de procurador de Justiça do MP de Goiás até o fim de maio – terá como pena máxima a aposentadoria compulsória. Passará a receber R$ 22 mil por mês, em caráter vitalício, mesmo depois de ter o mandato cassado por envolvimento com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Após o prazo de afastamento, o CNMP poderá resolver por mantê-lo afastado por mais um período de tempo ou até mesmo reintegrá-lo ao cargo. A decisão de afastar o político goiano fora tomada unilateralmente, em março, pela relatora do caso, a promotora Cláudia Chagas.

Ainda no julgamento desta quarta-feira, por sete votos a cinco, o Plenário decidiu que Demóstenes Torres tem cargo vitalício. A vitaliciedade, entenderam os pares, é garantia da sociedade brasileira, e não prerrogativa do membro individual do Ministério Público. Segundo a maioria, esta prerrogativa é inerente ao exercício da atividade do membro do Ministério Público. Votaram com a divergência os conselheiros Jarbas Soares, Alessandro Tramujas, Lázaro Guimarães, Jeferson Coelho, Maria Ester, Mario Bonsalgia e Roberto Gurgel.
Seguiram o voto da relatora os conselheiros Luiz Moreira, Taís Ferraz, Almino Afonso e Adilson Gurgel. Os conselheiros Tito Amaral e Fabiano Silveira se declararam impedidos e não votaram.
No caso do afastamento, como Demóstenes responde a um processo administrativo disciplinar, o CNMP aplicou os prazos previstos na respectiva lei orgânica.
Segundo o entendimento do Plenário, que Demóstenes Torres um integrante vitalício do Ministério Público, ele pode ser afastado por 60 dias, prorrogáveis uma única vez, mas a relatora considerou a necessidade de prorrogar o afastamento excepcionalmente, com o que o Plenário concordou.
A decisão também obteve a maioria, com voto divergente dos conselheiros Adilson Gurgel e Luiz Moreira. Tito Amaral e Fabiano Silveira estavam impedidos.
Presidente do CNMP e procurador-geral da República, Roberto Gurgel diz que o Plenário poderá decidir pela aposentadoria compulsória de Demóstenes ao final do processo disciplinar, mas isso terá de ser confirmado pela Justiça.
O prazo final para que o CNMP conclua as investigações sobre o senador encerra-se em julho, quatro meses após a abertura do procedimento administrativo, no fim de março. Ao final do processo será decidida a pena a ser aplicada. Segundo explica o advogado do réu, Neilton Cruvinel Filho, a punição máxima possível é a de suspensão.
– O que se imputou foi descumprimento de dever funcional, que dá pena de censura e, se exagerarmos, de suspensão – diz ele.
Demóstenes Torres teve o mandato de senador cassado no dia 11 de julho do ano passado, por quebra de decoro parlamentar, ao ser acusado de franquiar o mandato para atividades ilegais do grupo criminoso de Carlinhos Cachoeira.

Veja também:

Aberta as inscrições para a 10ª Edição do Parlamento Jovem



As inscrições para a 10ª edição do Parlamento Jovem Brasileiro, promovido anualmente pela Câmara dos Deputados, em parceria com o Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed), podem ser realizadas até o dia 14 de junho.

Podem participar estudantes que estejam matriculados e frequentando regularmente o 2º ou 3º ano do ensino médio ou o 2º, 3º ou 4º ano do ensino técnico, em escolas públicas ou particulares.
O requisito para participar é criar um projeto de lei para ser apresentado na secretaria da escola onde o aluno estuda juntamente com a ficha de inscrição e a documentação requerida.
O projeto inscrito pode abordar temas nas áreas da agricultura e meio ambiente; saúde e segurança pública; economia, emprego e defesa do consumidor; educação, cultura, esporte e turismo.
O Parlamento Jovem Brasileiro propõe a vivência do processo democrático, mediante a participação de estudantes em uma simulação da jornada parlamentar na Câmara dos Deputados, em Brasília, no período de 23 a 27 de setembro de 2013.


Vale lembrar que a primeira edição do programa ocorreu em 2004. De lá para cá, houve a participação de 690 jovens parlamentares estudantes do ensino médio. Desde 2011, além dos estudantes do terceiro ano, os do segundo ano também podem participar, além dos alunos que cursam o ensino técnico integrado ao ensino médio.
 

