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O ato de votar


Com a aproximação das eleições, marcada para outubro deste ano, não sei se você tem dedicado um tempinho para pensar sobre o funcionamento do mundo político partidário e no seu jogo de expressões aos quais ganham notoriedade - o “governo democrático” e “governo do povo”.

Esse mundo onde nós, muitas vezes, nos afastamos das discussões e não estamos habituados a usar as palavras no seu sentido real e imediato. O que é, diga-se de passagem, uma lástima, pois ao fazermos isso esquecemos da nossa função e do poder que está em nossas mãos – literalmente falando.

Nesse cenário, o que mais chama atenção é o ato de depositar em alguém confiança e respeito através do voto. Só se pode falar em voto em um regime democrático e aqui a escolha é pessoal e intransferível, ao menos deveria ser. O ato de votar representa, em outras palavras, o ato de fazer o governo como já nos alertava a escritora cearense Rachel de Queiroz nos anos 40 do século passado. Pensar assim faz com que nos valorizemos, reconhecendo que somos nós que colocamos alguém para exercer função de vereador (a), prefeito (a), deputado (a), senador (a) e presidente (a) e que só cabe a gente decidir pela sua permanência ou não. Agir assim faz com que enxerguemos que o nosso poder não termina com o resultado das eleições, ao contrário ele aumenta.

Precisamos fazer valer a tão pregada expressão daqueles que estão temporariamente exercendo cargo político, a saber, “governo do povo”. Necessitamos tomar as rédeas da situação. Afinal de contas é a gente que coloca eles lá. Lá na Câmara municipal, lá na prefeitura, lá na assembleia legislativa, lá no palácio da abolição, lá na câmara federal, lá no congresso nacional e lá no palácio do planalto. É necessário que acompanhemos seus passos, suas gestões e, não só acompanhemos, mas devemos cobrar para que exerça com dignidade, com respeito, ética e zelo pelo povo uma administração. Que governe de fato com o povo. Acolhendo sugestões e ideias.

É importante que saibamos que o voto não é para satisfazer um amigo, tão pouco para se aventurar em falsas ilusões de combater inimigos. Não. Definitivamente não é para essa finalidade. Voto, meus caros, não é para louvar um “chefe”. Não é sinônimo - nem de longe de obediência. Não se vota para satisfazer desejos de famílias. Não se vota por simpatia, por carismas.

Vota-se em alguém que tem planos, que tem ideias e projetos sociais que vão de encontro com os menos favorecidos. Por isso é tão importante você acompanhar as ações de quem já exerce ou exerceu algum cargo político. Por isso é muito importante investigar a vida de quem quer entrar nesse ambiente.

Pelo voto nós vamos escolher aqueles e aquelas que vão nos cobrar e determinar quanto devemos dar de impostos, na grande maioria das vezes usados de forma errada. Votamos em quem vai fazer funcionar nosso dinheiro. São eles que vão nomear e demitir funcionários. Votamos em quem vai montar secretariado que pode ser racista, machista e homofóbicos. Fiquemos atentos. Aliás, você já reparou quantos negros e negras tem na câmara municipal? Quantos negros são secretários? Há alguma negra sendo secretária? Tem algum negro ou negra, gay ou lésbica atuando na função de diretor de escola?

Quando eles estão no poder podem nos arrastar para a miséria ou realizar uma boa administração. Vai depender da nossa escolha e da nossa vigilância.

Imagem puramente ilustrativa.