Texto: Notícia Preta
29% dos entrevistados até 18 anos acham o momento político preocupante. (FOTO/ Pexels).
Um
levantamento realizado pelo Instituto Ipec, e publicado pelo Estado de São
Paulo neste domingo (2), mostrou que seis em cada 10 jovens, entre 16 e 34 anos
evitam falar de política nas redes sociais por receio de serem “cancelados”. Os “isentões”, como são chamadas as pessoas que não se posiocionam
politicamente nas redes sociais, preferem não se posicionarem por conta da
polarização política e do radicalismo, segundo o levantamento.
O “efeito Anitta”, nome dado à situação em
alusão às críticas que a cantora sofreu em 2020, após uma série de lives
realizadas no Instagram, atinge os jovens nessa faixa etária que preferem
discutir o tema nas igrejas, escolas ou em festas, segundo o estudo.
Para
Mário Block, cientista político e coordenador do Programa de Democracia e
Cidadania Ativa da Fundação Tide Setubal, a sociabilidade do jovem hoje,
especialmente nas periferias, acontece neste contexto. “É inevitável que seja politizado de alguma forma. Assim como as rodas
de samba nos anos 1970 eram ambientes politizados. Até porque são movimentos
que precisam se constituir como resistência. O ‘pancadão’ é o movimento
cultural jovem que sofre a maior repressão policial e social, hoje. A partir
disso, eles se organizam nessa associação e entendem que, para reverter essa
repressão, eles precisam de alguém que os represente na Câmara Legislativa”,
explica em entrevista ao Estadão.
Ainda
segundo Block, a entidade avaliou que os jovens estão debatendo política em
vários locais periféricos como na batalha de rap, no “pancadão” e demais ambientes integrados à cultura periférica.
Eleições 2022
O
levantamento também questionou os jovens sobre as eleições do próximo ano e 82%
do entrevistados, até 18 anos, pretende emitir o título de eleitor para votar
no próximo pleito. Ainda segundo a pesquisa, 29% dos jovens acredita que “o momento político é preocupante”.