Ex-juiz Nicolau dos Santos Neto, sujeito condenado por roubar centenas de milhões de reais pode sair impune


O ex-juíz Nicolau dos Santos Neto foi condenado por fraude,
lavagem de dinheiro e evasão de divisas em torno de R$170
milhoes


Matéria sugerida por Mirian Tolovi
Já condenado por fraude, lavagem de dinheiro e evasão de divisas em torno de R$170 milhões, o ex-juiz Nicolau dos Santos Neto, conhecido como Lalau, recebeu uma sentença de 48 anos de prisão. Mas ele está usando vários recursos e táticas para atrasar o processo, e as acusações contra ele estão prestes a prescrever. Cabe a nós assegurarmos que Lalau não escape da justiça.
Na lei brasileira, se um processo criminal não for concluído em até 10 anos após ter sido iniciado se o reú tiver mais de 70 anos, as acusações perdem a validade. O caso de Lalau está quase no seu prazo. Se quantidade suficiente de nós enchermos a caixa de entrada da Ministra do STJ responsável pelo processo, mostraremos a ela que todo o país está de olho, e poderemos gerar repercussão suficiente na mídia para pressioná-la por um veredito antes que a impunidade vença.
Clique abaixo para enviar uma mensagem urgente e divulgue para todos -- vamos inundar a Ministra com mensagens pedindo por justiça:








                                       

Jurista Raimundo Soares Filho deixa o PT

O jurista e blogueiro Raimundo Soares Filho afirmou que
o motivo para deixar o PT é de ordem pessoal

O jurista e blogueiro Raimundo Soares Filho, mais conhecido por Dr. Soares, ou ainda por Deusrisberto sempre foi conhecido por ser polêmico e bastante enfático no que diz.  Defensor eloquente de suas convicções ideológicas, o jurista ainda é conhecido como estrategista importante nas campanhas eleitorais, sendo um dos principais símbolos nesse quesito sua contribuição nas últimas campanhas eleitorais do grupo oposicionista em Altaneira, hoje responsável pela administração municipal.

O Dr. Soares chegou a exercer a função de Secretário de Governo no início da administração do prefeito Delvamberto Soares (PSB).  No legislativo municipal, durante o período em que o município esteve sob a gestão interina de Raimundim da Mota, fato que fez com que Deza Soares ascendesse à condição de presidente da Câmara, prestou serviço na Assessoria Jurídica sendo um dos corresponsáveis na idealização da reforluação da Lei Orgânica municipal e do Regimento Interno da Casa.

Ele era um dos principais representantes e articuladores do PT municipal, além de ter sido o principal responsável pela manutenção e organização deste em Altaneira. Atualmente, o mesmo exerce a função de Consultor Jurídico no Município de Penaforte, localizado no extremo sul do Estado do Ceará, contando, segundo o último levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, com 8. 483 habitantes.

Nos últimos dias, um fato chamou a atenção.  Na sua estada na Capital Federal, ele chegou a afirmar na última sexta-feira (19), na rede social facebook, que estaria deixando o Partido dos Trabalhadores – PT.  A declaração ganhou notoriedade nesta segunda (22) ao recebermos via correio eletrônico do mesmo essa confirmação da desfiliação junto à agremiação.

De acordo com o texto da Carta de Desfiliação datada desta segunda-feira (22) a ser encaminhada ao presidente do partido no município, Francisco Dariomar Rodrigues Soares, assim como ao Juiz Titular da 53ª Zona Eleitoral, o Dr. Herick Bezerra Tavares, o motivo é por ordem pessoal.

Confira parte do texto da carta encaminhada ao presidente da agremiação no município:

Senhor Presidente,

Pela presente e na melhor forma de direito venho perante Vossa Senhoria, nos termos previsto no Art. 21 da Lei 9.096/95, requerer DESFILIAÇÃO desta agremiação partidária em caráter irrevogável e irretratável, o que faz por motivos de ordem pessoal.

Solicito, outrossim, que de conformidade com a Legislação Eleitoral vigente seja sejam adotas as providências cabíveis ao meu desligamento do partido.

Atenciosamente,

RAIMUNDO SOARES FILHO
T.E. nº. 017358190710 – S/0007 – Z/053
REQUERENTE

Sítios arqueológicos no Cariri com preservação ameaçada

O Sítio Santa é o mais importante da região, pela 
raridade dos grafismos achados no local. Apesar da 
importância, há um processo de degradação 
     FOTO: HÉLIO FILHO

Arqueóloga alerta para a união de forças, envolvendo para o setor público e privado, para a preservação das áreas.

Nova Olinda. Uma área ainda pouco estudada na região e que já exibem os seus diversos espaços ameaçados pela ação natural e também do homem, em virtude do desconhecimento da importância desse material e dos locais como objeto de estudo e pesquisas. Assim está a realidade dos sítios arqueológicos da região do Cariri. Todos eles, inseridos em áreas particulares.

São cerca de 50 entre os já identificados, tanto líticos como os rupestres, que abrigam material raro, com gravuras únicas de conhecimento dos estudiosos, já vistas no Brasil.

Mesmo com um trabalho de duas décadas realizado, por meio de estudos desenvolvidos pela arqueóloga Rosiane Limaverde, por meio da Fundação Casa Grande - Memorial do Homem Kariri, ela faz o alerta para a efetiva união de forças institucionais para a garantia futura desses espaços destinados às descobertas no campo da ciência.

Os sítios arqueológicos do Cariri estão localizados nos abrigos da Chapada do Araripe, em que são guardados vestígios de bandos humanos, quando o homem habitava cavernas. Esses locais estão em áreas de até 800 metros de altitude e que podem identificar a presença de vida humana há mais de 9 mil anos na região. O homem chegou ao Cariri pela rota das águas.

Depois de concluir o mestrado com abordagem para os principais sítios arqueológicos, a arqueóloga Rosiane Limaverde, agora lança mão de um estudo voltado para a educação patrimonial e o trabalho social em torno do projeto de duas décadas desenvolvido pela fundação. Essa segunda parte está inserida em sua tese de doutorado na Universidade de Coimbra, em Portugal, também parceira da Casa Grande. Na instituição, em Nova Olinda, há um núcleo de trabalho voltado para as pesquisas no âmbito da arqueologia, com um laboratório destinado às pesquisas.

O intuito da pesquisadora, no momento, é poder contribuir para uma abertura maior desse campo de estudo na região. E espera que instituições como a Universidade Regional do Cariri (Urca), e o próprio Geopark Araripe, encampem junto com a Casa Grande, a construção de um novo cenário de estudo e preservação, além da formação de novos estudiosos da área. O processo passa, também, pela conscientização dos proprietários desses espaços onde estão localizados os sítios.

Interdisciplinar

O mais recente trabalho coordenado pela arqueóloga foi no sítio Lagoa Encantada, na cidade de Crato. O trabalho interdisciplinar, que visa também a formação e a educação patrimonial, em parceria com instituições como a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), foi responsável pela coleta de um farto material cerâmico que, nos próximos dias, terá amostras encaminhadas para Miami, nos Estados Unidos, para estudos de datação, através do carbono 14. Além desse material, os vestígios de uma fogueira, encontrada no sítio Olho D´água, no município de Nova Olinda.

A pesquisadora vem acompanhando todo o processo de degradação desses espaços ao longo de duas décadas, mesmo com o trabalho de conservação das áreas que tem feito, à medida das possibilidades dos estudiosos, levando a orientação aos moradores dos locais incidentes.

Conscientização

Geralmente se encontra em áreas particulares, e esse tem sido o grande problema, já que são poucos os proprietários que entendem realmente a necessidade de preservação. "É importante fortalecer mesmo esse trabalho junto às comunidades", enfatiza a arqueóloga.

A ação do homem pode ser vista em sítios como o Anauá, na cidade de Mauriti. Em cima de uma inscrição de milhares de anos, há pichações. No Santa Fé, há uma das mais raras gravuras com uma pintura, diferenciando-a das demais, dando maior profundidade ao registro, e Rosiane destaca principalmente a ação do tempo nessa área ao longo dos anos, como a chuva e erosão, além das infiltrações, que aos poucos está desgastando o sítio. "E nesse local, pelo menos, contamos com a compreensão dos proprietários que reconhecem a importância do que ali está", diz ela.

São gravuras de tuiuiús, pássaros mais comuns em área da Amazônia, mas que em determinado momento havia um manancial aquífero maior na região, e essas aves abrigaram-se nas matas do Araripe. "É um registro que causa uma ilusão de ótica, de perspectiva e profundidade, dentro da sua elaboração técnica", explica. Os grafismos têm uma característica importante para um grupo pré-histórico, conforme a pesquisadora, com técnica singular aos povos que habitaram a área da Chapada do Araripe. É também o sítio mais alto da região, com 800 metros de altitude, num abrigo sobre rocha e com características únicas no Brasil.

Mas nem sempre se pode ter a compreensão dos moradores em relação aos achados. No recente local onde foram feitas escavações, ano passado, foram encontrados artefatos cerâmicos e possivelmente vestígios de uma urna funerária, pertencente aos índios, que se alojavam às margens do rio. Uma espécie de prato de barro, com desenhos indígenas, foi levado por um motorista que trabalhava no carregamento de areia.

Até hoje não se tem notícia do paradeiro do material, que deveria ser objeto de estudo. Técnicos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) vieram ao sítio e interditaram o espaço, para que fosse feito um trabalho de pesquisa e análise arqueológica. A área é toda possuidora desses artefatos, segundo a arqueóloga.

O grande problema tem sido a conscientização da população em relatar a existência dessas áreas e chegam a destruir muito material encontrado. Alguns por medo de ter áreas de terra interditadas e outros por total desconhecimento do que representa o achado. Para isso, segundo Rosiane Limaverde, torna-se de grande importância a atuação do Iphan, não apenas para interditar áreas, mas como agente nesse processo de educação patrimonial. A Casa Grande é o único espaço no Interior do Estado, de salvaguarda do órgão, com reconhecimento nacional e internacional.

Pesquisadora defende ação educacional

Nova Olinda. Um trabalho de educação patrimonial da Fundação Casa Grande, que abriga peças indígenas e todo um material coletado em anos de atividade na área da arqueologia, tem sido desenvolvido desde que a instituição foi criada, por Alemberg Quindins e Rosiane Limaverde. De lá para cá, são muitos os interessados em ter uma formação na área e que têm como principal referencial a fundação para realizarem pesquisas.
Com o objetivo de contribuir para a preservação dos espaços 
históricos, a arqueóloga Rosiane Limaverde lança agora 
mão de um estudo voltado para a educação patrimonial 
e o trabalho social em torno do projeto realizado 
há cerca de duas décadas.
A pretensão é que haja um fortalecimento dessa atividade, com a presença de grandes pesquisadores do Brasil e até de outros países, de forma mais frequente no Cariri.
A perspectiva empreendida pela fundação, com apoio de outros órgãos de fomento de estudos na área, é que haja um reconhecimento maior de todo o trabalho desenvolvido até o momento, para que novos cursos possam ser criados, nas áreas de graduação e pós-graduação.

E mais do que isso, segundo Rosiane Limaverde, que o Cariri não perca a oportunidade de criar na região o primeiro curso de arqueologia do Estado do Ceará. O trabalho de conservação dos espaços identificados poderá avançar com a atuação de profissionais unicamente com a conservação. Conforme a pesquisadora, no caso do sítio Santa Fé, pode ser feita uma consolidação do painel, de forma que as gravuras não sejam afetadas e não exista um impacto visual que danifique o espaço. "Com isso, há condições de consolidar a área para que dure mais anos, com disponibilidade para estudos", afirma.

A proposta de conservação, por meio de uma ação conjunta, chegou a ser apresentada há alguns anos junto ao Iphan, mas não houve resposta relacionada a um possível trabalho na área.
Mesmo com o desaparecimento do painel, principalmente pela ação do tempo, a fundação realizou registros minuciosos do sítio Santa Fé, o que poderá facilitar estudos futuros.

As principais cidades onde ocorrem os achados, não por acaso, estão dentro da área do Geopark Araripe, e é dentro dos grandes sítios cerâmicos onde tem ocorrido o extravio da maioria das peças que poderiam estar sendo destinadas a estudos da presença pré-histórica do homem na região do Cariri. "São grandes sítios cerâmicos que estão sendo destruídos, nesse caso pela degradação", diz.

Legado

A pesquisadora ressalta a importância da ação mais ativa de instituições quanto ao patrimônio arqueológico existente na região. "É um grande legado que pode se perder por falta de estudo", afirma. A Casa Grande, segundo ela, surgiu no intuito de reunir esse material que existia espalhado na região e a instituição iniciou uma luta de preservação desses sítios.

A formação patrimonial acontece desde os pequenos recepcionistas do memorial. Eles estudam o que é arqueologia além de manter contato com o laboratório, acervo, e as análises que são feitas em material cerâmico e lítico. No laboratório é feita a catalogação e registros rupestres. Mas, Rosiane alerta para uma educação patrimonial mais intensa, com apoio do Iphan e da universidade. A fundação, conforme ela, pode ser interlocutora nesse sentido, com todos os agentes envolvidos no processo.

"Só um processo contínuo desse trabalho educacional é capaz de conter ações de degradação desse patrimônio", enfatiza.

Identificação

50 sítios rupestres e cerâmicos já foram catalogados em áreas da Chapada do Araripe. Todos são de propriedade particular, e parte deles está sendo degradada

Mais informações:
Memorial do Homem Kariri
Rua Ratisbona, 564
Centro - Crato/ CE
Telefone: (88) 3521.8133

ELIZÂNGELA SANTOS
REPÓRTER

Fonte: Diário do Nordeste